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Nota de Aula IED2

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NOTAS DE AULA 
SUMÁRIO 
 
14/11/2011
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II 
Profª. Miriam Parreiras de Souza 
05/08/2011 ....... 1 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II ....................................... 1 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................. 1 
06/08/2011 ....... 1 
TRABALHO – INDIVIDUAL – 3 PONTOS ........................................... 1 
12/08/2011 ....... 1 
NORMA JURÍDICA ......................................................................... 1 
1 Conceito de norma jurídica .......................................................... 1 
2 Estrutura da norma jurídica ......................................................... 1 
2.1 Kant ................................................................................................................. 1 
2.1.1 Imperativo (Norma) categórico - Kant ................................................................ 1 
2.1.2 Imperativo (Norma) hipotético - Kant ................................................................. 1 
2.2 Kelsen .............................................................................................................. 1 
2.2.1 Norma primária - kelsen ..................................................................................... 1 
2.2.2 Norma secundária – Kelsen ............................................................................... 1 
2.3 Críticas a essa definição dupla da norma - Bobbio ......................................... 2 
3 Elementos da norma jurídica ....................................................... 2 
3.1 Bilateralidade ................................................................................................... 2 
3.2 Generalidade (pessoas em geral) ................................................................... 2 
3.3 Abstratividade (situações em geral) ................................................................ 2 
3.4 Imperatividade (obrigatoriedade) ..................................................................... 2 
3.5 Coercibilidade .................................................................................................. 2 
3.5.1 A coação é elemento essencial ao Direito? ....................................................... 2 
3.5.1.1 Não ........................................................................................................................ 2 
3.5.1.1 Sim ........................................................................................................................ 3 
13/08/2011 ....... 3 
4 Critérios de Valoração da Norma Jurídica - Bobbio ........................ 3 
4.1 Justiça .............................................................................................................. 3 
4.2 Validade ........................................................................................................... 3 
4.2.1 Autoridade .......................................................................................................... 3 
4.2.2 Ab-rogação......................................................................................................... 3 
4.2.3 incompatibilidade ............................................................................................... 3 
4.3 Eficácia ............................................................................................................ 3 
5. Teorias Reducionais .................................................................. 3 
5.1 Direito natural/jusnatural – Validade: justiça ................................................... 3 
5.2 Positivismo Jurídico – Justiça: validade .......................................................... 4 
5.3 Realismo jurídico – Validade: eficácia ............................................................. 4 
19/08/2011 ....... 4 
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO .......................................... 4 
1. A unidade do ordenamento jurídico ............................................. 4 
1.1 Fontes do Direito ............................................................................................. 4 
1.1.1 Fontes materiais ................................................................................................. 5 
1.1.2 Fontes Formais .................................................................................................. 5 
1.1.2.1 Fontes Formais Originárias ........................................................................................ 5 
1.1.2.2 Fontes Formais Derivadas .......................................................................................... 5 
2 As normas que constituem um ordenamento jurídico não 
derivam de uma única fonte. .......................................................... 5 
3 As fontes do Direito. ................................................................... 5 
20/08/2011 ....... 6 
4 Construção escalonada do ordenamento ...................................... 6 
4.1 Teoria da construção escalonada do ordenamento: Kelsen ........................... 6 
5 Limites materiais e limites formais ............................................... 6 
5.1 Limites materiais .............................................................................................. 6 
5.1.1 Limite material positivo ....................................................................................... 6 
5.1.2 Limite material negativo ..................................................................................... 6 
5.2 Limites formais................................................................................................. 6 
26/08/2011 ....... 7 
Exercício preparatório para a prova – Valor 3 pontos ....................... 7 
27/08/2011 ....... 7 
Reunião da professora com a Coordenação-PUC ............................. 7 
02/09/2011 ....... 7 
Prova individual – 25 pontos .......................................................... 7 
03/09/2011........ 8 
10/09/2011........ 8 
COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO ................................... 8 
1 Ordenamento Jurídico como Sistema ........................................... 8 
2 Três Significados de Sistema ....................................................... 8 
2.1 Sistema Dedutivo............................................................................................. 8 
2.2 Ordenamento Indutivo - Savigny ..................................................................... 8 
2.3 Ordenamento Jurídico ..................................................................................... 8 
3 As Antinomias ............................................................................ 8 
3.1 Antinomia entre normas jurídicas .................................................................... 8 
3.2 Âmbito de validade .......................................................................................... 8 
3.2.1 Temporal ............................................................................................................ 8 
3.2.2 Espacial .............................................................................................................. 8 
3.2.3 pessoal ............................................................................................................... 8 
3.2.4 material (assunto) ............................................................................................... 8 
4 Vários Tipos de Antinomias ......................................................... 8 
4.1 Antinomia total-total ......................................................................................... 8 
4.2 Antinomia parcial-parcial ................................................................................. 8 
4.3 Antinomia total-parcial ..................................................................................... 8 
4.4 Antinomias impróprias .....................................................................................9 
4.5 Antinomia de avaliação.................................................................................... 9 
4.6 Antinomia teleológica....................................................................................... 9 
5 Critérios para a Solução das Antinomias ...................................... 9 
5.1 Antinomias Aparentes (Solúveis) .................................................................... 9 
5.2 Antinomias Reais (Insolúveis) ......................................................................... 9 
5.3 Regras fundamentais para solução de antinomias ......................................... 9 
5.3.1 Critério cronológico ............................................................................................. 9 
5.3.1 Critério Hierárquico ............................................................................................. 9 
5.3.1 Critério da especialidade .................................................................................... 9 
6 Insuficiência dos Critérios ........................................................... 9 
6.1. Utilizar do Critério das Formas (1ª alternativa) ............................................... 9 
6.2. Utilizar Técnicas Hermenêuticas .................................................................... 9 
6.2.1 Eliminar uma norma: interpretação ab-rogante .................................................. 9 
6.2.2 Eliminar as duas (Dupla ab-rogação) ............................................................... 10 
6.2.3 Conservar as duas ........................................................................................... 10 
7 Conflito dos Critérios ................................................................ 10 
7.1 Antinomias De Segundo Grau ....................................................................... 10 
7.1.1 Conflito entre o critério hierárquico e o cronológico .......................................... 10 
7.1.2 Conflito entre o critério da especialidade e o cronológico................................. 10 
7.1.3 Conflito entre o critério hierárquico e o da especialidade ................................. 10 
8 O Dever da Coerência................................................................ 10 
09/09/2011...... 10 
Correção da prova aplicada em 02/09/2011 .................................... 10 
10/09/2011...... 10 
COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – REVISÃO DA 
AULA ......................................................................................... 10 
16/09/2011...... 11 
Professora estava com enxaqueca ................................................ 11 
17/09/2011...... 11 
COMPLETUDE DO ORDENAMENTO JURÍDICO .............................. 11 
1 O problema das lacunas ............................................................ 11 
1.1 Incoerência x incompletude ........................................................................... 11 
1.2 O ordenamento jurídico é coerente e completo? .......................................... 11 
2 O dogma da completude ............................................................ 11 
2.1 Escola exegética............................................................................................ 11 
3. A crítica da completude ............................................................ 11 
3.1 Escola do direito livre..................................................................................... 11 
3.2 Críticas à escola do direito livre ..................................................................... 12 
4 Teoria do espaço jurídico vazio .................................................. 12 
4.1 Novos fundamentos do positivismo jurídico .................................................. 12 
4.2 Crítica a teoria do espaço jurídico vazio ........................................................ 12 
SUMÁRIO - IED II 
 
