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Parasito I - Trematodas, Cotylodas, Eucestodas

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PARASITOLOGIA 
Introdução - aula 1 
 
Relações ecológicas 
1) Relaçoes intraespecíficas: 
a) Colônia: indivíduos que vivem juntos com troca de fluídos. Ex: colônia de bactérias, 
esponjas marinhas. 
b) Sociedade: indivíduos que vivem juntos, porém não grudados. Ex: formigas, abelhas, 
cupim. 
c) Canibalismo: indivíduos que se alimentam de outros da sua própria espécie. 
2) Relações interespecíficas: 
a) Mutualismo: vantajosas pra ambas. Pode ser obrigatório (cupim e protozoários) ou não 
(garça e boi). 
b) Comensalismo: vantajoso para uma e indiferente pra outra (rêmora e tubarão); 
c) Parasitismo: vantajoso para uma, ruim para a outra. Associação unilateral (benefício de 
um, prejuízo pra outra) entre animais de espécies distintas (hospedeiro e parasita), o 
hospedeiro é fundamental pro parasito. 
 
CONCEITOS IMPORTANTES PARA PARASITISMO 
Indivíduos de espécies diferentes (parasito e hospedeiro); 
Obrigatório para o parasito; 
Provoca prejuízo para o hospedeiro (associação unilateral). 
 
Parasitose: o parasito é patogênico e provoca danos ao hospedeiros. 
Parasitíase: parasita tem potencial patogênico, mas não provoca danos. 
 
Patogenia: capacidade (ou instrumentos) de patogenicidade que o parasito tem. 
Patologia: resposta do hospedeiro ao parasito. 
 
1) Relação ao número de hospedeiros: 
a) Monoxeno: parasito demanda 1 único hospedeiro durante seu ciclo de vida. 
b) Heteroxeno: demanda 2 ou mais hospedeiros no seu ciclo de vida. Ex: fase adulta ocorre 
num hospedeiro e larva, em outro. (pode ser o mesmo hospedeiro, desde que ele tenha 
fase no meio ambiente, mas volte. Pode também ir direto de um hospedeiro pro outro, 
sem fase de vida livre) 
c) Autoxeno: tem toda a evolução dele num único hospedeiro sem sair pro meio ambiente. 
2) Relação ao tempo de permanência no hospedeiro: 
a) Periódico: só é parasito durante determinada fase da vida. Ex: berne - só a larva é 
parasito. 
b) Temporário: só é parasito quando vai se alimentar. Ex: carrapatos de aves. 
c) Permanente: está sempre parasitando alguém, indo ao meio ambiente ou não. 
3) Relação a especificidade do hospedeiro: 
a) Estenoxeno: “estreito”. Parasito com alta especificidade com o hospedeiro, só parasita em 
1 lugar. 
b) Eurixeno: baixa ou nenhuma especificidade. Ex: causador da toxoplasmose. 
c) Oligoxeno: Poucos hospedeiros. Especificade por poucos indivíduos, ou grupos 
zootécnicos (equídeos, canídeos, felídeos etc) 
4) Relação a nutrição: 
a) Estenotrófico: alimentação restrito. Ex: parasitas que só se alimentam de sangue 
b) Euritrófico: leque de opções grandes. 
5) Relação à 
a) Endoparasita: de forma geral, costumam ser os elmintos (vermes) e protozoários. 
b) Ectoparasita: artrópodes (ácaros e insetos). 
6) Relação ao tipo de hospedeiro: 
a) Hospedeiro normal: o parasita em determinado segmento/órgão/tecido de seu hospedeiro 
e somente assim completa seu ciclo biológico. 
b) Hospedeiro anormal/estraviado: ocorre em outro hospedeiro ou fora do seu habitat natural 
e não há a evolução do ciclo. O parasita permanece na forma de larva ou indivíduo 
imaturo. Ex: parasita que se desenvolve no cão contamina o homem, ele não vai se 
desenvolver. 
c) Hospedeiro definitivo: indivíduo onde o parasita realiza reprodução sexuada. Precisa ser 
um hospedeiro normal, onde o indivíduo atinge sua maturidade sexual. 
d) Hospedeiro intermediário: onde o parasita só realiza reprodução assexuada. Porém, 
existem indivíduos que não fazem reprodução sexuada (como alguns protozoários). Nesse 
caso, o hospedeiro definitivo é o hospedeiro vertebrado e o intermediário, o invertebrado 
(molusco, pulga, etc). Ex: em tênias o definitivo é o homem e o intermediário, suíno. 
e) Vetor: para invertebrados (artrópodes ou moluscos). O vetor biológico é aquele onde há 
evolução do parasita. Vetor mecânico: pode simplesmente trazer o patógeno de um 
hospedeiro pra outro, por contato direto. Nao tem evolução. 
f) Fômite: todo objeto capaz de veicular o patógeno. Ex: cavalos com sarna, se usar o 
mesmo arreio num animal sem sarna, o arreio foi o fômite, pois passará sarna pra um 
cavalo saudável. 
g) Reservatório natural: termo utilizado pra indivíduos que não vão adoecer. O parasito entra 
no hospedeiro para se proteger até que entre em contato com um hospedeiro 
Intermediário ou definitivo. É a fonte da infecção, contaminam o ambiente. Há evolução 
do parasito. 
7) Ação do parasita sobre o hospedeiro: 
a) Ação mecânica: existe a obstrução e constrição mecânica do alimento, bile ou absorção 
alimentar. Ex: parasita enche o intestino, obstruindo o fluxo normal de conteúdo 
alimentar no intestino. Compressão. 
b) Ação espoliativa: o parasita ingere sangue do hospedeiro. Ex: carrapato, mosquitos, 
barbeiro. O animal repõe o sangue, mas gasta energia pra produzir hemáceas. 
c) Ação irritativa: sua presença constante causa processo inflamatório, fica irritado com a 
permanência estranha, não causa lesões traumáticas. Ex: ventosa no intestino delgado. 
d) Ação infecciosa: picada do mosquito veiculando um protozoário. Além de ser espoliativa, 
trás o protozoário pro hospedeiro através da lesão. 
e) Ação antigênica: a presença de secreções do parasita pode desencadear uma resposta 
inflamatória exacerbada, gerando anticorpos. 
f) Ação tóxica: enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro - reações alérgicas. 
g) Ação anóxica: pode sobrepor com a espoliativa. É a redução drástica na veiculação de 
oxigênio pros tecidos (por consumo de hemoglobina ou hemólise) 
 
