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07. PROCESSUAL DO TRABALHO pt. 02

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FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROF° ANSELMO DA PAZ JUNIOR 
2015 
CURSO DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO I – Pt. 02 
PROF° ANSELMO DOMINGOS DA PAZ JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA 
PROF° ANSELMO DA PAZ JUNIOR 
2015 
(Aula 12) Meios de Prova no Direito do Trabalho 
Base Legal das Provas no Processo do Trabalho 
 
As provas no processo do trabalho são regulamentadas nos artigos 818 a 830 da CLT. 
Regra Geral – artigo 818 da CLT: 
“A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.” 
As demais disposições que constam dos artigos 819 e seguintes regulamentam a oitiva de 
testemunhas e a forma de apresentação de documentos (art. 830) de sorte que devemos 
aplicar os artigos 369 e seguintes do NCPC adaptados à realidade do processo trabalhista. 
Art. 369 do NCPC – são admitidos todos os meios legais ou moralmente legítimos para 
provar a verdade dos fatos que fundamentam a ação ou a defesa. 
Quanto a prova ilícita – art. 5º LVI da CF – não será admissível. 
 
Quanto ao Ônus da Prova 
 
Artigo 818 da CLT + 373 do NCPC aplicado subsidiariamente. 
Autor (reclamante) – fatos constitutivos de seu direito. 
Réu (reclamada) – fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. (ver 
art.350 NCPC) 
Os parágrafos 1º a 4º do artigo 373 do NCPC deverão ser analisados quanto a 
compatibilidade com o processo do trabalho no decorrer dos processos 
 
Fatos que Independem de Prova 
 
Aplicamos o artigo 374 do NCPC de sorte que não dependem de provas os fatos: 
I – notórios; 
II – afirmados por uma das partes e confessado pela outra; 
III – admitidos, no processo como incontroversos – neste caso se forem valores financeiros 
aplica-se o artigo 467 da CLT; 
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PROF° ANSELMO DA PAZ JUNIOR 
2015 
IV – Fatos em cujo favor milita a presunção legal de existência ou de veracidade. 
No processo do trabalho, as provas são realizadas em audiência e em especial no rito 
sumaríssimo (ver art. 852-H da CLT). 
Art. 378 NCPC: 
“Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da 
verdade.” 
 
A Questão da Prova Pericial 
 
Em processo utilizamos a perícia para a definição de provas técnicas a serem realizadas 
pelas partes. 
Em processo do trabalho, normalmente são realizadas perícias para verificar: 
A) Condições de insalubridade ou periculosidade do local de trabalho (art.195, parágrafo 2º 
da CLT); 
B) Pedidos de indenização por perda da capacidade laborativa. (averiguar redução da 
capacidade de trabalho do empregado); 
C) Perícia para averiguar validade de documento (ex.: Perícia Grafotécnica); 
D) Perícia médica no empregado para verificar se a doença foi adquirida ou não em razão 
da relação de trabalho. 
OBSERVAMOS QUE NO CASO DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE O JUIZ NÃO 
PODE INDEFERIR A PERÍCIA MESMO SE HOUVER REVELIA DA EMPRESA. 
Se a profissão presume trabalho em condições perigosas ou insalubres, existem Súmulas 
que presumem a periculosidade ou a insalubridade. Ex. Súmula 39 do TST. 
Quanto ao adicional de insalubridade ver Súmulas 39, 70,132,191,361 do T.S.T. e Súmula 
de 212 do STF. 
Quanto ao adicional de periculosidade ver 17,47,80,139,228,e 248 do T.S.T. e Súmula de 
194 e 460 do STF. 
 
A Perícia no Processo com Rito Sumaríssimo 
 
No processo com rito sumaríssimo a questão é regulada pelo art. 852-H, parágrafo 4º da 
CLT, ou seja, o Juiz deverá apreciar a conveniência de realização da perícia e somente a 
fará nos casos em que os fatos ou a questão assim o exigir. 
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Neste rito o prazo para manifestação será comum e consistirá de apenas 5 dias (art.852-H, 
parágrafo 6º da CLT). 
 
A Questão da Confissão Ficta x Confissão Real 
 
A confissão ficta é aquela que será presumida pela ausência de ação por parte do autor ou 
do réu. Ela decorre de presunção legal, portanto poderá ser elidida (derrubada) pela 
confissão real da parte contrária no andamento do processo. 
O NCPC tem as seguintes hipóteses de confissão ficta: 
A) Em razão da revelia (arts. 344 a 346 NCPC); 
B) Fatos não impugnados em defesa (art. 341 NCPC); 
C) Fatos não contestados em medida cautelar ; 
D) Parte quando intimada não comparecer para prestar depoimento pessoal (art. 385, 
parágrafo 1º NCPC). 
 
Confissão Real 
 
A confissão real ocorre extra-judicialmente ou judicialmente. 
Extra-judicialmente (art.394 do NCPC) – Deverá ser analisada pelo Judiciário Trabalhista. 
Judicialmente (art. 390 do NCPC) – ela pode ser espontânea (feita em Juízo pela própria 
parte ou seu mandatário) ou provocada (ocorrida em depoimento). 
A CONFISSÃO JUDICIAL faz prova contra o confidente, mas não prejudica litisconsortes 
(art. 391 NCPC). 
Art. 392 NCPC: 
”Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.” 
Art. 393 NCPC: 
“A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de 
coação.” 
Art. 394. NCPC: 
“A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei 
não exija prova literal.” 
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Art. 395. NCPC: 
”A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova 
aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-
á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa 
de direito material ou de reconvenção.” 
 
Da Súmula 74 do TST 
 
Se houver o desmembramento da audiência, ou seja, se for apresentada a defesa e 
designada nova data para a oitiva das partes e testemunhas (audiência de instrução), a 
parte que não comparecer seja empregado ou empregador será considerada CONFESSA, 
POR FORÇA DO EXPOSTO NA SÚMULA 74 DO TST. 
Se o empregado não comparecer à audiência de instrução haverá a CONFISSÃO E NÃO 
O ARQUIVAMENTO (POIS FOI APRESENTADA A DEFESA). 
 
Efeitos da Confissão Judicial 
 
Art. 391 do NCPC – a confissão judicial faz prova contra o confitente mas não atinge aos 
litisconsortes. 
Em processo do trabalho (ART. 844 CLT), ausente a empresa em audiência Una ela será 
considerada REVEL (por falta de apresentação de defesa) e CONFESSA (presumem-se 
verdadeiros os FATOS NARRADOS NA INICIAL). 
 
