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Aula 7 (Assíncrona)- Reprodução Animal 2 – Professora Ana Luísa Manejo Reprodutivo do Cachaço Processo reprodutivo tem como finalidade a perpetuação da espécie, e na suinocultura de forma específica tem um grande impacto, pois se não for bem sucedido o produtor tem prejuízos. Então tem grande importância para o desempenho econômico. De forma geral, o processo reprodutivo de suínos tem grande ênfase na fêmea matriz. Importância da matriz: → Taxa de concepção; e → Número de nascido vivos. O reprodutor macho (cachaço/varrão) na monta natural atende até 20 fêmeas. A inseminação artificial trouxe muitos ganhos a suinocultura, e acentuou de forma muito grande a importância do reprodutor no processo reprodutivo de suínos, pois com essa tecnologia (na técnica tradicional*) um reprodutor pode atender até 150 fêmeas. * técnica tradicional= deposição do sêmen dentro da cérvix da porca. E se utilizar a técnica de inseminação artificial com deposição intrauterina com doses com menor número de espermatozoides, consegue-se alcançar índices de número de fêmeas muto alto. O Nathália Gomes Bernardo gráfico a cima mostra por exemplo que no protocolo IA tradicional o reprodutor atende 168 fêmeas, enquanto que usando outras tecnologias pode atender até 762 fêmeas. A N A T O M I A D O R E P R O D U T O R S U Í N O → Suínos possuem glândula vesícular, glândulas bulbo uretrais (bastante desenvolvidas); → Cauda do epidídimo nessa espécie fica voltada para cima (particularidade dessa espécie); → Musculo retrator do pênis que faz a exposição e retração do pênis; → Curva sigmoide que permite a exposição do pênis; → Pênis, prepúcio, divertículos prepuciais. P A R T I C U L A R I D A D E S: → A extremidade do pênis tem forma espiralada; → Enquanto que a porca possui a cérvix (onde o pênis se encaixa na monta natural) cheia de anéis cervicais – espiralada; → Glândulas bulbo uretrais mais desenvolvidas em relação as demais espécies; → Localização do escroto é perineal (não é pendular); → Posição oblíqua dos testículos, com a cauda do epidídimo na porção superior. P U B E R D A D E A puberdade no reprodutor suíno é marcada pela presença de espermatozoides nos túbulos seminíferos > animal púbere. Isso acontece na espécie suína por volta de 150 dias de idade (5 meses), mas varia um pouco de acordo com a genética. O animal atingir a puberdade não significa que o animal esteja apto a reproduzir, porque depois dessa idade ainda ocorre incremento do peso testicular do animal. Então ainda ocorre crescimento do peso testicular do animal de 5 a 8 meses de idade – incremento do peso testicular: Então, embora púbere com 5 meses de idade, o animal ainda não está apto para ser inserido como reprodutor nas centrais de inseminação. O animal que será utilizado como reprodutor precisa passa por um treinamento: → Idade: 7 a 8 meses → Duração: 2 a 3 semanas; → Todos os dias o macho deve ser apresentado ao manequim (10 a 15 min ) → Animal apenas será inserido na rotina da central de inseminação quando tiver características espermáticas dentro dos parâmetros indicados (apenas quando apresentar estabilidade da qualidade espermática) A maturidade sexual ocorre com 10 a 12 meses de idade. P R O D U Ç Ã O E S P E R M Á T I C A Diversos fatores influenciam na produção espermática do reprodutor suíno, como: → Idade: Animais jovens tem alto número de alterações espermáticas, justamente porque esses animais ainda não estão maduros sexualmente. → Tamanho testicular: testículos maiores geram maiores produções espermáticas, porque têm maior número de túbulos seminíferos ; → Ambiente: o reprodutor suíno é extremamente sensível a alterações de temperatura. M O D E L O S D E P R O D U Ç Ã O D E S Ê M E N S U Í N O → Centrais fechadas: Há granjas que possuem centrais de inseminação, ou seja, uma estrutura específica para este fim montada dentro de uma granja comercial. Essa central atende apenas a esse plantel da granja. ( Esse modelo tem migrado para um modelo denominado genética líquida – apresentado a seguir: ) → UDGS (Empresas de Genética): Empresas de genéticas com as suas UDGS (unidades de inseminação genética), local especializado na produção de doses que são vendidas aos produtores. Atendem várias granjas clientes. Atendem produtores independentes e outros. I N S T A L A Ç Õ E S É possível colocar os reprodutores suínos em gaiolas ou é necessário colocar em gaiolas? Existem as duas possibilidades. → Podem ser alojados em baias: 6m² por animal; animais sozinhos nas baias; confortavelmente alojados; pode-se até utilizar enriquecimento ambiental físico, como maravalha. (No Brasil as centrais são abertas, mas em alguns países tem centrais fechadas com climatização para resfriamento das instalações); → Gaiolas: utilizadas principalmente pelas UDGS que possuem um grande número de animais – Quando se aloja machos em gaiolas projetadas para fêmeas, ocorre acúmulo se urina > gera problemas de casco, risco de acidente, etc. IN 106 que fala sobre as normas de bem estar que devem ser cumpridas no Brasil: as gaiolas passarão a serem substituídas por baias até 2045. A M B I Ê N C I A A maiorias das instalações no Brasil são galpões abertos com manejo de cortinas. Algumas possuem climatização > se for instalação fechado, é obrigatório que seja climatizada. Vários estudos demonstram que reprodutores que passam por estresse térmico/ calórico perdem motilidade ao logo das semanas (como demonstrado no gráfico); diferente dos animais que não passam por esse estresse, e portanto não tem oscilação