Aula 2 - Taxonomia 
 
A sistemática visa classificar os seres vivos, aproximar grupos de indivíduos com semelhança. Isso 
facilita a comunicação entre diversas regiões de diferentes idiomas para caracterizar de forma adequada 
um indivíduo. Objetivo: identificar, denominar e classificar. 
Para isso usa-se dados de morfologia, fisiologia, ecologia, ontogenia (desenvolvimento - fecundação até a 
maturidade/reprodução) e estudos genéticos. 
 
Sete unidade básicas de classificação: 
Reino - subreino 
Filo - subfilo 
Classe - subclasse 
Ordem - subordem e subfamília 
Família - subfamília e tribo 
Gênero - subgênero 
Espécie - subespécie (unidade da classificação biológica que agrupa indivíduos similares entre si e 
diferentes dos demais, capazes de reproduzir gerando descendentes férteis). 
 
Regras de nomenclatura zoológica: 
Espécie: nome da espécie é binominal. A primeira representa o gênero e a segunda, a espécie. Em latim e 
escrito com Letra maiuscula (genero) e depois minúscula (espécie). Sempre em itálico ou sublinhado. Ex: 
Ancyslostoma caninum​ . 
Subespécie: grupo de indivíduos próximos que não configura uma nova espécie. Sempre com letra 
minúscula, destacado e após a espécie. 
 
Terminações padronizadas: 
Família: gênero + IDAE. 
Superfamília: gênero + OIDEA. 
Subfamília: gênero + INAE. 
Espécie: I quando homenageia homem, ou AE quando homenageia mulher. 
Exemplos, Strongylidae, Strongyloidea, Strongylinae, ​cruzi​ ou ​mariae​ . 
➔ Obs: quando está “sp” após o gênero: não há identificado qual espécie é, mas sabe-se que todas 
são iguais. “Spp”: refere-se ao gênero inteiro, com mais de uma espécie inclusa. 
 
Dados que devem acompanhar cada material remetido ao laboratório: 
Proprietário; 
Propriedade; 
Endereço completo (fone, fax, email); 
Espécie animal; 
Número de animais doentes (número total do rebanho, raça, sexo, idade); 
Data da coleta/remessa; 
Qual exame? Suspeita?; 
Sexo, idade, se houve outros casos. 
 
➔ Obs: coletar o material e rapidamente trazer. Pode haver muita alteração. Caso não possa ser 
imediatamente, colocar no gelo (ou até no formol). 
 