 
ii 
5 Teoria da norma geral exclusiva................................................. 12 
5.1 Norma geral exclusiva ................................................................................... 12 
5.2 Crítica à teoria da norma geral exclusiva ...................................................... 12 
6 As lacunas ideológicas ............................................................. 13 
7 Vários tipos de lacunas ............................................................. 13 
7.1 Lacuna própria ............................................................................................... 13 
7.2 Lacuna imprópria ........................................................................................... 13 
7.3 Lacuna objetivas x subjetivas ........................................................................ 13 
7.4 Lacunas praeter legem .................................................................................. 13 
7.5 Lacunas intra legem ...................................................................................... 13 
8 Heterointegração e auto-integração ............................................ 13 
8.1 Heterointegração ........................................................................................... 13 
8.2 Auto-integração ............................................................................................. 14 
9 Analogia .................................................................................. 14 
9.1 Analogia legis x analogia iures x interpretação extensiva ............................. 14 
10. Os princípios gerais do Direito ................................................ 14 
Referências ................................................................................ 14 
23/09/2011 
24/09/2011 ..... 15 
TRABALHO: O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS ......... 15 
O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS: TESE DO JUIZ 
TATTING, J. ................................................................................ 15 
1 O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA ............................ 15 
2 REFERÊNCIAS TEÓRICAS ......................................................... 15 
2.1 Direito natural ................................................................................................ 15 
2.2 Positivismo jurídico ........................................................................................ 15 
3 VOTO DE JUIZ TATTING ............................................................ 16 
3.1 Análise geral do voto ..................................................................................... 16 
3.2 Análise crítica do voto.................................................................................... 16 
30/09/2011 ..... 17 
AS RELAÇÕES ENTRE OS ORDENAMENTOS JURÍDICOS .............. 17 
1 A pluralidade dos ordenamentos................................................ 17 
1.1 Monismo Jurídico........................................................................................... 17 
1.2 Pluralismo Jurídico ........................................................................................ 17 
1.2.1 Estatal ou Nacional: ......................................................................................... 17 
1.2.2 Institucional ...................................................................................................... 17 
1.3 Ordenamentos não-estatais: ......................................................................... 17 
1.4 Universalismo Jurídico................................................................................... 17 
2 Vários tipos de relação ente ordenamentos ................................ 17 
2.1 Diferente grau de validade ............................................................................ 17 
2.1.1 Relações de coordenação:............................................................................... 17 
2.1.2 Relações de subordinação ............................................................................... 17 
2.2 Extensão recíproca ........................................................................................17 
2.2.1 Exclusão total ................................................................................................... 17 
2.2.2 Inclusão total .................................................................................................... 18 
2.2.3 Validade espacial ............................................................................................. 18 
2.2.4 Validade material ............................................................................................. 18 
2.2.5 Exclusão parcial e inclusão parcial .................................................................. 18 
2.3 Validade de outros ordenamentos ................................................................. 18 
2.3.1 Indiferença ....................................................................................................... 18 
2.3.2 Recusa ............................................................................................................. 18 
2.3.3 Absorção .......................................................................................................... 18 
3 Estado e ordenamento menores................................................. 18 
3.1 Ordenamentos menores ................................................................................ 18 
3.2 Recepção ....................................................................................................... 18 
3.3 Reenvio .......................................................................................................... 18 
3.4. Recusa .......................................................................................................... 18 
4 Relações entre os ordenamentos conforme o âmbito de 
validade ...................................................................................... 18 
4.1 Relações temporais ....................................................................................... 18 
4.2 Relações espaciais ........................................................................................ 18 
4.3 Relações materiais ........................................................................................ 18 
01/10/2011 ..... 19 
LICC – DEC. 4.657/42 – PARTE 1 ................................................... 19 
1 Vigência das leis....................................................................... 21 
1.1 Lei Complementar 95/98 ............................................................................... 21 
1.2 Finalidade do prazo para vigência ................................................................. 21 
1.3 Vacatio Legis ................................................................................................. 21 
1.4 Lei brasileira a ser aplicada no exterior ......................................................... 21 
1.5 Erros na publicação das leis .......................................................................... 21 
1.6 Período de vigência das leis .......................................................................... 21 
1.7 Cessação das leis por causas intrínsecas .................................................... 21 
1.7.1 Decurso do tempo de vigência nela estabelecido. ........................................... 21 
1.7.2 Consecução do fim a que se propõe. ............................................................... 21 
1.7.3 Cessação do estado de coisas não permanentes. ........................................... 21 
2 Revogação das leis ................................................................... 21 
2.1 Ab-rogação .................................................................................................... 21 
2.2 Derrogação .................................................................................................... 21 
2.3 Revogação expressa ..................................................................................... 21 
2.4 Revogação tácita ........................................................................................... 21 
2.5 Repristinação ................................................................................................. 21 
3 Obrigatoriedade das leis ............................................................ 21 
4 Métodos de integração do ordenamento jurídico ......................... 21 
4.1 Analogia ......................................................................................................... 21 
4.2 Costumes ....................................................................................................... 21 
4.3 Princípios gerais do direito ............................................................................ 21 
07/10/2011 
08/10/2011...... 22 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE.......................................... 22 
CASO 01 – PATERNIDADE INEXISTENTE ...................................... 22 
14/10/2011...... 23 
LICC – DEC. 4.657/42 – PARTE 2 ................................................... 23 
5 Hermenêutica ........................................................................... 23 
5.1 Hermenêutica x Interpretação ....................................................................... 23 
5.2 Métodos de Interpretação .............................................................................. 23 
5.2.1 Quanto às Fontes ............................................................................................. 23 
5.2.2 Quanto aos Meios ............................................................................................ 23 
5.2.3 Quanto à Amplitude .......................................................................................... 23 
15/10/2011...... 23 
6 Eficácia da Lei no Tempo ........................................................... 23 
6.1 Princípio da Irretroatividade das Leis ............................................................ 23 
6.2 Matéria Processual ........................................................................................ 23 
6.3 Direito Penal .................................................................................................. 23 
6.4 Ato Jurídico Perfeito ...................................................................................... 23 
6.5 Direito Adquirido ............................................................................................ 24 
6.6 coisa julgada .................................................................................................. 24 
6.6.1 Coisa Julgada Formal ....................................................................................... 24 
6.6.2 Coisa Julgada Material ..................................................................................... 24 
7 Eficácia da Lei no Espaço .......................................................... 24 
8 Impedimentos de Casamento no Brasil ....................................... 24 
21/10/2011...... 25 
TRABALHO EM GRUPO – 4 PESSOAS – 4 PTS .............................. 25 
Revisão para prova do dia 4 de novembro ..................................... 25 
22/10/2011...... 26 
ENEM ......................................................................................... 26 
28/10/2011...... 26 
Estudo para a prova de D. Penal I ................................................. 26 
29/10/2011...... 27 
LICC – DEC. 4.657/42 ................................................................... 27 
9 Casamentos ............................................................................. 27 
10 Domicílio ................................................................................ 27 
11 Bens ...................................................................................... 27 
12 Obrigações ............................................................................. 27 
13 Sucessão ............................................................................... 27 
14 Organizações ..........................................................................28 
15 Diversos ................................................................................. 28 
04/11/2011...... 28 
Prova individual – 25 pontos ........................................................ 28 
05/11/2011...... 28 
Professora não veio ..................................................................... 28 
11/11/2011...... 28 
Prova Supletiva – 25 pontos ........................................................ 28 
12/11/2011...... 28 
LICC – DEC. 4.657/42 ................................................................... 28 
Resumo ...................................................................................... 28 
18/11/2011...... 28 
Livre – Professora no Congresso .................................................. 28 
19/11/2011...... 28 
Prova Global – 30 pontos ............................................................. 28 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
1 
05/08/2011 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
FULLERO, Lon L. Caso dos Exploradores de Caverna. Porto 
Alegre: Fabris, 1976. 
BOBBIO, Noberto. Teoria da norma juridica. São Paulo: Edipro, 
2008. 192 pág. 
BOBBIO, Noberto. Teoria do ordenamento jurídico, 10º Ed. Brasília: 
Ed. UNB, 1999, 184 pág. 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermeneutica e aplicação do direito, 19º 
Ed, Rio de Janeiro: Forense, 2001, 342 pág. 
MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da 
existência, 12º ed. - São Paulo: Saraiva, 2003, 237 pág. 
 
 
06/08/2011 
 
TRABALHO – INDIVIDUAL – 3 PONTOS 
Tendo como fundamento o papel da sociedade na construção do 
Direito, faça uma análise crítica sobre a regulamentação das uniões 
homo-afetivas. 
Noções gerais para o trabalho: A relação entre o Direito e a 
sociedade apresenta um duplo sentido de adaptação: de um lado, o 
ordenamento jurídico é elaborado como processo de adaptação 
social. De outro lado, o direito estabelecido cria a necessidade de o 
povo adaptar o seu comportamento nos novos padrões de 
convivência. 
12/08/2011 
NORMA JURÍDICA 
1 Conceito de norma jurídica 
A norma jurídica exerce o papel de ser o instrumento de definição 
da conduta exigida pelo Estado. Ela esclarece ao agente como e 
quando agir. 
As normas jurídicas são padrões de conduta ou de organização 
social impostos pelo Estado, para que seja possível a 
convivência dos homens em sociedade – Paulo Nader. 
A norma jurídica é uma estrutura proposicional enunciativa de 
uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida 
de maneira objetiva e obrigatória – Miguel Reale. 
A Lei (espécie de norma jurídica) é apenas uma das formas de 
expressão e revelação da norma jurídica, que por sua vez também 
se manifesta através das outras fontes do Direito. 
A Norma Jurídica (gênero) é o conjunto das fontes do Direito. 
Norma Jurídica é gênero, do qual a lei é uma espécie. No gênero 
norma jurídica estão incluídas varias espécies, tais como: princípios, 
jurisprudência, etc... 
Um conjunto de normas jurídicas (ramos do Direito) = ordenamento 
jurídico. 
Norma jurídica = regra jurídica. 
 
2 Estrutura da norma jurídica 
2.1 Kant 
Distinção Kantiana sobre imperativos. 
 
2.1.1 Imperativo (Norma) categórico - Kant 
Obriga de maneira incondicional, pois a conduta é sempre 
necessária – É própria dos preceitos morais. 
Exemplo: Obrigação natural de cuidar dos filhos 
 
2.1.2 Imperativo (Norma) hipotético - Kant 
Impõe-se de acordo com as condições especificadas na própria 
norma, como meio para alcançar alguma coisa que se pretende – 
Relativas às normas jurídicas. 
 