A Prova Testemunhal no Processo do Trabalho 
 
A prova testemunhal é o meio mais admitido em direito processual do trabalho em razão da 
oralidade dos atos e do princípio da primazia da realidade. 
Número de testemunhas a ser apresentado pelas partes será de 3 (três) testemunhas para 
cada parte (reclamante e reclamada). NO RITO ORDINÁRIO EXCETO NO INQUÉRITO 
JUDICIAL QUANDO O NÚMERO MÁXIMO SERÁ DE 6 (SEIS) (ART. 821 DA CLT). 
No RITO SUMARÍSSIMO o número máximo de testemunhas será de 2 (duas) para cada 
parte (art. 852, H, parágrafo 2º da CLT). 
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Em qualquer dos ritos as testemunhas serão ouvidas pelo Juiz e reinqueridas pelas partes 
(jus postulandi) ou seus advogados (art. 820 da CLT). 
As testemunhas que forem funcionários públicos ou militares que tiverem de depor em 
horário de serviço SERÃO REQUISITADAS (ART. 823 CLT) 
O JUIZ DEVE ZELAR PARA QUE NENHUMA TESTEMUNHA OUÇA O DEPOIMENTO 
DAQUELA QUE ESTIVER DEPONDO (ART. 824 CLT) 
A regra geral no rito ordinário é o convite para o depoimento espontâneo da testemunha 
em Juízo. (ART. 825 DA CLT). 
No rito sumaríssimo há a necessidade de comprovar o convite paradepor (art. 852-H 
parágrafo 3º da CLT). 
A Jurisprudência trabalhista não tem aplicado o artigo 825 da CLT nos casos em que a 
Vara determina às partes que arrolem suas testemunhas. (no entanto, tal entendimento 
possui divergências). 
Toda testemunha antes de depor será qualificada na forma do artigo 828 da CLT. 
 
A Questão da Contradita 
 
Entende-se por “contradita” a medida legal a ser aplicada para desqualificar a testemunha 
do seu compromisso judicial, ou seja, será exposto em Juízo que tal pessoa possui um 
impedimento legal para depor na qualidade de testemunha. 
Os impedimentos legais constam do artigo 829 da CLT (PARENTE ATÉ O 3º GRAU CIVIL, 
AMIGO ÍNTIMO OU INIMIGO) DE QUALQUER DAS PARTES. 
O MOMENTO PROCESSUAL PARA OFERTAR A CONTRADITA É APÓS A 
QUALIFICAÇÃO DA TESTEMUNHA. 
Além do rol de impedimentos do artigo 829 da CLT também podemos utilizar o rol de 
impedimentos do artigo 447 do NCPC § 3º, INCISO II principalmente a questão do 
INTERESSE NO DESLINDE DO FEITO (INTERESSE PROCESSUAL QUE UMA PARTE 
GANHE A CAUSA). 
A finalidade da CONTRADITA é evitar o depoimento de testemunha suspeita já que após o 
compromisso em dizer a verdade, os fatos por ela narrados podem direcionar o processo 
para um determinado final. 
Se negados os fatos pela testemunha a parte que pode ser prejudicada pode requerer a 
INSTRUÇÃO DA CONTRADITA, que é feita no mesmo dia e resolvida como incidente 
processual sem recurso imediato no processo do trabalho. (VER ART. 457 NCPC) 
 
A Questão do Falso Testemunho 
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O falso testemunho é conduta criminal (art. 342 do Código Penal), e como tal pode 
invalidar um processo. 
Se houver discrepância entre depoimento da testemunha da empresa e do empregado a 
parte lesada pode requerer a ACAREAÇÃO DAS TESTEMUNHAS (ART. 461, II DO 
NCPC). 
Se a parte somente descobrir os fatos que levam à suspeitar da testemunha 
posteriormente à Sentença caberá ação rescisória. 
 
Provas Documentais 
 
Artigo 787 da CLT – a parte que ingressar com a ação deve acostar todos os documentos 
que sejam importantes para os seus argumentos. 
Súmula 263 do TST – Salvo nos casos do artigo 295 do CPC o Juiz deve conceder prazo 
de 10 dias para a juntada do documento essencial antes de arquivar o processo. 
A defesa deverá acostar todos os documentos necessários ao seu argumento (art. 434 
NCPC). 
 
Documentos em Posse de Terceiros 
 
As partes podem requerer a apresentação de documentos que estejam em posse de 
terceiros utilizando o exposto nos artigos 396 e seguintes do NCPC aplicados de forma 
subsidiária ao processo do trabalho. Ex.: Em processo onde se postula salário “por fora” e 
houve pagamentos pela empresa em favor do reclamante via banco. O advogado do 
reclamante pode pedir que seja expedido oficio ao Banco para juntada de extratos. 
 
Das Razões Finais 
 
Após o encerramento das provas de audiência as partes possuem 10 minutos cada uma 
para aduzir razões finais. 
Razões finais consistem na exposição dos argumentos de fato e de direito que constam 
dos autos a favor da parte. Consiste em um resumo onde busca a parte demonstrar ao Juiz 
que a ela assiste o Direito. 
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Embora a lei no artigo 850 da CLT determine a oralidade das razões finais, é comum a 
concessão de prazo para razões finais escritas. 
Também é comum as partes elaborarem as razões finais de forma REMISSIVA, ou seja, se 
remetem ao exposto em inicial ou defesa conforme a posição que estejam atuando nos 
autos. 
 
(Aula 13) Prescrição, Decadência e Perempção no 
Processo do Trabalho 
 
A Prescrição no Processo do Trabalho 
 
Conceito – perda do direito de ação em razão do não exercício do direito no lapso temporal 
previsto em lei. 
Base legal – artigo 11 da CLT com as modificações feitas pelo artigo 7º, inciso XXIX da 
Constituição Federal. 
A prescrição geral trabalhista para empregados urbanos e rurais corresponde ao texto do 
artigo 7º, XXIX da CF. 
Se o trabalhador estiver prestando serviços ele tem cinco anos para reclamar direitos 
violados. 
Ex.: Miguel entrou na empresa em 02.10.2010 e desde 01.02.2011 não recebe as horas 
extras realizadas. 
Se ele estiver trabalhando na empresa e ingressar com a ação hoje (01.09.2015) poderá 
postular as horas extras não pagas desde 01.09.2010 ou seja, não perdeu nenhum direito 
lesado. 
No entanto, se Miguel, for dispensado em 08.09.2015 e somente ingressar com a ação em 
07.09.2017 (faltando um dia para os dois anos do término do contrato) então a prescrição 
irá lhe garantir o direito aos últimos cinco anos contados da referida data de distribuição, ou 
seja, somente pode postular os direitos lesados de 07.09.2012 para frente, o que resulta 
em prescrição para verbas anteriores a 06.09.2012. 
 