Aula 3 - Filo Platelmintos 
De origem latina, a origem da palavra é: plato = plano, mintos = vermes. Logo, são vermes 
planos/achatados. 
Externamente eles apresentam um revestimento formado por tegumento(os nematelmintes tem cutícula, 
hipoderme, que é bem diferente). Isso é importante por causa da escolha da droga para atingir os vermes, 
já que isso tem muito a ver com a capacidade dessa droga de ultrapassar o revestimento. O tegumento tem 
células gigantes e polinucleadas, tecido sinsicial ? 
Corpo é achatado dorso ventralmente, normalmente. Há exceções, como o paranfistomatídeo, que tem 
formato de feijão, mas ainda é um platelminto. 
A grande maioria tem ventosas, outros além das ventosas podem ter acúleos (pequenos espinhos ou 
ganchos que servem para adesão). 
Normalmente apresentam musculatura muito bem desenvolvida (um verme redondo se dobra muito 
facilmente, já um platelminto tem uma consistência melhor). 
Internamente: possuem um “espaço” todo preenchido pelo parênquima, dando um aspecto emborrachado. 
Por isso são chamados de acelomados (sem celoma, pois a cavidade está toda ocupada por tecido 
parenquimatoso). 
Não possuem aparelho respiratório nem circulatório. O próprio tegumento deixa entrar o oxigênio, e 
dentro existe um líquido que corre solto, sem estar dentro de vasos, por isso não é considerado sistema 
respiratório, mas funciona como um sangue. 
➔ Aparelho digestório: nos eucestodas e cotylodas não existe. Nos trematodos tem, porém 
incompleto (tem boca, esôfago, intestino, mas não tem ânus). Nos vermes redondos o aparelho 
digestório é completo. 
Existe um aparelho excretor, fundamental pra manter o equilíbrio hidrostático do verme. 
Sistema nervoso: de forma geral possui um nódulo nervoso, um gânglio, de onde partem fibras que vão 
inervar todo o verme. 
Aparelhos respiratório, excretor e nervoso são extremamente importantes para conhecer o funcionamento 
do organismo e desenvolver/escolher a melhor droga para aquele verme. 
A maioria dos platelmintos são monóicos (♂ e ♀), o único indivíduo nos platelmintos que possui sexo 
separado (dos que iremos estudar) é o Schistosoma. Fora ele, geralmente ocorre autofecundação. 
 
Os platelmintos podem ser agrupados em 3 classes: 
- Eucestoda (ventosa, orgão fica lateral); 
- Cotyloda (órgão fica ventral ou central); 
- Trematoda. 
Há também a classe Tubellaria, de parasitas de vida livre como a planária, porém não nos interessa. 
 
Classe Trematoda 
 
● Verme achatado dorsoventralmente com 
formato de folha (folheáceo); 
● Corpo não segmentado; 
● Trato digestório incompleto (excreção 
ocorre pela boca); 
● Ventosas como principal órgão de 
fixação: 
○ Anterior ou oral; 
○ Posterior ou ventral ou 
acetabular; 
● Grande maioria monóicos; 
● Heteroxenos (no mínimo 2 
hospedeiros); 
 
 
Dentro dessa classe há 3 subclasses: 
- Monogenea; 
- Aspidogastra; 
- Digenea. 
Os dois primeiros não serão estudados, tem importância para répteis e peixes. 
 
Subclasse digenea 
Tegumento 
Fica externamente, são células multinucleadas, tecido sincicial. No tegumento pode haver espinhos, que 
nem sempre podem ser enxergados pela microscopia óptica, glândulas, orifícios (ventosas oral, ventral, 
poro excretor, poro genital). Normalmente apresentam uma sobervivência bem grande ao suco gástrico. O 
tegumento está associado à respiração e no aspecto nutricional, pois ela absorve oxigênio e nutrientes por 
osmose. 
É fundamental para sustentação, proteção e é alvo de drogas. 
 
Musculatura 
Abaixo do tegumento, 6-7x mais grossa que o tegumento. São feixes musculares que ficam em diversos 
sentidos formando uma malha, uma trama bem grossa pro parasito. 
 
Tecido parenquimatoso 
Tecido reticulado que ocupa a cavidade (aparência tipo esponja de louça, por isso é emborrachado). 
Dentro do tecido reticulado, percorre o líquido que faz os catabólitos do metabolismo. No meio disso tudo 
encontra-se o aparelho digestório e reprodutor. 
O tecido reticulado, além de proteger e etc, armazena glicogênio, pra se faltar nutrientes. 
 
Órgãos de fixação: 
● Ventosa: estrutura muscular que se contraem, ampliando seu campo de ação, tirando o ar, criando 
um vácuo e fixando o animal (tipo um desentupidor de pia). Embora a maioria tenha as duas 
ventosas, alguns só tem uma. 
● Espinhos: muito pequenos, junto com as ventosas garantem a fixação do verme. 
 