2.2 Kelsen 
Em determinadas circunstâncias, um determinado sujeito deve 
observar tal ou qual conduta; se não a observa, outro sujeito, órgão 
do Estado, deve aplicar ao infrator uma sanção. 
 
2.2.1 Norma primária - kelsen 
Define o dever jurídico em face (razão) de determinada situação de 
fato. 
Para determinar o dever jurídico tem-se que analisar o fato. 
FATO OBRIGAÇÃO (NP) 
Filho menor Pais: cuidar do filho 
Existência do empregador Pagar o salário 
Descumprimento a NP �– sanção/ pena (NS) 
 
2.2.2 Norma secundária – Kelsen 
Estabelece uma sanção para a hipótese de violação do dever 
jurídico. Ou seja ela impõe uma pena em caso de descumprimento 
do dever jurídico. 
Exemplo: pai deve pagar pensão para o filho. Em caso de 
descumprimento, sofrerá uma sanção. 
 
2 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
2.3 Críticas a essa definição dupla da norma - Bobbio 
A norma não oferece alternativa para o destinatário: adotar a 
conduta definida como lícita ou sujeitar-se à sanção prevista. 
Portanto, a norma jurídica, considerada em sua forma genérica, 
apresenta uma estrutura una (única), na qual a sanção se integra. 
Como decorrência lógica, o esquema possui o seguinte enunciado: 
“Se A é, B deve ser, sob pena de S”. 
Segundo Bobbio, não existiria a divisão da norma jurídica (primária 
e secundária), ela seria única (una). O que ocorre são preceitos de 
uma mesma norma. A norma estabeleceria a obrigação e uma 
sanção correspondente, caso fosse descumprida essa obrigação. 
 
3 Elementos da norma jurídica 
O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer 
espécie, é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de 
uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de 
maneira objetiva e obrigatória. 
 
3.1 Bilateralidade 
O Direito existe vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder 
a uma parte e impondo dever à outra. Em toda relação jurídica há 
sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito 
passivo, que possui o dever jurídico. 
O Direito é vinculado ao menos a duas pessoas em diferentes polos 
(lados) atribuindo direito a uma delas e dever a outra. 
Assim sendo, pode-se enxergar o Direito Subjetivo e o dever 
jurídico. A relação jurídica é composta pelo titular do direito subjetivo 
(sujeito ativo) e o detentor do dever jurídico (sujeito passivo). 
Pelo menos 2 pessoas, uma de cada lado oposto. Pois, podem 
existir mais de uma pessoa nos dois lados. 
Direito Tributário: IPTU 
SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO 
Poder Público (Município) Proprietário de imóvel urbano 
Direito Subjetivo 
Patrimonial: lançar e cobrar 
Dever jurídico: pagar 
Pode existir mais de 1 
proprietário (sujeito 
passivo) 
 
3.2 Generalidade (pessoas em geral) 
A norma jurídica é preceito de ordem geral, obrigatório a todos que 
se acham em igual situação jurídica. Princípio da isonomia da lei. 
A norma jurídica é uma regra de alcance geral que obriga a todos 
que estejam em igual situação. 
Exemplo: possuidor de Imóvel ou um animal de estimação - Direito 
real de propriedade – Direito Subjetivo Absoluto. Todos menos eu, 
são sujeitos passivos e tem o dever de abstenção (não violar a 
minha propriedade). Ou seja, a norma jurídica se aplica a toda 
sociedade (não proprietária) 
Direito Subjetivo Relativo, com relação empregado (sujeito ativo) 
exigir o pagamento de salário ao empregador (sujeito passivo). 
 
3.3 Abstratividade (situações em geral) 
As normas jurídicas regulam os casos como ocorrem via de regra, 
de maneira abstrata. Não há como alcançar a casuística, com a 
regulamentação de todos os fatos como ocorrem singularmente. 
A norma jurídica é abstrata porque busca atingir toda a sociedade. 
Exemplo: Direito de Família – instituto do casamento: por ser 
abstrata, normatiza o casamento de qualquer pessoa. Ela tem 
alcance para toda a sociedade e é aplicada no caso concreto 
(quando 1 pessoa se casa a norma passa a ser concreta) 
Se a norma jurídica fosse concreta teria que existir uma específica 
para cada pessoa que casasse. A NJ para o casamento do João 
com a Creuza, NJ do casamento do José com a Maria, ou seja, 
milhões! 
 
3.4 Imperatividade (obrigatoriedade) 
Finalidade: garantira ordem social. Portanto, a norma jurídica 
significa uma imposição de vontade e não um mero 
aconselhamento. 
A norma jurídica é imperativa porque não há possibilidade de 
escolha quanto ao seu cumprimento ou descumprimento. 
Se existe a Lei em vigor, tem que ser cumprir, ou se sujeitar a 
sanção! 
 
3.5 Coercibilidade 
Possibilidade do uso da coação. Dois elementos: psicológico e 
material. Psicológico: exerce a intimidação, através das penalidades 
previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas. 
Exemplo: Dano moral. Material: É a força propriamente dita, que é 
acionada quando o destinatário da norma não a cumpre 
espontaneamente. 
A norma jurídica contém coerção no sentido de coagir a sociedade a 
cumpri-la. A coerção tem alcance psicológico e material. 
Exemplo: A pessoa pode querer matar alguém (subjetivo) se matar 
(objetivo). 
Através da coerção, o Estado vai impor a sanção. Esta sanção pode 
inibir a pessoa (psicológico – caráter subjetivo) e se não inibir aplica 
a sanção (material caráter objetivo). 
 
3.5.1 A coação é elemento essencial ao Direito? 
3.5.1.1 Não 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
3 
Considerando que o normal, na vida do Direito é o acatamento 
espontâneo às normas jurídicas, não admitem que o elemento 
coação possa ser essencial ao fenômeno jurídico. É um fator 
contingente, não necessário. 
 
3.5.1.1 Sim 
Ihering e Max Weber: O Direito sem coação é um fogo que não 
queima. O decisivo no conceito do direito é a existência de um 
quadro coativo. 
13/08/2011 
4 Critérios de Valoração da Norma Jurídica - 
Bobbio 
Norberto Bobbio sustenta que toda norma jurídica pode ser 
submetida a três valorações distintas, independentes entre si: 
justiça, validade e eficácia. 
 
4.1 Justiça 
A norma é apta ou não a atender os fins para os quais ela foi 
proposta. Todo ordenamento jurídico persegue certos fins, que são 
considerados pelo legislador na criação das normas. 
A norma é apta ou não a realizar os valores históricos que inspiram 
certo ordenamento jurídico concreto e historicamente determinado. 
É um aspecto do contraste entre o mundo ideal e o mundo real, 
entre o que deve ser e o que é: norma justa é aquela que deve ser; 
norma injusta é aquela que não deveria ser. 
 
4.2 Validade 
É o problema da existência da regra enquanto tal, independente do 
juízo de valor sobre ela ser justo ou não. Trata-se de constatar se 
uma regra jurídica existe ou não, ou melhor, se tal regra assim 
determinada é uma regra jurídica. 
Para se identificar se uma norma é válida ou não, deve-se realizar 
três verificações: autoridade, ab-rogação, incompatibilidade. 
 
4.2.1 Autoridade 
Verificar se a autoridade de quem ela emanou tinha o poder legítimo 
para emanar normas jurídicas. Deve-se remontar à norma 
fundamental, que é o fundamento de validade de todas as normas 
de um determinado sistema. 
Exemplo: para se criar uma lei complementar é necessário 
obedecer ao critério legislativo (quórum – votação). Caso contrário 
ele não será válida. 
Quando um juiz julga em área que não tenha autoridade 
competente (competência), sua sentença não será válida. 
Coordenador de Direito estabelece portaria para o curso de 
Engenharia para diminuir a incidência de perturbações ao curso de 
Direito. Essa norma é justa, mas não será válida, porque o Coord. 
não tem competência na Engenharia. 
 
4.2.2 Ab-rogação 
Verificar se não foi ab-rogada. Se outra norma sucessiva no tempo 
a tenha expressamente ab-rogado ou tenha regulado a mesma 
matéria. 
Exemplo: Lei incompatível com a Constituição (inconstitucional) e 
será ab rogada tacitamente. 
 
4.2.3 incompatibilidade 
Averiguar se não é incompatível com outras normas do sistema (ab-
rogação implícita). Norma hierarquicamente superior ou norma 
posterior. 
 
4.3 Eficácia 
É o problema da norma ser observada pelas pessoas a quem é 
dirigida e, no caso de violação, ser imposta através de meios 
coercitivos pela autoridade que a evocou. 
Observada de forma espontânea ou com uma efetiva fiscalização e 
coação/punições efetivas. 
Esse estudo se volta para o estudo do comportamento dos 
membros de um determinado grupo social. 
 Exemplo: Lei contra a pirataria 
Existem várias teorias que não consideram a independência desses 
critérios de valoração da norma jurídica. 
 
