Buscar

Herborização de Plantas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

COLETA, HERBORIZAÇÃO E MONTAGEM DE MATERIAL
É muito comum a prática de se colocar dentro de um livro uma flor que queremos guardar de recordação. Ao fazermos isso, nem de longe poderíamos imaginar que estamos utilizando o método empregado em Botânica para preservação de espécimes vegetais desidratados, ou seja, a HERBORIZAÇÃO. É lógico que os botânicos empregam um método muito mais sofisticado, mas a princípio é o mesmo. O intuito é a preservação do material identificado, para a sua inclusão em um Herbário. Através desta prática, teremos um material de referência, para que no futuro seja possível fazer referência a estudos botânicos; sejam eles taxonômicos, fitoquímicos, anatômicos ou farmacêuticos, assim como análises fitogeográficas.
I. Coleta
No dia-a-dia por muitas vezes temos contato com a paisagem natural, mas esta geralmente torna-se despercebida ou até mesmo sem diferenças. Se pararmos para observar descobriremos uma diversidade de tipos de folhas, flores, frutos, uma infinidade de formas dentro da natureza finita.
Tendo em vista que os espécimes coletados serão herborizados e com isto perderão a coloração, é imprescindível que se façam diversos tipos de anotações além da coloração, incluindo o local de coleta, o habitat da planta e outros dados, pois uma documentação científica requer um maior número de informações. Para fazermos nossas anotações, podemos utilizar uma caderneta que não seja muito grande a fim de facilitar o seu manuseio. Outra medida importante é fazer as anotações no local de coleta, enquanto o material não perdeu suas características naturais. Coletar sempre que possível 3 exemplares com fragmentos da planta contendo o caule exibindo a forma com que as folhas são inseridas (filotaxia) e as partes reprodutivas (no caso de angiospermas, flores e se possível frutos/sementes)
  
Herborização
O que é herborizar?A herborização consiste em coletar plantas vivas e secá-las nas devidas condições que conservem, da melhor maneira possível seus órgãos, isto é, formas e estruturas, para o estudo da botânica. Um dos principais instrumentos usados pelos taxonomistas é o herbário. Ele é uma coleção de plantas composta por amostras secas de ramos com folhas, flores e/ou frutos, fixadas num pedaço de cartolina. Esta amostra é chamada exsicata, a qual é acompanhada de uma etiqueta com dados sobre o nome científico e descrição da planta- a identificação - local e ambiente de coleta; coletor e data de coleta. A exsicata é a unidade básica de coleção de um herbário, pois constitui material testemunho referencial para futuros estudos.
Prá que serve? A função primordial dos herbários é a documentação de pesquisas botânicas,especialmente as taxonômicas e florísticas.Para obter informações sobre reconhecimento (identificação), nomenclatura,classificação, distribuição e ecologia de qualquer planta são necessários exames precisos de cada exemplar, o que se tornaria muito difícil em campo. A investigação taxonômica se baseia, então, em coleções de plantas, construídas e preservadas ao longo do tempo nos herbários.- documentam a variabilidade amostrada.- base para elaboração de floras e estudos de biodiversidade, fornecendo dados valiosos que servem de argumento na indicação de áreas a serem preservadas.
Como se faz?
Materiais: Prensa, barbante resistente, jornal, papelão, envelopes, lápis (não caneta),caderno de campo, manual da região (Botânica e Organografia), trena, fita métrica, lupa de mão, podão, tesoura de poda, faca com bainha, sacos plásticos, etiquetas adesivas ou fita crepe opaca, álcool, GPS (coordenadas do local onde a planta se encontra), máquina fotográfica, papel filtro (para plantas aquáticas), gravador
PADRÃO GERAL DE COLETA
Sempre que possível coletar no mínimo cinco exemplares perfeitos da planta.Todos exemplares devem ser identificados pelo mesmo nº. de coleta. Se coletar a planta inteira, aconselha-se o uso do desplantador que permitirá a retirada da planta sem danificar o sistema de raízes.Par a coleta de ramos de partes altas utiliza-se o podão.
  
A coleta, sempre que possível, deve conter os ramos com folhas, flores e frutos, indispensáveis à identificação das espécies. Os exemplares que ultrapassarem o tamanho de cartolina padrão do herbário (30x 45),devem ser dobrados em V, N ou M. Caso ainda ultrapasse, recomenda-se o seu corte no tamanho adequado e não, quebra-lo ou rasga-lo. Cada parte cortada deve possuir a indicação da fração que representa do todo. (Ex: parte um de quatro partes). Para que as flores não sejam danificadas no momento da prensagem, recomenda-se protege-las com papel manteiga. As inflorescências não devem ser cortadas. Quando houver coleta de frutos, secos ou não, que não estão ou não possam ficar presos aos ramos, estes são colocado em envelopes de papel, devidamente rotulados, com numeração igual a do ramo, do qual foram destacados.
Evitar coletar frutos e sementes que estejam no chão sob uma árvore, pois podem não pertencer à mesma e terem sido trazidos por qualquer meio.
Para a coleta de material úmido, recomenda-se o uso do papel filtro e depois colocar o jornal. Plantas com folhas delicadas devem ser prensadas imediatamente após a coleta. As plantas suculentas e volumosas podem ser mantidas em sacos plásticos fechados, até o final do período de coleta, e depois prensados. Há espécies cujas flores (inflorescências) são muito delicadas, portanto a prensagem deve ser feita no campo. A coleta de frutos para herborização é feita, geralmente, em número de três amostras para cada espécie.Os frutos carnosos ou não, devem ser cortados ao meio (observar a distribuição das sementes) e depositados em envelopes de papel. Não se esquecer de etiquetar corretamente.
I. A Importância farmacêutica
Para o farmacêutico, em particular, interessa coletar plantas para uma das seguintes finalidades:
Identificação de espécies vegetais, especialmente em função de suas propriedades tóxicas ou medicinais;
Formar coleções (um exemplo é o Herbário Professor José Badini);
Servir de material testemunho (voucher) para publicações científicas com relação à espécie em questão.
Estudos morfológicos (organografia e anatomia);
Estudo químico, farmacológico;
Preparo de medicamentos.
A presença ou ausência, e a quantidade de princípio ativo presente em uma planta com propriedades medicinais, pode variar de acordo com a estação do ano, a hora do dia, o estado fenológico da planta ou até mesmo a fase lunar. E isto reforça a importância que deve ser dada à coleta adequada de uma planta.
O conhecimento do momento correto de coleta do material desejado leva à obtenção de produtos de melhor qualidade. Geralmente, essa variação ocorre em função do estágio em que se encontra a planta, como por exemplo: na plena floração ou no período que antecede a floração. Sem o conhecimento de que forma realizar a coleta e como proceder após a mesma, pode-se perder todo o trabalho anteriormente dispensado.
I.b Dados necessários
Deve-se seguir a seqüência abaixo para padronizar as anotações:
1. Família – se for identificada nomeia-se, ex.: Malvaceae.
2. Espécie - se for identificada nomeia-se, ex.: Malvaceae.
3. Local de coleta – citar o local não somente para que no futuro outros botânicos possam mencionar o material em seus trabalhos, como também encontrar a planta em seu habitat. Ex.: Brasil, MG, Município de Ouro Preto, Pico Itacolomi, na parte leste. Se disponível um GPS, anotar as coordenadas geográficas (latitude e longitude). 
4. Altitude – Este dado é importante, pois determinadas plantas somente crescem ao nível do mar, enquanto outras podem ser encontradas entre 400 e 800m.s.m(metros sobre o mar). A altitude será sempre anotada no final do item 2. Ex.: + ou – 1600m.s.m, o + ou – é para corrigir um possível erro do altímetro ou GPS.
5. Observações – mencionam-se todas as condições do ambiente em que o vegetal cresce, bem como os caracteres da planta:
6. Porte do vegetal e sua altura – erva, subarbusto,arbusto, ou árvore. Ex.: erva + ou – 20cm. Para plantas de porte arbóreo, informar a CAP (Circunferência à altura do peito);
7.Habitat - aquático, terrestre (mencionar o tipo de solo), rupícola (em cima de pedras e terra), trepadeira (apoiando-se em outras plantas), epífita, parasita (alimentando-se por meio de outros vegetais); ruderal (próximo às habitações), cultivada. Ex.Em área campestre, terreno arenoso na beira da estrada.
8.Exposição solar - heliófilo, umbrófilo (crescendo na sombra);
9. Coloração - anota-se a coloração do caule, folhas, frutos, brácteas da inflorescência (em caso de coloração especial), flor, desta descreve-se as cores dos verticilos florais (cálice, corola, estames e o ovário estando em adiantado processo de frutificação);
10. Coletor – como geralmente os nomes das pessoas são constituídos de três ou mais palavras, convencionou-se usar o sistema de sigla de coletor, que também evita confusão do nome de coletores. Ex.: José Badini = J.B ou J. Badini.
11. Número do coletor – cada planta ou cada grupo de uma mesma planta que coletamos deve receber um número de identificação. Este número deve ser escrito ao lado da sigla do coletor. Ex.: J. Badini, 2112. Havendo mais pessoas coletando, seus nomes serão mencionados após o nome do primeiro coletor e precedidos pela conjunção latina et. Ex.: J. Badini et J.L Silva, 243. 
12. Data da coleta. Usar o mês com algarismos romanos. Ex. 3.V.2011 
13. Nome e data de quem identificou. Usar a data sempre com o mês em algarismos romanos.

Continue navegando