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A iniciativa probatória de ofício do juiz no processo penal

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A iniciativa probatória de ofício do juiz no processo penal
Antes de analisarmos a iniciativa probatória ex officio do juiz, é preciso entendermos o sistema processual adotado no Brasil. No sistema acusatório, as funções de julgar, acusar e defender são efetuadas por institutos distintos, o que confere ao réu a condição de sujeito de direitos e não, somente, parte no processo. Aqui, o contraditório, a ampla defesa e a publicidade regem o processo e o juiz é regido pelo princípio da imparcialidade. 
A iniciativa probatória do juiz no processo penal, prevista no art. 156 do CPP, deve ser feita no momento em que há dúvidas em ponto relevante e divergente, onde defesa ou acusação não foram capazes de preencher tais lacunas. “Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de oficio: II. Determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. ”. A análise probatória é feita pelo juiz, que, segundo seu entendimento, irá avaliar da forma como lhe convier. O magistrado tem essa liberdade, de valorar a prova como julgar necessário, mas não pode, de oficio, iniciar atividade probatória, pois ofende o princípio da imparcialidade. 
O princípio da imparcialidade é a posição de terceiro na qual o magistrado se encontra no processo, alheio às pretensões das partes, apenas como um observador, que, em momento oportuno, julgará de acordo com a lei e com seu entendimento do caso concreto.
No momento em que o juiz começa a produzir provas, ele fere a imparcialidade e os princípios do contraditório e ampla defesa, desequilibrando as forças produtoras de prova. Ao acusado cabe se defender dos fatos apontados pela acusação, mas, neste momento, se vê diante do juiz indicando fatos contra ele, o que causa um desfavor em sua defesa. Neste caso, o juiz estaria favorecendo uma parte e desfavorecendo outra, ofendendo gravemente o princípio da imparcialidade. 
A iniciativa probatória ex officio é uma afronta ao sistema acusatório, adotado no Brasil. O magistrado não pode agir como inquisidor no processo penal. A produção de provas deve ser feita com cautela, respeitando a imparcialidade, apenas em momentos dúbios em que as partes não consigam responder satisfatoriamente, para que não haja favorecimento de nenhuma das partes e o desfecho do processo se dê de forma justa e imparcial.
Libertas Faculdades Integradas
Aluna: Lidiane Aparecida Pereira
Professor: Flávio Augusto Maretti Sgrilli Siqueira
Direito, 6º período - 2016

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