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Ana Barth MedVet6 2 4 SUINOCULTURA Vantagens: alta produção de grãos, mão de obra, clima, área de produção, sanidade. Desvantagens: tecnologia, BEA atrasado, faz utilização de promotores de crescimento, falta de proteção governamental para carne suína, produtor não tem estabilidade e tem altas taxas de juros. Estrutura de produção: Especializada: produtor independente, normalmente faz ciclo completo. Verticalizada: produtor tem a granja e o frigorifico Integração: pode ser vertical (produtor entra com a terra e integradora com genéticas, nutrição e assistência, o preço é estipulado pela integradora) ou horizontal (cooperativa). Sistemas de produção: Extensivo: suinocultura de subsistência, com baixo nível tecnológico, alimentação a base de restos, assistência técnica inexistente. Semi-intensivo: melhor aplicação do conhecimento técnico, instalações mais adequadas, separação por lotes, alimentação de melhor qualidade. Intensivo (siscon: sistema de criação intensiva de suínos confinados): intensificação da produção, conhecimento técnico de alto nível bom manejo produtivo, nutricional e reprodutivo, e instalações bem adequadas. Intensivo (siscal: sistema de criação intensiva de suínos ao ar livre): menor investimento, maior qualidade de vida dos animais, ecologicamente correta. Fluxograma siscon ciclo completo: 1. Gestação: matrizes, cachaços e leitoas 2. Maternidade: leitoas, matrizes e leitões 3. Creche: leitões 4. Recria e terminação: leitões mais velhos, recria recebe ração mais proteica e terminação mais energética. Fluxograma siscon ciclo incompleto: 1. Unidade produtora de leitões (UPL): reprodução, gestação e maternidade, vende leitões desmamados por peso (kg) 2. Unidade produtora de leitões (UPL): reprodução, gestação e maternidade, vende leitões descrechados e desmamados. 3. Creche: creche, compra leitões desmamados e vende descrechados. 4. Unidade de terminação (UT): da creche a recria, faz a terminação dos animais, vende leitões terminados para o abate. 5. Unidade de quarto sitio (4S): reprodução e gestação, vende leitoas prenhes (nulíparas), cachaços e leitoas emprenhadas. 6. Centro de coleta e processamento de sêmen (CCPS): vende o sêmen ou cachaço para reprodução, animais são usados para coleta ou venda de sêmen. **sai da maternidade com 28 dias **sai da creche com 63 dias REPRODUÇÃO MATERNIDADE CRECHE RECRIA ENGORDA 1 3 Ana Barth MedVet6 Características peculiares de suínos: Possuem perfil triangular e focinho cartilaginoso (animal fuçador). Possuem 44 dentes, sendo 12 incisivos, 4 caninos, 16 pré-molares e 12 molares. 7 pares de tetos em média, podendo ser de 4 a 8. Tem 38 cromossomos. São monogástricos, com coração proporcionalmente pequeno, sendo comum a ocorrência de infartos. Possui baixa capacidade respiratória, e semelhanças com o ser humano o que permite xenotransplantação. Em média 70% de gordura e 1 a 2,5 % de marmoreio na carne. Características comportamentais: São naturalmente presas, gregários, possuem hierarquia linear (maior sobre os menores), são onívoros com o olfato bem desenvolvido. Estabelecem latrinas longe do local de alimentação. São muito inteligentes, sociais, brincalhões, interativos e curiosos. Possuem diversos tipos de vocalização. Características produtivas: Possuem prolificidade e precocidade, a gestação e lactação são curtas (114-115 dias de gestação, 28 dias de lactação, 5 dias para retorno ao cio (+-5d)). Abate precoce, ótima conversão alimentar, alto rendimento de carcaça, contribui para