Situações Específicas sobre Prescrição Trabalhista 
 
MENOR DE IDADE – Abaixo dos 18 anos a ação é imprescritível (art. 440 da CLT). – Ao 
completar a maioridade começa o prazo de dois anos para reclamar os últimos cinco. 
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PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – aquela que ocorre dentro do processo por inação do 
titular do direito – Há posição conflitante na jurisprudência trabalhista – TST (Súmula 114) 
não admite, mas o STF na Súmula 327 a admite. 
Súmula 153 do TST – não admite arguição de prescrição fora da instância originária. 
(conflita com o texto do artigo 219, § 5º do antigo CPC e com as atuais normas). 
Súmula 156 do TST – conta-se o prazo prescricional do término do último contrato do 
empregado quando este pede a soma de períodos descontínuos de trabalho. 
Súmula 268 do TST – o simples arquivamento da ação INTERROMPE A PRESCRIÇÃO 
quanto aos pedidos formulados. 
Súmula 275 do TST – quanto a pedidos de desvio de função e reenquadramento. 
 
Questão da Prescrição e o FGTS 
 
Quanto ausência de recolhimento de FGTS a prescrição será TRINTENÁRIA desde que a 
ação seja proposta no biênio do término do contrato – Súmula 362 do TST. 
Para pedidos de diferenças de FGTS (ex.: FGTS sobre horas extras) a prescrição será 
quinquenal na forma da Súmula 206 do TST. 
 
Da Revisão da Prescrição do FGTS 
 
Atualmente a Súmula 362 do TST será objeto de revisão tendo em vista decisão do STF 
que mantém a prescrição quinquenal para o FGTS. 
 
Da Prescrição da Ação de Dano Moral 
 
A prescrição será a mesma que ocorre para qualquer direito trabalhista a ser postulado no 
judiciário, qual seja, a prescrição prevista no artigo 7º, XXIX da CF. 
 
Decadência 
 
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A DECADÊNCIA consiste na perda do direito. 
Em processo do trabalho o caso mais clássico ocorre quando a empresa deixa de propor o 
inquérito judicial no prazo de 30 dias contados da suspensão do empregado (art. 853 da 
CLT + Súmula 62 do TST). 
 
Perempção 
 
Conceito – em termos trabalhistas na perda do direito de ingressar com ação por um lapso 
de tempo definido em lei ante ao arquivamento consecutivo da ação por duas vezes 
seguidas. Consiste na caducidade de uma faculdade processual. 
O artigo 731 da CLT determina a suspensão do direito do reclamante em ingressar com 
ação pelo prazo de 6 meses se deixar o processo arquivar duas vezes. 
O reclamante não deve deixar arquivar o processo por duas vezes, pois, a pena de 
suspensão do direito de ingressar em juízo com nova ação poderá coincidir com o prazo de 
prescrição para a propositura da ação levando à prescrição total do direito de reclamar.(Aula 16) A Sentença Trabalhista 
 
Definição de Sentença 
 
A sentença é o ATO do JUIZ que consiste na solução do caso concreto por meio da 
interpretação e aplicação das normas vigentes em uma dada sociedade. 
A sentença consiste na entrega da prestação jurisdicional pelo Estado ao cidadão. 
 
Diferença entre Sentença, Despacho Interlocutório e 
Acórdãos 
 
A sentença é prolatada pelo Juiz atendendo aos requisitos formais do artigo 831 e 
seguintes da CLT e para o rito sumaríssimo os requisitos do artigo 852-I da CLT e de forma 
subsidiária o quanto disposto nos artigos 489 do NCPC (ingressando ou não no mérito da 
questão discutida em Juízo na forma prevista nos artigos 485 a 487 do NCPC). 
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Definição de Sentença pelo NCPC 
 
Art. 203 do NCPC, PARÁGRAFO 1º: 
“sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.” 
Decisão Interlocutória – (ART.203 § 2º do NCPC) consiste no ato do juiz que decide 
questão incidente no curso do processo. NO PROCESSO DO TRABALHO ELAS NÃO 
CABEM RECURSOS. 
Acórdão – São as decisões do Tribunal (Art. 204 do NCPC) 
 
Espécies de Sentenças 
 
As sentenças podem ser: 
1) Definitivas – colocam fim ao processo solucionando a lide. Ex.: Julgam Procedente a 
ação. 
2) Terminativas – colocam fim ao processo mas não ingressam no mérito. Ex.: Acolhem 
Inépcia da Inicial. 
3) Interlocutórias – Elas decidem incidentes processuais. Ex.: Juntada de um documento 
no processo, pedido de Troca de testemunha, etc. 
 
Quanto a Natureza Jurídica da Sentença 
 
As sentenças podem ser: 
1) Declaratórias – apontam a existência ou não de uma relação jurídica; 
2) Constitutivas – visam criar, alterar ou extinguir uma certa relação jurídica; 
3) Condenatórias – quando decidem uma obrigação de dar, fazer ou não fazer algo. 
 
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Julgamento Extra, Ultra e Infra Petita e o Processo 
do Trabalho 
 
Uma sentença será extra petita quando acolhe pedidos fora do requerido nos autos. 
Será ultra petita quando acolhe pedidos além do que consta dos autos. 
Será infra ou citra petita quando acolhe pedido de forma inferior ao que foi postulado nos 
autos. 
Art. 492 NCPC: 
“É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a 
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo 
único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.” 
Dada a natureza ultrapeticional do direito do trabalho a maior liberdade dada ao Juiz para 
decidir e conduzir o processo leva à necessidade de dar parâmetros sociais ao artigo 492 
do NCPC cabendo observar as inovações do artigo 488 do mesmo diploma legal. 
Dessa forma, será objeto de reforma a Sentença que extrapolar os limites da lide em seu 
contexto da aplicação da legislação trabalhista ponderando-se a liberdade de condução do 
processo pelo Juiz com o conteúdo legal a ser seguido pelo mesmo. 
O que deve ser seguido nestes casos é o princípio de que a sentença deve ser sempre 
concisa, precisa e clara para atingir os seus objetivos de pacificação social. 
 
Inovação do CPC 
 
“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se 
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.” 
“Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de 
segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus 
advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.” 
 
Da Estrutura da Sentença 
 
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Acerca da estrutura da sentença devemos seguir o disposto nos artigos 831/832 da CLT 
(para rito ordinário) e 852-I da CLT (para o rito sumaríssimo). 
No rito ordinário em sua estrutura teremos: Nome das partes, Breve resumo do pedido e da 
defesa, apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a conclusão. 
No rito sumaríssimo não haverá o relatório, mas um enfoque maior na convicção do juiz 
que será motivada (art. 852-I §1º CLT). 
 
Conteúdo da Sentença 
 
Além do já exposto, a sentença deve conter o prazo e condições para o seu cumprimento, 
valor das custas processuais a serem pagas pelo vencido, valor arbitrado pelo Juiz para a 
condenação (provisório), valores devidos à previdência social (quando for o caso). 
 