Controvérsias: Independência dos critérios de valoração da 
norma? 
 
5. Teorias Reducionais 
5.1 Direito natural/jusnatural – Validade: justiça 
Reduz a validade à justiça. Uma norma só é válida se é justa; Uma 
lei, para ser lei, deve estar de acordo com a justiça. Se considera 
capaz de estabelecer o que é justo e o que é injusto de modo 
universalmente válido. 
Crítica: A constatação de que uma tendência é natural não se pode 
deduzir que ela é boa ou má. Não se pode deduzir um juízo de valor 
de um juízo de fato. 
Exemplo: Direito Tributário – sua carga tributária não é justa! 
CPMF? 
 
Os Jusnaturalistas: antes de entrar no estado civil (dirigido pelo 
direito positivo) os homens viveram estado de natureza, cuja 
característica fundamental é ser regido apenas pelas leis naturais. 
Mas o estado de natureza é impossível e dele é necessário sair 
para fundar o Estado. 
4 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
Crítica: O Direito natural não cumpre a função de direito positivo, 
onde se chamamos de “direito” o direito positivo, não podemos 
considerar “direito” da mesma maneira o direito natural. 
Afirmar que uma norma deve ser obedecida mesmo se injusta é o 
mesmo que dizer que a justiça e a validade são duas coisas 
diversas. 
 
O que Direito Natural/jusnatural? 
É o Direito constituído por princípios da própria natureza humana 
advindos da experiência e da razão que vão direcionar o legislador 
na elaboração das normas jurídicas. 
A dignidade da pessoa humana é o elementar; para regular a 
própria vida humana, liberdade, honra. Tudo que é básico para o 
homem viver em sociedade. 
Vem do elementar (direito a vida) direito a liberdade, honra, moradia 
(defende a dignidade humana) – Constituição – cláusulas pétreas. 
Serve para buscar um ordenamento jurídico justo que seja capaz de 
proteger o homem. 
Ou seja, fazer com que o direito natural seja respeitado. 
Direito a moradia (criou-se o usucapião para garanti-la) Pois é 
melhor um possuidor zeloso do que um proprietário descuidado. 
Exemplo: focos do mosquito da dengue em moradias abandonadas. 
• ele não é necessariamente escrito. 
• ele não foi criado pela sociedade, eis que advém da natureza 
humana (a sociedade não cria, tem alcance na esfera social). 
• não é imposto pelo Estado a princípio. 
• ele é universal (atende a todo e qualquer homem em qualquer 
lugar na terra). 
• ele é eterno (cláusulas Pétreas, não podem ser modificadas) 
• ele é imutável 
Direito – Etimologia: A palavra Direito, advém de uma expressão 
em latim “Derectum”,, que por sua vez é a conjugação dos termos 
“Dis + rectum” “Dis” = muito “Rectum” = correto, justo 
 
5.2 Positivismo Jurídico – Justiça: validade 
Só é direito aquilo que foi positivado (escrita da lei) pelo Estado. 
Reduz à justiça à validade. Uma norma é justa somente pelo fato 
de ser válida. 
Somente o que é comandado é justo. 
Hobbes: Não existe outro critério de justo e injusto fora da lei 
positiva. Na passagem do estado de natureza para o estado civil o 
homem transmite todos os direitos naturais para o soberano. 
Portanto, lhe transmite também a capacidade de decidir entre o que 
é justo e o que é injusto. Desde o momento que o Estado civil é 
constituído, não há outro critério para distinguir o justo do injusto 
que não seja a vontade do soberano. 
No estado da natureza não existe o justo e o injusto porque não 
existem convenções válidas. Portanto, para Hobbes a validadee a 
justiça de uma norma não se distinguem, porque a justiça e a 
injustiça nascem juntas com o direito positivo, isto é, juntas com a 
validade. 
Crítica: a conseqüência da adoção dessa teoria seria reduzir a 
justiça à força. Se não existe outro critério do justo e injusto além 
do comando do soberano, é preciso aceitar que o justo é o que 
agrada ao mais forte, pois o soberano se não é o mais justo entre os 
homens, certamente é o mais forte. Rousseau critica essa teoria em 
Do Contrato Social. 
 
5.3 Realismo jurídico – Validade: eficácia 
Reduz a validade à eficácia. 
O direito real não é aquele que se encontra em uma Constituição ou 
em um Código, ou em um corpo de leis, mas é aquele que os 
homens efetivamente aplicam nas suas relações cotidianas. 
Segundo ele, pecam por abstração os jusnaturalistas e os 
positivistas. 
Os jusnaturalistas porque substituem o direito real pela aspiração 
à justiça. 
Os positivistas porque o substituem por regras impostas e 
formalmente válidas, que frequentemente são pura forma vazia de 
conteúdo. 
19/08/2011 
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
O ordenamento jurídico é o conjunto ou o complexo das normas 
jurídicas. 
Um dos sentidos da palavra direito é um ordenamento jurídico. 
Exemplo: Direito brasileiro, Direito alemão, etc.. 
Só é possível uma definição exata do direito onde haja um 
complexo de normas formando um ordenamento jurídico. 
 
1. A unidade do ordenamento jurídico 
Os ordenamentos jurídicos são compostos por uma infinidade de 
normas. 
1.1 Fontes do Direito 
São atos ou fatos dos quais o ordenamento jurídico faz depender a 
produção de normas jurídicas. 
 
Normas de Conduta 
Executiva 
Estabelecem os direitos e 
deveres do cidadão 
 
Normas de Estrutura 
Regulamentar 
Diretrizes para criação de 
normas válidas 
Exemplo: Processo legislativo 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
5 
 
1.1.1 Fontes materiais 
Acontecimentos sociais que impulsionam a produção da norma. 
Esta ligada na relação entre direito e sociedade. Movimento sociais 
que vão impulsionar a criação da norma (inspiradoras da criação da 
norma) 
Exemplo: movimentos sociais requerendo a regulação da situação 
dos homossexuais. Se a norma for criada esse movimento será 
considerado fonte matéria dessa norma. 
 
1.1.2 Fontes Formais 
São as formas pelas quais o Direito se expressa para a sociedade. 
Exemplo: Lei, princípios, costumes, jurisprudência, Doutrina, etc. 
Emanam de várias fontes diferentes e não apenas das leis criadas 
pelo Estado. 
O STF é o guardião da CF, pois julga a constitucionalidade das leis. 
Ordenamento jurídico = Conjunto de normas formais 
Ordenamento jurídico é complexo, porque ele não é formado por um 
só tipo lei. Ele é formado por vários tipos de leis, vários tipos de 
regras que vão impor condutas para a aqueles que vivem em 
sociedade. Elas são emanadas de vários locais diferentes, não só 
do congresso (legislativo). 
 
1.1.2.1 Fontes Formais Originárias 
São aquelas que são emanadas do Estado para imediata 
aplicabilidade. 
Exemplo: Constituição, dão origem as outras normas. 
 
1.1.2.2 Fontes Formais Derivadas 
Subdividem-se em reconhecidas e delegadas. 
• Fontes reconhecidas 
Já estavam em vigor antes da norma maior entrar em vigor. 
Recepção de normas já feitas, produzidas por ordenamentos 
diversos e precedentes. O ordenamento jurídico acolhe a norma 
já feita. 
As normas inferiores incompatíveis com nova norma superior 
são revogadas tacitamente. 
 
• Fontes delegadas 
Delegação de poder de produzir normas jurídicas a poderes ou 
órgãos inferiores. 
Exemplo: regulamentação das leis – decretos – se dá pelo 
poder executivo em delegação do poder legislativo. 
 
2 As normas que constituem um ordenamento 
jurídico não derivam de uma única fonte. 
Não existe nenhum poder (ou órgão) que seja capaz de satisfazer 
todas as necessidades de regras de conduta numa sociedade, 
sozinho. Para vir de encontro a essa exigência, o poder supremo 
recorre geralmente a dois expedientes: 
a) recepção de normas já feitas, produzidas por ordenamentos 
diversos e precedentes. O ordenamento jurídico acolhe uma 
norma já feita. 
 Exemplo: costumes que levam a recepção de leis antigas. 
b) Delegação de poder de produzir normas jurídicas a poderes ou 
órgãos inferiores. 
Exemplo: Regulamento em relação à lei. A regulamentação das 
leis se dá pelo Poder Executivo em delegação pelo Poder 
Legislativo. As leis produzidas pelo Poder Legislativo são gerais 
e abstratas e por vezes são regulamentadas pelo Poder 
Executivo através dos Decretos, que são mais específicos. 
Por essas razões ao lado da fonte direta temos fontes indiretas que 
podem ser distinguidas nestas duas classes: fontes reconhecidas e 
fontes delegadas. Assim, a complexidade de um ordenamento está 
no fato de que as normas são de origens diversas e chegam à 
validade partindo de pontos os mais diferentes. 
Outra fonte de normas: Poder de negociação: Poder atribuído aos 
particulares de regular, mediante atos voluntários, os próprios 
interesses. Pode ser considerada uma mera fonte delegada, 
segundo a qual o Estado delega aos particulares a possibilidade de 
regular os próprios interesses num campo estranho ao interesse 
público e também como fonte reconhecida, segundo a qual o 
Estado apenas reconhece o ato voluntário das partes como normas. 
 