manutenção da qualidade do solo. Origem: Origem por cruzamento acidental, evolução para tipo carne ocorreu baseada na forma do corpo, com um traseiro cheio, amplo e largo, linha de dorso comprida, menor espessura de gordura, puberdade aos 6 meses, ET diferenciada para produção e reprodução. Existem 3 tipos de suínos: TIPO PERFIL CEFÁLICO ORELHA FRONTE Asiático Ultra curvilíneo Curta e reta Plana e larga Céltico Côncavo Larga, grosseira e caída Ibérico Subcôncavo a retilíneo Média e horizontais, levemente caída. Estreita Raças: Raças estrangeiras: altamente especializadas em produção de carne, precocidade, prolificidade e economia, Duroc (EUA), Landrace (Dinamarca), Large White (Inglaterra), Hampshire (EUA), e Pietran (Bélgica). Raças nacionais: produção de banha, rústicos, pouco precoce, pouco prolifero, pouco exigente no trato, atinge 60 kg de pv aos 6m. Raças da embrapa e meishan e fengjing. Raças p/ mães: Landrace, Large White e Wessec. Raças p/ pais: Duroc, Pietran e Hampshire. Características maternas: aptidão materna (exceto Duroc), alta prolificidade, boa capacidade de produção de leite, pequena ET, boa conversão alimentar. Características paternas: elevada capacidade de produção de carne, boa conversão alimentar, boa qualidade de carcaça, alta precocidade. Ana Barth MedVet6 Large White: Pelagem branca, orelha asiática, perfil cefálico céltico. Prolificidade e excelente habilidade materna. Alto ganho de peso e rápido crescimento, boa conversão alimentar e rendimento/qualidade de carcaça. Landrace: Pelagem branca, orelha céltica, perfil cefálico ibérico. Prolificidade e habilidade materna. Alto ganho de peso e rápido crescimento, boa qualidade de carcaça, principalmente para carnes nobres. Precocidade e fertilidade. Mais comprido que o LW. Duroc: Pelagem vermelha, é um animal com vigor e rusticidade, mas com baixa prolificidade e habilidade materna. Excelente conversão alimentar e qualidade de carcaça. Pietran: Pelagem oveira. Baixa habilidade materna. Médio ganho de peso, alto rendimento de carcaça, raça dos 4 pernis, carne light. Desarmonia anátomo-funcional em linhagens portadoras do gene halotano que causa maior problemas de estresse, perda de peso e morte súbita. Hampshire: Pelagem preta com listra branca. Rústico, com boa prolificidade e baixa habilidade materna. Ótima conversão alimentar, ganho de peso, maior rendimento de carcaça e menor ET. Wessex: Pelagem preta com listra branca. É a mais prolifera das estrangeiras, boa habilidade materna, boa produção de gordura aumentando a produção de leite. Rusticidade, bom ganho de peso rendimento de carcaça. Sintética Embrapa MS 115: Selecionado com base no % de carne na carcaça, com características fenotípicas como números de tetos, comprimento, conformação e aprumos. 62,5 % Pietran, 18,75% Duroc e 18,75% LW. Meishan e Fengjing: Crescimento tardio. Alta ET e carne saborosa, rusticidade, precocidade reprodutiva, prolificidade e habilidade materna, 20 tetos (10 pares), mínimo de 18 tetos. Melhor fase para selecionar animais é na recria, porém não permite avaliar desempenho reprodutivo porque o animal não entrou na puberdade ainda. Na seleção de femeas busca-se um adequado comprimento de abdômen e boa estrutura da garupa, arqueamento normal da coluna, adequação do estado de condição corporal (sem deposição excessiva de gordura), qualidade de aprumo (sem desvio laterais, problemas de casco etc), número e qualidade de tetos (não podem ser cegos, ou menos que 7 pares), vulva deve ser bem implantada e lábios vulvares proporcionais, cobrir