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06. PROCESSUAL DO TRABALHO – Pt. 01

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FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
1 CURSO DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO – Pt. 01 
PROF° ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
Arquitetura de Décio Tozzi & Karla Albuquerque 
 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
2 (Aula 01) Direito Processual Do Trabalho 
 
Com Adequações ao Novo Código de Processo Civil 
Aspectos Históricos do Direito Processual do 
Trabalho no Brasil 
 
Conselhos permanentes de Conciliação e Arbitragem criados pela Lei 1637 de 05.11.1907 
– deveriam possuir composição paritária (membros advindo dos empregados e dos 
empregadores) e teriam por finalidade a solução dos conflitos trabalhistas – porém não 
chegaram a ser implantados efetivamente. 
A Lei 1869-10/10/1922 – Criam os Tribunais Rurais formados pelo Juiz da Comarca e um 
membro dos trabalhadores rurais e outro dos fazendeiros – solucionavam os conflitos até 
quinhentos mil réis. 
Decreto 22.132 – 251/11/1932 – Criou as Juntas de Conciliação e Julgamento – formadas 
por um Juiz Presidente (membro nomeado pelo Departamento Nacional do Trabalho) e 
dois vogais (representando empregados e empregadores) e dois vogais suplentes. 
O julgamento nas Juntas de Conciliação eram por votação e as decisões eram feitas em 
única instâncias e a execução da decisão deveria ser feita na Justiça Comum (a qual 
poderia inclusive anular a decisão da Junta). 
Dec. 21.364 – 04.05.1932 – Cria as Comissões Mistas de Conciliação – visavam a solução 
de conflitos coletivos de trabalho buscando a conciliação entre as partes. 
As decisões acerca do conflito coletivo à época das Comissões Mistas ficavam à cargo do 
Conselho Nacional do Trabalho (que possuía competência de Tribunal Arbitral) e suas 
decisões eram irrecorríveis. 
A Constituição de 1934 e de 1937 embora tratassem da Justiça do Trabalho não lhe 
conferiram o status de pertencente ao Poder Judiciário (era um órgão administrativo). 
Decreto 1237 de 02.05.1939 + Decreto 6596 de 12.12.40 – regulamentaram a Justiça do 
Trabalho e a desvincularam do Poder Executivo atribuindo-lhe função jurisdicional embora 
ainda não pertencesse ao Poder Judiciário. A partir de então as decisões eram executadas 
na própria Justiça do Trabalho. 
 
Composição da Justiça do Trabalho em 1939/40 
 
Como órgão autônomo ainda desvinculado do Poder Judiciário, a Justiça do Trabalho era 
composta: 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
3 1ª Instância – Juntas de Conciliação e Julgamento; 2ª Instância – Conselhos Regionais do Trabalho; 
3ª Instância – Conselho Nacional do Trabalho. 
 
A Constituição de 1946 
 
Somente com a Constituição de 1946 (art. 94, V) é que a Justiça do Trabalho passou a ser 
pertencente ao Poder Judiciário. 
Art. 122 – CF 1946 – Alterou a composição das Instâncias: 
1ª - Juntas de Conciliação e Julgamento. 
2ª - Tribunais Regionais do Trabalho 
3ª - Tribunal Superior do Trabalho. 
 
A Constituição de 1967 manteve a sistemática da anterior. 
A Constituição de 1988 aumentou o número de classistas (antigos vogais que passaram ao 
status de juízes classistas). 
A Emenda Constitucional nº 24 de 09.12.1999 extinguiu a composição paritária (existência 
de juízes classistas) em todas as Instâncias, alterando a denominação da 1ª Instância de 
Junta de Conciliação e Julgamento para Vara do Trabalho. 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 ampliou a competência da Justiça do Trabalho na 
forma do artigo 114. 
 
Conceito de Direito Processual do Trabalho 
 
Para Sérgio Pinto Martins: 
“Direito Processual do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a 
regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou 
coletivos, pertinentes à relação de trabalho”. 
 
 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
4 Autonomia do Direito Processual do Trabalho? 
 
O Ramo do Direito Processual do Trabalho é autônomo? 
Um ramo do direito será autônomo quando possuir: 
A) Abrangência de matérias que implicam em um estudo específico do seu conjunto; 
B) Possuir Princípios Próprios; 
C) Possuir institutos próprios. 
 
Quanto à base legal do Direito Processual do Trabalho temos as seguintes regras: 
 CF – artigos 111 a 116; 
 CLT – artigos 643 a 910; 
 Leis ordinárias – Lei 5584/70, Dec.779/69 e Lei 7701/88. 
 
Não existe, no entanto, um Código do Processo do Trabalho. 
Tal ausência de codificação específica leva alguns doutrinadores a negar a autonomia do 
direito processual do trabalho já que seria dependente de regras do direito processual 
comum. 
No entanto, o corpo de normas jurídicas específicas do direito processual do trabalho 
possui condições de dar a autonomia ao direito processual do trabalho. 
Doutrinariamente o direito processual do trabalho possui autonomia ante aos estudos feitos 
por diversos autores no decorrer dos anos desde a criação da CLT. 
 
Taxionomia do Direito Processual do Trabalho 
 
A posição enciclopédica ou também denominada taxionomia de um ramo do direito será 
utilizada para posicionar o ramo estudado no campo da ciência jurídica. 
O direito processual do trabalho é ramo do Direito Processual, portanto, pertence ao ramo 
do Direito Público. 
 
 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
5 Relações do Direito Processual do Trabalho e outros Ramos do Direito 
 
1) Direito Constitucional – a estrutura organizacional, a constituição e a composição da 
Justiça do Trabalho, bem como a competência de atuação são ditadas pela Constituição 
Federal (artigos 111 a 116). No aspecto geral o Direito processual também deve obedecer 
as regras gerais contidas no artigo 5º, notadamente os incisos LIII a LVI. 
2) Direito Material do Trabalho – a relação entre o direito material do trabalho e o 
processual é que o direito processual do trabalho será o INSTRUMENTO ATRAVÉS DO 
QUAL SE EFETIVARÁ O DIREITO MATERIAL. 
3) Direito Processual Civil e o Direito Processual do Trabalho – O Direito processual do 
Trabalho é uma espécie do gênero Direito Processual Civil. Haverá a aplicação do Código 
de Processo Civil na omissão de normas próprias do processo do trabalho (artigo 769 da 
CLT). 
 
Aplicam-se, ainda, ao processo do trabalho: 
A) Lei de Mandado de Segurança (Lei 12016/2009); 
B) Lei que regulamenta a ação civil pública (Lei 7.347/85); 
C) Lei das execuções fiscais (Lei 6.830/80). 
 
4) Direito Administrativo – No que concerne a normas relativas à Organização da Justiça 
do Trabalho(organização dos Tribunais e respectivos regimentos internos) e as normas 
sobre o regime jurídico de seus servidores. 
 5) Direito Penal – para análise das hipóteses de dispensa por justa causa em que se 
envolve questão criminal, para análises de condutas penais no curso do processo 
(incidente de falsidade de documentos, falso testemunho, etc). 
6) Direito Privado – Pelo disposto no artigo 8º da CLT as regras de direito privado podem 
ser utilizadas como fontes subsidiárias do direito material do trabalho e do processual, por 
interpretação lógica. 
Lei de recuperação judicial de empresas (Lei 11.101/2005), habilitação de herdeiros (Lei 
6858/80), Código Civil (Lei 10.406/2002). 
7) Direito Tributário – Nas execuções trabalhistas inexistindo dispositivo legal para a 
solução de uma execução utilizamos primeiro a Lei de Execuções Fiscais (Lei 6830/80) e 
depois o CPC. 
Atualmente com a ampliação de competência também será utilizado o Código Tributário 
Nacional (Lei 5.172/66).FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
6 (Aula 02) Interpretação do Direito Processual do Trabalho 
 
Formas de Interpretação 
 
Em direito processual usaremos todas as formas de interpretação do direito. 
Apenas para lembrar são formas de interpretação: 
 Gramatical ou literal; 
 Lógica, Teleológica ou finalística; 
 Sistemática; 
 Extensiva ou ampliativa; 
 Restritiva ou limitativa; 
 Histórica; 
 Autêntica; 
 Sociológica. 
As mais usadas são a literal (dispositivo da Lei) e a sistemática (avaliação do conjunto de 
dispositivos legais). 
 
Integração da Norma Processual Trabalhista 
 
Para completar a norma processual trabalhista iremos seguir o quanto dispõe o artigo 8º da 
CLT. 
Podemos usar a analogia – Uso de regra semelhante para a solução do caso concreto. 
Equidade – Justiça do Caso concreto – Ver artigo 127 CPC + artigos 8º e 852 – I da CLT. 
 
Eficácia da lei processual trabalhista 
 
EFICÁCIA ǂ VALIDADE ǂ VIGÊNCIA 
A EFICÁCIA consiste na produção de efeitos jurídicos que a norma gera na solução do 
caso concreto. 
A VALIDADE consiste no conteúdo de força que a norma possui para lhe garantir a 
viabilidade de uso ao caso concreto. 
 