 
(Aula 17) Recursos Trabalhistas 
 
Definição de Recursos 
 
O recurso consiste em medida judicial a ser interposta pela parte que pretende a reforma 
de uma decisão que lhe foi desfavorável. 
O pedido de reforma pode ser total (visa a revisão inteira da decisão) ou parcial (visa a 
revisão da parte que lhe foi desfavorável). 
O recurso será proposto para a Instância imediatamente Superior àquela cuja decisão se 
pretende a reforma. 
Por regra geral a parte que pretende a reforma do julgado deve interpor o recurso. 
O recurso será ex officio (obrigatório) nos seguintes casos:A Sentença for prolatada contra 
a UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIOS e respectivas autarquias e 
fundações exceto quando o valor envolvido seja inferior a 60 salários mínimos ou a decisão 
recorrida estiver de acordo com Súmula do STF ou do Tribunal Superior para o qual foi 
interposto o recurso. 
 
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Base Legal dos Recursos Trabalhistas 
 
Base Constitucional – Art. 5º, LV da CF. 
Base na CLT – Artigos 893 a 901. 
Base no NCPC – Artigos 994 e seguintes (Desde que compatíveis com o processo do 
trabalho na forma do artigo 769 da CLT). 
 
Recursos Trabalhistas 
 
Os recursos Trabalhistas podem ser divididos em duas fases distintas do processo: 
Na fase de Conhecimento temos: 
Contra a decisão de Primeira Instância – Recurso ordinário – art. 893, II + artigo 895 ambos 
da CLT 
Da decisão de Segunda Instância caberá : Recurso de Revista – artigo 93, III + 896 ambos 
da CLT. 
Existe ainda o recurso de EMBARGOS (que não se confunde com EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO) cuja admissibilidade consta do artigo 893, I + 894 ambos da CLT. São 
recursos utilizados no TST para solucionar decisões não unânimes em Dissídios Coletivos 
ou em Decisões de Turmas divergentes entre si ou ainda das decisões divergentes 
daquelas proferidas em Sessão de Dissídios Individuais. 
Em fase de conhecimento somente será aceito AGRAVO DE INSTRUMENTO nos limites 
do disposto nos artigos 893, IV + 897, alínea “b” ambos da CLT – possuem atuação 
limitada no processo do trabalho já que não existe recurso para decisões interlocutórias 
que não terminam o feito. 
Os embargos de declaração não constituem recurso trabalhista e possuem a finalidade de 
esclarecer omissão, contradição ou obscuridade (embora esta última hipótese não esteja 
elencada no artigo 897-A da CLT) NA SENTENÇA OU NO ACÓRDÃO e especificamente 
no caso do processo do trabalho quando houver manifesto equivoco na análise dos 
pressupostos extrínsecos de um recurso. 
Na fase de execução temos o seguinte recurso – AGRAVO DE PETIÇÃO – artigo 893, IV 
(como espécie de agravo) + artigo 897 alínea “a” da CLT – visa atacar decisões do Juiz em 
Execução do processo. Também é o recurso cabível nos processos de EMBARGOS DE 
TERCEIRO e nas Execuções Fiscais Trabalhistas.Características dos Recursos Trabalhistas 
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1ª) As decisões interlocutórias são irrecorríveis – ART. 893 § 1º da CLT + Súmula 214 do 
TST (apresenta as exceções !!!). 
2ª) Juízo de admissibilidade – todo recurso trabalhista possui verificação prévia do 
preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos por parte do Juízo prolator da Decisão 
que se visa a reforma (Juízo “a quo”). 
3ª) Somente se admite um único recurso – UNIRRECORRIBILIDADE – Não se pode 
propor duas medidas judiciais para o mesmo fim. Ex.: Recorrer ordinariamente e propor 
Correição Parcial contra o Juiz prolator da Decisão que se quer reformar. 
4ª) Fungibilidade (ART. 244 do antigo CPC) – em razão da possibilidade da propositura do 
recurso por simples petição (art. 899 caput da CLT) – se a parte errou a denominação mas 
fundamentou adequadamente o mérito do recurso este será recepcionado como a medida 
legal cabível. Ex.: Entrou com recurso ordinário mas o denominou como apelação. 
5º) Unidade de prazos recursais – Criada pela Lei 5584/70 – os prazos para recursos são 
unificados, ou seja, correspondem a OITO DIAS excluindo o dia da publicação e incluindo o 
subseqüente. 
Exceções: Embargos de declaração, Embargos à execução, Impugnação da Sentença de 
liquidação, Embargos à arrematação – 5 dias 
Pedido de revisão do valor da causa : 48 horas. 
O recurso extraordinário (que não é recurso trabalhista) o prazo de interposição 
corresponde a 15 dias – art. 102, III da CF. 
 
Efeitos dos Recursos Trabalhistas 
 
Por força do disposto no artigo 899 da CLT os recursos trabalhistas possuem efeito 
meramente DEVOLUTIVO – ou seja, a parte vencedora pode ingressar com a execução 
provisória mediante carta de sentença. 
Efeito suspensivo constitui exceção – Ex.: Dissídio Coletivo onde o Presidente do TST 
pode conceder tal efeito dada a relevância da matéria discutida. 
Efeito TRASLATIVO (art. 1013 § 1º do NCPC) – consiste na apreciação pelo Juiz ou pelo 
Tribunal de questões “suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido 
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado”. 
Tal situação não se confunde com julgamento ULTRA ou EXTRA PETITA. 
A base legal do EFEITO TRASLATIVO consta dos artigos 1013 do NCPC combinado com 
o disposto na Súmula 393 do TST. 
Efeito substitutivo – Ocorrerá quando a Instância Superior por meio de sua decisão altera 
totalmente a decisão anterior. 
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Efeito extensivo (ART.1005 NCPC)– quando a decisão recursal ao beneficiar um dos 
litisconsorte unitário auxilia à todos (inclusive os que não recorreram). Ex. Vínculo de 
emprego postulado com todas as empresas de um Grupo Econômico, se o recurso for 
procedente, haverá a improcedência da ação para todas as empresas. 
Efeito regressivo ou modificativo– Quando houver a retratação ou a reconsideração do 
julgado pelo Juiz que o prolatou. Ex.: Embargos de declaração com efeito modificativo. 
Base legal para postular efeito modificativo dos embargos de declaração ver artigo 897-A 
da CLT. 
 
Princípios dos Recursos Trabalhistas 
 
Princípio do duplo grau de jurisdição – matéria claramente constitucional que garante o 
direito a uma revisão do julgado por um órgão imediatamente superior ao que prolatou a 
decisão. 
Princípio da non reformatio in pejus – ou seja, o recurso não prejudica a situação do 
recorrente. 
Princípio da Dialeticidade – Súmula 422 do TST – o recurso deve atacar os fundamentos 
da Sentença apresentando novos argumentos a favor da reforma do julgado sob pena de 
não ser conhecido. 
 