com mais 140kg. Para machos, adequado comprimento dorsal, escore corporal adequado, arqueamento normal de coluna (sem cifose, lordose etc), testículo Ana Barth MedVet6 com mobilidade e tamanho adequados, prepúcio normal, comprimento de garupa, deposição de gordura na área de costela e paleta, aprumos (pisada normal). Programas de melhoramento de suínos: cruzamentos Podem ser feitos com base na seleção genética e com base nos cruzamentos. Dentro do programa de seleção existem várias formas de selecionar reprodutores. Seleção genéticados reprodutores pela genealogia, progênie, conformação (fenótipo), desempenho (performance) – dados produtivos e reprodutivos. O objetivo é sempre aumentar a frequência dos genes desejáveis. Relembrando que h² é o coeficiente genético que expressa a proporção do fenótipo que é devido a efeito dos genes. Algumas características possuem herdabilidade maior, como o desempenho de carcaça que está intimamente relacionada a genética do animal, outros tem herdabilidade mais baixa como o desempenho produtivo. Lembrar: F= G + A (G*A) O sucesso do programa de melhoramento depende de melhorias no manejo (ambiente) que é fornecido ao animal e de melhorias genéticas para que ele expresse todo o seu potencial (resposta). A evolução do suíno para carne incluiu a redução da espessura de toucinho (ET), aumento da proporção da carne, aumento da eficiência alimentar. CA= quantidade de ração/ganho de peso (PF-PI), quanto menor melhor! Características de desempenho: Desempenho produtivo: ganho médio diário, CA, para atingir o peso de abate (110-120kg). Qualidade de carcaça: ET, rendimento de carcaça (peso carcaça quente – peso animal no momento do abate), profundidade de musculo (PM), área de olho de lombo (AOL), gordura intramuscular, capacidade de retenção de agua, ph, cor, maciez, suculência, sabor e aroma. Existiam estações de teste de reprodutores suínos (ETRS) onde se fazia a avaliação do animal para GPD, CA, e ET, mas encerraram as atividades. É feito teste de granja de machos e fêmeas na granja para GPD (do nascimento até 170 dias) e ET (154 dias). Quanto a avaliação de ET pode ser feita com medidor in vivo e ultrassom, 20 cm antes do rabo no nível da última costela, 5 cm da vertebra. Com o paquímetro se mede a área de musculo no frigorifico, pode-se usar a pistola de medição em frigorifico. Para a AOL é feito o teste no frigorifico com decalque em papel manteiga, ou in vivo com ultrassom entre a 10 e 11ª costela. Desempenho reprodutivo: prolificidade (tamanho da leitegada) Cruzamentos: Cruzamento é o acasalamento entre animais de raças ou linhagens diferentes. Objetivos: -Obter progênie superior, através da combinação das diferentes genéticas existentes. Quando acasalo duas raças diferentes posso chamar de cruzado, mestiço, híbrido (em suíno tem uma colocação especial, pode caracterizar o animal advindo de duas raças, mas é muito utilizado para denominar o filho do cruzamento de duas linhas ou linhagens genéticas diferentes – programa de hibridação), F1. Quando cruzo duas raças diferentes, selecionadas, a minha progênie é sempre melhor que os pais! -Aumentar a produtividade e lucratividade da progênie. * Complementaridade: quando eu complemento características que uma raça não tem com o que outra raça tem em um mesmo animal. Heterose ou vigor híbrido: é o fenômeno pelo qual os filhos de cruzamentos têm melhor desempenho (maior vigor) do que a média dos seus pais. Quanto maior foi a diferença genética dos envolvidos no cruzamento mais diferente será a prole (maior