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7 
Eficácia no Tempo e a Questão do Juízo de 
Delibação 
 
Entende-se por Juízo de delibação a homologação de sentença estrangeira a ser feita por 
ato monocrático do Presidente do STJ (vide artigo 105, I, alínea “i” da Constituição 
Federal). 
VIGÊNCIA – consiste no tempo de atuação de uma dada norma. 
A eficácia da norma é dividida em eficácia no tempo e eficácia no espaço. 
 
Eficácia da Norma Processual no Tempo 
 
Quando que a lei processual entra em vigor? 
Regra Geral – A lei entrará em vigor na data de sua publicação (art. 1º da Lei de Introdução 
ao Código Civil). 
No Direito Processual do Trabalho a lei entra em vigor na data de sua publicação e atinge 
os processos em andamento (interpretação dos artigos 912 da CLT + 1.211 do CPC). 
 
Efeitos da Norma Processual do Trabalho 
 
Ex tunc ǂ Ex nunc 
Efeito ex tunc – Expressão latina que significa "desde então", "desde a época". Quando 
afirmamos que algo tem efeito "ex tunc", significa que seus efeitos são retroativos à época 
da origem dos fatos a ele relacionados. 
Ex nunc – Expressão latina que significa "desde agora". Quando afirmamos que algo tem 
efeito "ex nunc", significa que seus efeitos não retroagem, valendo somente a partir da 
data da decisão tomada. 
As normas processuais por regra geral tem efeito ex nunc – valem a partir da sua 
publicação. 
 
 
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PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
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8 Para Entender Segue o Esquema Abaixo: 
 
 
 
Eficácia da Norma Processual no Espaço 
 
Seguimos a regra contida no artigo 1º do CPC, as normas processuais trabalhistas tem 
eficácia em todo o território nacional sendo aplicada a trabalhadores brasileiros e para os 
estrangeiros que vierem a propor ação trabalhista e que aqui prestaram serviços. 
 
 
 
 
 
 
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9 (Aula 03) Fontes do Direito Processual do Trabalho 
 
Fontes Processuais do Trabalho 
 
Por ser um ramo do Direito Público as fontes do Direito Processual do Trabalho em sua 
maioria são formais. 
São fontes do direito processual do trabalho: 
 A Constituição; 
 As Leis Ordinárias materiais e Processuais do trabalho; 
 Regimentos internos dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior 
do Trabalho; 
 Provimentos, atos ou instruções normativas sobre regras processuais expedidos 
pelos Tribunais; 
 Sentenças normativas; 
 Disposições Regulamentares do Poder Executivo. 
Nas fontes materiais podem existir regras processuais em convenções e nos acordos 
coletivos (mas neste caso tais regras se limitam às Comissões de Conciliação Prévia e aos 
casos de mediação e arbitragem) 
 
O Papel das Súmulas, Orientações jurisprudenciais e 
Jurisprudência 
 
Até 1982 existiam os prejulgados do TST que possuíam poder vinculante nas instâncias 
inferiores, no entanto, a Lei 7033 de 05.10.1982 revogou o artigo 902 da CLT e retirou tal 
efeito alterando a denominação dos prejulgados para Súmulas e depois alterou a 
denominação para Enunciados para finalmente a Resolução 129/2005 retornar a 
denominação para Súmulas. 
As Súmulas consistem na jurisprudência predominante de um Tribunal. 
Em Direito Processual do Trabalho as Súmulas não possuem poder vinculante, no entanto, 
na Instância Superior (TST) SERÃO ACATADAS. 
As Súmulas vinculantes são apenas aquelas proferidas pelo STF nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade (art. 102, § 2º e 103 
– A da CF). 
As orientações jurisprudenciais editadas pelo TST constituem tendência de jurisprudência 
que poderá se converter em Súmula. 
Elas são fontes de normas processuais, mas não possuem poder vinculante. 
 
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PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
2015 
10 O TST acata recursos em que foi violada Orientação Jurisprudencial. A doutrina e a jurisprudência não são fontes de direito processual justamente por indicarem 
diversos posicionamentos sobre um determinado tema, não havendo obrigação do Juiz em 
acolher esta ou aquela tese adotada por outros juízes ou doutrinadores conforme o caso. 
 
O Papel dos Costumes e das Convenções 
Internacionais 
 
Os costumes processuais podem gerar normas processuais trabalhistas mas desde que 
não divergentes das regras previstas em lei. Ex. Juiz pode conceder prazo maior para a 
parte se manifestar sobre uma perícia, porém nunca pode gerar prazo inferior ao mínimo 
legal. 
As convenções internacionais podem possuir regras sobre direito processual do trabalho, 
mas vai depender de ratificação pelo País que as quiser adotar. 
Observa-se que a analogia, a equidade, os princípios gerais de direito e o direito 
comparado não são considerados fontes formais, mas apenas critérios de integração da 
norma jurídica. 
 
Hierarquia 
 
Em direito processual do trabalho seguimos a regra geral de hierarquia onde todo o 
ordenamento se sujeita ao disposto na Constituição Federal. 
No artigo 59 da Constituição Federal temos o elenco de normas apresentado de forma 
hierárquica. 
Regra geral: Nenhum ato ou norma de hierarquia inferior pode dispor matéria processual 
de forma contrária ao ordenamento hierarquicamente superior. 
 
(Aula 04) Jurisdição e Competência no Direito 
Processual do Trabalho 
 
Diferença entre Jurisdição e Competência 
 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
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11 Jurisdição – “Poder-dever” atribuído ao Juiz pelo Estado em dizer o direito na solução dos casos concretos que lhe forem submetidos pelas partes. 
Competência – Consiste na parcela de Jurisdição atribuída a um Juiz pela Lei para que ele 
a exerça em um dado limite territorial ou matéria jurídica. 
A competência consiste em parte da Jurisdição e tem por finalidade garantir uma divisão 
racional do poder jurisdicional entre as diversas esferas do Direito para melhor atingir a 
finalidade de distribuição e acesso à Justiça. 
As normas sobre competência são interpretadas de maneira restritiva. 
 
Base Legal sobre Competência em Direito 
Processual do Trabalho 
 
A jurisdição trabalhista será exercida pela Justiça do Trabalho. 
O artigo 114 da CF disciplina a competência da Justiça do Trabalho em três áreas: 
A) Competênciatípica – compreende os litígios entre empregado e empregador. 
B) Competências em decorrência da Lei – Sergio Pinto Martins cita o artigo 652, III, “a” 
da CLT. 
C) Competência para executar as suas sentenças sejam no âmbito dos dissídios 
individuais ou nos dissídios coletivos. 
A Emenda 45/2004 ampliou a competência da Justiça do Trabalho alterando o pólo de 
atuação da apreciação de litígios decorrentes da relação de emprego para aqueles 
decorrentes da relação de trabalho dentre outros litígios a ela atribuídos pela legislação 
constitucional. 
Divisão da Competência 
Para fins didáticos, dividimos a competência em três modalidades: 
A) Competência em razão da matéria (ex ratione materiae); 
B) Competência em razão do Lugar (ex ratione loci); 
C) Competência em razão da pessoa (ex ratione personae); 
 
 
 
 
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PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
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12 Competência em Razão da Pessoa 
 
Competência típica da Justiça do Trabalho – Solução de litígios entre trabalhadores e 
empregadores no seu âmbito individual ou coletivo. 
Emenda 45/2004 veio a ampliar tal competência trazendo para a esfera do Judiciário 
trabalhista os litígios entre outras classes de trabalhadores e os tomadores de serviço. 
Tal ampliação de competência, no entanto, será limitada quando se tratarem de 
funcionários públicos estatutários (excluídos da Justiça do Trabalho) e onde houver uma 
relação de prestação de serviço colidente com o direito do consumidor ou legislações 
específicas. Ex.: Cirurgião Plástico e seu paciente que deixar de pagar os honorários. 
Podem postular direitos na Justiça do Trabalho: O empregado doméstico, o trabalhador 
rural, o trabalhador temporário, o trabalhador avulso, O trabalhador contratado a prazo 
certo para exercer serviço excepcional de interesse público (art. 37, IX CF), funcionários de 
fundações e autarquias de direito público estadual ou municipais. 
Os funcionários admitidos em concurso público e sujeitos ao regime de Estatuto do Estado, 
da União ou mesmo das Municipalidades estão excluídos do direito de ingressar com ação 
na Justiça do Trabalho. 
 
Funcionários do Estado e do Município contratados 
pelo Regime da CLT 
 
Se houver concurso público no Estado ou em Municípios onde o regime a ser seguido for o 
da CLT, neste caso haverá competência da Justiça do Trabalho. 
O mesmo ocorre na Lei 9962/2000 que conferiu às administrações federal direta, 
autárquica e fundacional a possibilidade de contratação de empregados públicos pelo 
regime da CLT. 
 
A Questão dos Entes de Direito Público Externo 
 
Par in parem non habet imperium – Princípio que determina que os Estados não se 
submetem uns aos outros às regras de seu direito interno. 
Estados possuem dupla imunidade (imunidade de jurisdição e imunidade de execução). 
Imunidade de jurisdição – Um Estado não se submete à lei de outro contra a sua vontade. 
 