Digestório: 
A boca propriamente dita está ligada à ventosa oral, normalmente tem uma faringe curta e musculosa na 
sequência, logo em seguida o esôfago bem curto que já se divide em 2 ramos. Esses ramos vão até a 2a 
metade do bicho, terminando em fundo de saco cego, já que não tem anus. 
Pode ter glândulas salivares que fica também na região da ventosa oral. 
O alimento pode chegar pela boca ou por osmose. 
 
Aparelho reprodutor: 
● Monoicos; 
● Hermafroditas; 
● Poro/átrio/abertura genital: costuma ser comum aos dois órgãos. 
● Aparelho masculino: 
○ 2 testículos, cada um deles tem um vaso deferente que se unem num vaso eferente e 
chegam numa estrutura grande chamada: 
○ Bolsa do cirro: órgão que funciona como um pênis; 
○ Glândulas prostáticas; 
○ Vesícula seminal. 
● Aparelho feminino: 
○ Ovário 
○ Receptáculo seminal, ou espermatéca: nem todos tem. Guarda o SPTZ; 
○ Oótico, onde ocorre a fecundação; 
○ Glândulas envolta do oótico, glândula de Melhis. 
○ 1 ovitudo → útero → metratermo 
○ Tudo isso saio no poro genital. 
O SPTZ produzido pelos testículos pelo canal deferente vão chegar na bolsa do Cirro, receber os fluídos 
da vesícula seminal, os constituintes da próstata e viram o semen, se acumulando na bolsa do Cirro. O 
SPTZ produzido e amadurecido é ejetado no metratermo, vem até o oótipo, recebe o óvulo produzido no 
ovário, os dois se encontram e ocorre a fecundação. 
As glândulas de Melhis + as glândulas vitelogênicas se unem e jogam o seu conteúdo no ovo, este vai pro 
oviduto, onde começa a formar casca. Em seguida vai pro útero PRONTO pra ser botado. 
Se o SPTZ chegar e não tiver óvulos prontos, ele vai pra espermatéca, aguardar a produção de óvulos para 
a fecundação. 
Heterofecundação, ou fecundação cruzada: quando um SPTZ sai e entra no poro genital de outro 
indivíduo da mesma espécie ou entra pelo ducto de Laurer (“vagina extra”) e recebe o espermatozoide do 
outro lado. 
 
Família Fasciolidae 
Fasciola hepatica​ , conhecido como “baratinha do fígado” ou saguaipé. 
É um parasita que quando adulto está nos ductos biliares e quando imaturo está no parênquima hepático. 
As vezes algum se perde no ciclo e fica na cavidade abdominal, OU quando tem um hiperparasitismo, 
chega a ter até no intestino delgado, porém o normal é no parênquima hepático. 
 
Parasita de baixíssima especificidade. 
● Hospedeiros definitivos: ruminantes, equinos, coelhos, carnívoros e homem. 
● Hospedeiros intermediários: Molusco aquático (caramujos) do gênero Lymnaea 
 
Características morfológicas: 
● Região anterior mais larga; 
● Possui uma adaptação morfológica chamada cone cefálico - é uma projeção anterior do corpo 
onde fica a abertura da ventosa oral; 
● Seu tegumento possui espinhos microscópicos. 
 
Ciclo biológico: 
Um ciclo tem que acabar onde começou. 
● Há uma fecundação e o verme passa a produzir ovos. 
● Ovo saio no meio ambiente, e obrigatoriamente tem que chegar na água, senão morre (pode durar 
de 2 semanas a 4 meses no ambiente); 
● Na água, há o desenvolvimento de uma forma embrionária chamada ​miracídio​; 
● Miracídio sai pelo opérculo e usa os cílios para nadar. Tem até 24h para chegar num hospedeiro 
intermediário → caramujos; 
● Penetra (com uma estrutura chamada Terebatodium, que abre mecanicamente) pelas partes moles 
do caramujo; 
● Ao penetrar, perde os cílios e vira um saco germinativo chamado ​esporocisto​; 
● Este, cheio de células germinativas, dá origem as ​rédeas​. 
● Dentro das rédeas, formam-se as ​cercáreas ​(fase eliminada pelo caramujo (fase flagelada) ); 
● Cercárea deixa o caramujo, chegar no solo perde o flagelo e secreta membrana cística (desenvolve 
umacarapaça protetora, que a protege da luz solar direta) tornando-se ​metacercaria​; 
● A metacercária é a forma infectante do hospedeiro definitivo; 
● Bovino/hospedeiro ingere a metacercárea, no intestino delgado ela perde a membrana, penetra na 
mucosa do intestino, cai na cavidade peritonial e chega no fígado; 
● Migra, durante 5-7 semanas e chega nos ductos biliares madura. 
● Tem um período pré patente (tempo que o hospedeiro demora pra ser infectado até aparecer ovos 
nas fezes dele e poder diagnosticar). 
 
