Buscar

Introdução ao estudo do Direito (IED) PAULA (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Introdução ao estudo do Direito. (IED)
Objetivo da introdução ao estudo do direito (IED) Aula 1
	
	A disciplina objetiva formar o panorama indispensável para o estudo introdutório ao estudo do direito, facilitando a incursão às demais disciplinas e promovendo a reflexão dos temas que compõe o direito.
1) Direito Como Ciência 
a) Conhecimento “vulgar”- Todo ser humano acumula conhecimento, o conhecimento usual que o homem tem de si mesmo e do mundo, é chamado de conhecimento “vulgar”, isto é, não é baseado na ciência.
Conhecimento = Senso.
b) Conhecimento científico - Busca organizar e sistematizar o conhecimento do homem. O cientista preocupa-se com a veracidade e comprovação de seu conhecimento.
O senso comum, é difuso, desorganizado, assistematizado, e advém de várias fontes desordenadas e simultâneas.
 
O conhecimento científico, tenta ser coerente, coeso, organizado, sistemático, ordenado e orientado a partir de fontes específicas e muitas vezes pré-constituídas.
A ciência é TEORIA, ainda que suas hipótese e suas leis, bem como o aprendizado, as comprovações e as constatações, tenham caráter prático, verificadas e vivenciadas, que são na realidade, social e real.
Ciência postula 
	MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO
 + 
 
	OBJETO DE INVESTIGAÇÃO
Pelo método de investigação que se elabora o conhecimento específico. 
Já o objeto de investigação varia em função da ciência. 
2) DISTINÇÃO ENTRE DOIS TIPOS DE Ciência: 
A) Ciência naturais: O conhecimento é constituído com o objetivo de explicar os fatos e tentar descobrir as ligações entre eles, organizando um mundo próprio de costatações descritas e explicadas. 
B) Ciências humanas: Também busca explicação para fatos e suas ligações, entre tanto nela aparece o ser humano com suas ações como objeto de investigação. 
 
 O DIREITO está classificado entre as ciências humanas (Também como pertencente às chamadas ciências sociais aplicadas).
 As ciência humanas refletem, condutas engajadas dos cientistas no momento histórico das sociedades em que vivem e pesquisam. 
Organização : O direito organiza o social, coloca em ordem o desordenado conflito que ferve no seio da sociedade, é antes de tudo ordenamento.
Ordenar : significa sempre respeitar a complexidade social, a qual constituirá um verdadeiro limite para a vontade ordenadora, impedindo que esta se degenere em valoração meramente subjetiva, em arbítrio (técnica para garantir um pelo controle social) 
Para o professor Marcelo Souza Aguiar: 
	“O direito é um fenômeno natural e social. Desse modo, a sua compreensão possui um grau de complexidade inerente tanto ao fator humano como sua inserção no contexto da natureza”. 
	Objeto de estudo: Como ramo de ciência humana, a Ciência do Direito tem como substrato de pesquisa o homem, em todos os aspectos valorativos de sua personalidade. 	
	É colocado o homem e sua condição existencial como princípio de investigação, deve se respeitar o homem na inteireza de sua dignidade e nos limites postos e reconhecidos universalmente como seus: a vida, a saúde, a honra, a intimidade, a educação, a liberdade etc.
	