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PROFº ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
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13 Imunidade de execução – As decisões contra um Estado não atingem o seu patrimônio (salvo se houver renúncia de forma expressa). 
Para um Estado se submeter a um processo judicial pelas leis de outro Estado há que se 
ter a DUPLA RENÚNCIA. 
Dupla Renúncia – O Estado primeiro deve renunciar expressamente a imunidade de 
jurisdição e depois a imunidade de execução. 
As embaixadas possuem a dupla imunidade já os consulados onde são praticados apenas 
atos de comércio não possuirão tal imunidade. 
O atual artigo 114 da Constituição Federal prevê competência para apreciar as questões 
trabalhistas não somente contra embaixadas e consulados, mas também contra os 
organismos internacionais e respectivos agências esclarecendo que quantos aos 
organismos internacionais não há a renúncia à imunidade de execução. 
Quanto à imunidade de execução, os bens essenciais à atividade do Estado não serão 
objeto de penhora, no entanto, aqueles que não estejam vinculados à atividade essencial 
podem ser penhorados. Ex.: Televisões, computadores, etc. 
 
A Questão dos Servidores de Cartórios 
Extrajudiciais 
 
Artigo 236 da CF – As atividades relativas aos serviços notariais e de registro possuem 
caráter privado por delegação do Poder Público (ver também Lei 893594) 
O artigo 114 da CF atual trouxe a competência para a Justiça do Trabalho. 
A Corregedoria da Justiça Comum feita pelos Tribunais de Justiça visam apenas a 
fiscalização de situações de natureza administrativa e disciplinar. 
 
Os Atletas Profissionais de Futebol 
 
Legislação sobre a matéria – Lei 6354/76 + artigo 217 § 1 da CF. 
As questões disciplinares e relativas às competições desportivas devem esgotar as 
Instâncias da Justiça desportiva antes de irem para a Justiça do Trabalho, no entanto, 
verbas de natureza trabalhista podem ser objeto de ação direta na Justiça Trabalhista. 
 
Competência em Razão da Matéria 
 
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14 
A competência em razão da matéria está definida no artigo 114 nos incisos II a IX da CF. 
Primeiro devemos esclarecer que a atual redação do artigo 114 da CF menciona a solução 
de conflitos decorrentes da relação de trabalho (gênero da qual a relação de emprego é 
espécie). 
No entanto, relação de trabalho a ser objeto de litígio na Justiça do Trabalho terá 
interpretação limitada por falta de legislação específica que venha a regulamentar o inciso 
IX do artigo 114 da CF. 
Portanto, litígios entre profissionais liberais e seus clientes e outros litígios em que envolva 
direito do consumidor não são de competência da Justiça do Trabalho. 
A Justiça Comum julgará as ações em que a prestação de serviços não for de competência 
da Justiça do Trabalho (artigo 593 e seguintes do Código Civil). 
A pessoalidade da prestação de serviços ainda é um condicionante para apreciação 
preliminar da questão pelo Judiciário Trabalhista. (litígio entre pessoas jurídicas não são de 
competência deste ramo do Judiciário). 
 
A Questão dos Contratos de Empreitada 
 
A empreitada constitui modalidade específica de prestação de serviços devidamente 
regulamentada nos artigos 610 a 626 do Código Civil. 
Antes da Constituição Federal já havia possibilidade do pequeno empreiteiro ou o operário 
artífice ingressarem com ação na Justiça do Trabalho ( artigo 652, III, “a” da CLT). 
Tanto o empreiteiro como o operário artífice não poderão postular direitos trabalhistas 
clássicos (horas extras, FGTS, etc) mas apenas o preço da obra, multas contratuais, 
perdas e danos, ou seja, direitos protegidos pela legislação comum. 
Com o artigo 114 da CF atual houve recepção da legislação ordinária, mantendo-se o 
entendimento quanto a possibilidade de ação por parte destes trabalhadores. 
Cuidado com a questão da SUBEMPREITADA – que consiste na contratação de outro 
empreiteiro pelo empreiteiro principal da obra. 
Nos contratos de subempreitada haverá regra específica no artigo 455 da CLT. 
Na subempreitada os trabalhadores postulam direitos trabalhistas comuns contra o 
subempreiteiro. 
Cuidado com o entendimento da OJ 191 da SDI 1 do TST que determina: 
OJ Nº 191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO 
CIVIL.RESPONSABILIDADE. (nova redação) 
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção 
civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou 
 
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2015 
15 subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora. 
 
A Questãodo Direito de Greve 
 
O direito de greve é regulamentado pela Lei 7783/89. 
O artigo 114, inciso II da CF atribui competência para a Justiça do Trabalho processar e 
julgar tais questões. 
A competência originária será do Tribunal Regional do Trabalho (art. 678, I, “a” da CLT). 
O artigo 10 da Lei 7783/89 define as atividades que são consideradas essenciais. 
O julgamento das greves visa verificar a legitimidade dos direitos postulados e vedar a 
abusividade. 
A Súmula 189 do TST já reconhecia a competência da Justiça do Trabalho para julgar a 
abusividade do direito de greve. 
Apenas nos casos de serviços essenciais o Ministério Público poderá instaurar o Dissídio 
de Greve (que é uma modalidade de dissídio coletivo) – artigo 114, § 3º da CF. 
Danos provocados pelo Sindicato: 
 Contra terceiros – Justiça Comum; 
 Contra empregador – Justiça do Trabalho (posição deste professor). 
As ações de reparação de dano serão de competência da Primeira Instância. 
São de competência da Justiça do Trabalho de Primeira Instância, as ações possessórias, 
interditos proibitórios (932 do CPC), danos morais em razão da greve, dentre outras. 
 
A Questão do Poder Normativo da Justiça do 
Trabalho 
 
O artigo 114 § 2º da CF estabelece competência normativa para a Justiça do Trabalho a 
qual consiste na criação de regras para ordenar as relações de trabalho coletivo entre 
empregados e empregadores de uma mesma categoria. 
Tal poder é limitado pela lei (vide artigos 867 a 872 da CLT). 
 
 
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16 Da Representação Sindical 
 
O artigo 114, III da CF determina o quanto segue: 
“III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores” 
A representação sindical prevista em norma constitucional deve ser interpretada de 
maneira ampla. 
Podem existir os seguintes tipos de litígios: 
 Sindicato de Trabalhadores x Empresas; 
 Sindicato de Trabalhadores x Empregados (cobrança de taxas associativas, por 
ex.); 
 Sindicato de Trabalhadores x Sindicato de Empregadores; 
 Sindicato de Trabalhadores x Sindicato de Trabalhadores (quando se discute 
registro sindical, representatividade, desmembramento, etc); 
 Sindicato dos empregadores x Sindicato de Trabalhadores. 
 
Base infra-constitucional – Lei 8984/95 e Artigo 625 da CLT. 
 
Representação Sindical ҂ Substituição Processual 
 
A Representação Sindical é distinta da Substituição Processual. 
Na representação sindical a entidade poderá postular direitos próprios em face do réu. Ex.: 
Sindicato de empregados que postula contribuições sindicais não pagas pela empresa. 
Na representação ele age por si enquanto na substituição ele age em nome de terceiro a 
ser beneficiado. 
Dessa forma, o substituído poderá ingressar na ação no momento em que entender 
oportuno e a ação em substituição processual não prejudica ao empregado que pode 
ingressar com a ação individual própria. 
Na substituição processual o Sindicato irá postular direito alheio em nome próprio (art. 6º 
do antigo CPC). 
Ex.: Sindicato entra com ação contra a empresa para cobrar o adicional de insalubridade a 
devido a todos os empregados da empresa. 
 
 
 
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17 Questão das Federações e Confederações 
 
As Federações e Confederações poderão entrar com processos na Justiça do Trabalho da 
mesma forma que os Sindicatos. 
 
Competência da Justiça do Trabalho para Julgar 
Mandados de Segurança, Habeas Corpus e Habeas 
Data 
 
O artigo 114, inciso IV da CF determina que são de competência da Justiça do Trabalho : 
“IV – Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição” 
 
Mandados de Segurança 
 
O mandado de segurança é regulamentado pela Lei 12016/2009 e sua aplicação é definida 
pelo artigo 1º que determina: 
“Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação, ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça.” 
O mandado de segurança é uma ação específica contra abuso ou ato ilegal praticado por 
autoridade. 
Também possuímos dispositivo específico sobre mandado de segurança no artigo 5º, 
inciso LXIX da CF que determina: 
“LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público;” 
No presente caso será de competência da Justiça do Trabalho os mandados de segurança 
que discutirem matérias trabalhistas. 
No caso devemos fazer uma distinção das autoridades coatoras: 
 
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18  Servidores do Judiciário e Juízes – Competência Originária do TRT (Art. 678, I, “b”, 3 da CLT). 
 
Contra atos de autoridades administrativas (auditores fiscais do trabalho ou contra o 
Delegado Regional do Trabalho), será competente a Vara do Trabalho (Primeira Instância). 
 