 
 
➔ De um único ovo pode vir até 600 formas infectantes (metacercárea). 
 
Resumo do Ciclo 
1. Os ovos são eliminados juntamente com as fezes; 
2. No meio externo ocorre a eclosão do miracídio (forma infectante do caramujo); 
3. O miracídio é ingerido pelo caramujo evoluindo para esporocisto, e em seguida rédias e cercárias; 
4. A cercária abandona o caramujo e nada até a margem da lagoa, onde se adere e perde a cauda, 
tornando-se metacercárias (fase de resistência); 
5. A metacercária infecta o hospedeiro quando ele se alimenta da vegetação próxima a lagoa 
ingerindo-a; 
6. Ao chegar no intestino delgado, a metacercaria desencista e migra para parênquima hepático; 
7. A metacercária (desencistada) chega aos ductos biliares onde completa a maturação; 
8. Cópula/autofecundação e põe novos ovos que serão eliminados com as fezes. 
 
 
Família Parancistomatidae: perguntar se é família genero especie sei la 
● É a exceção, não é achatado; 
● Sua ventosa ventral está no extremo posterior do corpo. O “para” no nome vem de paralelo. As 
ventosas estão paralelas, sendo a oral no extremo anterior; 
● Não possui faringe; 
● Intestino é um tubo reto; 
● Testículos na frente, ovário atrás (o contrário da Fasciola) 
● Formato cônico e côncavo/convexo; 
● Apesar de não ter a principal característica dos platelmintos, ele é monoico, tem sistema 
digestório incompleto e todas as outras. 
 
Paramphistomum cervi​ . É menos importante que a fasciola, mas pode dividir hospedeiros intermediários, 
além de possuir ovos muito parecidos. 
 
 
 
Os adultos são na maioria das vezes apatogênicos (fixa-se no rúmen através de ventosa acetabular). É a 
forma imatura que pode lesionar o duodeno e intestino delgado. 
Tem como hospedeiro intermediário alguns moluscos, inclusive o da Fasciola. Ele possui mais 
hospedeiros intermediários, pois cada rédea não produz tanta cercárea (até 30, em contraste com os 600 da 
Fasciola). Então ele precisa amplificar os hospedeiros, pra ter mais chance de se reproduzir. 
 
Ciclo biológico: 
Tem um período pré patente de 2 a 3 meses. O ciclo é extremamente parecido: 
Animal parasitado no trato digestório, produz ovo → meio ambiente pelas fezes → água → miracídio. 
Penetra da mesma maneira no caramujo → esporocisto → rédea → cercáreas → sai do caramujo, chega 
no solo, secreta 2 membranas e vira metacercárea. Após ingerida a metacercárea, não digere, fica no 
intestino delgado, quando adulto bota ovos. 
 
No Paramphystomum o ovo é mais “vazio”. Os ovos da Fasciola tem células vitelogênicas menores, fica 
de forma mais compacta. 
 
Aula 4 
Família Dicrocoeliidae 
Os trematodas dessa família tem como característica terem tamanho reduzido. São geralmente bem 
translúcidos/transparentes. Diferente da Fasciola, não possuem espinhos no seu tegumento. 
- Ventosas igual Fasciola: ventosa oral e acetabular na região anterior do corpo; 
- Os testículos se localizam na região central, normalmente anterior ao ovário (diferente da 
Fasciola); 
- As ramificações intestinais (cecos) são um tubo simples e único; 
- Poro genital fica na frente da ventosa ventral; 
- Glândulas vitelínicas: na lateral do corpo; 
- Útero: cheio de ovos, começa na região posterior e vai até a região anterior onde está o poro 
genital. 
Dentro dessa família há 2 gêneros que interessam: Eurytrema (Eurytrema pancreaticum e E. 
coelomaticum, E. ovis) e Platynosomum sp. 
 
Eurytrema sp. 
Mede em torno de 1cm de comprimento por 0.5cm de largura. Possui ventosas bem grandes. São parasitas 
dos ductos pancreáticos (Ruminantes em geral), porém quando há muito parasitismo, pode ir pro intestino 
delgado e ductos biliares. 
 
Possui 2 hospedeiros intermediários, sendo o 1º um caracol do gênero Bradybaena ou Cataeca. 
2º: um artóprode, alguns gafanhotos/grilos, diversos. Os dois são obrigatórios. 
Ovos típicos, já vem com o miracídio quase formado. 
 