3 As fontes do Direito. 
O ordenamento jurídico regula a própria produção normativa. 
Existem normas de comportamento e normas de estrutura. Estas 
últimas são as normas que regulam os procedimentos de 
regulamentação jurídica. 
Em cada grau normativo encontraremos normas de conduta e 
normas de estrutura. Por exemplo, em uma Constituição existem 
normas que atribuem diretamente direitos e deveres aos cidadãos e 
normas que regulam o processo através do qual o Poder Legislativo 
produzirá as demais normas. 
Normas de conduta: Normas imperativas de primeira instância. 
Normas de estrutura: Normas para a produção de outras normas. 
Normas imperativas de segunda instância. 
6 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
 
20/08/2011 
4 Construção escalonada do ordenamento 
A complexidade do ordenamento não exclui a sua unidade. 
 
4.1 Teoria da construção escalonada do 
ordenamento: Kelsen 
As normas de um ordenamento não estão todas no mesmo 
plano. Há normas superiores e normas inferiores. As normas 
inferiores dependem das superiores. 
Subindo das normas inferiores àquelas que se encontram mais 
acima, chega-se a uma norma suprema, que não depende de 
nenhuma outra norma superior, e sobre a qual repousa a unidade 
do ordenamento. Essa norma suprema é a norma fundamental. 
Norma Fundamental: É ela que dá unidade a todas as outras 
normas, formando o ordenamento jurídico, isto é, faz das normas 
espalhadas e de várias proveniências um conjunto unitário que pode 
ser chamado de “ordenamento”. 
As normas de um ordenamento são dispostas em ordem 
hierárquica. 
Todas as fases de um ordenamento são, ao mesmo tempo, 
executivas e produtivas, à exceção do grau mais alto e da fase de 
grau mais baixo. 
Grau mais baixo: atos executivos (são atos meramente executivos 
e não produtivos) 
Grau mais alto: Norma fundamental (é somente produtiva e não 
executiva). 
Essa estrutura hierárquica normalmente é representada por uma 
pirâmide. O vértice é a norma fundamental e a base são os atos 
executivos. 
 
 
A pirâmide visualizada de cima para baixo verifica-se vários 
poderes: constitucional, legislativo, regulamentar, etc.. Visualizada 
de baixo para cima verifica-se uma série de obrigações que se 
sucedem: obrigação do indivíduo de cumprir a sentença, obrigação 
do magistrado de ater-se às leis ordinárias, a obrigação do 
legislador de não violar a Constituição.5 Limites materiais e limites formais 
Quando um órgão superior atribui um poder normativo a um órgão 
inferior, ele estabelece limites entre os quais esse poder pode ser 
exercido. 
À medida que se avança de cima para baixo o poder normativo é 
mais circunscrito. 
 
5.1 Limites materiais 
Refere-se ao conteúdo da norma que o inferior está autorizado a 
emanar. 
 
5.1.1 Limite material positivo 
Quando a constituição impõe ao legislador ordinário estabelecer 
normas numa determinada matéria. 
Exemplo: A CF determina que o Estado deve garantir a educação 
básica até uma certa idade. 
 
5.1.2 Limite material negativo 
Quando a constituição proíbe o legislador de estabelecer normas 
em uma determinada matéria. 
Exemplo: A CF atribui certos direitos de liberdade, proíbe a 
produção de leis que reduzam ou eliminem aquela esfera de 
liberdade. 
 
5.2 Limites formais 
Refere-se ao modo ou ao processo pelo qual a norma do inferior 
deve ser emanada. Exemplo: Normas da CF que prescrevem o 
modo de funcionamento dos órgãos legislativos. 
Uma norma inferior que exceda os limites materiais, ou seja, que 
regule uma matéria diversa da que lhe foi atribuída ou diferente 
daquela que lhe foi prescrita, ou que exceda os limites formais, isto 
é, não siga o procedimento estabelecido, está sujeita a ser 
declarada ilegítima e a ser expulsa do sistema. 
Exemplo: Quando a lei constitucional atribui aos cidadãos a 
liberdade religiosa, limita o conteúdo normativo do legislador 
ordinário, isto é, proíbe o estabelecimento de normas que tenham 
conteúdo como a restrição ou a supressão da liberdade religiosa. 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
7 
 
26/08/2011 
Exercício preparatório para a prova – Valor 3 
pontos 
Onde está escrito: “exercício preparatório para a prova”. Entenda: 
“Pré-prova”. 
1. Descreva os critérios de valoração da norma jurídica 
defendidos por Norberto Bobbio. 
São três critérios de valoração distintos e independentes 
entre si: 
JUSTIÇA: Se a norma é apta ou não para atender os fins para 
os quais ela foi proposta. É um contraste entre o mundo real e o 
mundo ideal, entre o que deve ser e o que é. 
VALIDADE: Identificar se a norma jurídica existe ou não, se 
realmente ela é válida. Para isso é necessário a verificação de 
três fases: 
- Autoridade: se a norma jurídica foi emanada do poder legítimo 
para criá-la 
- Ab-Rogação: se não existe uma nova norma sucessiva que a 
tenha ab-rogado expressamente ou regulado a mesma matéria 
- Incompatibilidade: se a norma não é incompatível com 
normas de hierarquia superior ou inferior. 
EFICÁCIA: observância da norma pela sociedade, um estudo 
que se volta para o comportamento de um determinado grupo. 
 
2. Quais são as teorias que não consideram a independência 
dos critérios de valoração da norma jurídica? Aponte os 
principais argumentos de cada uma. 
TEORIA DO DIREITO NATURAL: Reduz a validade à justiça, 
uma norma só é válida se for justa. A lei deve estar de acordo 
com a justiça de forma universalmente válido. 
Críticas: A constatação de que uma tendência é natural, não se 
pode deduzir se ela é boa ou ruim. 
Críticas Jusnaturalistas: O direito positivo em desconformidade 
com o natural é injusto, mas deverá ser obedecido. Afirmar isso, 
é afirmar que justiça e validade são distintos. 
 
POSITIVISMO JURÍDICO: Reduz a justiça à validade. Uma 
norma é justa somente pelo fato de ser válida. Somente o que é 
comandado é justo. 
Crítica: Redução da justiça à força 
 
REALISMO JURÍDICO: Reduz a validade à eficácia. O direito 
natural não é aquele que está na Constituição ou no corpo das 
leis, mas sim aquele que os homens realmente aplicam nas suas 
relações cotidianas. 
Crítica Jusnaturalista: substituem o direito real pela aspiração à 
justiça 
Crítica Positivista: substituem o direito real pelas regras 
impostas. 
 
3. De acordo com a teoria do ordenamento jurídico, no que 
consiste a unidade desse ordenamento? 
Consiste nas normas jurídicas, especificamente nas fontes 
formais do direito (leis, princípios, costumes, doutrinas, 
jurisprudência). 
 
4. Quais são as fontes indiretas do ordenamento jurídico? 
Descreva cada uma. 
FONTES RECONHECIDAS: recepção das normas já feitas por 
ordenamentos precedentes. 
FONTES DELEGADAS: delegação de poder de produzir normas 
jurídicas a poderes ou órgãos inferiores 
 
5. O que diz a teoria da construção escalonada do 
ordenamento jurídico? 
A complexidade do ordenamento não exclui a sua unidade. As 
normas de um ordenamento não estão no mesmo plano. Existem 
as normas inferiores e superiores, onde as inferiores dependem 
das superiores até atingir a norma suprema que não depende de 
nenhuma outra. Está no topo da pirâmide e dá a unidade as 
demais normas, estando todas subordinadas a ela. 
Todas as fases do ordenamento são ao mesmo tempo 
executivos e produtivos, à exceção do grau mais baixo (só força 
executiva) e do grau mais alto (só força produtiva) 
 
6. Quais são os limites materiais e formais do ordenamento 
jurídico 
LIMITES MATERIAIS: conteúdo da norma que o poder inferior 
está autorizado a emanar, poder de legislar. Pode ser: 
Limites materiais positivo: imposição de uma norma de 
regulamentação sobre determinada matéria. 
Limites materiais negativo: Proibição de regulamentação de 
determinada matéria 
LIMITES FORMAIS: o processo pelo qual a norma inferior deve 
ser emanada. Uma norma que não siga o procedimento 
estabelecido, será ilegítima. 
 