Do Mandado de Segurança Coletivo 
 
Prevê o artigo 5º inciso LXX alínea “b” da CF que os sindicatos podem ingressar com 
mandado de segurança coletivo. 
 ”LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
... 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados;” 
 
Habeas Corpus 
 
Base legal – Artigo 5º, LXVIII da CF: 
“LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder;” 
Hipóteses de ilegalidade de coação estão tipificadas no artigo 648 do CPP. 
Ex.: Prender Advogado que está defendendo seu cliente de forma regular. 
Habeas data 
Base legal – Art. 5º, inciso LXXII da CF. 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
 
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19 
Julgamento de Conflitos de Competência 
 
Possuímos dois tipos de conflito de competência: 
Conflito Positivo – quando dois juízos distintos entendem que são competentes para 
apreciar uma ação. 
Conflito Negativo – quando dois juízos distintos entendem que não são competentes para 
apreciar uma ação. 
O artigo 114, inciso V da CF determina: 
“V – Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, o” 
O artigo 102, I alínea “o” afirma que será o STF quem decidirá sobre conflitos entre o STJ e 
os TRIBUNAIS SUPERIORES ou entre esses e outros Tribunais. 
 
Tipos de Conflito de Competência 
 
Artigo 805 da CLT – O juiz, as partes ou o Ministério Publico poderão suscitar o conflito. 
Tipos de conflito e quem os soluciona: 
 VARA X JUIZ DE DIREITO (investido em jurisdição trabalhista) = TRT (art.114, V 
CF + Súmula 180 STJ); 
 Vara doTrabalho x Vara do Trabalho da mesma região = TRT; 
 Vara do Trabalho x Vara do Trabalho de Regiões diferentes = TST (Súmula 236 
STJ); 
 TRT X TRT (regiões distintas) = TST; 
 VARA DO TRABALHO X VARA DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL = STJ (ART. 
105, i, “d” da CF); 
 TST X juízes de Direito ou Federais = STF; 
 STJ X TST = STF; 
 TRT X TRF = STJ; 
 TRT X TRIBUNAL DE JUSTIÇA = STJ. 
 
CONFLITOS ENTRE TRT E TST são conflitos de hierarquia e não de competência. O 
mesmo ocorrendo entre TRT e as Varas do Trabalho a ele subordinados. 
Os conflitos de competência quando suscitados SUSPENDEM O ANDAMENTO DO 
PROCESSO para evitar nulidade de atos processuais. 
 
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Competência Trabalhista para processar e Julgar 
Danos Morais 
 
O artigo 114, inciso VI da CF determina: 
“VI- as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho” 
Condições para que a competência seja da Justiça do Trabalho: 
Ato ilícito (artigos 186 e 187 do Código Civil) praticado pelo empregador esteja relacionado 
direta ou indiretamente ao contrato de trabalho com o empregado. 
Existência de nexo causal entre o ato do empregador e o dano causado ao empregado; 
Existência de dolo ou culpa do empregador ou seus prepostos; 
Existência de prejuízo ao trabalhador desvinculado dos prejuízos reparáveis pelo direito 
material do trabalho. 
Acerca da possibilidade da ação para reparação de danos morais além da base legal existe 
a Súmula 392 do TST. 
Será de competência da Justiça do Trabalho a ação de reparação de danos por acidente 
do trabalho (artigos 7º, XXVIII + 114, VI da CF). 
No caso do acidente do trabalho devemos fazer distinção entre a responsabilidade 
OBJETIVA DO INSS e a responsabilidade do empregador pelo dano que será por dolo ou 
culpa. 
Neste caso temos que provar: 
Nexo causal entre a atividade do empregado e a lesão ocorrida no acidente. 
Existência da lesão provocada pelo acidente; 
Dolo ou culpa do empregador no fato ocorrido (Ex.: deixar de seguir normas de segurança 
do trabalho). 
DOENÇAS OCUPACIONAIS TAMBÉM PODEM GERAR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. 
Se houver morte do empregado os herdeiros podem entrar com ação postulando inclusive 
danos por ricochete (quando o dano atingem pessoas próximas ao falecido). Ex.: Pais que 
perdem o filho que ajuda no sustento da família. 
Dano moral é diferente de dano estético e de dano patrimonial podendo coexistirem no 
mesmo processo pedidos de reparações distintos. 
 
 
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21 Competência para Processar e Julgar Penalidades Administrativas Impostas aos Empregadores pela 
Fiscalização do Trabalho 
 
Quando houver discussão sobre autos de infração trabalhista em que houver abusividade, 
desvio da estrita legalidade, ou mesmo nulidade dos atos administrativos praticados pela 
fiscalização do Poder Executivo, há a possibilidade de discussão judicial na esfera 
trabalhista. 
Dessa forma, os atos do agente de fiscalização do trabalho e de forma restrita do agente 
da receita federal podem ser objeto de discussão judicial. 
Como por exemplo: Impetrar mandado de segurança contra agente fiscal que não respeita 
o direito de defesa da empresa. 
Propor ação anulatória de auto de infração; 
Propor embargos à execução em multa devida ao Ministério do Trabalho. 
Propor ação cautelar contra ato praticado pelo agente de fiscalização exigindo que o 
mesmo cumpra os ritos legais. 
Nos casos previstos no artigo 114, inciso VII da CF devemos levar em conta todas as 
normas de direito civil e de processo civil existentes para a defesa dos interesses do 
tutelado, aplicando-as segundo a hierarquia das normas e da estrita legalidade. 
 
Execução de Ofício das Contribuições 
Previdenciárias 
 
O artigo 114, inciso VIII da CF determina: 
“VIII – A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e 
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir.” 
O juiz do trabalho deverá determinar a execução das verbas previdenciárias devidas pelo 
empregado e empregador decorrentes da sentença que proferir. 
Tal providencia independe da vontade das partes, ou seja, será feita ex officio pelo Juiz. 
Contribuições que não foram previstas em sentença não são de competência da Justiça do 
Trabalho. Ex.: Empregador deve contribuições no curso da relação de trabalho e o 
empregado não sabe e postula apenas horas extras (do que resultará contribuições por ser 
verba salarial). O INSS não pode entrar no processo e pretender cobrar outras dívidas, 
mas apenas as relativas às contribuições das horas extras. 
 
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Competência para processar e Julgar Outras 
Controvérsias da Relação de Trabalho 
 
No caso o artigo 114, inciso IX da CF prevê competência da Justiça do Trabalho para 
processar e julgar: 
“IX – Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.” 
Por ser norma aberta ficará ao Juiz do trabalho verificar a possibilidade ou não da 
controvérsia ser processada e julgada perante a Justiça do Trabalho. 
 
(Aula 05) Prescrição, Decadência e Perempção no 
Processo do Trabalho 
 
A Prescrição no Processo do Trabalho 
 
Conceito – perda do direito de ação em razão do não exercício do direito no lapso temporal 
previsto em lei. 
Base legal – artigo 11 da CLT com as modificações feitas pelo artigo 7º, inciso XXIX da 
Constituição Federal. 
A prescrição geral trabalhista para empregados urbanos e rurais corresponde ao texto do 
artigo 7º, XXIX da CF. 
Se o trabalhador estiver prestando serviços ele tem cinco anos para reclamar direitos 
violados. 
Ex.: Miguel entrou na empresa em 15.03.2010 e desde 04.04.2012 não recebe as horas 
extras realizadas. 
Se ele estiver trabalhando na empresa e ingressar com a ação em 03.03.2015 poderá 
postular as horas extras não pagas desde 03.03.2010, ou seja, não perdeu nenhum direito 
lesado. 
No entanto, se Miguel, for dispensado em 03.03.2015 e somente ingressar com a ação em 
02.03.2017 (faltando um dia para os dois anos do término do contrato) então a prescrição 
irá lhe garantir o direito aos últimos cinco anos contados da referida data de distribuição, ou 
seja, somente pode postular os direitos lesados de 02.03.2012 para frente, o que resulta 
em prescrição para verbas anteriores a 02.03.2012. 
 
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23 
Situações Específicas sobre Prescrição Trabalhista 
 
MENOR DE IDADE – Abaixo dos 18 anos a ação é imprescritível (art. 440 da CLT). – Ao 
completar a maioridade começa o prazo de dois anos para reclamar os últimos cinco. 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – aquela que ocorre dentro do processo por inação do 
titular do direito – Há posição conflitante na jurisprudência trabalhista – TST (Súmula 114) não 
admite, mas o STF na Súmula 327 a admite. 
 
Súmula 153 do TST – não admite arguição de prescrição fora da instância originária (conflita 
com o texto do artigo 219, § 5º do CPC). 
Súmula 156 do TST – conta-se o prazo prescricional do término do último contrato do 
empregado quando este pede a soma de períodos descontínuos de trabalho. 
Súmula 268 do TST – o simples arquivamento da ação INTERROMPE A PRESCRIÇÃO quanto 
aos pedidos formulados. 
Súmula 275 do TST – quanto a pedidos de desvio de função e reenquadramento. 
 