Pressupostos Recursais 
 
Dentro do Juízo de admissibilidade de um recurso caberá a análise de seus pressupostos 
objetivos e subjetivos sem os quais o recurso não será aceito. 
Pressupostos OBJETIVOS: 
A) Tempestividade – o recurso deve ser proposto no prazo legal. 
B) Adequação – o recurso deve estar previsto em lei e ser a medida legal cabível ao caso 
concreto. 
C) Preparo – para admissão do recurso a parte recorrente deve quitar os valores previstos 
no artigo 899 da CLT. 
Se o empregado perder e não possuir benefício da Justiça Gratuita deverá arcar com as 
custas judiciais correspondentes a 2% do valor da causa arbitrado pelo Juiz em Sentença 
(art. 789 CLT).(Recolher em GRU). 
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Se a reclamada perder o processo (ainda que parcialmente) deverá arcar com as custas 
judiciais e o depósito judicial (art. 899, §§ 1º e 4º da CLT). O DEPÓSITO É FEITO NA 
CONTA VINCULADA DO FGTS DO RECLAMANTE. (vide Súmula 426 do TST). 
Pressupostos subjetivos: 
A) Interesse de agir – somente pode recorrer quem teve prejuízo com o julgamento. 
B) Legitimidade de parte – Somente pode recorrer quem for parte no processo. Ex. Credor 
do reclamante não pode recorrer. 
C) Capacidade postulatória – somente pode recorrer quem estiver habilitado para tanto. 
Ex.: Advogado que não consta da procuração não pode recorrer. 
 
(Aula 18) Recursos Trabalhistas 
Espécies de Recursos e suas Hipóteses de 
Aplicação 
 
Recurso Ordinário 
 
Base legal: Art. 895 da CLT. 
Prazo para interposição: 8 dias 
Preparo do recurso: Se o reclamante perdeu o processo sem isenção de custas ele deverá 
quitar as custas. 
Se a Reclamada perdeu o processo, ainda que parcialmente, deve recolher as custas mais 
o deposito recursal previsto no artigo 899 da CLT. 
Finalidade do recurso ordinário – pedido de revisão do julgado pela parte prejudicada pela 
Sentença originária. 
Matérias a serem discutidas – aspectos de fato (provas, depoimento de partes e 
testemunhas) e de direito que envolvem a questão objeto do recurso. 
Cabimento do recurso ordinário – interposto contra decisões definitivas ou terminativas da 
Primeira Instância ou das mesmas hipóteses em Processos de Competência originária da 
Segunda Instância (ex.: Mandados de Segurança e Ações Rescisórias). 
A distinção do recurso ordinário do procedimento ordinário e aquele do procedimento 
sumaríssimo consiste em ausência de um Juiz Revisor e celeridade do julgamento em 10 
dias (art. 895, § 1º, II da CLT). 
 
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Formalidades do Recurso Ordinário 
 
Será encaminhado ao Juiz prolator da Decisão a ser reformada e as razões serão 
encaminhadas ao Juízo hierarquicamente superior. 
Nesta petição devem ser comprovados os pagamentos de custas e depósito recursal. 
Ele será julgado pelo TRT se a Sentença originária for da Vara do Trabalho e será julgado 
pelo TST se ela for originária do TRT. 
O recurso ordinário é aplicável a todos as ações onde há discussão em fase de 
conhecimento. 
Ex.: Reclamação Trabalhista, Inquérito Judicial, Pedido de Exibição de Documentos, Ação 
Civil Pública, Ação de Consignação em Pagamento, Ações Cautelares, Ação de 
Cumprimento, etc. 
 
Recurso de Revista 
 
Base legal: Artigo 896 da CLT 
Prazo para interposição: 8 dias 
Preparo do recurso: Se for interposto pelo reclamante somente haverá preparo se houver 
aumento do valor da condenação e precisar complementar custas. Se for interposto pelo 
reclamado deverá quitar depósito recursal complementar até o teto legal (hoje no valor de 
R$ 8183,06) ou o total da condenação (se for abaixo do teto legal) mais custas 
complementares se houver. 
Finalidade do recurso de revista: visa discussão de interpretação de matéria de direito (não 
se discute fatos e provas por proibição da Súmula 126 do TST), interpretação de leis e 
normas constitucionais e uniformizaçãode jurisprudências divergentes dos Tribunais 
Regionais. 
O Recurso de Revista é uma medida judicial claramente técnica que visa corrigir distorções 
no entendimento e aplicação das leis ao caso concreto ou as interpretações 
jurisprudênciais divergentes entre os diversos Tribunais Regionais do Trabalho agindo com 
um instrumento uniformizador de jurisprudência. 
 
Requisitos Formais do Recurso de Revista 
 
O recurso de revista possui certos requisitos próprios: 
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1º) Súmula 297 do TST – Para recorrer em casos em que existem teses de direito distintas 
daquela usada pelo Tribunal Regional a parte deve PREQUESTIONAR a questão. 
O prequestionamento da matéria consiste em OPOR EMBARGOS DE DECLARAÇÃO para 
apresentar ao Juízo prolator do Acórdão tese distinta daquela por ele utilizada no 
julgamento. 
Quando se discute tese jurídica contrária àquela usada no julgamento devemos opor 
embargos de declaração e apresentar a tese distinta sob pena de não aceitação do recurso 
de revista (Súmula 297 TST). 
Comprovação da transcendência da matéria objeto do recurso – tal requisito foi criado pelo 
artigo 896-A da CLT – e a transcendência consiste na demonstração pela parte de que a 
matéria discutida no recurso de revista tem repercussão de natureza econômica, política, 
social ou jurídica (ou seja, ultrapassa o mero inconformismo da parte). 
A transcendência não foi regulamentada mas deve ser apontada por dever de cautela nos 
recursos de revista. 
Dialeticidade – ao interpor recursos de revista para uniformização de jurisprudência a parte 
deve fundamentar adequadamente o seu recurso sob pena de não apreciação (Súmula 
422 do TST). 
Quando o recurso de revista tem por finalidade demonstrar divergência de jurisprudência 
entre Tribunais Regionais a Parte deve demonstrar a ATUALIDADE do julgado divergente 
sob pena de não apreciação da medida e deve APONTAR TESES CONFLITANTES 
SOBRE O MESMO TEMA (SÚMULA 296 DO TST). 
Aspectos formais a serem observados para o recurso de revista vide artigo 896 § 1º - A da 
CLT – se não forem preenchidos tais aspectos o recurso não será apreciado. 
 