7. Faça uma análise crítica dos elementos da norma jurídica, 
expondo a sua opinião a respeito (norma primária e secundária: 
Kelsen – una: Bobio) 
NORMA PRIMÁRIA: define o dever jurídico em razão de 
determinada situação de fato. 
NORMA SECUNDÁRIA: estabelece a sanção em caso 
descumprimento de uma norma jurídica. 
A norma não jurídica não deve oferecer alternativa para que o 
indivíduo possa adotar uma conduta lícita ou ser penalizado se 
não adotá-la. A estrutura é Una 
 
 
27/08/2011 
Reunião da professora com a Coordenação-PUC 
 
02/09/2011 
Prova individual – 25 pontos 
8 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
 
03/09/2011 
10/09/2011 
COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
(Pág. 71-110) 
1 Ordenamento Jurídico como Sistema 
Sistema: totalidade ordenada. Relacionamento de coerência entre 
os entes que compõe um sistema. 
PERGUNTA: Ordenamento jurídico constitui um sistema? Existe 
uma relação de coerência entre as normas que o compõe? 
 
2 Três Significados de Sistema 
2.1 Sistema Dedutivo 
Normas deriváveis de alguns princípios gerais. Direito Natural. 
Ciência do Direito depende de definições. 
Um dado ordenamento é sistema enquanto todas as normas 
daquele ordenamento são deriváveis de alguns princípios gerais. 
O sistema dedutivo não é aceito. 
 
2.2 Ordenamento Indutivo - Savigny 
Parte-se do conteúdo das simples normas com a finalidade de 
construir conceitos sempre nas mais gerais. 
Procedimentos: Classificação. 
O ordenamento indutivo não é aceito. 
 
2.3 Ordenamento Jurídico 
É um sistema porque dentro dele não podem prevalecer normas 
incompatíveis. 
Princípio da compatibilidade das normas. 
Em caso de incompatibilidade não ocorrerá a queda de todo o 
sistema. Para ocorrer o enquadramento de uma norma no sistema 
não basta mostrar a derivação de uma fonte autorizada, mas será 
necessário mostrar que ela não é incompatível com outras normas. 
 
3 As Antinomias 
3.1 Antinomia entre normas jurídicas 
Adotando-se a terceira corrente que explica o conceito de sistema, 
chega-se à conclusão de que ordenamento jurídico não tolera 
antinomias. 
Antinomias: Normas incompatíveis entre si. 
Uma das finalidades da interpretação jurídica é eliminar as 
antinomias. 
Para ocorrer as antinomias énecessário, simultaneamente, 
que: 
• As duas normas estejam no mesmo ordenamento. 
• As duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade: 
temporal, espacial (lugar para fumar); pessoal (menores – 
trabalho a partir dos 16 anos) e material (fumar charutos, 
cigarros, etc) 
 
3.2 Âmbito de validade 
3.2.1 Temporal 
 
3.2.2 Espacial 
Exemplo: Lugar para fumar; uso de bermuda 
 
3.2.3 pessoal 
Menores – trabalho a partir dos 16 anos. 
 
3.2.4 material (assunto) 
Fumar charutos, cigarros, etc. 
 
Critérios diferentes para pessoas diferentes (elevador exclusivo para 
cadeirantes) 
 
4 Vários Tipos de Antinomias 
4.1 Antinomia total-total 
Quando duas normas tem igual âmbito de validade. Em nenhum 
caso uma das normas podem ser aplicada sem entrar em conflito 
com a outra. 
Ex.: proibição da greve, permissão da greve. 
 
4.2 Antinomia parcial-parcial 
Cada uma das normas tem um campo de aplicação em conflito com 
a outra e um campo de aplicação na qual o conflito não existe. 
Ex.: “É proibido às crianças, entrar com bonecas e bolas no período 
de duas às cinco na sala de aula” e “É permitido às crianças, entrar 
com bolas e carrinhos no período de duas às cinco na sala de aula”. 
 
4.3 Antinomia total-parcial 
Se o âmbito de validade de uma norma é na íntegra, igual a uma 
parte da outra norma, a antinomia é total por parte da primeira 
norma com respeito à segunda e parcial por parte da segunda 
norma com respeito à primeira. 
Exemplo: “É proibido às crianças entrar com brinquedos de duas às 
cinco na sala de aula.” 
“É permitido às crianças entrar com brinquedos de duas às cinco na 
sala de aula, somente bonecas.” 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
9 
 
4.4 Antinomias impróprias 
Um ordenamento jurídico pode ser inspirado em valores 
contrapostos. 
Exemplo: valor da liberdade e da segurança (antinomia de 
princípios). 
 
4.5 Antinomia de avaliação 
Uma norma pune um delito menor com uma pena mais grave do 
que a infringência de um delito maior. 
Bobbio: nesse caso não seria antinomia e sim injustiça. 
 
4.6 Antinomia teleológica 
Oposição entre a norma que prescreve o meio para alcançar o fim e 
a que prescreve o fim. Portanto, se aplica-se a norma que prevê o 
meio não é possível aplicar a norma que prevê o fim. 
Exemplo: “É devido o Seguro Desemprego à empregada 
doméstica” e “Não deve ser efetuado o pagamento do FGTS à 
empregada doméstica”. 
 
5 Critérios para a Solução das Antinomias 
Qual das normas incompatíveis devem ser eliminadas. Antinomia 
Aparente (solúveis) e Antinomia Reais (insolúveis) 
Qual das normas incompatíveis deve ser eliminada? 
 
5.1 Antinomias Aparentes (Solúveis) 
Casos em que os critérios de solução de antinomias são suficientes 
e podem ser aplicadas ao mesmo tempo duas ou mais regras em 
conflito entre si. 
 
5.2 Antinomias Reais (Insolúveis) 
Casos em que os critérios não são suficientes para corrigir as 
antinomias ou quando há um conflito entre os critérios dados. 
 
5.3 Regras fundamentais para solução de antinomias 
5.3.1 Critério cronológico 
Entre duas normas incompatíveis prevalece a norma posterior. Lex 
posterior derrogat priori. 
 
5.3.1 Critério Hierárquico 
Lex superior. Entre duas normas incompatíveis, prevalece a 
hierarquicamente superior. É uma das conseqüências da teoria do 
escalonamento do ordenamento jurídico, da hierarquia entre as 
normas. 
 
5.3.1 Critério da especialidade 
“Lex Speciallis” entre uma norma geral e um especial, prevalece a 
especial. 
 
6 Insuficiência dos Critérios 
Essas regras até então apresentadas não servem para corrigir 
antinomias entre duas normas contemporâneas, do mesmo nível e 
ambas gerais. 
Exemplo: Normas gerais incompatíveis que se encontram no 
mesmo código. 
 
O que fazer quando não aplicável nenhum dos critérios? 
 
6.1. Utilizar do Critério das Formas (1ª alternativa) 
Classificação das normas segundo a forma: imperativas, 
proibitivas e permissivas. 
Critério segundo as formas: Estabelecer uma graduação de 
prevalência entre as três formas das normas jurídicas: 
• Imperativa ou proibitiva x permissiva = Permissiva: 
Interpretação favorabillis sobre a odiosa. 
Crítica: Norma jurídica é bilateral: A interpretação em favor de um 
sujeito é prejudicial ao outro. 
• Problema real: Qual dos dois sujeitos da relação é justo 
proteger? 
 
6.2. Utilizar Técnicas Hermenêuticas 
No caso de um conflito no qual não se possa aplicar nenhum dos 
três critérios, a solução do conflito é confiada à liberdade do 
intérprete, devendo utilizar de todas as técnicas hermenêuticas não 
se limitando a aplicar uma só regra. 
Possibilidades que o juiz possui para resolver uma antinomia real: 
eliminar uma norma; eliminar as duas; conservar as duas. 
 
6.2.1 Eliminar uma norma: interpretação ab-rogante 
Ab-rogação em sentido impróprio, pois nem o jurista nem o juiz tem 
o poder de ab-rogar uma norma do sistema. 
Exemplo: Normas que disciplinam os contratos - uma delas diz “O 
contrato de compra e venda é o contrato pelo qual uma parte se 
obriga a venda de um bem mediante o pagamento de certa 
quantia”. E o artigo seguinte diz que: “Quem prometeu comprar 
pode recusar o cumprimento de sua obrigação”. Nesse caso, a 
compra e venda seria um contrato real ou um contrato consensual? 
Se for consensual, automaticamente considera inexistente a 
primeira norma. 
10 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
 
6.2.2 Eliminar as duas (Dupla ab-rogação) 
Quando a oposição de duas normas seja não de contradição e sim 
de contrariedade. 
Exemplo: uma norma que obriga a fazer algo e outra que proíbe 
fazer a mesma coisa. As duas anulam-se reciprocamente e o 
comportamento em vez de ser ordenado ou proibido se considera 
permitido ou lícito. 
 