Ciclo biológico 
1. Verme adulto localizado nos ductos pancreáticos, ocorre a fecundação e produção de ovos; 
2. Ovos saem pelas fezes pro meio ambiente (onde ​não​ precisa, e nem pode, ir para a água); 
3. 1ºHI - caracóis, se alimentam das fezes e ingerem os ovos, que já tem o embrião formado 
(miracídio); 
4. Digere o ovo, em mais ou menos 4 semanas tem-se o esporocisto 1ªgeração; 
5. Dentro de cada esporocisto nascem esporocistos de 2ª geração (em torno de 100); 
6. Esporocistos de 2ª geração dão origem à cercáreas (em torno de 200); 
7. Cercárea é expelida junto com bolos mucilaginosos (natural do caracol), ainda dentro do 
esporocisto; 
8. 2ºHI - gafanhoto, ingere o esporocisto cheio de cercáreas e na hemocele (cavidade abdominal) do 
gafanhoto a cercárea vira metacercárea. (Aprox 14 dias depois do gafanhoto ingerir o 
esporocisto); 
9. Hospedeiro definitivo ao fazer o pastejo ingere o gafanhoto, digere, libera metacercárea; 
10. Ela vai até o pâncreas, nos canais pancreáticos e vira adulto (leva 6 meses). 
 
Obs: não forma rédea, e sim esporocisto de 2ª geração, pois não tem ventosas. 
 
➔ Esse é um bicho que se multiplica muito, pois o tempo total de reprodução dele demora muito. 
Então ele se multiplica exponencialmente pra ter bastante forma dela no meio ambiente (já que no 
ambiente fica mais sucetível à situações adversas) 
 
 
 
Platynosomum fastosum 
Verme extremamente parecido com Eurytrema, assim como os ovos. Dá na vesícula e canais biliares do 
gato. É pequeno, 1cm de comprimento. Pode ter 2 ​ou​ 3 hospedeiros intermediários (há autores que dizem 
que o terceiro não é necessário). 
 
Ciclo biológico: 
1. Verme adulto nos canais biliares do gato → fecundação → ovos → intestino → meio ambiente; 
2. No meio ambiente vai para o seu 1º HI, Caramujo ​Subulina octona; 
3. No caramujo há duas gerações de esporocisto → geração de rédeas → cercárea; 
4. Cercárea sai do caramujo; 
5. Penetra em tatus de jardim e dentro dele é transformada em metacercárea; 
6. Lagartixas, batráqueos, aves, baratas (3º hospedeiro intermediário) predam o tatuzinho e ficam 
com a metacercárea incistada nos seus tecidos (não ocorre formação de metacercárea, já vem 
“pronta”); 
7. Gato ingere o 3º HI OU quando come o tatuzinho. 
8. Metacercárea nos tratos digestórios do gato → ducto biliar → vesícula biliar. 
Não é muito comum, mas ocorre de vez em quando. 
 
Família Schistosomatidae 
Schistossoma mansoni 
Os Schistossoma, em geral, são parasitas que vivem nos vasos sanguíneos e no trato digestivo (tem um 
que vive no trato urinário, mas não ocorre muito no Brasil). 
São platelmintos alongados. Especificamente o S. mansoni gosta de vias mesentéricas dos seres humanos. 
Tem como principal hospedeiro inetrmedíario caramujos do gênero ​Biomphalaria​. 
É dióico. 
 
Morfologia: 
Medem aproximadamente 1cm-1,5cm. Possui tuberosidades ao longo do corpo e é dobrado no meio 
(schisto = fenda, soma = corpo). Essa fenda é chamada ​canal ginecóforo​, e quem o tem é o macho. A 
fêmea vai dentro desse canal fazendo cópula permanente. Ambos possuem ventosas oral e acetabular. 
 
Obs: a forma infectante não é metacercárea, e sim só cercárea. Ela penetra, não é ingerida. Metacercárea 
possui uma capinha que a protege da digestão, pq é digerida. 
 
 
 
 
 
Ciclo biológico: 
1. Os parasitas ficam nos vasos da signatura sigmoide, perto do reto, saindo no ânus (homem); 
2. Colocam ovos nos vasossanguíneos, um vai empurrando o outro até que saem dos vasos → luz 
intestinal → fezes → meio ambiente; 
3. Ovos chegam na água transformam em ​miracídios​. 
4. Estes penetram no corpo de um ​caramujo​ → esporocisto → ​cercárias​; 
5. As cercárias nadam e podem penetrar a pele humana → perde cauda → esquistossômulo → 
corrente sangüínea → veias que ligam o intestino ao fígado; 
6. No fígado se desenvolvem e se transformam em vermes adultos, fechando o ciclo. 
Pode até ingerir a cercárea, mas se ela chegar no estômago morre (pois não possui a “capinha” de 
metacercárea), somente daria certo se penetrasse na mucosa bucal. 
 