a heterose ou vigor hibrido). Superioridade da progênie (cruzada) em relação aos pais (puros). Ana Barth MedVet6 * Puro sintético: animal que cruzo Duroc com LW, depois com Landrace, até chegar um animal que consigo caracterizar como puro. Quando chega na sexta geração é um animal considerado puro, tendo 94% de composição genética de um pai, e 6% do outro. H = (média dos mestiços – média das raças puras) / média das raças puras * 100 *Esse resultado mostra o quanto a progênie é superior aos pais. Para a maioria das características de carcaça é baixa (é o contrário da herdabilidade). Se for + a progênie é melhor que os seus pais. Primeiro seleciono características com alta herdabilidade, para ter boas condições nos animais – se expressam rapidamente. Depois cruzo com outros animais, pois a heterose é mais alta para características de baixa herdabilidade. Quanto mais diferentes os pais, maior o choque de genes, maior o vigor hibrido, e maior o desempenho dos animais. . Cruzamento Rotacionado P= Duroc (macho) * Large White (fêmea) F1 = ½ DU ½ LW (* macho LW) ¾ LW ¼ DU (* macho DU) 1/8 DU 3/8 LW e ½ DU = 5/8 DU 3/8 LW * Para saber a fração, primeiro, para saber as partes, faz multiplicação: ¾ vai meio para o filho, então faz ¾ dividido por 2. Inverte-se os valores ¾ * ½ = 3/8. Depois, no outro cruzamento, vai meio de outra raça. Para somar, faz-se o MMC, neste caso, de 8 e 2, resulta em 8, que vai na parte de baixo da fração. Ele divide pelo percentual, e multiplica pelo número de cima da fração. Soma-se as raças iguais. Esquema de cruzamento simples ou industrial P = macho LD * fêmea LW F1 = ½ LD ½ LW Animal pode ir ao abate ou ser reposto. Tenho heterose de 100%. Incorporam as melhores características, que as raças puras de origem não apresentam em conjunto. Esquema de cruzamento industrial em Backcross Duas raças diferentes, e na F1 cruzo de novo com uma raça participante da sua composição, esta segue a mesma raça do pai. P = macho LD * fêmea LW F1 = ½ LD ½ LW * macho LD F2 = ½ LD ½ LW Abate. Heterose de 50%. Esquema de cruzamento industrial em Threecross Começo igual aos outros, só que na F1 introduzo uma terceira raça diferente da composição. P = macho LD * fêmea LW F1 = ½ LD ½ LW * macho DU F2 = 1/3 LD 1/3 LW 1/3 DU Abate. Heterose de 100%. Fala-se terminal, pois são as características desejáveis para a produção. Nada impede de se melhorar e criar uma nova raça. Sempre, ao mesmo tempo, trabalha-se com seleção. Termos empregados: P: geração parental ou paternal F1: primeira geração filial, mestiço, ½ sangue resultante do cruzamento entre duas raças diferentes. F2: segunda geração filial: produto mestiço resultante da geração F1 Ana Barth MedVet6 Estrutura de um programa de melhoramento genético: Pirâmide de produção: núcleo > rebanhos multiplicadores > rebanhos comerciais. O fluxo de material genético dá-se pelo núcleo aos rebanhos multiplicadores e rebanhos comerciais, e também dos rebanhos multiplicadores para os rebanhos comerciais. Núcleo: onde ocorre o melhoramento genético; desenvolve-se os programas de melhoramento. São granjas de altíssima biosseguridade, e é onde se formam as linhas ou linhagens genéticas de machos e fêmeas. A linha macho tem característica a eficiência produtiva: conversão alimentar, cobertura de carcaça e ET. A linha fêmea tem característica a eficiência reprodutiva: fertilidade, prolificidade docilidade e conversão alimentar. A linha é um animal resultante do cruzamento de pais de mesma raça onde eu busco reunir características altamente selecionadas (de interesse). A taxa de reposição no núcleo é altíssima. * Bisavós (100% de reposição ao ano – macho 6 meses e fêmea dois partos) e Avós (vida útil de 2,5 anos – macho um ano e fêmea três a quatro partos). *Se a progênie não adquirir as características que eu quero, começo novamente com outros pais, até que eu chego em F1 desejável. Estabeleço-o como linha. *Essa linha é destinada ao multiplicador. Multiplicador: Produção de matrizes e reprodutores híbridos. Recebe as linhas, cruza e vende para o rebanho comercial – produz os híbridos (filho de duas linhas genéticas diferentes). Vende esses híbridos para o comercial. * Pais/Matrizes (macho 2,5 anos e fêmea 5 a 6 partos, 30 leitões/fêmea/ano). Comercial: cruza os híbridos para o abate. Nada impede de comprar uma linha, depende do poder aquisitivo do rebanho comercial. * Filhos (macho 2,5 anos e fêmea 5 a 6 partos). Etapas do programa de melhoramento genético Selecionar animais superiores – as linhas de seleção (machos e fêmeas). Cruzamento entre linhas de seleção (hibridação) para obtenção de animais híbridos. Certificado de origem de reprodutores: Toda vez que você compra um animal,tem-se o certificado GRSC. É obrigatório para granjas de reprodutores. Granjas GRSC: rebanhos ligados ao programa de melhoramento genético de suínos munidos do Certificado de Granja de Reprodutores de Suídeos pelo MAPA: livre de PSC, doença de Aujeszky, Brucelose, Tuberculose, Sarna e livre ou controlada para Leptospirose. Segundo a IN 19/2002. Os animais vêm com registro genealógico: comprova que os suínos de reprodução foram produzidos em granjas certificadas pelo MAPA. Sempre verificar antes de comprar reprodutores. Meta de leitegada: acima de 10. Kg ao nascimento: 1,5 por leitão no mínimo. Peso a desmama 6,7-7,5kg. Desempenho da leitegada reflete o desempenho reprodutivo da mãe em HM e prolificidade. Registro genealógico: Sistema de identificação de suínos – sistema australiano de identificação de suínos Na Associação Brasileira de Criadores de Suídeos (ABCS). Comprova que os suínos de reprodução foram produzidos em granjas certificadas pelo MAPA. Avaliado quanto a conformação e índices produtivos. Embaixo da mãe tem um DR (desempenho reprodutivo). Primeiro número do DR é o número de partos, o segundo é a média do número de leitões nascidos (prolificidade); terceiro número é a taxa de mortalidade de leitões no período de Ana Barth MedVet6 maternidade (admite-se sete); próximo número é o número de leitões desmamados aos 21 dias; o último número é o peso médio da leitegada no desmame. ETRS (Estação de reprodutores suínos): basicamente trabalhavam com GDPD, CA (30 aos 100 kg) e espessura de toucinho aos 100 kg. TG (teste de granja): primeiro número é o GDP do nascimento até 154 dias (22 semanas – período que estaria pronto para o abate); espessura de toucinho em mm mensurada aos 154 dias, C.A., e idade que levou para atingir o peso de abate (110-120kg). * Espessura de toucinho avalia entre a última VL e a primeira VS por US ou pistola (tipificação eletrônica), na altura da décima e décima primeira costela, da última costela e na última VL e primeira VS (mais comum). * ET: alta correlação negativa com rendimento em carne; alta herdabilidade. EMBRAPA Ms58 (1995): P: LD X LW F1: LL P: Hampshire x DU F1: HD x Pietran F2: HDP x LL MS58 MS60 (2000) P: DU x LW F1: DL x Pietran F2: MS60 MS115 (2008) a nova geração light. Topigs P: Pi x LW F1: ½ Pi ½ LW x Pietran ¾ pi ½ LW (Tybor) Topigs 40 (1/2 Pietran x ½ LW) Simulação de dois cruzamentos 1) P: Tybor x Topigs 40 