6.2.3 Conservar as duas 
É a mais usada. É possível conservar duas normas aparentemente 
incompatíveis se demonstrar que a incompatibilidade é apenas 
aparente, que surgiu a partir de uma interpretação equivocada. 
Procede-se, nesse caso, na eliminação da incompatibilidade. Para 
isso às vezes é necessário fazer alguma modificação no texto da lei. 
É a chamada interpretação corretiva. Elimina parcialmente a norma. 
Exemplo: Uma norma que cria uma responsabilidade objetiva do 
empregador. E outra que prevê exclui toda forma de 
responsabilidade que não seja pessoal. 
Só conseguimos compatibilizar as duas normas se retirarmos o 
termo “responsabilidade objetiva” e daí poderia ter duas 
interpretações baseadas na responsabilidade subjetiva. 
 
 
7 Conflito dos Critérios 
Quando puder ser aplicado mais de um dos critérios para solução 
das antinomias. 
Exemplo: Norma constitucional e ordinária formuladas em tempos 
diversos. Quando a aplicação dos critérios cronológico e hierárquico 
leve à soluções opostas. Qual dos dois prevalecerá? 
 
7.1 Antinomias De Segundo Grau 
7.1.1 Conflito entre o critério hierárquico e o cronológico 
Quando uma norma anterior superior é antinômica a uma norma 
posterior inferior. 
Exemplo: Constituição de 1988 prevê o pagamento do 13º salário 
aos empregados. Em 2003 é criada uma lei ordinária que 
estabelece a desnecessidade de pagamento do 13º. 
RESPOSTA: O CRITÉRIO HIERÁRQUICO PREVALECE SOBRE O 
CRONOLÓGICO 
Efeito: Eliminar a norma inferior. Se o critério cronológico 
prevalecesse o princípio da ordem hierárquica das normas seria 
vão. 
O critério cronológico prevalece somente entre duas normas 
colocadas no mesmo plano. 
 
7.1.2 Conflito entre o critério da especialidade e o 
cronológico 
Quando uma norma anterior especial é incompatível com uma 
norma posterior geral. 
RESPOSTA: CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE PREVALECE 
SOBRE O CRONOLÓGICO7.1.3 Conflito entre o critério hierárquico e o da 
especialidade 
Incompatibilidade entre uma norma superior geral com norma 
inferior especial. 
NÃO EXISTE UMA REGRA CONSOLIDADA. 
Estão em jogo dois valores fundamentais do ordenamento jurídico: 
respeito à ordem, que existe observância da hierarquia e da justiça 
que exige a adaptação do Direito às necessidades sociais. 
Teoricamente deveria ser aplicado o critério hierárquico, mas na 
prática muitas vezes se aplica o critério da especialidade. 
O intérprete é que decidirá qual dos critérios segundo as 
circunstâncias do caso. 
 
8 O Dever da Coerência 
??? 
 
09/09/2011 
Correção da prova aplicada em 02/09/2011 
 
 
10/09/2011 
COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – 
revisão da aula 
 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
11 
 
16/09/2011 
Professora estava com enxaqueca 
 
17/09/2011 
COMPLETUDE DO ORDENAMENTO 
JURÍDICO 
(Pág. 115-156) 
Completude: Propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem 
uma norma para regular qualquer caso. A falta dessa norma chama 
“lacuna”. 
Portanto, completude significa “falta de lacunas” 
E um ordenamento completo, não há caso que não possa ser 
resolvido com uma norma retirada do sistema. 
Incompletude: Quando o sistema não compreende nem a norma 
que proíbe certo comportamento e nem a norma que o autorize. 
 
1 O problema das lacunas 
1.1 Incoerência x incompletude 
Coerência 
A coerência significa a exclusão de toda situação na qual pertençam 
ao sistema ambas as normas que se contradizem. 
Quando ocorre a incoerência, é porque dentro do sistema existe 
tanto a norma que proíbe um certo comportamento quanto aquela 
que o permite. 
 
Completude 
A completude, por sua vez, significa a exclusão de toda situação na 
qual não pertença ao sistema nenhuma das duas normas que se 
contradizem. 
Quando ocorre a incompletude é porque no sistema não existe nem 
a norma que proíbe certo comportamento nem aquela que o 
permite. 
 
1.2 O ordenamento jurídico é coerente e completo? 
Sobre a coerência: 
A coerência é uma exigência, mas não uma necessidade, pois a 
total exclusão das antinomias não é uma condição necessária para 
a existência de um ordenamento jurídico. 
 
Sobre a completude: 
Se o ordenamento for fundado sobre o dogma da completude, ela 
será uma condição necessária, onde existem duas regras: 
• O juiz é obrigado a julgar todas as controvérsias que se 
apresentem ao seu exame. 
• Deve julgá-las com base em uma norma pertencente ao sistema. 
Se uma das duas regras perder o efeito, a completude deixa de ser 
um requisito do ordenamento. 
 
2 O dogma da completude 
É o princípio de que o ordenamento jurídico é completo para 
fornecer ao juiz, em cada caso, uma solução sem recorrer à 
equidade. 
Teoria jurídica européia de origem romana. 
Um dos aspectos salientes do positivismo jurídico. 
Técnica de hermenêutica do Direito romano: Parte do pressuposto 
de que ele constitui um sistema potencialmente completo, uma 
espécie de mina inesgotável da sabedoria jurídica, que o intérprete 
deve limitar-se a escavar para encontrar o veio escondido. 
A produção jurídica é um monopólio do Estado. Não existe outra 
fonte de Direito senão a Lei ou o comando do soberano. 
Admitir que o ordenamento jurídico estatal não era completo 
significava introduzir um Direito concorrente. 
Expressão macroscópica da vontade da completude: Grandes 
codificações. 
A codificação traz uma regra para cada caso. O código é para o juiz 
um prontuário que lhe deve servir infalivelmente e do qual não pode 
afastar-se. 
 
2.1 Escola exegética 
França, Alemanha e Itália. 
Escola jurídica que foi se impondo depois da codificação. 
Características: 
• Admira incondicionalmente a obra realizada pelo legislador 
através da codificação. 
• Confia cegamente na suficiência das leis. 
 
3. A crítica da completude 
3.1 Escola do direito livre 
Faz uma crítica à completude do ordenamento jurídico, atacando a 
atitude de conformismo diante do estadismo. 
Acredita que o Direito constituído está cheio de lacunas e, para 
preenchê-las é necessário confiar principalmente no poder criativo 
do juiz. 
 
Razões do desenvolvimento da crítica à Escola de exegese: 
• À medida que a codificação envelhecia, descobriam-se as 
insuficiências. 
• Revolução Industrial: Gerou uma profunda e rápida 
transformação da sociedade, o que acelerou o envelhecimento 
das codificações. 
12 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
 
Divergência entre direito constituído e realidade social. 
Desenvolvimento da filosofia social e das ciências sociais, critica 
contra o monismo estatal. 
Surgimento da sociologia jurídica: Defendia que o direito era um 
fenômeno social e a pretensão de fazer do Direito um produto do 
Estado era infundada e conduzia a vários absurdos, tal como a 
completude. 
 
3.2 Críticas à escola do direito livre 
Positivistas: 
• Admitir a pesquisa livre do Direito significava quebrar a barreira 
do princípio da legalidade. 
• A completude não era um mito mas uma exigência de justiça. 
Necessidade de criação de novos fundamentos para as críticas que 
não somente a soberania do legislador – A completude passou de 
uma fase dogmática a uma fase crítica 
 
4 Teoria do espaço jurídico vazio 
4.1 Novos fundamentos do positivismo jurídico 
O âmbito da atividade do homem pode ser dividido, do ponto de 
vista do Direito, em dois compartimentos: 
a) Espaço jurídico pleno: Aquele regulado por normas jurídicas. 
b) Espaço jurídico vazio: Aquele que é livre – Juridicamente 
irrelevante. 
Ou há o vínculo jurídico ou absoluta liberdade. 
Aquilo que está além dos limites das regras não é lacuna do 
ordenamento, mas algo diferente dele. 
 
4.2 Crítica a teoria do espaço jurídico vazio 
Faz uma falsa identificação do jurídico com o obrigatório. 
Aquilo que não é obrigatório é juridicamente irrelevante? 
Três modalidades normativas: ordenado, proibido e permitido – Para 
aceitar essa teoria seria necessário excluir a permissão dessas 
modalidades, pois segundo ela, a permissão coincide com o 
juridicamente irrelevante. 
O fato da liberdade não estar protegida não a torna juridicamente 
irrelevante, porque no momento em que a liberdade de agir de um 
não está protegida, está protegida a liberdade do outro de exercer a 
sua força. 
Exemplo: Se a liberdade da vida não fosse protegida haveria a 
liberdade do outro de tirar a vida. 
 
5 Teoria da norma geral exclusiva 
• Uma norma que regula um comportamento: 
• Não só limita a regulamentação, limita também a consequências 
jurídicas que advém dessa regulamentação do comportamento e; 
• Exclui daquela regulamentação todos os outros comportamentos. 
Exemplo: norma que proíbe fumar. Exclui da proibição todos os 
outros comportamentos que não seja fumar. 
Todos os comportamentos não compreendidos na norma particular 
são regulados por uma NORMA GERAL EXCLUSIVA. 
 