2) O direito 
Origem etimológica: 
	O termo direito podemos liga-lo a reto – do vocábulo em latim rectum ou directum.
	A mandar e ordenar – do vocábulo em latim jus, ligado na origem a jussum.
	Ao termo indicar – do vocábulo grego diké.
 	Atenção: A palavra direito é indicada como sendo do tipo analógica, ou seja, com vários significados, todos com nexo em comum. 
Conceito Básico de direito 
	Direito é um conjunto de regras de caráter permanente, obrigatório (impõe um dever ou não dever), geral e impessoal que destina a regulamentar a vida em sociedade com vista ao bem comum. 
Conceito de direito (pluralidade de significações) 
1) Ciências : constitui ao conjunto de regras própria utilizadas pela ciência do direito.
2) Norma jurídica: Faculdades prerrogativa do Estado em criar as Leis, como a constituição e as demais leis, decretos, portaria etc. 
3) Poder ou prerrogativa: quando se diz que alguém tem a faculdade, o poder de exercer um direito 
4) Fato social: a verificação da existência de regras vivas existentes no meio social.
5) Justiça: surge quando se percebe que certa situação é de direito porque é justa. 
	Sendo assim a palavra direito é tida por uns como análoga (seus sentidos guardam certa relação entre si). 
	Mas apontada por outros como vaga e ambígua, pois seus significados não são sempre claros, gerando dúvidas. 
3) O Direito para Aristóteles 
	O Filosofo Aristóteles nasceu em Estárgira, Grécia, no ano de 384 a.C. Com 18 anos entrou na escola de Platão aonde permaneceu por cerca de 20 anos, até a morte de seu mestre.
	No ano de 335 a.C regressou a Atenas, fundou a sua própria escola filosófica, chamada por Liceu.
	Ao longo de sua vida abordou diversos temas, como história constitucional, teatro, estudo da botânica, zoologia, estética, astronomia, cosmologia, entre tantos outros. 
	Dedicou-se à justiça e seu legado foi precioso no campo da ética a qual o direito possui um liame indissolúvel, principalmente em suas obras “Ética a Nicômaco” e “Ética a Eudemo”. 	Para ética ele estabeleceu uma relação de equilíbrio. Dizendo que o ser humano deve sempre seguir o caminho do meio, isto é, não se perder nos opostos, não cometer exeços. O caminho do meio é o caminho do equilíbrio e para Aristóteles esse é o caminho ético que deve reger a vida dos seres humanos que buscam valores éticos, somente assim conseguindo a busca pela FELICIDADE. 
A Justiça 
 	Para Aristóteles a justiça é a virtude ética mais importante, pois se relaciona com o próximo e com o bem do próximo.
	
	A felicidade, como bem maior, é o critério usado para definir um ato como justo. 
	
	Enfatize-se a justiça não como uma qualidade dos atos do homem, mas como seu próprio modo de ser enquanto homem sério, de caráter.
 
