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Carboidratos Prof. Dra. Maria Carolina de Albuquerque Wanderley Carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas , ou substâncias que liberam estes compostos quando hidrolisadas. Possuem a fórmula empírica de (CH2O)n, por isso são também chamados de hidratos de carbono. São as biomoléculas mais abundantes na Terra; Atuam como fonte de energia para os organismos; São elementos estruturais e protetores nas paredes celulares bacterianas e em tecidos animais (Glicanos); Lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimento e adesão intercelular. • Divididos em 3 classes principais de acordo com o seu tamanho • “sacarídeo” derivada do grego sakcharon que significa “açúcar” • Monossacarídeo mais abundante na natureza D-glicose ou dextrose • Quanto ao número de unidades monoméricas • Monossacarídeos: constituídos por uma única unidade poliidroxicetona ou poliidroxialdeído. Exemplo: D-glicose • Oligossacarídeos: constituídos por cadeias curtas de unidades de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Exemplo: Sacarose (D- glicose e D-frutose); • Polissacarídeos: contém mais de 20 unidades de monossacarídeos. Exemplo: Celulose. • Quanto a natureza quimica dos grupo funcional • Aldose: se o grupo carbonila é um aldeído; • Cetose: se o grupo carbonila é uma cetona. D-Gliceraldeído Aldotriose Diidroxicetona Cetotriose Número de Estereoisômeros = 2n, onde n é o número de carbonos assimétricos Manose (Epímeros em C-2) Galactose (Epímeros em C-4) Glicose • Os monossacarídeos com 5 ou mais átomos de carbono ciclizam-se, formando anéis pela reação de grupos alcoólicos com os grupos carbonila dos aldeídos e cetonas para formar hemiacetais e hemicetais. Aldeídos Aldeído Álcool Hemiacetal Cetonas Cetona Álcool Hemicetal • Monossacarídeo mais importante • Também chamado de Glucose ou Dextrose • Células utilizam glicose como fonte de energia pelo ciclo de Krebs nas mitocôndrias • Estrutura simples: 6 carbonos • Regulação da glicose no pâncreas: • Glicose : liberação de insulina • Glicose : liberação de glucagon • Função energética • Obtido a partir da hidrólise da lactose • Constituinte importante dos glicolipídios, dos proteoglicanos e das glicoproteínas • Principais fontes: leite e produtos laticínios • No fígado, é convertido em glicose, que será incorporado ao glicogênio ou usado para obtenção de energia Galactose • Açúcar das frutas • Também chamado: levulose • Encontrada em cereais, vegetais, mel e esperma humano • Hexose e cetose • No fígado, a frutose é metabolizada par formação de um composto importante da via glicolítica (gliceraldeído-3-fosfato) • Consumo excessivo: saturação da via glicolítica, biossíntese de ácidos graxo, acúmulo de gordura no tecido adiposo • Ácidos urônicos: são formados quando o grupo terminal CH2OH dos monossacarídeos são oxidados. • Aminoaçúcares: são formados quando um grupo hidroxila é substituído por um grupo amino. Ácido α-D-Glicurônico Ácido β-D-Glicurônico α-D-Glicosamina α-D-Galactosamina Ácido N- acetilneuramínico Ácido siálico • Pentoses: açúcares do DNA e RNA • Os dissacarídeos consistem de dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação glicosídica, formada quando o grupo hidroxil de um açúcar reage com carbono anomérico de outro açúcar. • Maltose, Sacarose e Lactose Ligação Glicosídica α (1 → 4) Maltose Ligação Glicosídica α (1 → 2) Sacarose Reserva energética vegetal Hidrólise do amido Dois resíduos de glicose unidos por ligação glicosídica alfa 1-4 Grande quantidade no malte de cereais Malte: matéria-prima da cerveja Dissacarídeo mais abundante; Sintetizado por plantas; Principal produto intermediário da fotossíntese; Constituído pela união de uma glicose com frutose Sacarose Açúcar do leite; Ocorre naturalmente no leite em uma concentração de 0 a 7%, dependente da espécie; Constituído pela união de uma galactose e glicose. Lactose β-D-galactopiranosil-(1-4)-β-D-glicopiranose • Polímeros de médio a alto peso molecular, também chamados de glicanos. • Diferenciam-se na identidade das unidades de monossacarídeos repetidas, no comprimento das cadeias, nos tipos de ligações que unem as unidades e no grau de ramificações. Não ramificado Ramificado HeteropolissacarídeosHomopolissacarídeos • São carboidratos unidos à estruturas que não são carboidratos como: • Bases púricas e pirimídicas (ácidos nucléicos); • Anéis aromáticos (esteróides e bilirrubina); • Proteínas (glicoproteínas e glicosaminoglicanos); • Lipídeos (glicolipídeos). Forma de armazenamento de glicose nas plantas e importante nutriente para os animais; Constituído por dois tipos de polímeros de glicose: amilose e amilopectina. Grânulos de Amido • AMILOSE Resíduos de glicose ligados por ligação α(1→4) • AMILOPECTINA Resíduos de glicose unidos por ligações glicosídicas α(1→4) e por ligações α(1→6) nos pontos de ramificação É o polissacarídeo de reserva dos animais; Presente em todas as células mas é mais abundante no músculo esquelético e no fígado; A sua estrutura assemelha- se a da amilopectina, exceto pelo maior número de ramificações que ocorrem em intervalos de 8- 12 resíduos de glicose. Glicogênio Principal componente estrutural dos vegetais; Homopolissacarídeo linear, não ramificado, constituído por 10.000 a 15.000 unidades de D-glicose. D-glicose ligadas por ligações β(1→4) Homopolissacarídeo linear composto por resíduos de N- acetilglicosamina em ligações (β1→4); Principal componente estrutural do exoesqueleto de invertebrados como insetos e crustáceos; Representação de uma unidade constituinte da Quitina Funcionam no reconhecimento e adesão célula-célula, na migração celular, na coagulação do sangue, nas respostas imunes e na cicatrizações das lesões • Proteoglicanos • Quando as proteínas e os glicosaminoglicanos na matriz extracelular agregam-se de modo covalente e não-covalente • Glicoproteínas • São encontradas na superfície externa da membrana plasmática, na matriz extracelular e no sangue. • Glicolipídeos • No cérebro auxiliam na condução nervosa e na formação da mielina. São importantes para a transdução de sinal celular. • NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. • BERG, J.M.; STRYER, L.; TYMOCZKO, J. L. Bioquímica. 6. ed. 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