5.1 Norma geral exclusiva 
Exclui todos os comportamentos que não sejam aqueles previstos 
pela norma particular. 
Nunca acontece de além das normas particulares existir um espaço 
jurídico vazio, mas acontece que além daquelas normas haja toda 
uma esfera de ações reguladas pelas normas gerais exclusivas. 
Assim, toda a atividade humana é regulada por normas jurídicas. 
Exemplo: Uma norma que fixa uma indenização por danos morais 
em razão de um ato ilícito não regulamenta somente o ato ilícito, 
mas sim todos os atos lícitos que ficam isentos de pena. 
 
5.2 Crítica à teoria da norma geral exclusiva 
Teoria incompleta: Na verdade ela deixou de abarcar o terceiro 
tipo dessas três normas: 
• Normas particulares inclusivas: Regulamentam 
especificamente certa conduta.• Norma geral exclusiva: Abarca todos os comportamentos que 
não foram regulamentados pelas normas particulares inclusivas. 
• Norma geral inclusiva: Regula os casos não compreendidos na 
normas particular, mas semelhantes a eles, de maneira idêntica. 
 
Diante de uma “lacuna”: 
• Se aplicarmos a norma geral exclusiva: o caso não 
regulamentado será resolvido de maneira oposta ao que está 
regulamentado. 
• Se aplicarmos a norma geral inclusiva: o caso não regulamentado 
será resolvido de maneira idêntica ao que está regulamentado. 
A aplicação de uma ou outra norma depende do resultado da 
indagação sobre se o caso não regulamentado é ou não 
semelhante ao regulamentado. A decisão sobre essa semelhança 
cabe ao intérprete. 
No caso de uma lacuna, existem pelo menos duas situações 
jurídicas: 
a) consideração do caso não regulamentado como diferente do 
regulamentado e a consequente aplicação da norma geral 
exclusiva. 
NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
13 
b) consideração do caso não regulamentado como semelhante ao 
regulamentado e a consequente aplicação da norma geral inclusiva. 
Onde está a lacuna??? 
 
Se existem duas soluções, ambas possíveis, e a decisão entre as 
duas cabe ao intérprete, existe uma lacuna e consiste justamente 
no fato de que o ordenamento deixou impreciso qual das duas 
solução é a pretendida. 
Exemplo: uso da analogia. 
O direito penal não admite o uso da analogia, portanto nele não 
existe esse tipo de lacuna, uma vez que os comportamentos que 
não são expressamente proibidos pelas leis penais são lícitos. 
 
6 As lacunas ideológicas 
Ocorre a lacuna ideológica no sistema quando não há uma solução 
satisfatória para o caso. Ou seja, há uma ausência de norma 
JUSTA. 
Lacuna ideológica: Deriva da comparação do ordenamento como 
ele é e como deveria ser. 
Lacuna real: Aquelas que existem no ordenamento como ele é. 
Para se falar de completude ou incompletude de uma coisa é 
necessário compará-la com outra. 
 
7 Vários tipos de lacunas 
7.1 Lacuna própria 
Lacuna existente dentro do sistema – Lacuna real. Pode ser 
eliminada por obra do intérprete. 
 
7.2 Lacuna imprópria 
Deriva da comparação do sistema real com um sistema ideal. Só 
poder ser eliminada através da formulação de novas normas. 
 
O problema da completude é se há e como podem ser eliminadas 
as lacunas próprias. 
 
7.3 Lacuna objetivas x subjetivas 
Classificação das lacunas em relação aos motivos que as 
provocaram: 
Lacunas objetivas: São aquelas que dependem do 
desenvolvimento das relações sociais, das novas intenções, de 
todas aquelas que provocam um envelhecimento da legislação. 
Lacunas subjetivas: Dependem de algum motivo imputável ao 
legislador. Se subdividem em: 
a) Voluntárias: Quando o próprio legislador deixa de regulamentar 
uma matéria de propósito, por seu muito complexa e não poder ser 
regulada com regras muito miúdas é melhor confiá-las à 
interpretação do juiz. Exemplo: claúsulas gerais constitucionais. 
b) Involuntárias: Dependem de um descuido do legislador, que faz 
parecer regulamentado um caso que não o é. 
 
7.4 Lacunas praeter legem 
Ocorrem quando as regras expressas, por serem muito particulares, 
não compreendem todos os casos que podem apresentar-se a nível 
dessa particularidade. 
 
7.5 Lacunas intra legem 
Ocorrem quando as normas são muito gerais e revelam, no interior 
das disposições dadas, vazios ou buracos que caberá ao intérprete 
preencher. 
 
8 Heterointegração e auto-integração 
Não se pode pensar em completude do ordenamento somente pela 
norma geral exclusiva. Entre os casos inclusos expressamente e os 
casos exclusos há, em cada ordenamento, uma zona incerta de 
casos não regulamentados mas potencialmente colocáveis na 
esfera de influência dos casos expressamente regulamentados. 
Cada ordenamento prevê os meios e remédios aptos a penetrar 
nessa zona intermediária, a estender a esfera do regulamentado em 
confronto com a do não regulamentado. 
Para se completar um ordenamento existem dois métodos 
diferentes: Heterointegração e Auto-integração. 
 
8.1 Heterointegração 
Se opera através do recurso a ordenamentos diversos e a fontes 
diversas daquela que é dominante (lei). 
Apresenta-se em duas formas principais: 
a) Recorrer ao Direito Natural para preencher as lacunas. 
O direito natural era visto como um sistema jurídico perfeito, sob o 
qual repousava o ordenamento positivo, por natureza imperfeito. 
Exemplo: art. 7º do Código civil austríaco: nos casos dúbios o juiz 
deve recorrer ao Direito natural. Na maioria das vezes foi 
abandonada. 
 
b) Recorrer a outros ordenamentos positivos. 
Isso pode ocorrer de duas maneiras: reenvio à ordenamentos 
anteriores no tempo e reenvio a ordenamentos vigentes 
contemporâneos. 
 
Quando recorre a outras fontes diversas da que é dominante, 
assume três formas: 
a) Recurso ao costume, considerado como fonte subsidiária da lei. 
14 NOTAS DE AULAS – IED II 
 
 
b) Recurso ao poder criativo do juiz. Direito Judiciário. 
Sistemas common law: Anglo saxões: Utilização maior. 
Sistemas civil law: Não se reconhece oficialmente o poder criativo 
do juiz, salvo em casos expressamente indicados em que se atribui 
ao juiz o poder de emitir juízos de equidade. 
 
8.2 Auto-integração 
Integração cumprida através do mesmo ordenamento, no âmbito da 
mesma fonte dominante. 
 
O método de auto-integração apóia-se particularmente em dois 
procedimentos: 
a) Analogia; 
b) Princípios gerais do direito. 
Art. 4º LICC: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá de acordo com 
a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. 
 
9 Analogia 
Analogia é procedimento pelo qual se atribui a um caso não 
regulamentado a mesma disciplina que a um caso regulamentado 
semelhante (norma geral inclusiva). 
É o procedimento através do qual se explica a tendência de cada 
ordenamento jurídico expandir-se além dos casos expressamente 
regulamentados. 
Para ocorrer o uso da analogia é necessário que entre os dois 
casos examinados não haja uma semelhança qualquer e sim uma 
semelhança relevante. 
Exemplo: Lei que proíbe a venda de revista obscena. Pode ser 
estendida a uma situação de venda de uma revista de notícias 
jurídicas? Pode ser estendida a uma situação de venda de canções 
obscenas? 
 
Para que o raciocínio por analogia seja lícito no Direito é necessário 
que os dois casos, o regulamentado e o não regulamentado, 
tenham em comum a ratio legis. 
 
9.1 Analogia legis x analogia iures x interpretação 
extensiva 
Analogia Iures 
Procedimento através do qual se tira uma nova regra para um caso 
não regulamentado não mais da regra que se refere a um caso 
singular (analogia legis), mas de todo o sistema ou parte dele. É o 
mesmo sistema que se emprega no recurso aos princípios gerais do 
direito. 
 
Interpretação extensiva: 
É opinião comum, mesmo que às vezes contestada, que esta seja 
algo diferente da analogia propriamente dita. 
Importância jurídica da distinção: normalmente onde a analogia é 
proibida a interpretação extensiva é permitida, como no caso da lei 
penal. – A interpretação extensiva funciona como a norma geral 
exclusiva. 
Distinção com base nos efeitos: A analogia legis cria uma nova 
norma jurídica e a interpretação analógica estende a aplicação de 
uma norma para casos não previstos por ela. 
 
Exemplos: 
• Norma que determina a obrigação do locatário a reparar a casa 
alugada quando da devolução. Essa norma se estende a um 
comodatário? Caso afirmativo, cria-se uma nova regra do 
contrato de comodato que ainda não existia. Analogia. 
• Norma que declara corretor de imóveis quem coloca em contato 
duas pessoas para a conclusão de um contrato e

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