Questão da Prescrição e o FGTS 
 
Quanto à ausência de recolhimento de FGTS a prescrição será TRINTENÁRIA desde que 
a açãoseja proposta no biênio do término do contrato – Súmula 362 do TST. 
Para pedidos de diferenças de FGTS (ex.: FGTS sobre horas extras) a prescrição será 
qüinqüenal na forma da Súmula 206 do TST. 
 
Da Prescrição da Ação de Dano Moral 
 
Duas linhas de raciocínio: 
Corrente de pensamento constitucional – segue a regra do artigo 7º, XXIX da CF 
(majoritária). 
Corrente de pensamento infraconstitucional – segue a regra de prescrição do artigo 205 do 
Código Civil (10 anos). 
 
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Decadência 
 
A DECADÊNCIA consiste na perda do direito. 
Em processo do trabalho o caso mais clássico ocorre quando a empresa deixa de propor o 
inquérito judicial no prazo de 30 dias contados da suspensão do empregado (art. 853 da 
CLT + Súmula 62 do TST). 
 
Perempção 
 
Conceito – em termos trabalhistas na perda do direito de ingressar com ação por um lapso 
de tempo definido em lei ante ao arquivamento consecutivo da ação por duas vezes 
seguidas. Consiste na caducidade de uma faculdade processual. 
O artigo 731 da CLT determina a suspensão do direito do reclamante em ingressar com 
ação pelo prazo de 6 meses se deixar o processo arquivar duas vezes. 
O reclamante não deve deixar arquivar o processo por duas vezes, pois, a pena de 
suspensão do direito de ingressar em juízo com nova ação poderá coincidir com o prazo de 
prescrição para a propositura da ação levando à prescrição total do direito de reclamar. 
 
Da Cooperação Nacional 
 
Como um conceito novo de integração entre os diversos ramos do Judiciário para dar 
maior efetividade e celeridade aos processos temos o capítulo II - Cooperação Nacional – 
previsto nos artigos 67 a 69 do NCPC. 
“Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em 
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o 
dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.” 
Esta cooperação visa a agilização da prática de atos processuais entre os Juízos. 
A descrição destes atos consta do artigo 69 do NCPC (VOCÊS DEVEM LER O CÓDIGO) e 
visam elaborar esforços conjuntos para dar celeridade ao andamento do processo e 
efetividade ao julgado. 
 
 
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25 Ações Trabalhistas (Aula 06) 
. 
Conceitos de Ação, Processo e Procedimento 
 
Ação – “garantia de provocar o exercício da Jurisdição”. (Amauri Mascaro). 
Processo – “relação jurídica que se instaura no órgão judicial para tornar possível o 
exercício da ação”. 
Procedimento – “seqüência de atos desenvolvidos no processo” para chegar à Sentença 
 
Autonomia do Direito de Ação 
 
O direito de ação independe do direito material a ser tutelado. 
Pode existir a ação e o direito material não ser possível juridicamente. Ex.: Um homem 
postular alegar que trabalha 24 horas por dia durante um ano. 
O processo é o instrumento físico através do qual se exerce o direito de ação. 
 
Garantia Constitucional do Direito Constitucional de 
Ação 
 
O Estado Democrático de Direito garante ao cidadão o Direito de ação nos seguintes 
dispositivos: 
 Art. 5º, LIV – devido processo legal (due process of law); 
 Art. 5º, LV – garantia do contraditório e da ampla defesa; 
 Art. 5º, LX – publicidade dos atos processuais; 
 Art. 5º. LXXIV – assistência jurídica gratuita nos casos previstos em lei (ver art. 14. 
Lei 5.584/70); 
 Art. 5º, XXXVI – respeito à coisa julgada; 
 Art. 5º, XXXIV – direito de petição; 
 Artigos 111 e 112 – direito de jurisdição específica trabalhista; 
 Art.8º - garantia de legitimação dos sindicatos para defesa dos interesses e direitos 
dos trabalhadores. 
 
 
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26 Elementos da Ação 
 
Usamos os elementos da ação para distinguir um processo do outro. 
São três os elementos básicos de uma ação: 
Sujeito – titular de um direito a ser protegido 
O conceito de Sujeito não se confunde com o de parte no processo. 
 
Estudo do Sujeito no Processo 
 
Sujeito ≠ parte 
O Sujeito é titular do direito e pode atuar diretamente na sua defesa no processo como 
parte. Neste caso coincidem os conceitos. 
Quando não atua diretamente ele pode ser representado ou substituído. 
Amauri faz o desdobramento do conceito de parte em: 
A) Parte na relação material; 
B) Parte na ação; 
C) Parte legítima. 
O menor de idade pode ser parte na relação material, mas para postular em juízo tem que 
ser representado (art.408, 424 e 793 da CLT) + 71 NCPC. 
 
Conceito de Objeto e de Causa de Pedir 
 
Objeto da ação trabalhista – Consiste no pronunciamento da Justiça Trabalhista lhe 
concedendo um bem jurídico tutelado pela lei. 
 
Causa de pedir – “pressupõe um direito e um fato a ele contrário, ambos gerando uma 
pretensão jurídica.” Ex.: Fato – trabalhar 12 horas + direito pedir as 4 horas extras 
(excedente das oito horas normais) = causa de pedir – 4 horas extras por dia. 
 
 
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27 Transmissão do Direito de Ação 
 
O direito do trabalho possui natureza personalíssima, mas pode existir a transmissão dos 
direitos do titular em algumas situações. 
Questão da pensão alimentícia – pode a alimentanda ingressar com ação para cobrar os 
salários atrasados do ex-marido. 
No evento morte do empregado – podem seus herdeiros entrar com ação para requerem 
direitos lesados pelo empregador – base legal – ARTIGOS 1829 E SEGUINTES DO 
CÓDIGO CIVIL. 
 
Condições da Ação Trabalhista 
 
Segue a mesma regra de direito processual comum (267, VI CPC), ou seja, são condições 
da ação trabalhista: 
A) Interesse de agir; 
B) Legitimidade “ad causam”; 
C) Possibilidade jurídica do pedido; 
 
Interesse de Agir 
 
Previsto no art. 3 do CP, o interesse de agir será verificado pelo Juiz através da 
constatação da UTILIDADE, NECESSIDADE e ADEQUAÇÃO da medida proposta pelo 
autor para se obter o bem a ser tutelado pela jurisdição. 
No processo do trabalho adotamos apenas o artigo 4º, I do CPC (verificação da existência 
ou não de um direito advindo de uma relação jurídica) 
Autenticidade ou falsidade de documentos não são apurados diretamente apenas de 
maneira incidental. 
 
 
 
 
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28 Legitimidade “ad causam” 
 
Consiste na legitimidade para propor uma ação (legitimidade ativa) e a legitimidade de se 
defender em uma ação (legitimidade passiva). 
Se divide em LEGIMITIDADE ORDINÁRIA – o próprio titular busca o direito postulado. 
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA – quando terceiro em nome próprio busca direito 
alheio (substituição processual). 
Sindicatos podem substituir os empregados da categoria (legitimação extraordinária). 
 
Possibilidade Jurídica do Pedido 
 
O pedido na ação não poderá ser proibido por lei. Ex.: reconhecimento de vínculo como 
traficante de drogas. 
O pedido juridicamente impossível implica em INÉPCIA DA INICIAL – ver artigo 295 § 
único, III do CPC. 
A incompatibilidade de pedidos também é causa de extinção da ação por INÉPCIA – art. 
295, § único, IV do CPC. 
 
Teoria da Asserção 
 
Também denominada de "prospettazione". 
Se ficar provado no processo que não existe uma das condições da ação haverá a 
improcedência do pedido com base no artigo 269,I do CPC. 
No caso o Juiz levaria em conta os fatos narrados na inicial e os compararia com o provado 
nos autos. 
Ocorreque o artigo 267, VI do CPC determina que ausente uma das condições da ação há 
a extinção sem resolução do mérito (teoria eclética ou concretista idealizada por Liebman e 
que se opõe à teoria da asserção). 
 
 
 
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29 Classificação das Ações 
 
Para Amauri as ações trabalhistas possuem uma classificação que as distingue das ações 
comuns. 
AÇÕES INDIVIDUAIS – buscam a tutela de interesses concretos individualizados. 
AÇÕES COLETIVAS – buscam a tutela de interesses de uma categoria profissional ou 
econômica. 
As ações individuais se dividem em: 
A) Ações condenatórias – consiste em um pedido judicial para que seja cumprida uma 
prestação jurisdicional pelo réu (obrigações de pagar, fazer ou não fazer algo). 
B) Ações constitutivas – buscam criar, modificar ou extinguir um direito em favor do autor. 
C) Ações declaratórias – visam afirmar a existência ou não de um direito, busca evitar as 
incertezas sobre as relações jurídicas das partes. 
Requisitos da ação declaratória: 1) estado de incerteza sobre a existência ou não de 
uma relação jurídica; 2) existência de eventual prejuízo em razão da incerteza;3) 
Inexistência de outro meio para acabar com a incerteza. 
D) Ações executórias – visam obter o cumprimento de uma obrigação imposta por 
sentença judicial ou por título extra-jurídico reconhecido com força executória (ex. termo de 
ajuste de conduta do Ministério Público do trabalho e atas de acordos em Comissão de 
Conciliação Prévia). 
No processo do trabalho temos três títulos executórios: 
1) Sentença judicial; 
2) Termo de conciliação; 
3) Custas calculadas. 
Temos ainda, os termos de ajuste de conduta e os termos de acordo em comissão de 
conciliação prévia (art.876 da CLT). 
As ações executórias prescindem do processo de conhecimento desde que não existam 
dúvidas sobre a legalidade do título a ser executado. 
Em termos de direito coletivo, as ações de cumprimento embora tenham por finalidade a 
execução de uma norma coletiva não aplicada pelo empregador devem passar pelo 
processo de conhecimento e somente a sentença que afirmar o direito é que será 
executável. 
 