Recurso de Embargos 
 
Base legal: Art. 894 da CLT 
O recurso de EMBARGOS não se confunde com EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 
Os embargos de declaração é medida que será oposta contra decisão que possuir 
OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO e será endereçado ao prolator da 
Sentença ou Acórdão. 
Os embargos de declaração será julgado pelo mesmo Juiz prolator da Sentença ou pela 
mesma Turma prolatora do Acórdão ao passo que os EMBARGOS constitui recurso próprio 
a ser interposto nos seguintes casos: 
1º ) Contra decisão não unânime que “conciliar, julgar ou homologar conciliação em em 
dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do 
Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, 
nos casos previstos em lei”; 
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2º) Ou contra “ as decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas 
pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial 
do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal” 
 
Restrições do Recurso de Embargos 
 
No artigo 894 § 2º da CLT temos a seguinte restrição ao recurso de embargos: 
“A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a 
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal 
Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do 
Trabalho”. 
 
Hipóteses de Denegação do Recurso de Embargos 
 
Pelo art. 894, § 3º da CLT são hipóteses denegatória ao prosseguimento dos embargos: 
A) “se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do 
Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e 
atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la” 
B) “nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de 
ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade. ” 
Contra tal decisão de denegação cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
 
Agravo de Instrumento 
 
Base legal: art. 897 parágrafo 2º ao 7º da CLT. 
Finalidade do recurso: Destrancar o indeferimento de admissibilidade do recurso. 
Prazo: Oito dias 
Na antiga forma física havia a necessidade de formação do agravo com a juntada de peças 
processuais e se houvesse a falha nesta formação o agravo não era conhecido. 
Atualmente o agravo é digitalizado conjuntamente com os autos principais. 
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Efeitos do Provimento do Agravo de Instrumento 
 
Artigo 897, parágrafo 7º da CLT: “Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento 
do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a 
esse recurso”. 
 
Agravo de Petição 
 
Base legal: Art. 897, alínea “a “ da CLT. 
Finalidade: discutir as decisões dos Juizes na fase de execução. 
É a medida cabível contra decisões que homologam valores, bem como as decisões em 
embargos de terceiros. 
Prazo: Oito dias 
Requisitos formais: constam do § 1º do artigo 897 da CLT – “ O agravo de petição só será 
recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores 
impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos 
próprios autos ou por carta de sentença.” 
Negado o prosseguimento do agravo de petição cabe a interposição de agravo de 
instrumento porém o agravo de instrumento não suspenderá a execução (art. 897, § 2º da 
CLT.). 
 
Dos Limites do Recurso de Revista em Agravo de 
Petição 
 
O artigo 896, parágrafo 2º da CLT determina: “Das decisões proferidas pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em 
processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na 
hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal”. 
Dessa forma, o recurso de revista contra decisão de agravo de petição somente será aceito 
se houver ofensa à literalidade à Constituição Federal. 
 
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(Aula 19) A Execução no Processo do Trabalho 
 
Introdução ao Tema 
 
Ao finalizar a fase de conhecimento, transitada em julgado a sentença, haverá a fase de 
execução. 
A execução consiste em transformar o direito reconhecido judicialmente em valores a 
serem quitados ao autor da ação, no caso, ao reclamante no processo do trabalho. 
 
Base Legal da Execução Trabalhista 
 
Em razão da inexistência de um código de processo do trabalho, a base legal para a 
execução trabalhista leva em conta as seguintes normas e leis: 
1º) Artigos 876 a 892 da CLT; 
2º) Lei dos Executivos Fiscais – Lei 6830/80; 
3º) Código de Processo Civil (do art. 566 e seguintes do antigo CPC e do art.509 e 
seguintes no Novo CPC). 
Devemos lembrar que tanto a Lei de Executivos Fiscais quanto o CPC serão aplicados de 
forma subsidiária no processo do trabalho conforme determina o artigo 769 do CPC. 
Dessa forma, a legislação com cumprimento obrigatório e imediato é aquela dos artigos 
876 a 892 da CLT e os incidentes serão resolvidos por meio da interpretação do 
Magistrado aos textos mencionados. 
 
Títulos Executivos Trabalhistas 
 
No art. 876 da CLT temos os seguintes títulos passíveis de execução: 
1º) Decisõestransitadas em Julgado; 
2º) Decisões em que não exista recurso com efeito suspensivo (haverá execução 
provisória); 
3º) Termos de acordos trabalhistas não cumpridos; 
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4º) Termos de ajuste de conduta firmados pelo Ministério Público do Trabalho; 
5º) Termos de conciliação firmados em Comissão de Conciliação Prévia e não 
cumpridos. 
 
A Questão da Execução de Titulo Extrajudicial 
 
Com o advento da Lei 9958/2000 que criou as Comissões de Conciliação Prévia que tinha 
a finalidade de solucionar os conflitos trabalhistas de forma privada, ou seja, sem a 
necessidade de ingresso com ação judicial, foi aberta a possibilidade da execução de 
acordos celebrados em tais Comissões, que seriam títulos extrajudiciais. 
O art. 877-A da CLT foi criado para possibilitar a execução direta de tal titulo extrajudicial, 
ou seja, feito o acordo na Comissão de Conciliação Prévia e não cumprido o reclamante 
pode ingressar diretamente com ação de execução para cobrar os valores e as multas 
estipuladas no ajuste entre as partes. 
Dessa forma, a ação inicia com a cobrança do valor ajustado acrescidos da multa, juros e 
correção monetária por iniciativa da parte. 
Devemos observar que as Comissões de Conciliação Prévia caíram em desuso mas ante a 
manutenção da legislação ainda há a possibilidade de executar acordos nela realizados. 
Embora tenha caído em desuso os termos de acordo perante a Comissão de Conciliação 
Prévia o artigo 877-A da CLT É APLICÁVEL PARA A EXECUÇÃO DOS TERMOS DE 
AJUSTE DE CONDUTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. 
 
As Execuções de Multas Administrativas do 
Ministério do Trabalho 
 
O art. 114, VII da CF determina a competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações 
de cobrança das multas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização. 
A execução de tais multas utiliza a Lei 6830/80 + o artigo 877-A da CLT já que a ação é 
proposta diretamente como execução de valores. 
 
Partes Legítimas para Propor a Execução 
 
A execução será feita na Vara onde tramitou o processo na sua fase de conhecimento. 
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Pelo disposto no artigo 878 da CLT podem iniciar a execução; 
1º) As partes (tanto o credor como o devedor); 
2º) Ex officio ( O Juiz pode determinar a execução); 
Quando a execução for ex officio o devedor pode quitar a parte que entende devida à 
Previdência de forma espontânea e o processo seguirá por eventuais diferenças (art. 878- 
A da CLT). 
Tal medida serve para desonerar parcialmente o devedor quanto a créditos previdenciários 
devidos no processo. 
 