“ Justiça: descrita como disposição do caráter que funda o agir com justiça, fazendo desejar o que é justo. A atividade do homem (na ética, o seu agir) revela e ao mesmo tempo constitui o seu modo de ser (o seu caráter), explicitando-se a circularidade constitutiva entre ser (estar constituído com um determinado caráter) e o agir” Aristóteles 
DIREITO-Ciência Aula2
	Existem até dúvidas sobre o caráter de cientificidade do Direito, diante de uma série de pressupostos de difícil avaliação, porém a grande maioria dos doutrinadores, tratam o Direito como ciência.
	Fica até compreensível tantas dúvidas, uma vez que o Direito teve e ainda tem muitas escolas de pensamentos que propõe formas diferentes de investigação para sua ciência. 
	O fato é que existe uma Ciência do Direito, mesmo que com formas de pesquisas diversas.
	Como ramo de Ciências Humana, a Ciência do Direito tem como substrato de pesquisa o homem, em todos os aspectos valorativos de sua personalidade. 
	É colocado assim, como pressuposto, o homem e sua condição existencial como princípio de investigação. A Ciência do Direito deve, portanto, respeitar o homem na inteireza de sua dignidade e nos limites postos e reconhecidos universalmente como seus: a vida, a saúde, a honra, a liberdade, a intimidade, a educação etc.; bens essenciais e indisponíveis que, em conjunto com bens sociais como, a verdade, o bem comum e a justiça, são norteadores de todo o material de investigação da Ciência do Direito. 
	A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas que têm em vista um “DEVER-SER” jurídico, isto é, a Ciência do Direito investiga e estuda as normas jurídicas.
	As normas jurídicas prescrevem aos indivíduos certas regras de condutas que devem ser obedecidas.
	É certo que uma vez cumprida a determinação da norma, o “DEVER-SER” exaure-se em um “SER”, ou quando descumprida a determinação da norma, ocorre um outro “SER”, de conteúdo contrário ao ordenamento jurídico.
Origem histórica do direito 
	O direito nasceu junto com a civilização, juntamente com a história da sociedade, sob a forma de costumes que foram se tornando obrigatórios.
	O surgimento do direito teve por finalidade regular as relações humanas, para que a sociedade tivesse o mínimo de ordem e direção, para impelir a lei do mais forte sobre o mais fraco.
	Cada sociedade formula suas próprias regras, que são feitas de acordo com suas culturas, tradições e períodos históricos, buscando assim o chamado controle social.
	O estudo é feito com a cronologia clássica que considera os períodos históricos:
Pré-história. 
Antiguidade.
Idade Média 
Idade Moderna 
Idade Contemporânea 
No Brasil
	O Brasil Colonial nunca foi visto como uma Nação, mas sim como uma terra de exploração de mão de obras e de bens.
Nação: Organização de uma sociedade que partilha dos mesmos costumes, características, idioma, cultura e tradições históricas. 
	O direito expressava uma conformação social que, aos poucos, foi revelando de forma gradativa a ascensão de uma burguesia comercial num contexto de relações feudais definidas por um sistema com base no Direito Romano e com influência do Direito Canônico, sendo dessa forma, que primeiramente o direito foi aplicado no Brasil.
	Assim tivemos as Ordenações do Reino; 
as leis de caráter geral do império e leis promulgadas especialmente para a Colônia (Brasil). 
	As primeiras leis brasileiras, foram os regimentos dos governadores gerais, que formava uma estrutura administrativa da Colônia. (um direito local). 
	Primeiro vieram as ordenações Afonsinas, compreendidas em 5 livros: 
Da justiça 
Da jurisdição
Da ordem judiciária 
Dos contratos e sucessões 
Dos delitos e das penas
1500- 1532: Período pré-colonial.
1549: Instituição do Governo Geral e do cargo de Ouvidor Geral.
1609: Instalação do Tribunal de relações da Bahia. (primeiro tribunal do Brasil e da América).
1720: Criação das Casas de Fundição. (responsáveis pela cobrança do quinto e dos impostos).
1808: A estrutura do Estado Português veio para o Brasil.
1822 (7 de setembro) Independência do Brasil.
1824: Primeira Constituição do Brasil (Constituição do Império). 
1827 (11 de agosto): Criação do curso de Ciências Jurídicas e sociais, nas cidades de São Paulo e Olinda. 
1832 (29 de novembro): Criação do Código Criminal do Império.
1850: Lei das terras.
 
1888: 13 de maio assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, abolição da escravidão no Brasil. 
1889: 15 de novembro, Proclamação da República (assunção da presidência do Brasil pelo Marechal Teodoro da Fonseca). 
1891: Primeira Constituição Republicana, fica em vigor até 1934. Uma das suas principais características é a estrutura federativa e republicana (eletividade dos governantes e a tripartição dos poderes). 
Direito Natural (jus Natural) 
Direito Positivo (jus Positivo)
1)Direito Natural: O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem formulado pelo Estado, mas sim revelado pela conjugação da experiência e da razão, é um direito espontâneo. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável.
Universal: É igual para todos os homens.
Eterno: Válido para todas as épocas.
Imutável: Da mesma forma que a natureza humana, o Direito Natural, não se modifica.
(adaptadas ao momento histórico) Ex: direito à vida e a liberdade. 
	No Direito Natural, o legislador deve ser, ao mesmo tempo, um observador dos fatos sociais e um analista da natureza humana.
	Para que as leis e os códigos atinjam a realização da justiça (causa final do direito), sendo indispensável que se apoiem nos princípios do Direito Natural. 
 2)Direito Positivo: É o direito institucionalizado pelo Estado, é o conjunto de normas jurídicas vigentes em uma determinada sociedade. 
	Que estabelece as ações a serem cumpridas, indiferentemente do conhecimento de cada indivíduo, as ações são reguladas através das normas e por este motivo devem ser desempenhadas do modo prescrito (na Lei). 
	O positivismo jurídico tem como base a prevalência da Lei posta, sobre todas as demais fontes do Direito.
	O Direito Positivo pode ser mutável, já que as normas e leis estão todas sujeitas ao desgaste com a evolução da sociedade.
	
