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Destinado à revisão do conteúdo da primeira unidade. Moser Aytak Guimarães da Silva. A primeira coisa que você deve saber é o conceito de Direito penal, vamos lá: Direito penal é um ramo do direito publico destinado a tutelar os bens jurídicos mais importantes para a sociedade incriminando condutas que violem esses bens e prevendo as devidas sanções. As características do Direito penal como ciência são as seguintes: a) é um Direito público, pois rege relações dos indivíduos com a sociedade sendo estas, de interesse social. B) é cultural, pois se trata de uma ciência do DEVER SER e não do SER, ou seja, não descreve a sociedade como ela é, mas como deve ser. c) é normativo, pois preestabelece condutas a partir de suas normas. d) é valorativo, pois atribui valores mais elevados e destina-se a tutela-los. e) é sancionador, pois tipifica (descreve) condutas ilícitas e prevê sanções para elas. f) é finalista, porque visa defender os bens jurídicos mais importantes (vida, integridade física e sexual, patrimônio.). g) é dogmático por se caracterizar como ciência que define regramentos obrigatórios e não meramente descritivos e interpretativos. O direito penal pode ser comum e especial. Ele é comum quando se dirige à sociedade de forma geral (código penal, lei de antitóxicos, de contravenções penais etc.). É especial quando existe uma justiça especializada para a sua aplicação ( código penal militar etc.) O Direito penal estuda o crime, a sansão penal e o delinquente. As fontes do Direito penal são materiais e formais. O Direito penal considera fonte material unicamente a LEI. Como fonte formal o Direito bebe das expressões das normas por meio das próprias leis e dos costumes e princípios que podem vir a reformar tal ramo do Direito. A analogia não cabe no Direito penal para criar delitos. Porém, admite-se o uso in bonam partem, ou seja, para a defesa do réu. Norma penal A norma, no geral, é qualquer lei moral. Entretanto, no caráter especifico do Direito, assume a norma a bilateralidade atributiva. Significa que o direito pode exigir certa conduta sob pena de sansão legal. A norma penal é a LEI (necessita de um processo legislativo) que se destina a coibir condutas indesejáveis de maior periculosidade social. Norma penal incriminadora é aquela que tipifica uma conduta e a ela atribui sansão. As normas penais não incriminadoras são aquelas que regulam as execuções das penas e outras ações que regem a organização do Direito penal, mas NÃO TIPIFICAM conduta antijurídica. As características da norma penal são: quando se trata de norma incriminadora é descrita a conduta em seu preceito primário e atribuída apena em seu preceito secundário. A norma penal tem: # exclusividade – ela, unicamente ela, cria delitos e suas respectivas penas. # imperativa – deve ser cumprida ou haverá sansão. # generalidade – se dirige a todos. #impessoalidade – não distingue as pessoas a qual se dirige. Norma penal em branco. Considera-se norma penal em branco, aquela que é incompleta e que busca seu complemento no próprio Direito (homogênea) ou fora do Direito (heterogênea). Conflito ou concurso aparente de normas. Ocorre quando existe mais de uma norma versando sobre o mesmo conteúdo. Como existem regras para a resolução, esses conflitos, na realidade, não existem. As regras são as seguintes: Principio da especialidade – lei especial derroga lei geral. Ou seja, se a lei versar sobre extorsão e o agente comete sequestro para extorquir ele será julgado por extorsão mediante sequestro. Principio da subsidiariedade – se há duas leis em que uma tipifica mais condutas e outra só uma, significa que deve-se atribuir a segunda pois subentende-se que esta é menos grave que aquela. Ex. estupro é constrangimento com violência ou grave ameaça mais o ato sexual. Se há o constrangimento e não há violência e ato sexual o agente não pode ser punido por estupro. Principio da consunção – o fim absorve o meio. Ex. se, para matar, o agente utiliza de um golpe com um objeto perfuro cortante (faca) não poderá ser preso por lesão corporal e sim por homicídio. Principio da alternatividade. Comumente, o código tipifica uma ação de vários modos, nesse sentido, não interessa qual das ações foi praticada; o crime será o mesmo. Ex. traficar é: produzir, expor a venda, vender (...) entorpecentes. Princípios Principio da legalidade – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal. A doutrina estabelece para o principio da legalidade que a lei deve ser prévia (não retroage senão para beneficio do réu), escrita (para conter segurança jurídica), certa (não pode ser imprecisa para evitar arbitrariedade) e estrita (não cabe analogia ou abrangência não prevista na própria lei). O principio da legalidade afirma a necessidade de lei. Como complemento, o principio da reserva legal define que a lei deve ser oriunda unicamente do processo legislativo (congresso nacional). Portanto, ato do executivo não pode ser lei penal! Principio da lesividade – quando a conduta não ultrapassa o próprio autor nem viola bem juridicamente tutelado evita-se a punição. Principio da fragmentariedade – o Direito penal atua na defesa dos bens jurídicos mais importantes. Principio da intervenção mínima – o Direito penal não deve intervir nos bens de menor importância. Principio da subsidiariedade – o direito penal deve agir como ultima ratio (ultima razão), ou seja, quando mais nenhum ramo do Direito é suficiente para sanar o conflito. Principio da adequação social – não pode ser punida penalmente a conduta que é socialmente adequada – embora costume não revogue a lei. Principio da insignificância – aplica-se quando o bem violado não possui expressão jurídica. Deve ser indiferente ao Direito penal a conduta que não possui caráter valorativo; não tem periculosidade nem grau de reprovação social. Principio da culpabilidade – é passível de punição o que tem grau de reprovação social sendo a punição proporcionalmente adequada ao valor do bem violado. Aplicação da lei no tempo do crime A regra da teoria da atividade é a que se segue: aplica-se a lei vigente no tempo em que ocorreu o crime. Efeito ex tunc, ocorre quando a lei nova é mais benéfica tendo ação retroativa. Quando a nova lei não traz benefícios ocorre o efeito ex nunc agindo a partir de então. Nos crimes permanentes (que a execução perdura no tempo) e nos crimes habituais, a lei aplicada será referente ao dia da consumação (flagrante). Nos crimes continuados, aplica-se a lei referente a data da conduta delituosa mais próxima. A decadência diz respeito ao conhecimento por parte da vitima do autor do crime, a partir daí que se começa a contar prazo para a queixa-crime nas ações penais privadas. Quando a lei é excepcional ou temporária ela recebe o efeito da ultratividade, ou seja, ela segue o agente até seu julgamento. Crime O crime é um fato típico ilícito e culpável. Discute-se na doutrina se a culpabilidade é elemento integrante do crime ou apenas pressuposto da pena. E há corrente que afirma não só a pena, mas também a punibilidade ser elemento integrante do crime. Tipicidade A tipicidade precisa ser conglobante; tipicidade formal, descrita em lei, + material, ação descrita em lei. No fato típico estudamos até a ação. Para a ação temos a teoria causalista que leva em consideração apenas a causa e o efeito; deve-se buscar o que ou quem deu causa; o dolo e a culpa estão presentes na culpabilidade. E a teoria finalista adotada pelo nosso código penal. Aqui considera-se que para cada conduta existe uma finalidade e os elementos DOLO E CULPA ESTÃO PRESENTES NO FATO TIPICO! Para territorialidade e Extraterritorialidade consulte os artigos 5º e 7º do código penal!
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