F1: 5/8 Pietran 3/8 LW 2) P = Chico x LWLD Chico: LD ¾ LD ¼ LW 3) P = Morfeu x LWLD Morfeu: ¼ LW ¼ DU ½ Pietrain 3/8 LW 1/8 DU 2/8 PI 2/8 LD Ana Barth MedVet6 Morfofisiologia de reprodução das fêmeas: Eficiência reprodutiva da matriz é baseada na prolificidade, habilidade materna e número de partos/fêmea/ano (2,4 é o ideal) e número de leitões desmamados. Funções da matriz: Fornecer oócitos de qualidade (50% do material genético). Fertilidade, cio (3/4 dias) Baixo IDC (intervalo desmame-cio, 6 dias ideal) Eficiência alimentar Sobrevivência dos embriões e fetos, e dos leitões. Informações reprodutivas: Idade ao primeiro cio (puberdade): 160-170 dias (5,5 meses), 100-110 Kg (variável). Poliéstrica anual, ciclo de 21 dias. Idade à reprodução efetiva (maturidade sexual): 210 dias (7 meses), 130-140 Kg. Período gestacional: 114 a 115 dias. Idade desmame cio (IDC): 3 a 5 dias. Taxa de reposição: 40-50%. Aparelho reprodutor: ovário com muitos folículos, gerando um corpo lúteo por folículo (P4). Células luteínicas com receptores para (P4), corpo lúteo dependente. Cerviz tortuosa. Deve ter proporção de leitões entre os cornos para manter o nível de progesterona. *Melhor emprenhar a fêmea no 3º cio, porque o aparelho vai estar bem desenvolvido e o número de leitões será melhor. *Irmãs de cio: fêmeas que entram em cio no mesmo período. Ciclo estral e detecção de cio: Regulação hormonal: Hipotálamo libera GnRH, que atua na hipófise induzindo a liberação de LH e FSH para o ovário, o ovário libera E2 e P4 (CL) para o útero. O E2 atua na hipófise e no hipotálamo fazendo feedback positivo, enquanto a P4 faz feedback negativo. A leptina é responsável pela saciedade, dispara ocorre quando inicia a puberdade, é produzida pelo tecido adiposo, é um indicador metabólico associado a ET, quanto menor a ET menor a quantidade da ração de lactação e produção de leite. Não pode ter alta perda de ET na lactação. Proestro: pré cio, 1-2 dias, ocorre inquietação, redução do apetite, aumento da vocalização, edema e hiperemia da vulva (aumento progressivo), presença de muco vaginal, fêmea monta sobre as outras porem não aceita monta. Estro: cio da fêmea suína dura cerca de 60 horas. A ovulação ocorre 2/3 após o início do cio, cerca de 40 horas, em média 44h, mas algumas fêmeas podem ter cio de 58 horas. Fêmea aceita o cachaço durante 30h ovulando cerca de 20 horas após início do cio. Se a fêmea aceita o macho por 60h irá ovular cerca de 40h após o início do cio. 12-48h: femea com todos os sinais de cio, RTM+ e RTH+, cauda erguida, orelha em pé, não salta mais, ideal para cobrir. 48-60h: RTM+ mas não tem RTH, não insemina nem cobre. Momento da cobertura ou IA baseado nos sinais preditores da ovulação (RTM+ e RTH+) Sinais de cio claros para monta natural ou IA, fêmea aceita os reflexos. *RTH: reflexo de tolerância ao homem, fêmea permanece para ao estimulo do homem, na região lombar. *RTM: reflexo de tolerância ao macho, realizar contato focinho-focinho para que ocorra a melhor estimulação da fêmea com ferohormônios, maximiza a expressão. Ana Barth MedVet6 Metaestro: 1-2 dias, pós cio, fêmea não tem RTM, sem sinais de comportamento de cio. Diestro: até dia 18 do cio. *passeio com 18 dias do ciclo estral, 15-18 dias, reconhecimento embrionário. Diagnóstico: Intervalo ótimo de 12 horas (7-19h), não é muito seguido por causa das leis trabalhistas. Mais comum entre as 8:30 até as 10h, e entre 15:30 e 16:45 da tarde. Quando diagnosticado de manhã estaria em cio 2-5h atrás, mas em média 12 horas de intervalo, ou 11 horas