Problemas com Schistossoma são de água de lazer/pesca/esgoto e não de água de ingestão. Os 
esquistossômulos provocam dermatite cercariana, conhecida popularmente como dermatite do pescador. 
Essa dermatite não costuma ser muito frequênte numa primeira infecção, mas após isso sim. Causa 
irritação e muita coceira. 
 
 
Classe Cotyloda e Eucestoda 
Essas duas classes envolvem indivíduos que tem como características serem vermes achatados, em forma 
de fitas e segmentados. Podem medir de milímetros a metros. 
Possuem um tegumento na porção mais externa, recobrindo-os. Esse tegumento é liso, sem espinhos. 
Diferente dos trematodas, que tem sist. digestório incompleto, não há trato digestório nenhum. Toda e 
qualquer nutrição é feita por osmose. Eles desenvolveram no seu tegumento estruturas chamadas 
microtríquias, uma grande área de absorção (como se fosse o intestino do lado de fora do corpo). O verme 
adulto "rouba" os nutrientes do hospedeiro com essa absorção. 
Diferenças: 
- Nos eucestodas há ventosas e pode-se ter ganchos. Já nos cotylodas há bótreas/botrídeas, que são 
sulcos longitudinais na cabeça do verme que tem uma eficácia de fixação muito fraca. 
- Localização do poro genital: 
 
De uma forma geral, são todos monóicos, podendo ocorrer auto ou heterofecundação. São heteroxenos (1 
hospedeiro definitivo - sempre um vertebrado, há reprodução sexuada do verme adulto, e 1 hospedeiro 
intermediário - onde está a forma larvar). 
 
Forma lavar do Eucestoda: depende do hospedeiro intermediário, se é vertebrado ou invertebrado. Se for 
vertebrado, as larvas ficarão nos tecidos. Se for um HI invertebrado (artóprode, molusco, anelídeo), ficará 
na hemocele ou na cavidade geral desse hospedeiro. 
 
Todo eucestoda ou cotyloda tem 3 grandes partes do corpo: escólex, colo, estróbilo. 
● Escólex: cabeça. Nos eucestodas tem 4 ventosas, podem (armada) ou não (inerme) ter ganchos. 
Pode ou não, também, ter uma estrutura chamada rostro ou rostrélo, que também pode ser armado 
ou inerme. Nos cotylodas tem bótreas/botrídeas, que são os sulcos sempre inermes (sem 
ganchos); 
● Colo: pescoço, região proliferativa, de onde brotam as proglótides, que formam o corpo. Quando 
mais próximas do pescoço, mais jovens; 
● Estróbilo: possui proglótides ou aneis. Em cada proglótide tem no mínimo um aparelho 
reprodutor feminino e um masculino (elas tem capacidade de se reproduzir individualmente): 
○ Jovem: não tem aparelho reprodutor; 
○ Madura: aparelho reprodutor já desenvolvidos; 
○ Gravídico: aparelhos reprodutores são atrofiados e só fica o útero cheio de ovos. 
 
Ciclo biológico da tênia: 
1. A proglótide gravídica sofre um processo de apólise, onde se solta do corpo da tênia → fezes → 
meio ambiente → fezes se dissolvem e ficam só ovos. 
2. Hospedeiro intermediário ovo vem pro trato digestório do animal, é digerido, libera o embrião → 
penetra na mucosa intestinal → cai na corrente sanguínea → migra pros tecidos → desenvolve 
forma larvar (cisticerco). 
3. Esse cisticerco nada mais é que uma vesícula com uma tênia jovem guardada, que é chamada de 
protoescólex, que é igual a forma adulta (sem ventosas, sem rostro...etc). 
4. Humano ingere o cisticerco na carne. 
5. Digestão → cisticerco desenvagina → gruda no epitélio intestinal → região proliferativa produz 
novas proglótides → verme adulto. 
 
De fora pra dentro dos vermes: 
● Tegumento: bastante elástico e resistente, com porosidade para absorção e microtríquias; 
● Lâmina basal; 
● Musculatura: são tanto longitudinais como transversais, formando uma malha. Bem parecido com 
os trematodas. 
Dentro são acelomados. Os espaços intercelulares e o próprio parênquima armazena grande quantidade de 
glicogênio (igual aos trematodas). Diferente dos trematodas, não tem sistema digestório, mas tem 
circulatório e respiratório (que nem os trematodas). 
 