Teoria pura do direito de Hans Kelsen (aula 3)
	Seu autor um jurista austríaco*, foi um grande gênio do Direito, no século XX, para alguns a palavra “Kelsen” era o sinônimo do positivismo jurídico.
	Até o início do século XX, o direito compartilhava as sua preocupações teóricas com várias outras ciências, tais como a política, a ética, a economia, a psicologia etc. Somente a partir da TPD pode-se falar em uma ciência, propriamente jurídica, se desenvolvendo de uma forma autônoma. 
	Kelsen nasceu em Praga, em 1881 e faleceu em 1973, nos USA, após lecionar por muitos anos em Viena, mudou-se aos USA com receito das perseguições de Hitler. 
	Sua Doutrina, formou o que se chama a “Escola de Viena”, nas quais figuram os juristas Hart e Bobbio. 
	A Teoria Pura do Direito foi o ápice do positivismo jurídico, entendendo que, o conhecimento é restrito aos fatos e às Leis que os regem, isto é, nada de apelar para moral, razão ou à religião. 
	O fundador do positivismo jurídico, August Conte (1798-1857), profetizou que o último estágio do conhecimento é o científico, e que os demais (o religioso, o racional/moral), tenderiam a desaparecer. 
	A teoria de Kelsen reflete exclusivamente ao Direito Positivo que compreende o Direito como estrutura normativa. 
	O Direito seria um grande “esqueleto” de normas, comportando os conteúdos fáticos.
	Kelsen rejeitou a ideia de justiça absoluta, admitiu porém, como conceito de justiça, a aplicação da norma jurídica ao caso concreto. 
	Para ele, a moral e a sociologia são de ordem valorativa porém estão fora da Ciência do Direito.
 A Pirâmide Jurídica 
	A estrutura normativa, do objeto da Ciência do Direito, apresenta-se hierarquizada. 	As normas jurídicas formam uma pirâmide apoiada em seu vértice, eis a graduação: Constituição, Leis, sentenças e atos de execução.
	Rejeitando o Direito Natural, Kelsen afirma que o fundamento de validade da Constituição se situa em outra norma, não escrita, de caráter hipotética, suposta pelo pensamento jurídico, chamada de Norma Fundamental, para o autor da TPD: “deve-se conduzir conforme a Constituição Federal efetivamente instituída e eficaz”
	Para Kelsen o Direito é fruto da vontade, e não da razão. 
Críticas ao sistema kelseniano
1) A Doutrina transforma o Direito em um instrumento de poder.
2) A separação entre Direito e moral não é absoluta como pensava Kelsen. A moral está dentro e fora das relações jurídicas, servindo muitas vezes como fonte do Direito.
3) Para se construir uma Ciência Jurídica, não é preciso deixar de lado a filosofia ou a sociologia, muito menos os valores culturais das normas. 
4) A doutrina kelseniana transforma o Direito em instrumento de poder, propiciando o aparecimento do autoritarismo, por exemplo, o nazismo.
5) Pensar o Direito sem a ideia de justiça é transformá-lo em um sistema formal e desumano, onde os juízes só se preocupam com a aplicação fria das normas.
6) Existe a obscuridade do conceito Norma Fundamental. 
Teoria Tridimensional do direito
	No ano de 1940, Miguel Reale, em seu livro Fundamentos do Direito, começou a elaborar, a Teoria Tridimensional do Direito.
	Direito NÃO é só norma, como diz Kelsen.
	Direito NÃO é só fato.
	Direito NÃO é só valor, como pensam os adepto do Direito Natural. 
	Porque o Direito é ao mesmo tempo, NORMA, FATO e VALOR, o Direito é uma integração normativa de fatos segundo valores. 
	Nesses três elementos existe uma dinamicidade, integrante e convergente entre eles.
Ciência do Direito – (fato – valor –norma)
Sociologia do Direito – (norma – valor – fato)
Filosofia do Direito – (norma – fato – valor)
	Em 1968, Miguel Reale, elaborou a Teoria Tridimensional do Direito. Segundo o autor
essa teoria se compõe de três dimensões:
	1) Primeiramente, há um aspecto NORMATIVO, em que se entende o Direito como ordenamento e sua respectiva Ciência (juspositivismo).
	2) Em segundo lugar, há o aspecto FÁTICO, em que o Direito se atenta para a sua efetividade social e histórica. 
	3) Por fim, em seu lado axiológico, o Direito, cuida de um VALOR, no caso, a Justiça.
	O principal nome de nossa Filosofia do Direito atual, e de todos os tempos, é o Miguel Reale (1910 – 2016), que alcançou projeção mundial, por outros jusfilósofos, Luis Legaz y Lacambra e Luis Recaséns Siches, ante a precisão da TTD, rigor lógico e originalidade de sua extensa produção científica.
	Miguel Reale participou decisivamente, na produção do Código Civil de 2002, na condição de coordenador da comissão elaboradora, cujo Código é aclamado mundialmente pelo seu conteúdo. 
Fontes do direito – aula 4