antes. Diagnostico sempre realizado com o auxílio do cachaço, já que muitas femeas não respondem ao RTH pois são submissas e não tem RTH. Se fêmea não aceita o homem e deixa dúvida, pode usar o macho, se responder o contato focinho-focinho e fêmea parada indica que está no cio, inseminar. Morfofisiologia da reprodução dos machos: Funções do cachaço: Estimulação tátil e olfativa das femeas através do ferôrmonio Auxilio na detecção de cio Monta ou coleta 50% do material genético Taxa de concepção e tamanho da leitegada. Informações reprodutivas: Proporção de machos é de 1:20 Idade a puberdade: 120-150 dias, peso 100-110 kg (varia). Idade a maturidade sexual: 7 a 8 meses, peso mínimo 150 kg. Frequência de monta/coleta: 7-12 meses= 1x na semana 12-15/18 meses= 2x a cada 15 dias Ana Barth MedVet6 >15-18 meses= 2 coletas/ semana Taxa de reposição: 20-25 (1000 dias dentro do sistema, aproximadamente 2,7 anos) 2x ao dia passear com o cachaço antes do arraçoamento, para estimular as fêmeas. Aparelho reprodutor: pênis possui flexura sigmoide do pênis, epidídimo possui porção caudal e dorsal, testículo se encontra posicionado obliquamente, 2-4°C a baixo da temperatura corporal. Possui divertículo prepucial. Os suínos possuem glândulas secundárias: vesícula seminal, próstata, bulbouretral que faz a produção de liquido seminal e porção gelatinosa. Regulação hormonal: Ocorre a espermatogênese dentro do túbulo seminífero no testículo, o epidídimo recebe o espermatozoide ainda imóvel, dentro do epidídimo até a cauda vai adquirindo motilidade, da cauda do epidídimo são direcionados para o ducto deferente até a ejaculação.Além disto o testículo produz nas células de Leyding testosterona que estimula o crescimento das glândulas secundarias e características sexuais e masculinas (ex: músculos, cabeça e deposição de gordura e etc) e androsterona que atua como ferôrmonio que é detectado pelo olfato. É armazenada na saliva e gordura e á o odor na carne. Nas células de Sertoli é produzida a ABP (ligadora de andrógeno), ela leva a testosterona para o túbulo seminífero. A inibina regula, inibindo a liberação dos demais hormônios. FSH estimula as células de Sertoli, e o LH as células de Leyding. Coleta de sêmen: Treinamento e condicionamento do cachaço após 6 meses de idade, no início levar manequim até a baia do macho por questões comportamentais, depois levar macho até a baia de coleta. Estimular o animal com sons, urina de fêmea em cio etc. Pode usar um macho experiente montando em fêmea na baia de frente para estimular machos jovens. Sempre usar baias limpas para evitar lesões de piso escorregadio, pode usar tapetes antiderrapantes etc. Esvaziar sempre a vesícula prepucial, higienizar, cuidar com substancias espermicidas. Avaliar pênis. Técnica da mão enluvada, onde mão simula ambiente da cerviz. Usar filtro na caneca, preferencialmente de cor escura, para filtrar a porção gelatinosa do sêmen. Em monta natural a porção gelatinosa, fecha a cerviz evitando o refluxo. Benefícios da inseminação artificial: Incorpora rapidamente o material genético de qualidade superior. Menor risco de transmissão de doenças. Melhor aproveitamento do cachaço. Redução do número de cachaços, somente para estimular e detectar cio (1:20 MN e 1:80 IA). Método simples e de baixo custo. Aproveitamento de todas as fêmeas. Limitações da inseminação artificial: Diagnóstico impreciso, qualidade de sêmen, coleta e processamento, protocolo de IA empregado, técnica de IA e qualidade da matriz (sanidade, bem-estar, estrutura e ECC). Processamento