grande de motilidade. I N S T A L A Ç Õ E S 2 layout sugeridos da instalação : Amarelo: galpão onde os reprodutores ficarão alojados; Verde: sala de coleta; Azul: laboratório. Têm que estar interconectados. Comunicação por jaleca da sala de coleta com o laboratório – entrega do copo coletor com o material. Em UBGS mais tecnificadas, as entregas das doses são por sistema pneumático – as doses vão em cápsulas da sala de coleta para o laboratório. No Brasil tem uma variedade muito grande de tecnificação das granjas. Coleta manual – coleta automática, etc. G A I O L A P R É - L I M P E Z A Muito importante que antes da coleta o macho passe pela gaiola de pré-limpeza: → Retirada de conteúdo prepucial: suínos possuem divertículos prepuciais que acumulam urina. O manipulado deve fazer uso de sobreluva (não pode fazer essa limpeza apenas com a luva de coleta); → Limpeza externa a seco do prepúcio com papel toalha: S A L A D E C O L E T A → Espaço reduzido para acelerar o salto e facilitar a higienização; → Existe uma proteção para o coletador (que fica em pé); → Manequim: o Firme; o de altura regulável; o Fácil de higienizar; o Piso não escorregadio; → Layout da sala de coleta: L A B O R A T Ó R I O → Tem que ser próximo a sala de coleta; → Temperatura constante de 22 a 24ºC; → Geralmente tem-se área suja e área limpa; → Uniforme exclusivo interno; → Equipamentos básicos: o Banho maria : para que o sêmen continue aquecido durante as avalições iniciais; o Balança – avaliação de volume; o Estufa quando se utiliza vidrarias – atualmente a tendencia é utilizar plástico (descartável) – menor risco de contaminação; o Microscópio para avaliação espermática; o Envase das doses: vários equipamentos; o Conservadora (diferente de geladeira) 15-18º C– sêmen suíno não reage bem ao congelamento (mais especificamente ao descongelamento) – não se trabalha com sêmen suíno congelado, usa sêmen suíno diluído e resfriado; o Etiquetadora; o Destilador. Obs: 90% do volume da dose de inseminação é água da diluição C O L E T A E P R O C E S S A M E N T O D O S Ê M E N M E T O D O D E C O L E T A → Método da mão enluvada: estimulação mecânicado pênis com a fixação manual da extremidade do pênis > MACHO sobre no manequim > estimulação> exposição do pênis> fixação da extremidade do pênis > ejaculação (coleta no copo coletor) o Preparo do copo coletor: copo térmico contendo saco plástico descartável dentro. Colocar filtro na parte superior do copo. Sobreluva para higienização. o Quando animal terminar (dura em torno de 10 min), se auxilia na retração do pênis. o Importante que a fixação seja de forma correta. O ideal é que a extremidade fique livre, para que o ejaculado não entre em contato com a luva do coletador. o Duração da coleta: 10 a 15 minutos; o Atualmente existem manequins automáticos o espontânea do pênis. F R E Q U Ê N C I A D E C O L E T A É diferente para machos jovens e animal considerados adultos: → Animais jovens (8-12 semanas): 1 a 2 coletas na semana; → Animais adultos (15-18 meses): 2 a 3 coletas na semana. → Geralmente as coletas acontecem baseada no número de doses que a central precisa no dia. → Porém não se pode realizar coletas muito próximas, ou seja, número excessivo de coletas em curto período de tempo, pois em um curto intervalo de tempo não é possível que o reprodutor tenha maturação espermática adequada, tendo muito espermatozoides imaturos se não respeitar o descanso do reprodutor. → Mas se ficar longos períodos de tempo sem realizar a coleta, os espermatozoides envelhecem – mesmo se não precisar da dose do reprodutor, mas ele estiver alguns dias sem coletar, faz-se o ‘esgotamento’. F A S E S D O E J A C U L A D O → FASE PRÉ ESPERMÁTICA: representada por secreções uretrais: são os primeiros jatos do ejaculado e tem a função de limpar a uretra. São transparentes e oriundos das glândulas uretrais. → FASE RICA: contém 70% dos espermatozoides do volume do ejaculado, o qual é determinado pelas vesículas seminais. → FASE POBRE: representa o restante do número de espermatozoides e do volume produzido pelas vesículas seminais. → GEL: produzido pelas glândulas bulbouretrais (fase final da ejaculação). Não tem função nas centrais (porque usam IA), mas a função dele é que na monta natural serve como tampão da cérvix para evitar refluxo do sêmen. Descartado nas granjas comerciais. A V A L I A Ç Ã O D O S Ê M E N → Macroscopicamente: volume, cor, odor e aspecto; → Microscopicamente: aglutinação, motilidade, concentração e morfologia. D I L U I Ç Ã O D O S Ê M E N → Garante a sobrevivência espermática in vitro por período determinado; → Controla proliferação bacteriana; → Deve ser fácil preparação e qualidade constante; → Diluente mais utilizado para suíno: BTS o Contém nutriente, antibiótico, conservantes, etc para garantir tempo de sobrevivência e impedir a proliferação bacteriana. E N V A S E D O S Ê M E N → Se não fizer correta homogeneização as primeiras doses saem com baixo numero de espermatozoides e as últimas com alto número de espermatozoides; → Em envase automático, não precisa preocupar com a concentração das doses; → Existem vários tipos de envasadoras; → Etiquetagem das doses; A R M A Z E N A M E N T O → Conservadora: 15 a 18ºC; → Resfriamento para provocar redução do metabolismo espermático e diminuição do consumo de nutrientes contidos no diluente; → Temperaturas abaixo de 15º: degeneração espermática; → Temperaturas acima de 18º: aceleram o metabolismo e consumo dos nutrientes do diluente e diminui o período de conservação;
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