	Conceito – Devemos de início buscar entender o sentido da expressão “fonte do direito”. 
	Não precisamos sair do senso comum para entender o significado de fonte. 
	Fonte é a nascente da água, e especialmente é a bica donde verte água potável para uso humano. 
	De forma figurativa fonte designa a procedência de alguma coisa.
	A fonte revela o que está oculto, é o ponto de passagem do oculto ao visível.
	A fonte do Direito é na verdade, já o próprio direito, saído do oculto e revelado ao mundo. 
	Distinguimos 3 espécies de fonte do Direito:
Fontes Históricas;
Fontes Materiais;
Fontes formais.
	1) Fontes Históricas: Apesar do Direito ser um produto variável no tempo e no espaço, contém muitas ideias permanentes, que se conservam presentes na ordem juríd, lica.
	A evolução dos costumes e o progresso induzem o legislador a criar novas formas de aplicação para este princípio.
	As fontes históricas do Direito indicam a evolução das modernas instituições jurídicas: a época, local, as razões que determinam a sua formação.
	Esta ordem de estudo é significativa não apenas para a memorização do Direito, mas também para maior compreensão dos quadros normativos atuais.
	A dogmática* jurídica, que desenvolve o seu estudo em função do ordenamento vigente, com o objetivo de revelar o conteúdo atual do Direito deve buscar subsídios nas fontes históricas.
	* Dogmática – O dogmatismo jurídico é o ato de observar, examinar e agir perante o Direito de acordo com diretrizes cujos pressupostos são provados de forma cognitiva ou são levantados por experiências reais que surgem através de casos específicos que ocorreram previamente.
	2) Fontes Materiais: O conceito de fonte material está relacionado ao organismo dotado de poderes para elaboração de Leis. 
	O Direito não é um produto arbitrário de vontade do legislador, mas uma criação que lastreia no querer social. 
	As fontes materiais são constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que surgem na sociedade.
	Por exemplo, o artigo 22, I, da CF, estabelece que a União é a fonte de produção do Direito Penal, o que quer dizer que os Estados e os Municípios não detêm o poder de legislar sobre a matéria.
	3) Fontes formais: São aquelas pelas quais o Direito se manifesta.
	As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores de Direitos, como por exemplo, as normas legais.
	As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina*. No artigo 4º da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), temos que, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito.
	A Lei: 
	A Lei é um processo de formação do Direito que se traduz em uma declaração solene e direta da norma jurídica, efetuada por uma autoridade competente. É no Brasil a mais importante fonte do Direito. 
	Os Costumes: 
	Formam-se espontaneamente no meio social. A base do costume é a repetição de certas práticas sociais que devemos designar por uso.
	É necessário que essa prática seja acompanhada de uma consciência e obrigatoriedade. Não é algo arbitrário. 
	O costume é formado por dois elementos: 
 corpus e o animus.
	O corpus é a prática constante.
	O animus é a convicção da obrigatoriedade dessa prática.
	Os Princípios Gerais do Direito: 
	São pressupostos que só valem no âmbito de determinada ciência, no caso do Direito, segundo Miguel Reale, trata-se de enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. 
	Os princípios gerais do Direito são os alicerces do ordenamento jurídico, informando o sistema independentemente de estarem positivados em normas legais.
	Exemplos: Falar e não provar é o mesmo que não falar. 
	Não há crime sem Lei anterior que o defina. 
	Jurisprudência: 
	Orientação geral seguida pelos tribunais no julgamento dos diversos casos que lhes são submetidos, mas também pode ser definida como o conjunto de decisões dos tribunais sobre os litígios que lhes são submetidos.
	A Doutrina: 
	A doutrina compreende as opiniões e pareceres dos jurisconsultos sobre a regulamentação adequada das diversas situações sociais. Para alguns doutrinadores, a doutrina é fonte mediata de direito, na medida em que contribui para a formação e revelação do Direito. 
	 Analogia: 
	Raciocinar por analogia significa julgar, pelas semelhanças dos fatos, ou seja, usando essa lógica no Direito seria o mesmo que aplicar a norma existente no ordenamento jurídico a um caso não previsto na norma jurídica, desde que entre eles haja uma semelhança. 
Fontes Estatais 
	Legislação é o conjunto de normas jurídicas emanadas do Estado, através de seus vários órgãos → PODER LEGISLATIVO.
	