do sêmen: Saber a concentração de espermatozoide para poder determinar a diluição. Volume aceitável: 200-500ml. Motilidade: 70-80%. Vigor: 3 e Anormalidade: 5-13%. Número spz/dose: 1,5 a 3 x 10^9 Ana Barth MedVet6 Tipos de sêmen: Sêmen fresco: 2 horas, máximo de 24 horas pós coleta. Sêmen resfriado: 5 a 7 dias, 15-18°C (99% IA). Sêmen congelado: -196°C, indeterminado, uso em programas de melhoramento genético, sêmen suíno não conserva bem sobre congelamento devido características de membrana bi lipídica, afetando a taxa de prenhes, pouco usado em escala comercial. Diluição: Aumenta o volume de sêmen, protege contra o choque térmico, mantêm o ph, fornece substrato ao metabolismo dos espermatozoides, aumenta a viabilidade dos espermatozoides após alguns dias. Inibe o crescimento bacteriano, pode ter ação longa (5 dias ou mais) ou curto (3 dias). Momento recomendado para realização da cobertura de acordo com cada IDE: IDE curto (<4dias): fêmeas com IDE curto tem cio mais longo, portanto o intervalo início do cio até a ovulação será maior. RTM+, 1ª IA 12h após o diagnóstico, próximas de 12-12h. IDE longo (5-6 dias): fêmeas com IDE longo tem cio curto, portanto o intervalo início do cio até ovulação é menor. RTM+ , 1ª IA no momento e 2ª 12h após. *Oócito sobrevive 4-8h (cio curto), 12h (cio longo) em média 6h, espermatozoide sobrevive 12/16h até 24h. Inseminar antes da ovulação é melhor do que inseminar depois. Protocolo IA: Ovulação: 24/36h (leitoas) e 40/50h (matrizes) após o início do cio (média 30-40h). Ocorre após 2/3 do ciclo. Oócitos liberados em 4 horas, sobrevivem 4-8 horas (leitoas), e 8-12h (matrizes), média de 6 horas. Ideal: IA de 24-0h antes da ovulação, máximo 8h após (detectar RTM/RTH). Duas inseminações com intervalo de 12-24h. Fêmeas de cio longo (IDC <4d): 2-3x 1ª IA 12h após RTH+ 2ª IA 12h após 1ª 3ª IA 12h após 2ª Fêmeas de cio curto (IDC >5d) ou leitoas: 2x 1ª IA no RTH+ 2ª IA 12h após (pode fazer outra depois de 12h se tiver RTH) Introduzir pipeta no sentido anti-horário e retirar no sentido horário. Tipos de IA pela disposição do sêmen: IA intracervical ou cervical tradicional. IA pós cervical. IA pós cervical profunda ou intrauterina. *dose reduz de acordo com a técnica, economia de sêmen e menor uso de machos. Sêmen não deve ser exposto a luz ou agua e temperatura deve ser <15°C ou >20°C. Transporte em caixas de isopor. Aquecer bisnaga antes da IA. Lavar e ferver material sem uso de detergente ou desinfetante e secar. Protocolo de monta: 2 a 3x, constatado o RTH+ com intervalo de 12h entre cada monta. Esquema MTM ou TMT. Ana Barth MedVet6 Objetivo: garantir fecundação de todos os oócitos. Sempre feita na baia do cachaço, evitar distração do macho. Auxilio do macho para diagnostico de cio (2x), estimulo visual, olfativo e auditivo. Cuidar com femeas com RTH-, estimulo pelo passeio do cachaço. Prelúdio: cortejo a femea (contato naso-nasal, naso-genital, pressão no flanco, entre os membros posteriores), emissão da saliva, ereção e exteriorização do pênis. Monta: salto, abraço, penetração e ejaculação. Descida: relaxamento e retração do pênis. *pode auxiliar levando penis pelo prepúcio até a vulva. Adequar tamanho entre os animais. Prepucio do macho deve estar higienizado previamente (esgotr, lavar e secar). Atenção com o piso da baia. Femea deve ser conduzida com vulva já higienizada para baia do macho. Orientar e supervisionar a monta. Sempre optar por horários mais frescos do dia, arraçoar somente após a cópula.
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