 
 
 
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30 Ação Cautelar 
 
Visam dar provimento a direito urgente daquele que busca o socorro do Judiciário. 
Seu objetivo é evitar o perecimento do direito em razão da tramitação da ação. 
Medida liminar contra transferência indevida de empregado para outra localidade – base 
legal artigos 469 + 659 IX da CLT. 
Medida liminar para reintegrar dirigente sindical que tenha sido afastado, suspenso ou 
dispensado – base legal art. 659, X da CLT. 
 
Requisitos para Concessão de Cautelar 
 
Segue o mesmo parâmetro do processo civil – para se obter liminar em processo 
cautelar temos que ter o fumus boni juris e o periculum in mora. 
Podemos usar as cautelares do processo civil (ex.: arresto de bens, etc), mas adaptando 
ao rito trabalhista. 
 
A questão da Tutela Antecipada 
 
Prevista no artigo 273 do CPC é aplicável ao processo do trabalho desde que sejam 
observados os requisitos legais: 
Existência de prova inequívoca da verossimilhança da alegação (juízo de verossimilhança) 
– o direito deve ser comprovado sem existência de dúvidas ao convencimento do Juiz. 
Haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao autor. 
Fique evidente o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. 
A antecipação de tutela é matéria a ser requerida em preliminar da inicial se não for 
deferida não cabe recurso imediato no processo do trabalho. 
 
 
 
 
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31 (Aula 07) Atos, Termos e Prazos Processuais 
 
Definição de Atos Processuais 
 
Podemos entender os atos processuais como a sucessão de medidas realizadas dentro do 
processo cuja resultante será a Sentença. 
Regra de Direito Processual – PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º LX CF). 
As regras sobre atos processuais no direito processual do trabalho consta dos artigos 770 
a 772 da CLT. 
Os atos processuais trabalhistas são públicos e serão realizados em dias úteis entre 6 e 20 
horas. 
Peticionamento eletrônico pode ser feito até as 24 hrs do último dia do prazo (art. 3º, § 
único da Lei 1141906). 
 
Classificação dos Atos Processuais 
 
Sob o aspecto objetivo classificamos os atos processuais em: a) postulatórios; b) 
instrutórios; c) de desenvolvimento; e) de provimento. 
Sob o aspecto subjetivos classificamos os atos processuais em: a) atos das partes;b) 
atos do juiz, c) atos dos servidores e auxiliares da Justiça. 
 
Definição de Termo 
 
Considera-se termo a redução por escrito dos atos processuais praticados nos autos de um 
processo. 
Tanto os atos como os termos processuais serão assinados pelas partes e serventuários 
que deles participaram. Ex.: Ata de audiência. 
 
 
 
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32 Atos Processuais 
 
No novo CPC os atos processuais são regulados a partir do artigo 188 a 217. 
Os atos processuais, como regra geral, são públicos e aqueles que dependem do segredo 
de justiça possuem regras específicas no artigo 189 do NCPC. 
Aplicam-se as regras do segredo de Justiça ao processo do trabalho dentro das hipóteses 
previstas no artigo 189 em seus incisos I e III do NCPC. 
O uso da língua portuguesa é obrigatório e os atos e termos processuais independem de 
forma, salvo quando a lei o exigir. 
 
Da Prática Eletrônica de Atos Processuais 
 
Inovação do novo Código estão previstos nos artigos 193 a 199 do NCPC. 
Determina o artigo 193 do NCPC: 
“Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que 
sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma 
da lei.” 
Por força do artigo 194 do NCPC o sistema de automação deverá respeitar, “a publicidade 
dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas 
audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, 
independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos 
sistemas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de 
suas funções.” 
 
Quanto ao Registro dos Atos Eletrônicos 
 
Determina o artigo 195 do NCPC, “O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito 
em padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticidade, integridade, 
temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de 
justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves públicas unificada 
nacionalmente, nos termos da lei.” 
Conforme determina o artigo 196 do NCPC caberá ao CNJ e aos Tribunais supletivamente 
“regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e 
velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos 
 
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33 avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fundamentais deste Código.” 
 
Da Presunção de Veracidade e Confiabilidade dos 
Atos Eletrônicos 
 
Pelo disposto no artigo 197 do NCPC as informações apresentadas pelos Tribunais no 
sistema de automação gozam da presunção de veracidade. 
Quando houver erros ou problemas técnicos aplica-se o disposto no artigo 197, parágrafo 
único do NCPC.Atos Processuais das Partes pelo NCPC 
 
Existem regras específicas para a regulamentação dos atos processuais das partes nos 
artigos 200 a 202 do novo Código. 
Os atos unilaterais ou bilaterais de vontade produzem efeito imediato nos atos processuais, 
constituindo, modificando ou extinguindo direitos processuais. 
A desistência do processo somente será aceita mediante homologação pelo Juiz (art. 200, 
parágrafo único do NCPC). 
ART.201 – As partes têm o direito de exigir recibos das petições e documentos que 
entregarem ao Cartório. 
As partes não podem lançar nos autos cotas manuais ou interlineares, cabendo ao Juiz 
determinar que sejam riscadas mais o pagamento de multa de ½ salário mínimo. (art. 202 
do NCPC). 
 
Atos Processuais do Juiz 
 
Seguimos as regras do Artigo 203 e seguintes do NCPC por falta de disposição específica 
no processo do trabalho. 
São atos do Juiz: 
 Sentença; 
 
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34  Decisões interlocutórias (irrecorríveis no processo do Trabalho salvo quando terminativas do feito); 
 Despachos – os demais atos praticados pelo Juiz no andamento do feito. Ex.: 
Juntada de um DOCUMENTO (Diga o autor sobre o documento “x” em 5 dias); 
 Atos meramente ordinatórios – Ex.: juntada de substabelecimento de procuração, 
vista de autos não precisam mais da assinatura do Juiz. 
 Acórdãos – Julgamentos em Instâncias Superiores. 
Conforme dispõe o artigo 205 do NCPC o Juiz pode assinar os atos digitalmente. 
Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos 
acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico (art.205,§ 3º NCPC). 
 
A Citação no Processo do Trabalho 
 
No processo do trabalho a citação do réu (=reclamado) se denomina NOTIFICAÇÃO e é 
feita pelo correio (artigo 841 § 1º da CLT) 
A NOTIFICAÇÃO é ato produzido pelo Diretor da Secretaria da Vara. 
Se o reclamado causar embaraços para ser notificado, haverá a notificação por meio de 
oficial de justiça. 
 
A Questão da Citação por Edital no Processo do 
Trabalho 
 
A citação por edital prevista no artigo 246, IV do NCPC somente se aplica aos processos 
com rito ordinário (acima de 40 salários mínimos) 
Nos processos com rito sumaríssimo (abaixo de 40 salários mínimos) não há possibilidade 
de citação por edital por determinação explícita contida no artigo 852, B da CLT. 
 
Efeitos da Citação 
 
Para o processo ter validade é necessário a correta citação do réu como determina o artigo 
239 do NCPC o que produzirá os efeitos do artigo 240 do NCPC. 
Haverá nulidade dos atos processuais se não for corretamente citado o réu ao 
comparecimento mesmo no processo do trabalho. 
 
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35 Atualmente a Lei 11419/2006 permite a notificação das partes por meio eletrônico. No processo do trabalho utilizamos de forma genérica o termo “NOTIFICAÇÃO” tanto para 
o ato de citar o reclamado quanto para os atos de INTIMAÇÃO das partes dos atos 
processuais. 
 
Distinção entre Carta de Ordem, Carta Precatória, 
Carta Rogatória e Carta Arbitral 
 
Carta de Ordem será expedida pelo Tribunal para que os Juizes das Varas realizem 
determinado ato Judicial. Ex.: Ouvir testemunha, Notificar advogado a ofertar contrarrazões 
ao recurso quando houver ausência de manifestação por erro da Vara. 
Carta Precatória – Requisição de atos judiciais a serem realizados em Comarcas distintas 
daquela onde tramita o processo. Ex.: oitiva de testemunha, prova pericial em local distinto, 
etc. 
Carta Rogatória – É dirigida a autoridade judiciária estrangeira para o cumprimento de 
determinado ato judicial. 
Carta arbitral – “para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, 
na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária 
formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.” 
O direito processual do trabalho segue as regras gerais dos artigos 237 do NCPC desde 
que não haja incompatibilidade de ritos e princípios específicos trabalhistas. 
No caso, todas as cartas mencionadas possuem caráter ITINERANTE, ou seja, podem ir 
de um Juízo a outro até o seu cumprimento no prazo previsto pelo Juízo deprecante. 
 