	Legislação se dá pela junção de todas as normas escritas, publicadas oficialmente pelo Estado através de seus órgãos.
	
	Como “legislação” é um conceito que advém do vocábulo “lei”, muitas vezes tais expressões são tomadas como sinônimo. A legislação é o conjunto de leis.
	
	A lei jurídica propriamente, de sua parte, aponta também para alguns sentidos análogos, a lei é tanto a norma constitucional, quanto a lei ordinária (ex: Código Civil), ou até uma cláusula contratual, que diz ser “lei entre as partes”. 
Norma
Jurídica
Escrita→
Constituição Federal
Leis Complementares
Leis Ordinárias
Medidas Provisórias
Leis Delegadas
Decretos Legislativos
Resoluções
Decretos Regulamentares
Outras normas: Portarias, Circulares, ordem de serviço etc.
Não escrita→
Costumes jurídicos
	A classificação é representada na órbita federal. Há a classificação em nível estadual e em nível municipal que são parecidas com o quadro federal, porém apresentam certas peculiaridades e variações, que surgem em função da organização dos Estados-Membros, fixado nas Constituições estaduais. 
Legislação = Ordenamento Jurídico 
(conjunto de normas escritas) 
	O ordenamento jurídico, é um conjunto enorme e normas e princípios jurídicos legislados. São na verdade, milhares de normas, desde as constitucionais até as portarias.
	A estrutura do ordenamento jurídico organizado é hierárquica, por hierarquia legal, entende-se que umas normas são superiores a outras, isto é, algumas normas para serem válidas têm de respeitar o conteúdo, formal e material, da norma jurídica superior.
	Assim, por exemplo, se diz que uma lei ordinária é inconstitucional, quando contraria a Constituição. 
Características das normas jurídicas – Aula 5 
	As características mais gerais das normas jurídicas, na opinião predominante dos autores são: 
Bilateralidade;
Generalidade;
Abstratividade;
Imperatividade;
Coercibilidade. 
Bilateralidade: 
	O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever a outra.
	Bilateralidade significa, que a norma jurídica possui dos lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal sorte um não pode existir sem o outro. 
	Em toda relação jurídica há
sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico.
2) Generalidade: 
	O princípio da generalidade dispõe que a norma jurídica é um preceito de ordem geral, isto é obrigatória a todos que se acham em igual situação jurídica.
	Princípio da isonomia da Lei = Todos são iguais perante a Lei. 
3) Abstratividade: 
	A Lei visa atingir o maior número possível de situações, a norma jurídica é abstrata regulando as situações de modo geral e hipotético, não podendo regular os casos concretos, sob pena de não prever todas as situações sociais possíveis.
4) Imperatividade:
	O caráter imperativo da norma jurídica, significa imposição de vontade e não um mero aconselhamento, impondo uma ação ou uma omissão. 
5) Coercibilidade: 
	A coercibilidade quer dizer possibilidade do uso de coação.
	Coação se traduz na possibilidade do uso da força para o cumprimento da norma, seja através da intimidação (coação psicológica), seja pela possibilidade do uso da força (coação física).
	Atenção: as noções de coação e sansão não se confundem . 
	Coação é uma reserva de força a serviço do direito.
	Sanção é a medida punitiva para a hipótese de violação de normas. 
Vigência da norma jurídica
Vigência: 
	As normas jurídicas tem “vida” própria, nascendo, existindo, alterando-se parcialmente e morrendo.
