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~f//). ED I TORA ~ó~intersaberes Jorge Alexarldr9 vann Nestor Alberto Randch Alho ...J <( "' <( "' w "' a. :::; w ~ <.> <( "' .... "' z :::; o <( "' "' ..., "' l ! • * • l I • I ~ " • • • i I i • I I f • I ! i l • I i • ! i l f I l i i l I EDITORA intersaberes CONSELIIO EDITORIAL Dr. Ivo José Both (presidente) Dr'. Elcna Codoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. UI( Crcgor Baranow ... Nliç.io, 2013. Fc,, feito o dtpo,ilo leg•l. Informamos que é dt> inteira rc:,pon~b1lidadc dos .lUIOft'$ a em•.,..\Jo de conceitos. Nenhuma p01rtc dcst.:. publicaçJo poder .i ser rcprodu.t.ido por qualquer meio ou formn sem a prêvia nutoriz.l~lo dn l~d itoril I nt(•rSnbcrc:~. A \1lola(flo dos direitos l'lutorais ê crime cstnbclecit.lo no Lei n" 9.610/1998 c punido pele. Ml. 184 do Código Peno I. Av. Vi«!nlc Madtado, 317. 14° andar Centro C ti' SI)I2(J.()I0 . Curitibo . PR. Brasil Fone: (41) 2103-7306 w ww .editor.úntersabc:res.com.b ... ed 1tor ·'* ed 11or aintersaberes.com.br EOtTOR-CH EFE Lindsay Azambuja EDITOR-ASSISTeNTE Ariadne Nune~ Wenger PROJG1'0 CRÁHCO Raphac113crnadelli CAPA Adoro Dcsign FOTOGRAFIA DA CAPA Wavebreakmedia Itd/ PanlhcrMcdia O>dos l11torn..oonais de Catalogação na Publkação (CIP) (Cân~ra 6rasileir.a do Uvro, SP, Brasil) Ranoch Filho, l'estor Alberto Administração estrdtêgica [ü,-ro eletrôniroi/Nestor Alberto Rdncich Filho, Jorge Alexandre Vanin. -Curitiba: lnte..S..beres, 2013.- (Série Administra~o Empresarial). 2Mb;POF 81bliograli~. ISBN 978-85-8212-716-2 l. Administração de empresas 2. Planejamento ~mpresarial3. Planejamento .,;tratégico I. Vanin, Jorge Alexandre. 11. Titulo. 111. Série. 12-'15398 CDD-658.4012 f11diccs ptll'n catálogo sistemático: 1. Adllllnlstr,lçâo estratégica: Empresas: Admini~traç5() l!Xécutiva 658.4012 - i t • I ~ •• • • • • I { • I I i • I ! • f l • i i • ! i l I I l i i ' I Aprese11lnçito, IX ( 1 ) Administração estratégica: conceito, características e premissas, 11 1.1 Benefícios da administração estratégica, 17 1.2 Premissas e atitudes da administração estratégica, 18 1.3 Mentalidade estratégica, 20 ( 2 ) Pensamento estratégico, 23 2.1 Hierarquias da estratégia, 29 2.2 Visões c escolas da estratégia, 30 2.3 Escola de desig11, 31 Sumário v r 2-4 Escola de planeja mento, 33 2.5 Escola de posicionamento, 35 ( 3 ) Como implementar a administração estratégica, 37 3.1 Gerenciamento de processo na adnúnistração estratégica, 44 ( 4 ) Planejamento estratégico, 49 4·1 Negócio, 52 4·2 Análise do ambiente, 54 4·3 Ambiente geral, 55 H Ambiente operacional, 55 4-5 Aná lise da organ ização, 57 4·6 Missão e v i são, 61 4·7 Objetivos gerais, 63 4·8 Estratégias gera is, 63 ( 2, ) Organização estratégica, 65 5.1 Fase 1: Interligação com o modelo de gestão e o planejamento estratégico da empresa, 68 5.2 Fase 2: Estabelecimento dos níveis de abrangência da organização estratégica, 70 5.J Fase 3: Análise dos fatores da influência da organização estratégica, 71 5·4 Fase 4: Análise e estabelecimento das partes integrantes da organização, 72 5-5 Fase 5: Elaboração do manual de organização estratégica, 74 5.6 Fase 6: Plano para colocar em marcha a organização estratégica, 74 ( 6 ) Direcionamento do esforço estratégico, 77 6.1 Colocando a estratégia em prática, 8o 6.2 Organizando estra tégias funcionais, 82 ( Z) Estratégia: evolução e controle, 91 7.1 O que controlar?, 94 7.2 Como controlar?, 97 7·3 Be11chmnrkillg, 98 7·4 Controles formais e informais, 99 . i t • I ~ •• • • • • I { • I I i • I ! • f l • i i • ! i l I I l i i ' I ( 8 ) Estratégia e seu desenvolvimento, 103 8.1 AI i nhamento da estratégia, 106 8.2 Outros aspectos de alinhamento da estratégia, 109 ( 9 ) Os gestores estratégicos e as pessoas, 115 9.1 A importância das pessoas, n8 9.2 O administrador como pessoa do momento, 119 9·3 O exercício do poder pelo gerente, 121 9·4 Mudança estratégica sob sua liderança, 124 ( 10 ) Balnnced scorecard (BSC), 129 10.1 Gestão: um pouco de história e o atual momento, 133 10.2 O que é o BSC?, 134 10-3 Deta lhando as quatro perspectivas do BSC, 135 "10.4 Opcraciona lização, 140 10.5 Aplicação, 140 Considerações filiais, 145 Referências, 147 Gabarito, 149 VIl . i ' a • it " $ • • .. • I t • I i i f • I ~ • f l • i i ' ! l l $ ; j I '} i i i 1 Apresentação Atualmente, o maior desafio de qualquer organização, independente- mente do tamanho, é ter competitividade. Essa realidade contemporâ- nea exige, das empresas e das organizações, práticas de administração eficientes, eficazes e efetivas. Esta obra trata as práticas da adminis- tração de forma estratégica no seu âmbito conceitual, metodológico e integrativo, como mais uma forma de se obter produtividade, com- petitividade e sucesso nas organizações. A obra está dividida em dez capítulos, nos quais são desenvolvidos os temas em ordem lógica e interUgada, de modo a proporcionar um espaço adequado de reflexão para o aluno. O Capítulo 1 trata dos aspectos conceituais básicos e dos X benefícios que as organizações podem obter com a aplicação prática de uma administração estratégica. O Capítulo 2 trata da metodologia para o desenvolvimento e implantação da administração estratégica nas organizações. Os sete capítulos seguintes tratam de forma deta- lhada as etapas da metodologia do Capítulo 2, e o último capítulo faz um fechamento das competências, habilidades e atitudes de um administrador estratégico e os desafios que o aguardam num cenário de competitividade global e de mudanças ambientais contínuas. Ao final de cada capítulo, o aluno encontrará atividades para exercitar a aprendizagem, bem como indicações bibliográficas para leituras complementares. ( 1 ) Administração estratégica: . , . . conceito, caracter1shcas e premissas Nestor Alberto Ranciclt Filho, 11alrtral da cidade de Rio Grande ( RS), graduou-se em 1971 em Enge11l1aria Mecârlica pela Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (R$). Concluiu wrso de pós-graduação em Pedagogia na Universidade Lutermra do Brasil (Ulbra) em 1983 (na época, Faculdades Canoenses). Fez doutorado, com tese defendida em fevereiro de 2002, em Admilristraçilo e Ciências Empresariais pela Universidade de Leon, na Espanha. Quanto ii vida profissional, trnbalfwu por mais de 30 a11os nas áreas de Materiais, Produção c Financeira. Trnúal/rou rms empresas Va rig (1 969-1973), Grupo Gerdau (1974- -1976) e Aeromot (1976-2005), todos localizadas na cidade de Porto Ah,gre (R$). . i t • I ~ •• • • • • I { • I I i • I ! • f l • i i • ! i l I I l i i ' I Nestor Alberto Rancich Filho Neste capítulo, vamos apresentar o conceito e a importância da administração estratégica nas empresas, sua área de abrangência e principais objetivos. Oliveira (2007) define a expressão por meio da combinação de seus dois conceitos formadores: administração e estratégia. ADMJNJSTI~AÇÃO é um sistema estru.tumdo e intuitivo que consolida um conjunto de princfpios, normas e ju11ções parn alnvancar, harmoniosamente, o processo de planeja- mento de situações futuras desejadas e seu posterior controle de eficiência e produtivi- dade, bem como a organização e a direção dos rewrsos empresariais para os resultados esperados, com a minimização de conflitos interpessoais. (Oliveira, 2007, p. 4) 14 Quanto à ESTRATÉGIA, "é a situação em que existe uma identificada, analisada e efetiva interligação entre os fatores externos - não controláveis - e internos - controláveis- da empresa, que visa interagir com as oportunidades e as ameaças ambientais perante os pontos fortes e fracos da empresa" (Oliveira, 2007, p. 6). Um exemplo que sintetiza esse conceito é o lançamento de um novo produto, que é uma questão estratégica, pois é necessário efetuar tanto uma série de aná- lises estruturais da empresa (como segmentação de mercado, análise dos con- correntes, evolução tecnológica, estrutura de preços e outros), como também dos fatores internos desta (capacidade instalada, tecnologia, estrutura dos custos, estrutura de comercialização etc.) para, posteriormente, realizar a interligação entre os resultados das análises do ambiente externo com os fatores internos da empresa, considerando esse último ponto o enfoque da estratégia. Outro exem- plo é o desenvolvimento de uma nova estrutura organizacional na empresa, no caso da criação de um departamento de exportação, com o objetivo de ingressar com produtos e serviços nos mercados internacionais. Sob esse foco, tal desenvol- vimento torna-se estratégico, pois o departamento de exportação deve interagir com fatores ambientais, tais corno cenários e culturas de outros países. Entretanto, ela não será um fator estratégico se a estrutura organizacional for estabelecida para adequar um plano de carreira ou urna estrutura de cargos e salários, ques- tão meramente tática e operacional da empresa. Portanto, da combinação dos termos administração e estratégia, Oliveira define: ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA é uma administração do futuro que, de forma estru- turada, sistêmica e intuitiva, consolida um conjunto de princípios, normas e fun- ções para alavancar, harmoniosamente, o processo de planejamento da situação futura desejada da empresa como um todo e seu posterior controle perante os fato- res ambientais, bem como a organização e a direção dos recursos empresariais de forma otimizada com a realidade ambiental, com a maximização das relações inter- pessoais. (Oliveira, 2007, p. 6) Já os autores Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 45) definem administração estra- tégica corno um processo contínuo de determinação da missão e objetivos da empresa. Tal processo ocorre no dia a dia do ambiente externo da empresa, como também a partir de pontos fortes e fracos do ambiente interno, da formulação das estratégias apropriadas, da implementação dessas estratégias e da execução e controle das mesmas, de modo a assegurar que as estratégias organizacionais sejam bem-sucedidas quanto ao alcance dos objetivos. Oliveira (2007, p. 7-8) destaca que a administração precisa apresentar certas características para ser estratégica: deve ser evolutiva, moderna, sistêmica, inte- rativa, que maximize resultados e que tenha lideranças efetivas e administração participativa. O Quadro 1.1 detalha melhor o significado dessas características: Quadro 1.1 - Principais características da nd111inistração estratégica CARACTERÍSTICAS Evolutiva Moderna Sistêmica Interagente Otimização de resultados DESCRIÇÃO Seus princípios estão em constante evolução, quer seja de maneira global, quer seja quanto aos conceitos de delinea- mento dos modelos de administração estratégica e de gestão de empresa, do desenvolvimento e implementa- ção da direção estratégica, do planejamento estratégico, da organização estratégica, do controle estratégico e da consolidação da cultura da administração estratégica na organização. Considera todos os atuais conceitos e princípios pro- porcionados pelas teorias das ciências tecnológicas e humanas. Sua divisão é estruturada, suas partes são interagentes e seu todo tem função e objetivo, que evoluem ao longo do tempo. Ocorre em permanente acompanhamento e fluxo ativo com os fatores ambientais, bem como com cada um de seus elementos e partes, nos mais diversos níveis, tais como unidades organizacionais, desde as equipes de tra- balho até cada funcionário da empresa. Promove um ajustamento interativo entre as mudanças nos fatores ambientais e nos fatores internos, procmando obter a satisfação e a fidelização crescente de seus clien- tes, a realização pessoal e profissional de seus funcioná- rios e colaboradores e os melhores resultados financeiros para todos (empresa, clientes e funcionários). (cmzthmn) CARACTERÍSTICAS Competição Qualidade Liderança e Participação (Qundro 1.1 - condustio! DESCRIÇÃO A administração estratégica é mais bem exercida quando o nível de competitividade é elevado. A competição exige criatividade e ações efetivas da alta direção da empresa. A administração estratégica não ocorre sem um programa permanente e amplo de Qualidade e Produtividade na organização, com a participação e con- tribuição de todos. Na administração estratégica é fundamental o papel da liderança que promova, incentive e faça acontecer a administração participativa, respeitando as individua- lidades e promovendo os resultados dos trabalhos em equipe e compartilhados em função dos objetivos estabe- lecidos nos diversos planejamentos da empresa. FoNTE: ADAPTADO os OuvEIRA, 2007, •· 7 -8. Costa (2007, p. 35) define gestão estratégica como sendo o processo sistemá- tico p lanejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança da alta administração da empresa, envolvendo e comprometendo todos os gerentes e colaboradores da organização. Segundo o referido autor, a finalidade da gestão estratégica visa a assegurar o crescimento, a continuidade e a sobrevivência da instituição por meio da adap- tação contínua de sua estratégia, de sua capacitação e de sua estrutura, possibi- litando-lhe enfrentar as mudanças observadas ou previsíveis no seu ambiente externo ou interno, antecipando-se a elas. Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 24), a administração estratégica pode ser vista como uma série de seis etapas a serem realizadas pela alta administração da empresa: 1. Analisar oportunidades e ameaças ou limitações que existem no ambiente externo; 2. Analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno; 3. Estabelecer a missão organizacion.a I e os objetivos gerais; 4· Formular estratégias (no nível empresarial, no nível de unidades de negócios e no nível funcional) que permitam à organização combinar os pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças do meio ambiente; 5· Implementar as estratégias; e 6. Realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da organização sejam atingidos. O ponto fundamental que promove a dinâmica da administração estratégica nas empresas, em maior ou menor grau, é a constante mudança do ambiente, que ocorre com o passar dos tempos e cria constantes desafios em busca de compe- titividade das organizações: Em sentido amplo, administração estratégica consiste em decisões e ações administrati- vas que auxiliam a assegurar que a organização formula e mantém adaptações benéficas com seu ambiente. Desse modo, os administradores estratégicos avaliam suas empresas derivando pontos fortes e pontos fracos. Manter um ajuste compatível entre o negócio e seu ambiente é necessário para a viabilidade competitiva. Como tanto o ambiente qum1to a organização modificam-se com a passagem do tempo, esse p-rocesso constitui um interesse constante para a administração. (Wright; Kroll; Parnell, 2000, p. 24) (1.1) Benefícios da administração estratégica Uma administração estratégica adequadamente desenvolvida, implementada e operacionalizada pode proporcionar às empresas diversos benefícios. Segundo Costa (2007, p. 11), os principais são: • MODELOS OE GESTÃO MAIS SIMPLES, FLEXf VEIS E SUSTENTADOS- Modelos de admi- nistração mais modernos assumem o lugar dos burocratizados, amarra- dos e ultrapassados. Na administração estratégica, administrar se torna mais simples, pois interliga a maior parte das principais atividades admi- nistrativas da empresa relacionadas a fatos, informações, decisões, ações, avaliações e retroalimentação, que realmente tornam a empresa mais com- petitiva em seu mercado. • IDENTiFICAÇÃO FACILITADA DAS CAPACITAÇÕES E INCAPACITAÇÕES DOS PROFISSIO- NAIS DA EMPRESA, BEM COMO CONSOliDAÇÃO DE NOVO PERFIL DE DIRIGENTES - Na administração estratégica, a gestão se torna mais transparente, eficiente, eficaz e efetiva na medida em que os debates ficam mais interativos com as questões estratégicas, sendo, assim, mais fácil a identificação, na tarefa e em tempo real, das capacitações e das incompetências de conhecimentos ou de habilidades, tanto decisórias quanto operacionais. • CONSOLIDAÇÃO DE POSTURA DE ATUAÇÃO EMPRESARIAL DIRECIONADA PARA AS NECESSIDADES E EXPECTATIVAS ATUAIS E FUTURAS DO MERCADO- A administração estratégica busca consolidar planos estratégicos e pesquisas de mercado de forma adequada. As realidades externas e os correspondentes cenários devem interagir com as realidades internas atuais da empresa. 17 • MELHORIAS NOS NÍVEIS DE MOTIVAÇÃO, COMPROMETIMENTO, PRODUTIVIDADE E QUALIDADE- Na administração estratégica, cada profissional colaborador entende bem sua função e papel, gerenciando o seu próprio processo com indicadores de resultados a serem atendidos pelos planos e objetivos da empresa. • INCREMENTO NA AMPLITUDE DE ATUAÇÃO E NOS RESULTADOS DAS EMPRESAS - a admi- nistração estratégica possibilita à empresa ser mais competitiva e, assim, con- quistar maior participação no mercado e melhores resultados financeiros. (1.2) !:.remissas e atitudes da administração estratégica Oliveira (2007, p. 14) estabelece algumas premissas fundamentais para que as organizações possam atingir excelência nas práticas da administração estra- tégica. O Quadro 1.2 apresenta a descrição e o significado de cada uma delas: Quadro 1.2- Premissas para obter result.ados na administração estratégica PREMISSA Ter competência estratégica Ter abordagem administrativa ampla e integrada Tratar a administração estratégica como um processo , contmuo DESCRIÇÃO Competência estratégica é a capacidade de identificar todas as questões do cenário e do mercado, ou seja, as variáveis não controláveis, e interligá-las às questões internas da organização ou às variáveis controláveis da empresa, utilizando os instrumentos administrativos oferecidos pela administração estratégica. A abordagem administrativa deve contemplar toda a organização dentro de sua realidade atual e futura, considerando os fatores internos e externos de forma compatível e interligada. As práticas da administração estratégica devem ser con- tínuas, evolutivas e acumulativas, e devem fazer parte da cultura da empresa, iniciando pelas ações dos diri- gentes e das lideranças. (contimur) PREMISSA Promover o t ra- balho em equipe, principalmente multidisciplinar Ter autocrítica e saber aplicar o benchmarking (Quadro 1.2 - couclusão) DESCRIÇÃO Premissa muito importante à administração estraté- gica, o objetivo é promover a sinergia de conhecimento e o comprometimento das pessoas com o trabalho em equipe, com aperfeiçoamento contínuo. Uma boa lide- rança de equipe promove aos participantes uma maior facilidade de aprendizagem e conhecimento. As pessoas devem ter autocrítica para saber identificar os seus erros e acertos e trabalhar com eles. Também devem praticar o processo de análise referencial do benchmark do seu concorrente no mercado, e de que forma o mesmo conseguiu atingi-lo. As empresas que buscam atingir os referenciais de benchmarking do mer- cado certamente apresentarão vantagens competitivas. FONTE: ADAPTADO DE ÜLI VBIRA, 2007, P. 14-16. Segundo Costa (2007, p. 12), a forma de encarar o futuro nas organjzações assume formas diferentes em função das atitudes dos principais dirigentes, que podem ser: • ATITUDES OTIMISTAS OU PESSIMISTAS- São atitudes que não contribuem efe- tivamente para a construção de uma visão realista e positiva do futuro. Os pessimistas sempre acham que a situação atual não é a melhor e que a tendência é de piorar cada vez mais. Por outro lado, os otimistas veem o futuro como sendo "as mil maravilhas", e até se utilizam de determinado nível de fantasia. Tanto os otimistas como os pessimistas sempre encon- tram fortes razões e argumentos para justificar suas posturas. • ATITUDES QUE PROJETAM O FUTURO POR EXTRAPOLAÇÃO DO PRESENTE - Para alguns, o futuro é como um acontecimento que se repete, tratando-o como uma continuidade do passado e do presente. Não percebem que o futuro é diferente e que as experiências do passado ou do presente, boas ou más, pouco contribuem, efetivamente, para se obter sucesso ou para se evitar fracassos futuros. • ATITUDE ESTRATÉGICA- Olhar o presente a partir do futuro, o que exige uma 19 mentalidade mais imaginativa e criativa, diferente das descritas anterior- mente. Esse processo consiste em projetar mentalmente um futuro desejá- vel, possível de ser atingido, e então, a partir desse futuro, olhar para trás, para hoje, e perguntar o que deve ser feito no presente para que o ideali- zado se concretize no futuro. 20 Portanto, o grande desafio da atitude estratégica consiste em desenvolver a capacidade de olhar, criticamente, o presente a partir do futuro, e não o futuro com olhos do presente. Esse processo de atitude mental se torna mais enrique- cedor se realizado com equipes multiníveis e interfuncionais, e não se for mera- mente individual. (1.3) ,Mentalidade estratégica Conforme a extensão do tempo futuro e o espectro da abrangência a ser alcançada, Costa (2007, p. 15) classifica a mentalidade em relação ao futuro em três níveis: • Imediatista - O profissional consegue visualizar somente o que vai acon- tecer no próximo mês dentro do seu setor de atuação na organização. Não tem a menor ideia do que pode acontecer a médio e longo prazo. • Operacional - O profissional baseia-se nos fatos do cotidiano e nas deman- das do que pode acontecer no prazo de 12 meses futuros. • Estratégica - O profissional baseia-se em projetar e construir a visão do futuro, abstraindo-se mentalmente do presente, a fim de se colocar em uma posição adequada, transportando a visão para cinco, dez ou mais anos à frente e posicionando-se em uma perspectiva global a partir do futuro desejado. Figura 1 .1-Mentalidade imediatista, operacional e estratégica Abrangência , ~ mundo Mentalidade estratégica ' pa1s estado cidade Mentalidade operacional entidade setor Mentalidade imediatista Hoje 1 mês 1 ano ......... lO anos 50 anos FoN·rs: AOA:PTAL)O (H! COS"'I'A.. 2007. A mentalidade estratégica, no que diz respeito ao planejamento futuro, varia muito entre pessoas e organizações. Terão maior vantagem competitiva aque- las que exercerem as três mentalidades simultaneamente em seu quadro dire- tivo e funcional. ( . ) ~onto final Este capítulo teve como finalidade apresentar os conceitos básicos, as característi- cas e as premissas da administração estratégica, bem como os benefícios que ela pode proporcionar para as empresas. A administração estra tégica consiste em práticas de gestão que buscam de for ma integrada e sistêmica manter a opera- ção da empresa de forma atuante e competitiva e, ao mesmo tempo, promovem uma cultura de busca de melhorias e aperfeiçoamentos, com visão do futuro desejado e o que deve ser feito no presente para conseguir alcançá-lo. Também abordamos os aspectos das atitudes e das mentalidades dos dirigentes, das lide- ranças e das pessoas da organização que promovem em maior ou menor nível as práticas e ações da administração estratégica. Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 23) destacam que "as questões de administração estratégica são invariavel- mente ambíguas e desestruturadas e o modo como a administração responde a elas determina se a organização será bem sucedida ou não". Indicações culturais COSTA, E. A. da. Gestão estratégica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Esse autor aborda os aspectos das atitudes e mentalidades dos dirigentes, líderes e funcionários das organizações que afetam em maior ou menor nível as ações e os resultados de uma administração estratégica. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Administração estratégica na prática: a competitividade para administrar o futuro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Esse autor apresenta de forma clara o conceito de administração estratégica e os benefícios de suas práticas para as empresas. Também enfoca as premissas neces- sárias para criar um ambiente de administração estratégica nas organizações. 21 22 WRIGHT, P.; KROLL, M. J.; PARNELL, J. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000. Esses autores apresentam muito bem o tema da administração estratégica, inclu- sive com um modelo de formulação, implementação e controle estratégico nas . -organtzaçoes. Atividades 1. Conceitue administração estratégica. 2. Comente três características da administração estratégica. 3. Cite as premissas que facilitam a administração estratégica. 4. Qual a diferença entre atitudes que projetam o futuro por extrapolação do presente e atitude estratégica? 5. Como podem ser classificados os tipos de mentalidades dos dirigentes, das lideranças e das pessoas quanto ao futuro de uma organização? ( 2 ) Pensamento estratégico . i ' a • it " $ • • .. • I t • I i i f • I ~ • f l • i i ' ! l l $ ; j I '} i i i 1 Nestor Alberto Rancich Filho O pensamento estratégico é a primeira etapa a ser elaborada num processo de planeja mento estratégico•. O futuro de qualquer empresa, a longo ' prazo, depende dele. E muito difíci l ou praticamente impossível organizar, diri- gir, controlar e manter o desenvolvimento e crescimento de qualquer empresa sem que tenhamos desenvolvido inicialmente um pensamento sobre seu plane- jamento. Segundo Fernandes e Berton (2007, p. 11), o planejamento estratégico busca sistematizar o pensamento estratégico. a. Planejamento estratégico é um processo gerencial que permite estabele- cer um direcionamento a ser seguido pela organização, com o objetivo de obter o melhor resultado da empresa no seu ambiente. A palavra estratégia existe há muito tempo e tem influência decisiva na atuação dos altos executivos e dirigentes de qualquer empresa ou organização. O estudo das estratégias empresariais está fundamentado historicamente nos conceitos militares sobre como vencer os inimigos. Fernandes e Berton afir- mam que o pai da estratégia militar, Carl von Clausewitz, enfati zava os fato- res psicológicos da guerra, os fatores acidentais e, por fim, o caráter situacional das estratégias. "Clausewitz [ ... ) definia três alvos para vencer o inimigo. O pri- meiro relacionava-se à avaliação das forças do inimigo; o segundo, a avaliar os recursos do inimigo; e o terceiro alvo dizia respeito à sua disposição para lutar" (Wright; Kroll; Parnell, 2000, p. 23). As definições de Clausewitz, após a Segunda Grande Guerra, foram incorpora- das aos métodos e práticas de gestão, no que diz respeito a estabelecer as estraté- gias para vencer na batalha por mercado. Além dessa concepção de "competição" e de "vencer o inimigo", o termo estratégia, na visão empresarial, ampliou-se no sentido de concretizar uma situação futura desejada, tendo em conta, por um lado, as oportunidades que o mercado oferece e, por outro, os recursos dispo- níveis e competitivos da empresa ou organização. A estratégia pode ser entendida como um meio, um caminho para se chegar a um fim. Constituem exemplos de estratégia construir ou expandir uma fábrica, abrir novas lojas, iniciar operações em outro país, lançar um novo produto no mercado, estabelecer aliança estratégica com outras empresas, vender parte ou toda a empresa. Uma estratégia se caracteriza por ter influência a longo prazo e por afetar a organização como um todo. Seg1.tndo Fernandes e Berton (2007, p. 8), as decisões estratégicas são contra- postas às decisões táticas e operacionais. As decisões táticas ocorrem normal- mente no nível gerencial e geralmente consistem em ações para operacionalizar as decisões estratégicas. As decisões operacionais são as cotidianas que colocam em prática as decisões estratégicas e táticas. Em tese, são claras as diferenças das decisões e ações no nível estratégico, tático e operacional, entretanto, na prá- tica, os limites às vezes se confundem. Por exemplo: em uma grande empresa, o ato de contratar um vendedor é visto como uma decisão operacional, mas, para uma pequena loja de varejo, a decisão pode ser estratégica, considerando que o profissional tenha larga experiência e conhecimento do mercado e que sua con- tratação fará com que as vendas da loja aumentem significativamente. A aqui- sição de um novo software pode ser uma decisão operacional para determinada empresa, e estratégica para outra, em fu nção do retorno de sua aplicação para os resultados da empresa. Segundo Wright et al. (1992), citado por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 17), o conceito clássico de estratégia é definido como sendo os planos da alta administração para atingir resultados consistentes com as missões e objetivos da organização. Já Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 17) afirmam que, na realidade, a palavra estratégia requer uma visão mais ampla, por sua abran- gência. O conceito dá ideia de um plano, uma direção, um guia ou um curso de ação para o futuro, um caminho para ir de onde estamos até onde se deseja: de nada resultará se não observarmos a estratégia como sendo um padrão, ou seja, uma consistência de comportamento ao longo do tempo. Portanto, a estratégia não deve ser vista somente como um plano - olhar para frente, mas também como um padrão- olhar o histórico e o comportamento passado da organiza- ção. Nesse enfoque, definimos a estratégia pretendida (plano) e a estratégia realizada (padrão). Nem toda a estratégia pretendida pode ser realizada e tam- pouco a própria estratégia realizada que não tinha sido pretendida, que, no caso, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 18) denominam de estratégia eme·rgente, na qual surge uma oportunidade de negócio para a empresa que não era expres- samente pretendida. A estratégia envolve tanto a organização como o ambiente, sendo que a orga- nização a uti liza para lidar com as mudanças do ambiente. Tais mudanças tra- zem novas combinações de circunstâncias para a organização, e a essência da estratégia permanece não estruturada, não programada, não repetitiva e não rotineira. A estratégia envolve tanto questões de conteúdo como de processo, ou seja, o que fazer e como fazer, e envolve vários processos de pensamento, como também exercícios conceituais e analíticos. Ela apresenta pontos de vantagens e desvantagens, conforme o Quadro 2.1: Quadro 2 .1-As vantagens e desvantagens da estratégia ESTRATÉGIA Fixar a direção VANTAGEM Mapeia o curso de uma organização para que ela nave- gue coesa pelo seu ambiente. DESVANTAGEM Ao seguir um curso determi- nado em águas desconhecidas, pode-se colidir com um iceberg. Embora a direção seja impor- tante, às vezes é melhor movi- mentar-se devagar, olhando atentamente à frente. (coutimuz) (Qundro 2.1 - amclusão) EsTRATÉGIA VANTAGEM DESVANTAGEM Promove a coorde- nação das ativida- des, caso contrário O pensamento grupal focado Focalizar o as pessoas podem pode não permitir visão perifé- esforço puxar em dire- rica para abrir outras possibi!i- ções diferentes, o dades de negócio. que gera perda de esforços. Corre-se o risco de estereo- Definir a Ajuda a entender a tipá-la, perdendo assim a rica organização e a dis-. - complexidade do sistema orgamzaçao tingui-la das outras. organizacional. Reduz ambigui- dades e promove A criatividade floresce na a ordem. Explica Prover inconsistência -descobrindo consistência como a empresa e novas combinações de fenôme- o ambiente funcio- nos até então separados. nam e como ISSO facilita a ação. Fo NTE: AoA PTA no o "S M H.nz.s l3RC; A HLST.RA NO; l.AM r1n ., 2000, r . 2 2 . Estratégias não são realidades, apenas representações ou abstrações destas nas mentes das pessoas. Ninguém jamais viu ou tocou em uma estratégia. Isso sig- nifica que cada uma delas pode ter um efeito de informação falso ou distorcido. Esse é o preço de as termos. Portanto, elas podem ser vitais para as organizações, tanto por sua presença como por sua ausência - esta não precisa ser associada 2g ao fracasso organizacional- e podem promover flexibilidade à empresa, sendo isso uma vantagem competitiva. Organizações com controles rígidos, altamente dependentes de procedimentos formalizados e uma cultura pela consistência podem promover a perda de capacidade de experimentar e inovar. Na área da estratégia existem dois termos muito utilizados: administração estratégica e planejamento estratégico. Qual a diferença entre eles? Segundo Fernandes e Berton (2007, p. 11), não existem um consenso entre os autores; alguns consideram os termos idênticos e outros estabelecem diferenças sutis. Outros estabelecem que a administração estratégica é um administrar olhando para a estratégia, sem a obrigação de formular planos de ação, o que a levaria a se aproximar de um pensamento estratégico presente nas ações da empresa. Esta obra direciona os conceitos de administração estratégica e planejamento estratégico nas concepções de suas origens terminológicas, entre elas a do fi ló- sofo René Descartes, "planejo, logo realizo", sinalizando o ato de planejar como uma orientação das ações subsequentes. Entende-se, portanto, administração estratégica como um processo amplo, envolvendo o planejamento, a execução e o controle. O planejamento estratégico corresponde tão somente ao primeiro passo da administração estratégica, ou seja, a análise e a formulação dos pla- nos e de como executá-los e controlá-los. O implantar, fazer e controlar, atos das práticas do planejamento, ensejam a administração estratégica. (2.1) !!.ierarquias da estratégia Fernandes e Berton (2007, p. 11) destacam que alguns autores (Hax e Majluf; Certo; Wright et ai.) distinguem a estratégia em três categorias: corporativa, de negócio e funcional. A estratégia corporativa responde à questão: "Em que negócios estamos e em que negócios deveríamos estar?". Por exemplo: um grupo na área de comunica- ção, atuando no setor televisivo, considera se entra ou não na área da internet ou imprensa escrita. A estratégia de negócio envolve a tomada de decisões na divisão ou unidade de negócios, consistente com a estratégia global da organiza- ção para a linha inerente ao seu negócio. "A estratégia de negócio foca unidades específicas, com produtos e serviços concebidos e vendidos para um grupo defi- nido de clientes e com concorrentes conhecidos" (Fernandes; Berton, 2007, p. 12). Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 186) estabelecem que a questão que se coloca na estratégia de negócio é: "Como se deve competir no setor ou negócio escolhido?". O conceito de unidade estratégica de negócio foi concebido pela General Eletric Company (GE), dos Estados Unidos, que chegou a ter 200 unidades de negócios desde a fabricação de eletrodomésticos até turbinas de aeronaves. Uma unidade 29 de negócio é um subsistema organizacional que tem um mercado, um conjunto de concorrentes e uma missão diferente dos outros subsistemas organizacionais da empresa. A estratégia funcional trata das áreas específicas da administração, tais como estratégia de marketing, de produção, de recursos humanos, financeira etc. Nesse caso, as estratégias funcionais detalham por função a estratégia cor- porativa ou de negócio da empresa. Também podemos falar em estratégias de pesquisa e desenvolvimento, projeto, qualidade etc. }O (2.2) ~sões e escolas da estratégia Mintzberg, Ahlstrand e Lampel realizaram intensas pesquisas e estudos para analisar os diferentes pontos de vista a respeito de como a estratégia ocorre de fato nas organizações, desde 1960. Os autores constataram dez diferentes visões ou escolas no entendimento da estratégia em organizações. O Quadro 2.2 apre- senta o nome das escolas, seu processo de formulação, surgimento e natureza: Quadro 2 .2 - Escolas do pensamento estratégico EscoLAS DO PROCESSO DE PENSAMENTO FORMULAÇÃO DA SURGIMENTO NATUREZA -BSTRATEGICO -ESTRATEGIA 1 Do design Concepção 1960 Prescritiva 2 De planejamento Formal 1960-1970 Como for- mular as 3 De posicionamento Analítico 1980 estratégias 4 Empreendedora Visionário 5 Cognitiva Mental Descritiva Trabalha 6 De aprendizado Emergente os aspectos 7 Do poder Negociação específicos da 1990 formulação 8 Cultural Coletivo da estratégia 9 Ambiental Reativo Combina 10 De configuração Transformação todas as outras FONTE: ADAPTADO DB M tNTZBERC; AHLSTRAN D; LAMPBL, 2000. Não pretendemos detalhar e aprofundar aqui cada uma das escolas, porém faremos algumas evidências das escolas de natureza prescritiva, que são aque- las que tratam de como formular a estratégia, e, portanto, estão alinhadas com os objetivos deste livro. (2.3) Escola de design A escola de design surgiu em 1957, com um influente livro escrito na época por Philip Selznick, da University of California Berkeley, denominado Leadership in Administration. Em 1962, foi publicada outra obra pela Massachusetts Institute of Technology (MIT), do autor Alfred D. Chandler, denominado Strategy and Structure. Porém a verdadeira consagração da escola de design surgiu do grupo de administração da Harvard Business School, por intermédio da publicação, em 1965, de um livro básico denominado Business Policy - Text and Cases, dos autores Learned, Christensen, Andrews e Guth. Essa escola propõe um modelo de análise e formulação estratégica que busca atingir a melhor adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas. Adotou a conhecida sigla SWOT, dos termos em inglês strenghts (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (amea- ças). Em outras palavras, significa avaliar os pontos fortes e fracos da organiza- ção à luz das oportunidades e das ameaças em seu ambiente. Variáveis ambientais A seguir, acompanhe alguns dos principais aspectos que devem ser analisados como variáveis ambientais: • Mudanças na sociedade - É necessário mudar as preferências dos clientes com relação ao novo designe à inovação do produto. • M~1danças governamentais- Se há nova legislação, barreiras ou não de importações, políticas protecionistas etc. • Mudanças econômicas - Taxas de juros, taxas de câmbio, política de impos- tos, renda per capita etc. • Mudanças na competição - Novas tecnologias afetando custos e quali- dade, novos concorrentes, mudanças nas posições de market share, publi- cidade e propaganda. • Mudança nos fornecedores - Disponibilidade ou não dos materiais, quan- tidade de fornecedores, competição nos custos. • Mudanças no mercado - novos produtos, obsolescência de produtos, novos mercados. Portanto, as variáveis ambientais são todas aquelas considerações externas da empresa que podem interferir diretamente ou indiretamente em seus negócios. Jl }2 Pontos fortes e fracos A seguir, acompanhe alguns dos pontos mais importantes a serem analisados como fortes e fracos na organização: • RECURSOS HUMANOS - Competências, talentos e capacidades dos cola- boradores; políticas e programas de treinamento e capacitação; políticas de remuneração e benefícios; planos de saúde, planos de aposentadoria e assistência à família e outros. • FINANÇAS - Disponibilidade de capital próprio, existência de bens para garantia de empréstimos a longos prazos, maior faci lidade de obter linhas de crédito e recursos financeiros no mercado, bons históricos de situação fiscal, lucro e desempenho financeiro. • OPERAÇÕES - Tecnologia de processo e sistema de produção enxutos e