(Aula 08) Ritos dos Processos Trabalhistas 
 
Ritos Trabalhistas 
 
O valor atribuído à causa irá estipular o rito pelo qual a mesma será processada. 
O processo do trabalho possui dois tipos de rito para definir a forma como será instruída e 
julgada a ação. 
Rito Ordinário – É o rito comum das ações trabalhistas. 
 
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36 Exige que a ação possua valor da causa MAIOR QUE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS (Atualmente = R$ 31.520,00). 
No rito ordinário haverá a possibilidade de ouvir até três testemunhas para cada lado (3 do 
reclamante e 3 da reclamada), exceto no inquérito judicial quando este número sobe para 6 
testemunhas para cada lado. 
Haverá a possibilidade de citação da empresa por EDITAL. 
Há uma maior dilação das provas a serem realizadas no processo. 
Há a possibilidade de fazer pedidos “ilíquidos”, ou seja, sem a definição do valor. Ex.: 
Requer o reclamante a apuração das horas extras e reflexos durante a vigência do contrato 
de trabalho... a apurar. 
 
O Rito Sumaríssimo 
 
O RITO SUMARÍSSIMO é previsto no artigo 852-A a 852 – I da CLT. 
Será utilizado o rito sumaríssimo para processos com o valor da causa inferior a 40 salários 
mínimos. 
Existem regras rígidas para a propositura da ação neste rito, pois a finalidade é a solução 
do conflito de maneira célere. 
 
Regras para a Propositura do Processo pelo Rito 
Sumaríssimo 
 
Regras para propositura da ação trabalhista no rito sumaríssimo: 
1ª) O pedido deve ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente (art. 
852 –B, inciso I da CLT) sob pena de arquivamento(idem, § 1º); 
2º) Não será feita citação por Edital, o reclamante deve ter o endereço correto do 
reclamado sob pena de arquivamento. (852-B, II e § 1º do mesmo artigo da CLT). 
3º) Apreciação da ação deverá ocorrer no prazo de 15 dias do ajuizamento da ação 
(852-B, III da CLT). 
4º) Partes e advogados devem manter os endereços atualizados sob pena de serem 
consideradas eficazes as intimações feitas em endereços que constem do processo 
(art. 852-B § 2º da CLT). 
 
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37 5º) Há maior concentração dos atos em audiência e o juiz tem maior liberdade para conduzir o processo podendo indeferir provas que entenda como desnecessárias 
(artigos 852 C e D da CLT). 
 
Aspectos Característicos da Sentença do Processo 
no Rito Sumaríssimo 
 
O artigo 852 I da CLT determina que: 
“A sentença deve conter os elementos de convicção do Juiz e o resumos dos fatos 
ocorridos, prescindindo-se do relatório;” 
Os critérios para o julgamento da ação buscam atender os fins sociais das normas e a 
exigência do bem comum de forma que a decisão seja a mais justa e equânime possível. 
 
Incidentes, Meios de Provas e Instrução no Rito 
Sumaríssimo 
 
Os incidentes que venham a interferir no andamento do processo serão resolvidos de plano 
pelo Juiz do Trabalho e os demais serão resolvidos por sentença (art. 852-G da CLT). 
Aplica-se ao rito sumaríssimo os meios de prova lícitos previstos nos artigos 369 a 383 do 
NCPC desde que compatíveis com o direito processual do trabalho (art. 769 da CLT). 
HÁ MAIOR CONCENTRAÇÃO DAS PROVAS EM AUDIÊNCIA – vide artigo 852- H da 
CLT. 
A MANIFESTAÇÃOSOBRE DOCUMENTOS é feita em audiência; (art. 852-H – § 1º da 
CLT). 
Testemunhas limitadas a duas para cada lado (art. 852-H – § 2º da CLT). 
Se a testemunha faltar a parte que a convidou DEVERÁ PROVAR O CONVITE sob pena 
de indeferimento do adiamento da audiência (art. 852-H, § 3º da CLT). 
A PROVA PERICIAL fica a critério do Juiz (salvo nos casos em que se discute direitos com 
obrigatoriedade de prova, ex. insalubridade) (art. 852-H, § 4º da CLT). 
Prazo comum de CINCO DIAS para as partes falarem sobre o laudo pericial. 
 
 
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38 Distinção do Rito Sumaríssimo para o Rito Ordinário 
 
Distinções: 
O valor da causa que no rito ordinário será acima de 40 salários mínimos. 
No rito ordinário admitem-se pedidos “a apurar”, ou seja, ilíquidos. 
O número de testemunhas no rito ordinário é maior que no sumaríssimo (3 para cada lado 
e 6 para cada lado no inquérito judicial). 
No rito ordinário haverá a possibilidade de adiamento da audiência se a testemunha não 
compareceu e foi convidada informalmente pela parte – aplica-se o artigo 825 da CLT. 
A sentença do rito ordinário deve possuir o relatório (histórico das principais ocorrências no 
processo), aplicando-se os requisitos previstos no artigo 489 do NCPC. 
 
Dos Processos com Instância Única 
 
No processo do trabalho existe a possibilidade da propositura de ação com Instância 
Única, ou seja, não haverá possibilidade de recurso SALVO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO AO STF. 
A base para tais ações consta do artigo 2º §§ 3º e 4º da Lei 5584/70. 
São considerados como processos com Instância Única aqueles que o valor da causa for 
limitado a DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS (atualmente = R$ 1576,00). 
Neste caso as atas são resumidas e o Juiz não precisa transcrever os depoimentos 
ressalvando-se apenas a descrição na ata da conclusão da Vara do Trabalho sobre a 
matéria de fato discutida nos autos (art.2º, §§ 3º e 4º da lei 5584/70 + art. 851 § 1º da CLT) 
 
Utilização dos Processos com Instância Única 
 
Para ações em que se discute nulidade de suspensão, ou para ressarcimento de pequenas 
despesas feitas pelo empregado. 
CUIDADO! Processos com valor da causa menor que 2 salários mínimos não admitem 
recurso, salvo sobre matéria constitucional. 
 
 
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39 (Aula 09) As Partes no Processo do Trabalho 
 
Partes Típicas do Processo do Trabalho 
 
Partes típicas: 
Reclamante - aquele que ingressa com a ação, normalmente é empregado ou busca no 
Judiciário o reconhecimento da condição de empregado 
Reclamado(a) - aquele que fica na condição de réu no processo do trabalho, pode ser 
pessoa física ou jurídica, entidade sem fins lucrativos, etc. 
 
A Questão do jus postulandi 
 
jus postulandi - art. 791 da CLT (tanto empregado quanto empregador podem ingressar 
sem advogado). 
Atualmente há o Projeto de Lei 33/2013 que busca extinguir o jus postulandi e se encontra 
no Senado Federal. 
Atualmente os limites ao jus postulandi constam da Súmula 425 do TST. 
 
Limites da Súmula 425 do TST ao jus postulandi 
 
Súmula nº 425 do TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. 
Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação 
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
Da Capacidade da Parte 
 
Devemos distinguir: 
 
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40  Capacidade de ser parte (ser sujeito de direitos e obrigações);  Capacidade de estar em Juízo (capacidade processual, legitimatio ad processum, 
capacidade de exercício, ou de fato); 
 Capacidade de postular em Juízo (requerer pessoalmente e praticar os atos 
processuais – Valentin Carrion – no civil cabe aos advogados). 
 
Questão da ação proposta por menor de idade: 
Menores de 18 anos (não possuem a capacidade de exercício): serão representados na 
seguinte ordem (art. 793 da CLT) 
A lei fala em representação e VALENTIN CARRION fala em assistência do menor em face 
de sua incapacidade relativa (o menor de 16 será representado diante de sua incapacidade 
absoluta pela legislação civil). 
 
Relação de Representantes do Menor para 
Propositura de Ação 
 
Com base no artigo 793 da CLT temos a seguinte ordem: 
1º) Representantes legais; 
2º) Membro da Procuradori a da Justiça do Trabalho; 
3º) Membro do Sindicato; 
4º) Membro do Ministério Publico Estadual; 
5º) Curador nomeado pelo Juízo. 
 
Demais Casos de Representação em Juízo 
Trabalhista 
 
Quanto a representação da massa falida – ações anteriores à falência correm normalmente 
e o falido pode estar em juízo como litisconsorte assistencial com direito a recorrer caso a 
massa falida não o faça (art. 75, V do NCPC + Lei de Recuperação Judicial 11.101/05 art. 
103, § único). 
Pessoa jurídica – será representada – ou por aquele descrito em seus atos jurídicos como 
sócio ou por um preposto (art. 843 da CLT) neste caso deverá ser empregado da empresa 
(Súmula 377 do TST) RESSALVADA A HIPÓTESE DE MICRO EMPRESA e empregador 
doméstico. 
 