	Para que uma norma disciplinadora do convívio social ingresse no mundo jurídico e nela produza efeitos, indispensável é que apresente validade formal, isto é, que possua vigência. 
	Assim não basta a existência da norma emanada de um poder, pois é necessário que satisfaça a determinados pressupostos de validez.
	Se o processo de formação da Lei for irregular, as normas não terão vigência.
a) Início da vigência 
	A norma jurídica entra em vigor após a publicação, isto é, no mesmo dia desta ou na data em que ela própria determinar.
	Por exemplo: o CDC (Código de Defesa do Consumidor) Lei nº 8.078, de 11.09.1990, publicada no DOU em 12.09.1990, só entrou em vigor 180 dias após a sua publicação. 
	A norma jurídica entra em vigor após a publicação oficial, que no plano federal se dá no diário oficial da união (DOU). 
	A decisão sobre se a norma jurídica principia a viger na data da publicação ou em data posterior é do órgão que a elaborou.
	Se de toda forma, a própria norma jurídica não designar a data da sua entrada em vigor, será considerada vigente 45 dias após a sua publicação oficial, por disposição do artigo 1º, “caput”, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB.
	“Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”. 
	Nos Estados Estrangeiros que admitem a norma jurídica brasileira como obrigatória, sua vigência se dá 3 meses após publicada oficialmente. (§ 1º do art. 1º da LINDB).
	O período de tempo existente entre a publicação oficial da norma jurídica e a sua entrada em vigor é denominado “vacatio legis”. 
	Se durante a “vacatio legis” ocorre nova publicação oficial da norma jurídica visando unicamente corrigir erros materiais e falhas de ortografia, os prazos de 45 dias e de 3 meses começam a contar-se novamente (art. 1º § 3º da LINDB).
	Quando a publicação com finalidade de correção é feita relativamente a norma jurídica já em vigor, está é considerada como norma nova (art. 1º, § 4º da LINDB).
	A contagem dos prazos para a entrada em vigor, quando a norma jurídica não determinar vigência imediata, far-se-á incluindo o dia da publicação, iniciando-se a contagem por esse dia, e incluindo-se o último dia do prazo, sendo o dia seguinte a este o primeiro dia da vigência da norma jurídica.
	O fato de o dia seguinte à publicação, bem como o último dia da contagem do prazo, cair num domingo ou feriado é irrelevante para a contagem.
	Contam-se todos os dias, e a norma jurídica entra em vigor, mesmo em domingo ou feriado. 
Termino da vigência 
	A norma jurídica normalmente tem caráter permanente, só perdendo sua vigência quando é revogada. 
	Mas há normas jurídicas cujo o fim é pré-determinado, tendo então, vigência temporária, o término da norma jurídica temporariamente vigente ocorre quando seu próprio texto dispõe a data do fim. (ex: as leis de incentivos fiscais que vigoram por certo período do ano, ou por um exercício). 
	A vigência termina, ainda , no caso das medidas provisórias baixadas pelo Presidente da República (art. 62, “caput”, da CF). 
	Na verdade o que ocorre com a medida provisória é sui generis, pois ela não perde a vigência, por disposição constitucional, ela perde eficácia, se não transformada em Lei no prazo de 60 dias a partir de sua edição (publicação oficial), prazo esse prorrogável por uma única vez por igual período.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais