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Os jogos da realidade corporativa - Maria Rita Gramigna

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Os jogos da realidade corporativa
Por Patrícia Bispo para o RH.com.br 
Patrícia Bispo
Formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap. Atuou durante dez anos em Assessoria Política, especificamente na Câmara Municipal do Recife e na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Atualmente, trabalha na Atodigital.com, sendo jornalista responsável pelos sites: www.rh.com.br, www.portodegalinhas.com.br e www.guiatamandare.com.br. 
+ textos de Patrícia Bispo
As ferramentas corporativas tornaram-se valiosas aliadas para a área de Recursos Humanos, afinal muitas delas permitem que se faça uma análise do clima organizacional, identifiquem-se as competências fortes ou as que precisam ser trabalhadas por um profissional ou, então, saber em que ações específicas a empresa precisa investir para tornar as equipes mais motivadas. Dentre os recursos utilizados pelos profissionais de RH e gestores de pessoas encontram-se os jogos de empresa – metodologias que alinham os princípios dos jogos, mas que ao invés de culminarem em um “vencedor” são utilizadas com os objetivos de desenvolver indicadores de competências e identificar perfis. “Esses jogos também podem ser usados como instrumento de integração entre áreas, conscientização de papéis e realização de diagnósticos do clima”, comenta Maria Rita Gramigna, pedagoga e consultora organizacional e autora dos livros “Jogos de Empresas e Técnicas Vivenciais” e “Jogos de Empresas”, esse último já em sua segunda edição. Em entrevista concedida ao RH.com.br, Maria Rita alerta para as conseqüências que a utilização indevida desses jogos trazem às organizações e os cuidados que devem ser tomados pelo facilitador antes de utilizar uma determinada metodologia. Se você pretende aplicar os jogos de empresa em alguma equipe, essa entrevista certamente é do seu interesse. Aproveite a leitura! 
RH.COM.BR - Qual o conceito de jogos de empresa?
Maria Rita Gramigna - O jogo de empresa é uma metodologia que usa os princípios do jogo puro. A partir da formação de equipes, oferecemos desafios a serem superados, apontamos as regras de funcionamento que determinam o que é permitido e proibido, delimitamos espaços, tempo e estimulamos o cumprimento de objetivos e metas. As decisões são de responsabilidade dos participantes e o aplicador, atua como facilitador do processo. O jogo de empresa prevê pontuação para as performances dos jogadores e discussão posterior através do CAV (Ciclo da Aprendizagem Vivencial). Neste momento, são estabelecidos links da realidade empresarial e com o cotidiano dos participantes, possibilitando mudanças e aprendizados. 
RH - Em que situações os jogos de empresas devem ser utilizados?
Maria Rita Gramigna - O jogo de empresa pode ser aplicado em diversas situações, dentre as quais se destacam: no treinamento e desenvolvimento com foco em indicadores de competências; em programas de integração de áreas; durante seminários de desenvolvimento de lideranças com o objetivo de conscientização de papéis; nos programas de desenvolvimento de equipes; na identificação de perfis - em processos seletivos e formação de bancos de potenciais; na dinamização de convenções e eventos de grande porte. 
RH – Em que casos a Sra. não aconselharia o uso dos jogos de empresas?
Maria Rita Gramigna - Existem três situações que merecem cuidados e atenção especial na aplicação dos jogos. A primeira situação ocorre quando os profissionais responsáveis pelo programa não dominam a metodologia. Neste caso há duas opções: terceirizar a atividade ou preparar a equipe interna para o uso da ferramenta. Outro caso que merece muita atenção acontece quando o tempo é insuficiente para aplicar a metodologia em todas as suas fases. Quando isto ocorrer existe a possibilidade de reprogramar as atividades para incluir o jogo de empresa ou optar pela não inclusão do mesmo no programa. Uma terceira situação, não aconselhável à utilização dos jogos, é quando a cultura da empresa não é favorável às atividades lúdicas e vivenciais. Neste caso, a inclusão dos jogos e das atividades vivenciais deve ser feita aos poucos, ou seja, introduzindo pequenas atividades práticas até formar a cultura da inovação nesses eventos. 
RH - Quais as vantagens que os jogos de empresas oferecem em relação a outras ferramentas utilizadas no meio organizacional?
Maria Rita Gramigna - A principal vantagem é a possibilidade de mudar comportamentos e adquirir competências através da prática simulada, onde as sanções da realidade não estão presentes. Desta forma, o participante poderá aprender com os erros e realinhar sua forma de agir a partir da vivência simulada. Os cenários simulados inerentes aos jogos são bastante similares à realidade empresarial. Desta forma, é possível transferir o que foi vivenciado para o dia-a-dia na empresa. 