A Liquidação da Sentença no Processo do Trabalho 
 
O processo do trabalho atualmente possui dois ritos distintos, o rito ordinário para ações 
cujo valor da causa é superior a 40 salários mínimos e o rito sumaríssimo para ações cujo 
valor da causa seja inferior a 40 salários mínimos. 
Dessa forma, nas ações propostas no rito sumaríssimo a exigência do artigo 852-B, inciso I 
acerca da quantificação dos valores postulados irá gerar SENTENÇA LÍQUIDA que será 
liquidada por simples cálculo e atualização monetária (juros + correção monetária) dos 
valores reconhecidos judicialmente. 
No entanto, nos processos de rito ordinário, haverá a necessidade de quantificar os valores 
deferidos em Sentença, ou seja, na maioria desses processos a SENTENÇA É ILIQUIDA, 
ela irá depender de uma fase de apuração que antecede ao processo executório em si 
mesmo. 
 
Apuração das Sentenças Ilíquidas 
 
Dessa forma, o legislador criou as regras do artigo 879 da CLT para apuração dos valores 
devidos quando a sentença for ilíquida. 
A liquidação da sentença visa, portanto, apurar e quantificar os valores devidos e 
reconhecidos no processo de conhecimento. 
 
Espécies de Apuração da Sentença Ilíquida 
 
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Pelo disposto no artigo 879 da CLT a sentença ilíquida poderá ser quantificada de três 
maneiras distintas: 
a) Liquidação por cálculos – quando todos os elementos de apuração já se encontram 
devidamente delineados e a apuração se faz pela atualização monetária aplicando juros e 
correção monetária (vide Súmula 200 TST). 
b) Liquidação por arbitramento – Ocorrerá quando houver a necessidade de um exame 
mais técnico dos direitos reconhecidos que venham a ensejar o trabalho de um perito 
judicial. 
Segundo Manoel Antonio Teixeira (Execução no processo do trabalho, pag.369) temos 
como definição de arbitramento: “O arbitramento consiste, portanto, em exame ou vistoria 
pericial de pessoas ou coisas, com a finalidade de apurar o “quantum” relativo à obrigação 
pecuniária, que deverá ser adimplida pelo devedor, ou, em determinados casos, de 
individuar, com precisão, o objeto da condenação”. 
c) Liquidação por artigos: Ocorrerá quando a Sentença de conhecimento fornecer 
parâmetros que irão depender de apuração de fatos em sede de execução, ou seja, na 
liquidação por artigos haverá a apuração de fatos que dependem da oitiva de testemunhas 
dentre outros atos que venham a instruir o feito com elementos para quantificar os valores 
devidos (não é usual nos processos do trabalho). 
 
(Aula 20) Da Execução Trabalhista 
 
Tramitação da Execução e Recursos 
 
Da Tramitação da Execução 
 
Após a liquidação do valor devido ao exequente (reclamante do processo de 
conhecimento), o processo segue para a conclusão onde o Juiz irá decidir a quantia devida 
homologando o cálculo correspondente (que pode ser o do exequente, ou o do executado, 
ou o feito por perícia judicial conforme cada processo). 
Determinado o valor devido o Juiz, por força do artigo 880 da CLT, expede mandado de 
citação para que o executado pague em 48 horas ou nomeie bens para garantir o Juízo. 
Não localizado o executado por duas vezes haverá citação por edital (art. 880, parágrafo 3º 
da CLT). 
 
Da Garantia da Execução no Processo do Trabalho 
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Ao fixar o valor da condenação atualmente alguns Juizes utilizam a regra do ainda vigente 
do artigo 475-A do CPC que permite a intimação do advogado para que dê ciência ao seu 
cliente para pagar a dívida em 15 dias sob pena de multa de 10%. 
Diz o artigo 475- J do vigente CPC: 
“Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em 
liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será 
acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e 
observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e 
avaliação.” 
Tal sistemática se choca com a descrita no artigo 880 da CLT que determinava a citação 
do devedor por meio de oficial de Justiça levando a questão a embates no Judiciário e no 
TRT da 2ª Região foi editada a Súmula 31 que determina: 
“31 - Multa do art. 475-J do CPC. Inaplicabilidade ao processo do trabalho. (Res. TP 
nº 02/2015 - DOEletrônico 26/05/2015) 
A multa prevista no art. 475-J do CPC não é aplicável ao Processo do Trabalho.” 
Como a súmula 31 do TRT da 2ª Região não se aplica aos demais Tribunais e nem mesmo 
possui efeito vinculante, ainda é comum alguns Juizes determinarem a aplicação do 
referido artigo 475-J do CPC do que resulta a necessidade de oposição de embargos à 
execução para excluir a multa, caso tenha sido aplicada. 
Como medida defensiva, o executado quando intimado a pagar nos moldes do artigo 475-J 
do CPC, poderá postular o parcelamento da dívida na forma do artigo 745-A do CPC. 
Determinao aludido artigo: 
“Art. 745-A. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exeqüente e 
comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e 
honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em 
até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por 
cento) ao mês.” 
Tal parcelamento é aceito por alguns Juízes, mas também pode ser objeto de impugnação 
pelo credor posto que foge à regra do artigo 880 da CLT. 
 
Efeitos do Artigo 523 § 1º do NCPC no Processo do 
Trabalho 
 
O art. 523 do NCPC determina: “No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em 
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da 
sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o 
débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 
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§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de 
multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. 
Podemos constatar que ao se tornar plenamente vigente o Novo Código de Processo Civil 
segue a regra do art. 475 A do Código anterior. 
Em nosso entendimento, o procedimento adotado pelo Código entre em conflito com a 
regra trabalhista do artigo 880 da CLT de forma que continua incompatível a matéria 
mesmo com a redação do novo Código cabendo aplicar o texto da CLT. 
 
Da Nomeação de Bens à Penhora 
 
Se não quitar espontaneamente a dívida por meio de guia de depósito judicial, o 
executado, após a intimação a quitar os valores poderá nomear bens à penhora na forma 
do artigo 882 da CLT. 
Este artigo 882 da CLT remete a nomeação ao disposto no artigo 655 do ainda vigente 
CPC que por ser legislação subsidiária ao processo do trabalho terá a sua aplicabilidade 
interpretada pelo Magistrado Trabalhista. 
 
Do Artigo 655 do CPC e sua Aplicação no Processo 
do Trabalho 
 
Determina o artigo 655 do vigente CPC: 
“Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: (Redação dada pela 
Lei nº 11.382, de 2006). 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; (Redação 
dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
II - veículos de via terrestre; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
III - bens móveis em geral; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
IV - bens imóveis; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
V - navios e aeronaves; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
VI - ações e quotas de sociedades empresárias; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
VII - percentual do faturamento de empresa devedora; (Redação dada pela Lei nº 11.382, 
de 2006). 
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VIII - pedras e metais preciosos; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; 
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; (Redação dada pela Lei nº 
11.382, de 2006). 
XI - outros direitos. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 1o Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a 
penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a 
terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora. (Redação dada pela Lei nº 
11.382, de 2006). 
§ 2o Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado. 
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).” 
Embora o executado possa nomear bens ao credor cabe o direito de aceitá-los ou não. 
Rejeitado o bem nomeado, o processo prossegue com a penhora de bens na forma do 
artigo 883 da CLT. 
 