sincronizados (JIP, Jean manufacturing), certificações de qualidade, bons históricos de prazo de entrega, níveis de qualidade, assistência técnica. • DIRETORIA E GERÊNCIA - Liderança, experiência, congruência de valores, habilidades, espírito de equipe, coordenação de esforços. • SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS- Qualidade das informações, SiS- tema de hardware e software, velocidade e resposta, capacidade de expan- são, sistema orientado para o usuário. • PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) - Capacidade, parcerias com cen- tros tecnológicos e universidades, parcerias com empresas estrangeiras, engenharia de produto e processo. • MARKETING - Marca, qualidade e diferenciação do produto, representações e dist ribuições comerciais, tradição e participação no mercado, canais de distribuição, serviços pós-venda, assistência técnica e existência de par- cerias estratégicas. Desse modo, a análise e a avaliação dos pontos fortes e fracos da empresa consiste basicamente em veri ficar todos os recursos, capacidades, equipamentos, procedimentos, tecnologias e os sistemas de organização e trabalho da empresa. Principais características da escola de "design" Existem basicamente sete características que bem definem a escola de design, edi- tadas pela Harvard com base nos escritos de Andrews e Christensen e citados aqui por Mintzberget ai. (2006, p. 32) e mais outros estudiosos colaboradores: b. Sigla para fust in Time. • A formação da estratégia deve ser um processo deliberado e de pensamento consciente - a ação deve fluir da razão, sendo decorrente de um processo de pensamento humano e rigidamente controlado. A formulação da estra- tégia é uma aptidão aprendida formalmente, e não natural ou intuitiva. • A responsabilidade pelo controle e percepção da estratégia deve ser do , principal executivo da organização, que é o estrategista. E o executivo que se posiciona no cume da pirâmide organizacional. • O modelo da formação da estratégia deve ser mantido simples e informal. • As estratégias devem ser únicas e têm de ser sob medida para o caso indi- vidual. Em consequência disso, a escola de design define o processo e o conteúdo das estratégias como sendo um ato criativo para construir os rumos da empresa. • O processo está completo quando as estratégias parecerem plenamente for- muladas de forma perspectiva. Essa premissa oferece pouco espaço para visões incrementalistas ou para estratégias emergentes. • As estratégias devem ser explícitas e, portanto, mantidas de forma simples. Andrews dizia que a simplicidade é a essência da boa arte. • As estratégias somente podem ser implantadas após estarem totalmente formuladas no sentido de serem únicas, desenvolvidas, explícitas e simples. Uma imagem que transmitiu o sentido da escola de design foi a famosa foto de Thomas J. Watson Junior sentado sob uma placa em que estava escrito "Pense", distribuída pela empresa que ele constituiu no final dos anos de 1940, denomi- nada IBM. (2-4) liscola de planejamento A escola de planejamento surgiu ao mesmo tempo que a escola de design, com a influência do livro Corporate Strategy, de H. Igor Ansoff, publicado em 1965. Essa escola aceitou praticamente todas as características da escola de design, formu- lando apenas uma elaborada sequência de etapas planejadas, em vez de seguir o modelo simples e informal. O exemplo de metodologia aplicada pela escola de planejamento proveio de Steiner (citado por Mintzberg et al., 2006), autor do livro Top Management Planníng (1969), representado pelo esquema da Figura 2.1 a seguir: 3.3 34 Figura 2.1 -Modelo Steíner de planejamento estratégico ese os- presa Ava liação de oportunidad problemas internos e extern pontos fortes e fracos da em ~ Valores dos . . prmc1pms executivos Finalidade socioeco· ~ nômica fu ndamenta l organizacional p R E M I s s A ( ) ( ) Estudos de planejamento ~ ' ~ ' ~ ' "' ' t t t Planejamento e planos estratégicos, missões da empresa, objetivos a longo prazo e políticas estratégicas ~ Programas de médio prazo, subobje· ti vos, subpolíticas e subestratégias " Planejamento e plnnos a ( , curto prazo~ metas, proce· dimentos, planos táticos e planos programados ~ Organização para ' implementação de ( , planos ~ .... Revisão e ava liação de ( , planos ( ( , ' ) >, , Testes de p L A N E J A M E N T o viabilidade , ) ) ) ' IMPLEMENTAÇÃO E REVISÃO FONTE: ADAPTADO DE M I N'l'ZBF.RC I!T AL, 2006, P. 46. A escola de planejamento desenvolveu e definiu as hierarquias de estratégia como estratégias corporativas (portfólio), estratégias de negócios e estratégias funcionais. Quanto à gestão e controle, definiu a administração corporativa, de negócio, funcional e operacional. Basicamente, podemos resumir a escola do planejamento em três características básicas. São elas: • As estratégias devem resultar de um processo controlado e consciente de planejamento formal, decomposto em etapas distintas, cada uma delineada por itens de controle e apoiada por técnicas. • A responsabilidade por todo o processo é, em princípio, do principal exe- cutivo e, na prática, dos planejadores. • As estratégias surgem prontas desse processo, devendo ser explicitadas para que possam ser implementadas com atenção detalhada aos objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais de vários tipos. Portanto, na escola de planejamento, os objetivos empresariais é que dirigem a formulação de estra tégias. Estas geram a necessidade da criação de programas, que por sua vez exigem planos de metas e orçamentos, para acompanhamento, controle e redirecionamento dos rumos das estratégias conforme seja necessário. 1 (2.5) liscola de posicionamento A escola de posicionamento foi capaz de criar e aperfeiçoar um conjunto de fer- ramentas analíticas dedicadas a ajustar a estratégia correta às condições vigentes. Como nas outras duas escolas anteriormente analisadas, a formação da estraté- gia continuou a ser vista como um processo controlado e consciente, que pro- duzia estratégias deliberadas e completamente desenvolvidas, a serem tornadas explícitas antes de sua implantação formal. Mintzberg et al. (2006, p. 70) definiram cinco características principais para a escola de posicionamento. São elas: 1. Estratégias são posições genéricas, comuns e identificáveis no mercado; 2. O mercado é econômico e competitivo. 3. O processo de formação de estratégia decorre da seleção dessas posições genéricas com base em cálculos analíticos. 4. Os analistas desempenham papel importante nesse processo, passando os resultados de seus cálculos aos gerentes que oficialmente controlam -as opçoes. 5. As estratégias são desenvolvidas para serem articuladas e implementadas, ou seja, a estrutura do mercado dirige as estratégias posicionais delibera- das, as quais dirigem a estrutura organizacional. Os modelos criados que se tornaram os mais conhecidos e aplicados pelas organizações, e que fazem parte da escola de posicionamento, são: matriz BCG, ciclo de vida do produto, matriz Ansoff, matriz GE e as cinco forças de Porter, que serão vistos no próximo capítulo. 35 f • ~ ' ! i • ! § $ • • ! ( . ) Ponto final Este capítulo apresentou o tema estratégia, abrangendo seus conceitos, limites e acepções. Abordou também os diversos pontos de vista e diferentes concepções de diversos autores sobre o processo de formação estratégica. Detalhou o pensamento das três escolas da linha prescritiva - design, planejamento e posicionamento - , com suas característ icas, vantagens e desvantagens, as quais obedeceram a uma sequência em sua evolução no decorrer dos tempos. Indicações culturais FERNANDES, 8. H. R.; BERTON, L. H. Administração estratégica: da competência empreendedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Saraiva, 2007. Esses autores trabalham os fundamentos da administração estratégica em seus conceitos e nas visões de diversos autores. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, 8.; LAMPEL, }. Safari de estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2000. Obra que detalha todas as visões e escolas do entendimento da estratégia, com suas características e peculiaridades. WRIGHT, P.; KROLL, M.].; PARNELL, J. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000. Esses autores definem muito bem as hierarquias e a terminologia da estratégia, como também da gestão e controle. Atividades 36 1. A palavra estratégia surgiu dos meios militares e foi aplicada nas práticas de gestão da empresa. Correlacione os motivos dessa associação entre as ativi- dades militares e a administração de empresas. 2. Quais os três tipos de estratégia aplicadas nas organizações e quais as caracte- rísticas de cada uma? 3. Quais as principais características da visão est ratégica na escola de design? 4. Quais as principais características da visão estratégica na escola de planejamento? 5. Quais as principais características da visão estratégica na escola de posicionamento? ( 3 ) Como implementar a administração estratégica . i ' a • it " $ • • .. • I t • I i i f • I ~ • f l • i i ' ! l l $ ; j I '} i i i 1 Nestor Alberto Rancich Filho liste capítulo apresenta uma metodologia para o desenvolvimento e a implemetação da administração estratégica nas empresas. Oliveira (2007, p. 23), com base nas experiências em consultoria e treina- mento na área de administração estratégica em várias empresas, dos mais diversos tamanhos e setores de atividades, além de várias pesquisas realizadas, desenvolveu uma metodologia com forte abordagem prática para o desenvolvi- mento e implementação da administração estratégica empresarial. A metodo- logia deste autor possui 6 fases, decompostas em 16 etapas (ver Quadro 3.1), e serve meramente como referência, que deverá ser adaptada ou ajustada para cada empresa em função de sua realidade e, principalmente, do modelo de gestão que a empresa pretenda adotar. 