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41 Condomínio – síndico eleito – Art. 75, XI do NCPC + Lei 2.757/56 (a Administradora de condomínio somente se for eleita para tanto). 
Domésticos – qualquer membro da família. 
Espólio – através do inventariante 
Se a parte morrer no curso do processo (habilitação incidente “causa mortis” – 
dependentes registrados perante a previdência social (Lei 6858/80). 
 
Partes Atípicas no Processo do Trabalho 
 
Ministério Publico do Trabalho – para propor ações civis públicas e outras matérias ligadas 
à sua na esfera de competência. 
Procuradoria da Fazenda Nacional – para propor execuções fiscais. 
Procuradoria do INSS – para propor recursos e execuções de débitos previdenciários 
decorrentes de acordos ou sentenças trabalhistas 
No evento morte do empregado – podem seus herdeiros entrar com ação para requerem 
direitos lesados pelo empregador – base legal – ARTIGOS 1829 E SEGUINTES DO 
CÓDIGO CIVIL 
Sindicatos – para propor ações de cumprimento, ações de execuções de débitos ligados a 
questões trabalhistas de seus membros, como substituto processual em favor dos 
empregados pertencentes à sua categoria, para propor ações de cobrança de 
contribuições e outros temas correlatos. 
 
Regras de Conduta das Partes no Processo do 
Trabalho 
 
Por ausência de legislação própria o processo do trabalho segue as regras de conduta 
determinadas pelos artigos 77 a 97 do NCPC (quanto aos deveres das partes e seus 
procuradores e a responsabilidade das partes pelos danos processuais), adaptadas as 
regras à realidade trabalhista. 
 
Questão da Substituição Processual 
 
 
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42 A substituição processual prevista no artigo 18 do NCPC somente será possível quando autorizada pelo ordenamento jurídico. 
Exemplo: Sindicato pode ingressar com ação como substituto processual para pedir 
adicional de insalubridade para todos os empregados da empresa. 
 
Do Litisconsórcio no Processo do Trabalho 
 
 A formação de litisconsórcio tanto ativo quanto passivo é aceita no processo do trabalho 
de forma que devemos aplicar as regras contidas nos artigos 113 a 118 do NCPC no que 
for compatível como rito trabalhista e as matérias ali discutidas. 
 
Litisconsórcio ativo – Reclamações Plúrimas 
 
Quanto a reclamações plúrimas devemos observar a regra contida no artigo 842 da CLT, 
ou seja, se a matéria for idêntica poderão ser acumuladas reclamações em um mesmo 
processo se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento. 
 
Aspectos do NOVO CPC sobre Litisconsórcio 
 
O artigo 113 do NCPC determina as hipóteses de cabimento do litisconsórcio. São elas: 
I - entre as partes houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à 
lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
 
Litisconsórcio Necessário 
 
Previsto no artigo 114 do NCPC: 
 
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43 “O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser 
litisconsortes.” 
 
Efeitos da Ausência de Integração do Contraditório 
no Litisconsórcio 
 
Pelo disposto no artigo 115 do NCPC se houver a quebra do contraditório temos como 
consequências: 
I – Nulidade da Sentença ,” se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que 
deveriam ter integrado o processo;” 
II – Ineficácia da Sentença ,” nos outros casos, apenas para os que não foram 
citados.” 
 
Regra Específica sobre o Litisconsórcio Passivo 
Necessário 
 
No artigo 115, parágrafo único do NCPC, temos: 
“Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que 
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que 
assinar, sob pena de extinção do processo.” 
 
Litisconsórcio Unitário 
 
Nova figura implantada no NCPC no artigo 116 que determina: 
“O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver 
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.” 
 
Da Relação Entre os Litisconsorte e a Parte Adversa 
 
 
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44 Pelo artigo 117 do NCPC temos: “Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como 
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as 
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.” 
 
Do Andamento do Processo em Litisconsórcio 
 
No artigo 118 do NCPC temos o seguinte: 
“Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos 
devem ser intimados dos respectivos atos.” 
A ausência da intimação implica em nulidade a ser arguida no primeiro momento em que a 
parte prejudicada se manifestar nos autos na forma do artigo 794 da CLT 
 
Da Intervenção de Terceiros no Processo do 
Trabalho 
 
Com o advento da EC 45/2004 ATUALMENTE ACEITA-SE NO PROCESSO DO 
TRABALHO A MAIOR PARTE DAS INTERVENÇÕES DE TERCEIRO ( assistência, 
denunciação da lide, chamamento ao processo) usamos as regras dos artigos 119 a 132 
do NCPC adaptados aos ritos e características do processo trabalhista. 
 
A Assistência 
 
A assistência prevista nos artigos 119 a 124 do NCPC possui incompatibilidades com o 
processo do trabalho posto que a lide entre empregado e empregador é de cunho pessoal 
não admitindo a intervenção de terceiros e a assistência consiste em tal permissão legal 
desde que na forma legal. 
 
Tipos de Assistência 
 
 
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45 Pelo NCPC temos dois tipos de assistência:  Assistência simples: artigos 121-123; 
 Assistência litisconsorcial: art. 124. 
A distinção entre elas é de fácil observação na lei já que na litisconsorcial a sentença 
influirá na relação do assistente e a parte adversa do assistido. 
 
Denunciação da Lide 
 
Hipóteses legais: Art. 125 do NCPC 
Tramitação: Artigos 126 a 128 do NCPC 
Há restrições ao uso da denunciação da lide no processo do trabalho em razão da 
natureza dos litígios. No entanto, foi cancelada a OJ 277 da SDBI 1 do TST, o que implica 
na possibilidade de uso restrito a ações que extrapolem a relação empregatícia mas que 
sejam da competência trabalhista. 
 
Chamamento ao Processo 
 
Previsto no artigo 130 do NCPC. 
Para o processo do trabalho damos atenção ao inciso III do artigo 130 que fala: 
“III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum.” 
O chamamento ao processo visa garantir ao réu o direito de que os demais devedores 
venham a arcar com a sua cota da dívida. 
No caso, é possivel no processo do trabalho nos casos das terceirizações ou mesmo grupo 
de empresas (embora quanto a este último a doutrina permita a faculdade de ingresso na 
ação já que o reclamante poderá executar as empresas na execução em razão da 
solidariedade). 
A citação dos demais devedores via chamamento ao processo deve ser feita em preliminar 
de contestação. 
Efeitos: A sentença valerá como título executivo em favor do réu que quitar a dívida. 
 
 
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46 Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
Figura nova criada pelos artigos 133 a 137 do NCPC. 
Visa o reconhecimento da desconsideração da personalidade jurídica em qualquer fase 
processual. 
A parte pode requerer logo na propositura da ação. 
O pedido de desconsideração visa garantir o sucesso na execução de bens quando a 
empresa estiver sem solvibilidade. 
Tal sistema já estava sendo aplicado no processo do trabalho e agora está normatizado no 
novo CPC constituindo avanço para adiantar fases em casos de insolvência da empresa. 
 
Características do Processo do Trabalho 
 
Claramente conciliatório – vide art. 763/764 + 852-E da CLT – a conciliação pode ser 
realizada em qualquer fase 
 Ampla liberdade dos Juizes na direção do processo com ênfase na celeridade (vide art 5º 
cf) – 765 + 852-D da CLT 
Subsidiariedade das regras processuais civis – 769 da CLT. 
 Oralidade dos atos processuais – 847 + 852-F da CLT. 
 
(Aula 10) A Petição Inicial Trabalhista 
 
Formas de Propositura da Trabalhista 
 
O processo trabalhista pode ser proposto pelo próprio trabalhador ou pelo empregador 
através da faculdade prevista no artigo 791 da CLT denominada JUS POSTULANDI que é 
limitado pela jurisprudência às Varas do Trabalho e Tribunais regionais não podendo a 
parte atuar sozinha para propor ação rescisória, cautelares e recursos ao TST (SÚMULA 
425 DO TST). 
 
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47 
Ação Proposta por Meio do jus postulandi 
 
Quando proposta diretamente a ação pelo trabalhador temos as seguintes regras a serem 
respeitadas: 
Na forma dos artigos 786 e 839 da CLT comparecer na Distribuição de Feitos do Fórum 
Trabalhista para distribuir a ação antes de sua redução a termo (em duas vias) que será 
feita em cinco dias da data da distribuição. 
Comparecer na Secretaria da Vara para ser reduzido a termo a reclamação contra a 
empresa (relatar e transcrever os direitos que pretende ver reconhecidos contra a 
empresa). 
Se não comparecer nos cinco dias da data da distribuição perde o direito de reclamar por 
seis meses (art. 731 da CLT). 
Designada data para a audiência deverá comparecer acompanhado de suas testemunhas. 
Como explicado a parte pode acionar ou se defender sozinha até o Tribunal Regional 
(Súmula 425 do TST), MAS PARA RECURSOS

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