Nomeação de Bens no Novo CPC – Art.835 
 
O artigo 835 do NCPC apresenta o rol de bens passíveis de penhora dando ênfase a 
penhora de dinheiro na forma do parágrafo primeiro do referido artigo ficando a escolha 
alterar a ordem de penhora se a situação do processo assim o exigir. 
Portanto, com o novo Código mantemos a preferência da penhora de valores monetários e 
aplicações financeiras, prática esta já adotada há anos pelo Judiciário Trabalhista. 
 
Da Penhora de Bens no Processo do Trabalho 
 
No artigo 883 da CLT temos a seguinte regra: 
“Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora 
dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida 
de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que 
for ajuizada a reclamação inicial. (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)” 
 
AO JUIZ CABE DECIDIR QUAIS OS BENS SERÃO PENHORADOS 
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No caso, se um executado nomeia um terreno na praia e este é rejeitado pelo credor 
trabalhista, o Juiz poderá determinar a penhora de outros bens seguindo a ordem do artigo 
655 do vigente CPC. 
NORMALMENTE A PREFERÊNCIA É POR PENHORA DE DINHEIRO E APLICAÇÕES 
FINANCEIRAS DO EXECUTADO. 
PARA FAZER TAL PENHORA HOJE EXISTE UM CONVÊNIO COM O BANCO CENTRAL 
DENOMINADO “BACENJUD”. 
 
Base Legal da Penhora On Line 
 
A execução sobre valores financeiros é permitida no artigo 655-A do CPC, que determina o 
quanto segue: 
“Art. 655-A. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o 
juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema 
bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos 
em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o 
valor indicado na execução. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 1o As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação até o valor 
indicado na execução.(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 2o Compete ao executado comprovar que as quantias depositadas em conta corrente 
referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão revestidas 
de outra forma de impenhorabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 3o Na penhora de percentual do faturamento da empresa executada, será nomeado 
depositário, com a atribuição de submeter à aprovação judicial a forma de efetivação da 
constrição, bem como de prestar contas mensalmente, entregando ao exeqüente as 
quantias recebidas, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida. (Incluído pela Lei 
nº 11.382, de 2006).” 
O parágrafo 4º do artigo 655-A diz respeito a penhora em execução contra partido político, 
portanto, incompatível com o processo do trabalho. 
 
Limite Legal para o Uso da Penhora On Line 
 
Para evitar abusos o TST criou a Súmula 417 do C.T.S.T. que determina o quanto segue: 
“Súmula nº 417 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais nºs 60, 61 e 62 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
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I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em 
dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez 
que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC. (ex-OJ nº 60 da SBDI-2 - inserida 
em 20.09.2000) 
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito 
líquido e certo a que os valores penhoradosem dinheiro fiquem depositados no próprio 
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. (ex-OJ nº 61 da SBDI-2 - 
inserida em 20.09.2000) 
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a 
determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o 
executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, 
nos termos do art. 620 do CPC. (ex-OJ nº 62 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)” 
Se houver penhora “on line” em fase intermediária da execução há a possibilidade de 
ingressar com EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. 
Tal medida se aplica para os incidentes que não demandam dilação probatória, ou seja, 
situações evidentes que estão tumultuando o andamento normal da execução. 
Neste sentido é a súmula 393 do STJ 
Determina a Súmula 393 do STJ - “A exceção de pré-executividade é admissível na 
execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem 
dilação probatória”, 
Tal entendimento se aplica ao processo do trabalho, e no processo do trabalho ela pode 
ser oposta, mas se indeferida não caberá recurso algum por ser decisão interlocutória. 
 
Outros Convênios para Constrição de Bens no 
Processo do Trabalho 
 
ARISP – ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES IMOBILIÁRIOS DE SÃO PAULO – 
possui convenio com os TRT´S DA 2ª E 15ª REGIÃO onde fornecem informações sobre 
bens em nome de sócios e ex-sócios das empresas para fins de penhora. 
RENAJUD – proporciona a restrição judicial de veículos dos sócios e ex-sócios das 
empresas devedoras impedindo a venda dos mesmos. 
INFOJUD – proporciona o acesso eletrônico de danos da SECRETARIA DA RECEITA 
FEDERAL – visa localizar devedores. 
 
Base Legal dos Convênios 
 
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Artigo 185-A do Código Tributário Nacional. 
LEI 11419/2006 – REGULAMENTA AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS POR MEIO 
ELETRÔNICO 
VIGENTE CPC – ARTIGOS 600, 655 E 656. 
 
Da Penhora de Dinheiro Perante o Novo Código de 
Processo Civil 
 
Quando entrar em plena vigência o artigo 854 do NCPC irá regulamentar a penhora de 
valores e no meu entendimento será plenamente aplicável ao processo do trabalho dada a 
atualidade do mesmo e inexistência de dispositivos próprios da CLT para regulamentar a 
matéria. 
Determina o artigo 854: “Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em 
aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao 
executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido 
pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos 
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor 
indicado na execução. 
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz 
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser 
cumprido pela instituição financeira em igual prazo. 
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na 
pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente. 
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: 
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis; 
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros. 
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz determinará o 
cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela 
instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a 
indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da 
execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução. 
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente, 
por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, a 
notificação da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a 
indisponibilidade. 
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§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de 
determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico 
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. 
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao executado em 
decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na 
execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no 
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz. 
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do 
exequente, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido 
por autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos 
financeiros somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada 
ou que tenha dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a 
responsabilidade pelos atos praticados, na forma da lei. 
 
Dos Embargos à Execução 
 
Tanto o devedor quanto o credor podem se insurgir contra os valores homologados pelo 
Juiz. 
O devedor poderá opor EMBARGOS À EXECUÇÃO 
O credor poderá IMPUGNAR A SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO 
O prazo será de CINCO DIAS APÓS O DEPÓSITO DO VALOR DA EXECUÇÃO OU DA 
PENHORA. 
Sem a garantia do Juizo pelo depósito ou pela penhora as medidas não serão apreciadas. 
 
Matérias Objeto de Embargos à Execução 
 
“Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias 
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. 
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do 
acordo, quitação ou prescrição da divida. 
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do 
Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção 
das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias. 
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de 
liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo. (Incluído pela Lei nº 
2.244, de 23.6.1954) 
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§ 4º - Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e a impugnação à 
liquidação. (Incluído pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954) 
§ 4o Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação 
apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 
10.035, de 2000) 
§ 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados 
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por 
incompatíveis com a Constituição Federal.(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 
2001)”

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