40 Quadro 3.1- Metodologia de desenvolvimento e imple:mentação da administração estratégica FASES ETAPAS 1 - Delineamento do modelo de administra- 1 - Delineamento dos mode- ção estratégica los de administração 2 - Interligação das seis partes do modelo de estratégica e de gestão administração estratégica da empresa 3- Delineamento do modelo de gestão 4 - Interligação dos dois modelos 2 - Desenvolvimento e 5 -Elaboração do plano estratégico 6 - Aplicação do plano estratégico implantação de planeja- 7- Início das análises do desenvolvimento mento estratégico estratégico 3 - Desenvolvimento e 8 - Análise da melhor organização estraté- implantação da organi- gtca para a empresa 9 - Implementação da organização - I • zaçao estrateglCa estratégica 4 - Desenvolvimento e implantação da direção 10- Delineamento da direção estratégica 11 - Implementação da direção estratégica I • estrategtca 5 - Desenvolvimento e 12 - Estruturação do controle estratégico implantação do controle 13- Implementação do controle estratégico estratégico 14 - Estruturação geral do desenvolvimento estratégico 6 - Consolidação do desen- 15- Aplicação final do desenvolvimento volvimento estratégico I ' estrateg1co 16 - Efetivação da implemetação da admi- nistração estra tégica na empresa fONTE: ADAPTADO DEÜUVEIRA, 2007, r. 2.4"35· A fase 1 - delineamento dos modelos de administração estratégica e de ges- tão da empresa - estabelece as etapas 1 e 3 do Quadro 3.1, que consistem em definir o modelo de administração estratégica a ser utilizado pela empresa e o modelo que identifique a abordagem de gestão a ser adotada, inclusive quanto à absorção da administração estratégica da empresa. Esses dois modelos devem atuar de forma interativa, ou seja, cada um contribuindo para a evolução do outro. Podem existir ainda na fase 1 duas etapas complemetares, representadas pelas etapas 2 e 4 do Quadro 3.1. Oliveira (2007, p. 25) considera cinco grandes partes interdependentes e inte- ragentes, com abordagem sistêmica e tratadas de forma unitária e desenvolvi- das de tal forma que visem ao objetivo comum para a empresa: planejamento estratégico; organização estratégica; direção estratégica; controle estratégico ou desenvolvimento estratégico. Essas cinco partes da administração estratégica devem estar contidas, para seu desenvolvimento e implementação, no modelo de gestão definido pela empresa. O modelo de gestão é conceituado por OJjveira (2007, p. 25) como sendo um processo estruturado, interativo e consolidado de desenvolver e operacionalizar as atividades - estratégicas, táticas e operacionais - de planejamento, organiza- ção, direção e controle dos resultados, bem como do processo de mudança pla- nejada, visando ao crescimento e ao desenvolvimento sustentado da empresa. O modelo de gestão e as cinco partes influenciam-se entl·e si dentro de um pro- cesso interativo e estratégico. A seguir, uma ideia de cada uma dessas partes: • PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO- Estabelece a direção a ser seguida pela empresa, visando a um maior grau de interação desta com o ambiente, fatores estes não controláveis pela mesma. • ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA- Consiste na melhor utilização dos recursos da empresa para interagir, ativamente, com as realidades e os cenários do ambiente empresarial. • DIREÇÃO ESTRATÉGICA - Busca obter os melhores resultados nos processos decisórios por meio da supervisão dos recursos alocados de forma intera- tiva com os fatores ambientais e com sinergia nas relações interpessoais. 41 • CoNTROLE ESTRATÉGICO- Consiste no acompanhamento e avaliação per- manente dos resultados do planejamento estratégico. • DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO - Refere-se à mudança planejada no contexto e engajamento da cultura organizacional da empresa, resultante do processo de delineamento e implementação das questões estratégicas. Todos esse cinco componentes ou partes da administração estratégica devem estar constantemente em sintonia e em perfeito equilíbrio. O modelo de gestão pode ser interligado com o planejamento estratégico pelo debate e consolidação dos valores da empresa; com a organização estratégica pela utiliza- ção ou não da governança corporativa, de unidades estratégicas de negócios; com a direção estratégica pelo estilo de liderança idealizada para a empresa; com o con- trole estratégico pelo estabelecimento dos indicadores de desempenho e pela aplica- ção do p-rocesso de autocontrole; e, corno desenvolvimento estratégico pelo próprio debate do modelo de gestão no início do processo, consolidando, dessa forma, uma otimizada mudança planejada com mínima resistência à nova realidade da empresa. (Oliveira, 2007, p. 27) O modelo de gestão deve ser de tal forma que consiga desenvolver e opera- cionalizar as atividades de planejamento, organização, direção e controle estra- tégicos e que promovam o desenvolvimento e crescimento da empresa, bem como uma melhor posição competitiva junto ao mercado. A Figura 3.1 apresenta um modelo de gestão com dez componentes e os res- pectivos instrumentos administrativos considerados os mais importantes por Oliveira em um modelo de gestão. Figura 3.1- Modelo de gestão das empresas e seus componentes COMPONENTES DIRETIVOS COMPONENTES BSTRATIÍCJCOS Planejamento estratégico Qualidade total Marketing total CoM POl\'llNTES ESTRUTURA 1s Estrutura organizacional Informações $Crenc-iais CoMPONllNTES TF.CNOJ.óorcos Produtos e serviços Processos Conhecimentos Liderança Comunicação Supervisão Coordenação Ol!c-isão Ação COMPONENTES ~INANCEJROS • Controladoria • Tesouraria • Jnve-.stlmerlOS COMPONENTES LOGÍSTICOS ) • lnsumos • Processos • lnterações com o mercado COMPONENTES DF. MUDANÇA ' CoMPONENTES OPERACIONAIS ~ • Produção Resistências Postura para resultados Trabalhos em equipe COMPONENTES DB CONTROLE • Indicadores • A<:ompanha.mento • AvaUação • Aprimoramento • Movimentações • Layout industdal COMI'ONilN'TES COMl'ORTAMENTAIS • Capacitação Desempenho Potendal Comportamento Comprometimento fONTE: ÜLI VEIIRA, J.OO'J, 1•. 29. A fase 2, que trata do desenvolvimento e implementação do planejamento estratégico, considera-o corno sendo o componente da administração estratégica que consolida a interação da empresa com todos os fatores externos e que afetam o ambiente empresarial. Esta fase é desenvolv ida em três etapas: ' 1. ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO- E considerado O ponto mais impor- tante e fundamental dos seis componentes da administração estratégica, sendo inclusive o que mais influencia os outros cinco; é também o que apresenta metodologias e técnicas mais estruturadas e consagradas de aplicação entre os seis componentes. ' 2. APLICAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO- E utilizado para estruturar os proces- sos que possibilitarão efetivar e sustentar todas as etapas do planejamento estratégico aplicadas nas variáveis de controle da empresa. 3. INÍCIO DAS ANÁLISES DO DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO - Consiste em trabalhar o futuro da empresa junto com as questões de valores, expectativas, comportamentos e atitudes dos profissionais que nela exercem funções, de tal forma que se obtenha os menores níveis de resistência por parte das pessoas às mudanças, e que haja o comprometimento de todos com o planejamento estratégico previsto, desenvolvido e a ser implementado. A fase 3, proposta por Oliveira (2007, p. 31), que trata do desenvolvimento e implementação da organização estratégica, deve proporcionar toda a sustentação para que a empresa possa alcançar os resultados estabelecidos no planejamento, interligando as variáveis externas (não controláveis) e que podem influenciar a forma organizacional escolhida, com as variáveis internas, que consistem nas atividades, processos, responsabilidades e autoridades dessa mesma empresa. Esta fase pode ser desenvolvida em duas etapas que se interligam: 1. ANÁLISE DA MELHOR ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA PARA A EMPRESA- Nesta etapa ocorre a análise, em um primeiro momento, de todas as estrutura- ções organizacionais que apresentam abordagem mais estratégica, e então é feita a verificação de uma melhor organização a ser aplicada na empresa. A seguir, aplica-se a estruturação organizacional que mais se adapta à realidade atual e futura desejada da empresa e, por último, analisa-se os níveis intermediário e operacional da empresa, como também se ajusta e se adapta uma situação ideal para a realidade da empresa. 2. IMPLEMENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA - Nesta etapa OCOrre a ade- quada capacitação e, principalmente, habilitação e aquisição de competên- cias dos executivos para assumirem os cargos e as funções correspondentes. 