RH - Quem está apto para aplicar essas metodologias?
Maria Rita Gramigna - Qualquer profissional que está acostumado a lidar com grupos e que tenha a formação específica para o uso da metodologia. Esta formação poderá ser feita através de participação em cursos sobre o tema, leituras, aplicação dos jogos aprendidos em pequenos grupos - a título de projeto-piloto, e principalmente elaborar o plano de aplicação que prevê: a definição dos objetivos da atividade; o desenho do cenário e das regras do jogo em função dos objetivos a alcançar e tempo destinado à atividade; a preparação dos recursos como roteiros, slides, materiais de aplicação, entre outros; a seleção de textos referentes ao tema central do jogo para enriquecimento do mesmo. 
RH - Por que os jogos de empresas podem ser usados na integração de equipes?
Maria Rita Gramigna - Por serem atividades que apresentam desafios a serem superados em equipe e porque permitem uma interação muito forte entre as pessoas. O jogo estimula a cooperação, a comunicação assertiva, o bom relacionamento, a ação compartilhada e o esforço do grupo para atingir um objetivo comum. Estes são alguns dos indicadores de um time de sucesso. 
RH - A aplicação dos jogos de empresas é suficiente para fortalecer a integração das equipes ou outras ações são necessárias?
Maria Rita Gramigna - O jogo é uma ferramenta que influencia a integração das equipes. O alcance deste objetivo é facilitado quando há uma seqüência de intervenções após o evento de desenvolvimento ou treinamento. Os líderes devem ser sensibilizados para apoiar as iniciativas dos participantes e precisam promover um clima favorável à integração. De nada adiantará uma turma sair motivada e integrada de um evento e, ao chegar à sua área, encontrar um líder desagregador. Neste caso, a postura do líder é fundamental. 
RH - A utilização dos jogos de empresas auxiliam a gestão de conflitos?
Maria Rita Gramigna - Um jogo de empresa pode ser a ferramenta que faz aflorar o que não está bem em uma equipe e orientar a abordagem para o processo de administração de conflitos. Geralmente, quando há uma quebra de contrato em determinado grupo surgem os conflitos. Estes podem ficar latentes, tendo como resultado comportamentos e atitudes agressivas ou pouco assertivas. Durante a interação das pessoas em um jogo, surgem as pistas do conflito. O facilitador preparado poderá, então, conduzir o processo de identificação dos conflitos e tratá-los de forma adequada. 
RH - Os jogos de empresa podem tornar-se uma 'faca de dois gumes'?
Maria Rita Gramigna - Se mal aplicados ou usados de forma inconseqüente, podem gerar resultados desastrosos. A boa escolha, levando em consideração os objetivos, o público-alvo, a cultura do grupo e a experiência do facilitador evitam o insucesso. Seguir a metodologia de aplicação na condução dos jogos é outro fator fundamental. É muito comum preencher espaços mal planejados inserindo um “joguinho” de meia hora, o que só faz queimar uma ferramenta tão poderosa. Minha sugestão é deixar o espaço ocioso para promover a networking entre as pessoas ou ceder o tempo para o grupo descansar. Desta forma podemos evitar que as pessoasparticipem de uma atividade na qual não vão extrair um aprendizado. 
RH - Então, antes de aplicar esse tipo de ferramenta o facilitador deve tomar alguns cuidados?
Maria Rita Gramigna - Além do que já mencionei anteriormente como, por exemplo, adequação aos objetivos, ao tempo e à clientela, o facilitador deverá tomar alguns cuidados ao aplicar um jogo. Esses cuidados incluem: escolher aquele que permita modelar a realidade que se quer trabalhar; definir o sistema de papéis a ser inserido no cenário do jogo; determinar regras claras de participação; planejar a seqüência do jogo de forma a torná-lo envolvente e lúdico; preparar um check-list com todos os recursos necessários à sua aplicação. 
RH - Durante a aplicação dos jogos de empresa, é aconselhável que o profissional de RH esteja presente ao processo?
Maria Rita Gramigna - No caso de um evento onde o facilitador é um profissional terceirizado é aconselhável que alguém da área de Recursos Humanos da empresa acompanhe o processo e dê apoio durante as atividades. A parceria entre as partes é essencial para o alcance de resultados. Se o programa foi estruturado a partir das informações geradas pela área de Recursos Humanos para o consultor, o ganho para as partes é certo.
Entrevista extraída do site: WWW.RH.COM.BR

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