43 44 A fase 4 consiste no desenvolvimento e implementação da direção estratégica, que é composta por duas etapas: • delineamento da direção estratégica com envolvimento da participação das pessoas de forma interativa, considerando as variáveis ambientais não controláveis; • implemetação da direção estratégica à luz do planejado. A fase 5 aborda o desenvolvimento e implementação do controle estraté- gico, que consiste na estruturação dos processos de controle e os indicadores de desempenho. A sexta e última fase consiste na consolidação do desenvolvimento estraté- gico, considerado como a sustentação para a administração estratégica e que se compõe em três etapas: 1. estruturação geral do desenvolvimento estratégico; 2. aplicação final do desenvolvimento estratégico; 3. efetivação da implementação da administração estratégica na empresa, no qual se evidencia a administração estratégica como um processo que, como tal, não deve parar nunca. (3.1) ~erenciamento de processo na administração estratégica O processo de desenvolvimento do modelo de gerenciamento dos processos de qualquer organização, tanto de produção como administrativos, teve grande contribuição da gestão de qua !idade desenvolvida pelas organizações japonesas a partir da década de 1950. O método desenvolvido contou com a participação de grandes estudiosos e pensadores da época (Deming, Isikawa, Juran Crosby, entre outros) e culminou em um modelo de gerenciamento do processo como uma ferrramenta padrão, podendo ser utilizada por qualquer pessoa em qual- quer tipo e tamanho de organização. De acordo com Werkema: Em 1950, a ]USE ("Union of japanese Scientists and Engineers") convidou o esta- tístico William Eswards Deming, dos Estados Unidos, para proferir um. seminário sobre controle da qualidade para administradores e engenheiros. Neste seminário forma abordados os seguintes tópicos: utililização do Ciclo PDCA ("Plan Do Check Action") para a melhoria da Qualidade; a importância do entendimento da variabili- dade presente em todos os processos de produção e de serviços; utilização de gráficos de controle para o gerenciamento de processos. (Werkema, 1995, p . 11) A Figura 3.2 apresenta um diagrama dos procedimentos de na gestão de qualquer processo. Tudo se inicia pelo PROCESSO, representado no lado superior esquerdo do diagrama. O conceito desse termo, neste caso, é definido como um conjunto de causas que têm como objetivo produzir um determinado efeito, que é denominado resultado do processo. De acordo com Werkema (1995, p. 16), "um processo é uma combinação dos elementos equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições ambientais, pessoas e informações do processo ou medidas, tendo como objetivo a fabricação de um bem ou o fornecimento de um serviço". Para todo e qualquer processo devemos estabelecer qual a responsabilidade pelos resultados e qual a autoridade do operador do processo sobre as causas do processo. Não podemos exigir responsabilidade de alguém sobre o resultado se ele não tiver autoridade de atuar sobre suas causas. Figura 3.2- Diagrama do gerenciamento do processo- uma.ferramenta para todos Pwccsso ) • • • o • • o • • • • • • • • o • • o o o • o • o -. . ITENS DE CONTROLE Qualidade :I">> I : Causas I EFEITO I : Custo Atendimento Entrega Moral Segurança • • Autoridade Responsabilidade : • • • o o •• o • • • • • • • • • o • • • • o • • • • · Atuar no resultado Está çonformc meta ou padrão? ... , -v 1-...;'-~ Gráficos ou registro " de controles r-_ ~ Continua gerenciando ' v · Remover I Rotina I I Melhoria I sintonia • Analisar " e buscar ' +---1 Relata e registra anomalia causas ' ~ á crônico lvlASP 1. ldenti ficação do problema 2. Observação 3. Análise 4. Plano de ação 5. Ação 6. Verificação 7. Padronização 8. Conclusão PONTE: At>Al'TAOO 06CAMI'OS, 1994· 45 Conforme Campos (1994), todo e qualquer processo pode ser gerenciado e controlado pelos ITENS DE CONTROLE, que verificam e medem a qualidade intrín- seca, o custo, a entrega e a segurança do produto que será fornecido ao cliente, bem como a moral das pessoas que trabalham no processo. Não obstante, um processo é gerenciado pelos itens de contro]e a ele relacionados, os quais devem ser acompanhados e registrados periodicamente. Os resultados do processo são obtidos dentro dos padrões e metas desejadas, dá-se continuidade ao gerencia- mento (mantendo a rotina) e ao mesmo tempo procura-se sempre obter melhores resultados (buscando melhorias). Caso estes não sejam satisfatórios, as anoma- lias são relatadas e registradas, buscando atuar sobre as causas de tal forma a remover e eliminar os sintomas. No momento em que os resultados insatis- fatórios se tornam crônicos (se repetem periodicamente), uma pesquisa mais profunda, denominada Masp (Método de Análise e Soluções de Problemas), é adotada, envolvendo, se for o caso, uma equipe multidiciplinar e especializada nas áreas de conhecimento necessárias para eliminar os sintomas. ( . ) Ponto final Este capítulo apresentou o modelo básico de desenvolvimento e implementação da administração estratégica nas empresas, segundo a metodologia desenvolvida pelo professor Rebouças Oliveira nos trabalhos em assessorias e estudos relacio- nados às empresas. Esta é constituída de 6 grandes fases e 16 etapas. Também foi apresentada, de forma muito simples, a metodologia do gerenciamento de processo do professor Vicente Falconi Campos, consagrada nos resultados dos trabalhos em assessoria desse professor e equipe nos programas de qualidade total com às empresas. Indicações culturais OLIVEIRA, D. de P. R de. Administração estratégica na prática: a competitividade para administrar o futuro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Esse autor, com base nas experiências em consultoria e treinamento na área de administração estratégica em várias empresas dos mais diversos tamanhos e setores de atividades, além de várias pesquisas realizadas, desenvolveu uma metodologia, com forte abordagem prática, para o desenvolvimento e imple- mentação da administração estratégica nas empresas. WERKEMA, M. C. C. TQC - Gestão pela Qualidade Total: ferramentas estatísticas bási- cas para o gerenciamento de processos. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1995. v. 2. (Série Ferramentas da Qualidade). Esse livro apresenta em detalhes o gerenciamento de processo dentro da gestão da qualidade total, corno também todas as ferramentas de aplicação. Atividades 1. Quais são as seis fases componentes do modelo de administração estratégica da metodologia do professor Rebouças de Oliveira? 2. Qual a diferença entre planejamento estratégico e direção estratégica? 3. Qual o significado da terminologia organização estratégica? 4. Qual a vantagem de conceituar processo na administração estratégica como uma relação de causa e efeito? 5. Quais as funções dos itens de controle no gerenciamento do processo? Cite alguns exemplos de itens de controle. 47 . i ' a • it " $ • • .. • I t • I i i f • I ~ • f l • i i ' ! l l $ ; j I '} i i i 1 ( 4 ) Planejamento estratégico . i ' a • it " $ • • .. • I t • I i i f • I ~ • f l • i i ' ! l l $ ; j I '} i i i 1 Nestor Alberto Rancich Filho O planejamento estratégico é o primeiro passo da administra- ção estratégica. Oliveira (2005, p. 73) define-o como sendo uma metodologia administrativa que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa na busca pelo maior grau de interação com o ambiente, no qual estão os fatores externos não controláveis pela organização. Segundo Costa (2007, p. 35), plane- jar o futuro de uma empresa é muito semelhante a planejar a construção de um grande edifício, uma estrada, uma ponte ou qualquer outra obra, pois todos exigem a necessidade de alicerçá-los muito bem no terreno. Os alicerces estra- tégicos de uma organi zação - também denominados propósitos da organização - são constituídos pela visão, missão, abrangência, princípios e valores. Portanto, os propósitos de uma organização são definidos como o conjunto de elementos básicos que caracterizam aquilo que a organização deseja ser no futuro, ou seja, a vontade, o desejo de ser e de agir da empresa. Os propósitos são os impulsos, as motivações maiores que fornecem forças que direcionam a organização para os caminhos que ela escolher. Fernandes e Berton (2007) definem o planejamento estratégico em três etapas: a análise, a formulação e a implantação das estratégias. A Figura 4.1 apresenta as atividades dessas três etapas: Figura 4.1 - Etapas do processo estratégico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..................................................................... . • . . . • . . . . . • . . • • . . • • . . • . . . . . • . . • . . . . . • . • • . • • . . . . . . . . . • . . • • . . • • . . • . . . • . • . . 52 : . . . . . . . • • . ANÁLISE 00 AMBIENTE l\1acroambiente Setorial Econômico Modelo de Porte r Socia l Atratividadc Político Ciclo devida Tecnológico Concorrência / Ameaças e ' ~ oportu nidades NEGÓCIO AMBIENTE X ORGANIZAÇÃO .... , . . • • . . • • . . . . . . . . . . . . . • . . • . . . . • ÜBJETlVOS CBRAIS . ~~~i • • M tSSÃO E . . : : L.....:.V,:::IS;;;;ÃO;:....I . . . . i Pontos fortes e ~- ~pontos fracos . . ANÁUSE DA ORGANIZAÇÃO Cadeia de valor Estratégias genéricas Competências Pontos fortes Pontos fracos ' ESTRATiCIAS , GERAIS Markeling Produção operações Recu rsos Humanos Finanças I ANÁLISE I . . . . • • . . . . . . . . • • . . . . • • . . . . . . • • . . . . . . . . • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • . . . . I FORMULAÇÃO I . . l"'j" N T E G R A í ..s?.. . . .. . . .. . . .. . . .. . . • • .. •• . . .. .. . . . . .. .. . . ; ; ~ IIMPLElvfENTAÇÃO I . . .. .. . . . . . . . . .. . . . . .. . . .. •• .. •• .. .. • • .. . . . . .. . . .. .. .. 'IMPLANTAÇÃO I • . . • . • . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . • . . • • . . . . • . . . . . . . . . • . . . . . . . • . . . . • . . • • . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..................................................................... . A seguir, apresentamos os conceitos de cada uma das atividades do processo e planejamento estratégico. (4.1) Negócio O primeiro passo para dar início ao processo estratégico é entender o negócio da empresa ou organização. De acordo com Fernandes e Berton: Negócio pode ser definido como a arena onde uma organização compete ou, de forma mais ampla, atua. Olhar o conjunto de empresas que atendem um mesmo grupo de clientes, visando satisfazer as necessidades semelhantes desses clientes, com base em tecnologias não muito distintas, pode ser urna pista para se atender o que é um negócio. (Fernandes; Berton, 2007, p. 21-22) Quando uma empresa define seu negócio, ela estabelece o limite de sua atuação. Por exemplo: uma empresa que concebe seu negócio como transporte rodoviário de cargas não se aventurará entrar na área de transporte aéreo. Os autores Fernandes e Berton (2007, p . 23) recomendam que qualquer orga- nização deve conceber seu negócio de forma que este não seja nem tão amplo a ponto de não se orientar para lugar nenhum nem tão específico a ponto de dei- xar passar oportunidades. Acompanhe alguns exemplos para evidenciar essa ideia. Se um negócio de um posto de combustível for definido como "vender gasolina", ficará restrito a comercializar somente gasolina e deixará de gerar valor por meio de outros produtos e serviços de maior valor agregado. Alguns postos de gasolina definem seu negócio como "oferecer conveniências". Outro exemplo é o caso de um banco: caso defina seu negócio como "lucro", estaria sendo extremamente vago e impreciso; se especificar ''poupança ou aplicações financeiras", ficaria limitado. A expressão mais correta e foca da de negócio seria transações financeiras. A definição de negócio sinalizará as principais atividades a serem desen- volvidas pela organização ou empresa. As atividades centrais ou principais recebem mais atenção e são denominadas na terminologia da língua inglesa de core business, cuja tradução significa "negócio central". Uma indústria auto- 5J mobilística que conceba seu negócio como "automovéis de luxo", por exemplo, indiretamente sinalizará importância nas áreas de design, segurança, inovação, sofisticação e qualidade. Fernandes e Berton (2007, p. 28) fornecem algumas recomendações para defi- nir o negócio da organização: • Pense no negócio observando sempre os movimentos dos concorrentes e dos produtos substitutos. Imagine uma produtora de fitas VHS recusando- -se a produzir CDs. • Pense não só no produto, mas nos serviços que este presta ao cliente. • Pense não só no produto, mas no uso dele pelo cliente. • Pense no produto como um meio de satisa fazer o cliente. 54 (4.2) Análise do ambiente A análise do ambiente é a atividade que se segue após a definição do negócio e dos limites de ação. O ambiente estabelece o contexto histórico e espacial em que a organização atua. Fernandes e Berton (200'i'j p. 31) afirmam que a aná- lise do ambiente constitui uma das principais etapas da administração estraté- gica, já que seu monitoramento pode identificar riscos e oportunidades para a empresa. O ambiente, para efeitos de planejamento e administração estratégica, é dividido em dois níveis: • Ambiente geral - ou macroambiente - , relativo às grandes forças externas que influenciam a organização; • Ambiente operacional- ou setorial-, mais próximo da organização, consti- tuído por seus clientes, fornecedores, concorrentes imediatos, entre outros. Muitas vezes, na prática, esses ambientes se interpenetram e consequente- mente não se distingue a diferença entre um e outro. Entretanto, considerá-los de forma separada ajuda e facilita a compreensão mental e melhor possibilita o desenvolvimento das estratégias específicas. A Figura 4.2 apresenta a represen- tação da organização e dos ambientes geral e operacional. Figura 4.2- Níveis de análise do ambiente AMBIENTE GERAL AMBIENTE OPERACiONAL Social Econômico A ORGANIZAÇÃO .... Mercado Gestão Fornecedor Tecnologia r- Marketing Finanças .... Mão de obra Pessoas Concorrência Produção r- Tl -Legal I I Tecnológico Cliente - I Político I fONTE: ADAPTADO DE FERNANDES; BERTON, 2007, P. ) 4• (4.3) Ambiente geral O ambiente geral, também denominado de macroambiente, refere-se às amplas questões do universo social, econômico, político, tecnológico e legal, que as empresas muito pouco conseguem influenciar individualmente, porém são fato- res que as influeciam diretamente. O Quadro 4.1 apresenta alguns dos principais fatores do macroambiente que interferem nas organizações. Quadro 4.1 -Fatores do macroambien.te que interferem nas organizações ECONÔMICOS TECNOLÓGICOS SOCIAIS PoLÍTrcos E LEGAIS · PIB • Computadores • Preocupações • Leis • Inflação • Internet com saúde, tributárias • Poder • Robótica estética, • Incentivos aquisitivo • Fibras óticas ecologia fiscais • Renda per • Biotecnologia • Longevidade • Mudanças da c apita • Eletrônica humana legislação • Políticas de embarcada • Taxas de • Monopólios e crédito Inteligência nascimento -• concessoes • Taxas de artificial • Mulher atuan- • Leis de . do mais no proteção JUrOS • Taxas de mercado de ambiental câmbio trabalho • Leis • Taxas de • Melhor nível trabalhistas desemprego educacional • Aumento nas taxas de violência FoNTe: A oAr·rAoo oE \•VK ICHT; Kn.o t t ; PARNELL, 2ooo, r. 58. (4-4) Ambiente operacional O professor Michel Porter, da Harvard University, dos Estados Unidos da América, é uma das principais autoridades em análise setorial. Porter realizou vários estudos e pesquisas sobre o tema e concebeu, em 1979, cinco forças que determinam a competição e, consequentemente, o potencial de lucro de um setor. A análise dessas cinco forças deve ser estudada para o ambiente operacional de 55 cada setor para que seja possível desenvolver um planejamento estratégico efi- ciente. Acompanhe, a seguir, as cinco forças de Porter: Primeira força: Intensidade da rivalidade entre os concorrentes A intensidade da concorrência de um setor afeta na redução dos preços e, por consequência, na lucratividade do setor. A disputa por melhor posição no mer- cado é obtida pela concorrência de preços, batalhas de publicidade, inserção de fatores inovadores nos produtos ou serviços, qualidade do produto, garantia e assistência técnica. A concorrência de preços é altamente vantajosa para os con- sumidores, mas, por outro lado, se for muito acirrada, pode deixar toda a indús- tria em pior situação do ponto de vista da rentabilidade. Todavia, a batalha de publicidade pode expandir a demanda. Segunda força: Poder de barganha dos fornecedores Fornecedores de todos os tipos, tais como os de matérias-primas, insumos, com- ponentes, inclusive mão de obra, podem comprimir a lucratividade de um setor, por este ser incapaz de repassar os aumentos de custos para os preços. A seguir, algumas considerações que tornam os fornecedores poderosos: • diferenciação e importância dos insumos dos fornecedores para os compradores; • custos de mudança dos fornecedores e empresas do segmento industrial; • inexistência de produtos ou insumos substitutos para os compradores; • controle considerável sobre os preços devido à concentração de fornecedores; • falta de volume para os fornecedores pelo setor que compra; • os fornecedores representam uma ameaça consistente de integração para a frente, ou seja, eles podem entrar na manufatura por meio dos canais de distribuição ou depósitos e pontos de venda no varejo, e dessa forma terão poder considerável sobre os compradores. Terceira força: Poder de barganha dos compradores Os compradores podem diminuir a lucratividade do setor exigindo qu alidade mais alta ou mais valor agregado e colocando as empresas fornecedoras umas contra as outras. Os compradores têm poder nas seguintes situações: • ao comprar em grandes quantidades em relação ao total das vendas do setor; • quando adquirem insumos que representam porcentagem significativa de seus custos, pressionando os fornecedores a baixarem os preços; • ao adquirir produtos padronizados, sem diferenciação, fornecidos por muitos; compradores, então, pressionam preços, colocando os fornecedo- res uns contra o outros; • quando compradores com lucros baixos criam pressão para reduzir os custos de compras; • no momento em que os compradores ameaçam integração para trás, tor- nando-se os próprios fornecedores; • quando o produto do setor tem importância relativamente pequena para a qualidade dos produtos e serviços do comprador; • quando compradores são muito bem informados sobre a demanda do mer- cado, preços praticados em todo o mundo e os custos do fornecedor, e assim possuem maior poder de barganha junto aos fornecedores. Quarta força: Ameaças de novos entrantes Quando um setor recebe novos concorrentes, a sua capacidade produtiva de oferta aumenta. Se o mercado não estiver crescendo rapidamente, um novo concorrente intensifica a luta pela participação ou fatia de mercado, reduzindo assim os preços e, consequentemente, a lucratividade do setor. A probabilidade de novas empresas entrarem em um setor depende de dois fatores: retaliação esperada pelos concorrentes existentes e barreiras de entradas. Quinta força: Ameaças de produtos ou serviços substitutos Todas as empresas de um mesmo setor estão competindo, em termos amplos, com indústrias que fabricam produtos substitutos. A identificação de produ- tos substitutos é alcançada por meio de pesquisas na busca de outros produtos que possam desempenhar a mesma função da que aquele já produziu. Alguns exemplos desse caso: a) produtos plásticos em substituição a produtos metá- licos ou de vidro; b) chinelo de plástico Rider em substituição ao chinelo de borracha Havaianas; c) alarmes eletrônicos de segurança em substituição ao vigilante noturno e outros. (4.5) Análise da organização A última atividade de análise diz respeito aos fatores internos da empresa e con- siste em avaliar as qualidades e deficiências, ou seja, os pontos fortes e fracos 57 determinados com relação à posição atual de seus produtos perante o seu mer- cado de atuação. Fernandes e Berton (2007, p. 96) evidenciam que a análise do ambiente interno da organização segue quatro etapas:
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