Sistema excretor: 
É como se tivesse 4 tubos. Tem as células flamas que pegam os conteúdos dos catabólitos, jogam num dos 
tubos, que se abre na última proglótide. Quando vai ocorrer a apólise ele fecha antes de ocorrer apólise, 
para não ficar aberto excretando líquidos. Afinal, o sist excretor é importante pra mantar o equilíbrio 
hidrostático. Algumas drogas atuam nesse mecanismo do sistema excretor, matando o verme com 
desequilíbrio eletrolítico. 
 
Sistema nervoso: 
Existe uma comissura central, como se fosse um cérebro, normalmente no escólex. Libera nervos que vão 
inervar ao longo de todo o corpo do bicho. Algumas drogas atuam na entrada do Cálcio do verme, 
causando paralisia e morte. 
 
Sistema reprodutor: 
Uma proglote tem o aparelho reprodutivo masculino e feminino (podem ter 2 em cada proglótide). 
Machos: testículos, canais eferentes e deferentes. Isso joga o SPTZ na bolsa do cirro, onde tem gl 
prostáticas, vesícula seminal e o próprio cirro saindo no poro genital. 
No feminino: Ovário, ooótipo, gl vitelogênicas, gl de Melhi, útero, espermatéca, vagina saindo no mesmo 
poro genital. 
SPTZ → vagina → oótipo → recebe óvulos → fecundação → recebe susbt das glândulas → ovo vai pro 
útero. 
Numa proglótide grávida, o útero toma conta de tudo (os sistemas atrofiam). Pode ocorrer fecundação da 
própria proglótide, mas não ocorre muito devido à protranglia (o macho se desenvolve antes da fêmea). 
Pode ocorrer autofecundação ou heterofecundação. 
 
Todo eucestoda desenvolve uma forma larvar. 
A família Taeniidae tem como hospedeiro definitivo sempre vertebrados, a forma larvar que ela 
desenvolve ou é o cisticerco ou coenuro ou cisto hidático(hidátide) ou ainda estríbilocerco. As demais 
famílias dos eucestodas (Anoplocephalidae, Dilepididae, Davaineidae, eminolepididae) tem como 
hospedeiro intermediário sempre invertebrados que podem ser artóprodes, moluscos ou anelídeos. Nesses 
casos, a forma larvar sempre vai ser de cisticercóide (microscópicas). 
 
Oncosfera dentro do ovo do eucestoda: possui 6 ganchos, por isso é chamada de embrião hexacanto. 
Então, se for cotyloda, o embrião vai virar procercoide no 1º hospedeiro intermediário, plerocercoide no 
2º e adulto no definitivo. 
 
No caso de Taeniidae ou vai ser: 
● Cisticerco: só um protoescólex invaginado; 
● Coenuro: pode chegar a algumas dezenas de protoescoléx; 
● Cisto hidático: milhares de protoescolex; 
● Estrobilocerco: é um cisticerco, porém mais compridinho (somente um protoescolex invaginado). 
 
Aula 5 
➢ Tanto Eucestoda quanto Cotyloda vão possuir um embrião hexacanto, com seis ganchos chamado 
de oncosfera. 
➢ O que diferencia Eucestoda de Cotyloda são as estruturas de fixação. Nos eucestodas tem 
ventosas. Nos Cotyloda são bótreas/botrídeas, que são sulcos longitudinais que fazem a fixação. 
➢ A localização do poro genital também é diferente. Sendo nos Eucestoda, lateralmente, e nos 
Cotyloda, ventralmente. 
 
CLASSE COTYLODA 
Ordem Diphyllidae 
Familia Diphyllobothriidae 
 
Diphyllobothrium latum: 
Quando adulto parasita, como hospedeiro definitivo, o ser humano, cão, gato, sendo raro nos suínos e 
também parasitando alguns animais silvestres (ursos). Pode chegar a 10 metros de comprimento por 2 cm 
de largura. Na região dos escólex apresenta duas bótrias pouco desenvolvidas, apresentando ovos com um 
opérculo, não ocorreapólise, são eliminados pelo poro uterino (estão na fase ventral e medial e não na 
lateral como os Eucestoda). 
O corpo (estróbilo) pode possuir de 3 a 4 mil proglótes (1 par de órgão reprodutor por proglote). 
 
Ciclo Biológico: 
O ser humano está parasitado com os vermes já adultos, as proglótes grávidas eliminam os ovos pelo poro 
uterino que se incorpora com o conteúdo intestinal e vai para o meio ambiente pelas fezes. Estes ovos 
necessitam chegar à água (pela lixiviação) onde em condições de temperatura adequada (15° a 25° C) em 
mais ou menos 2 semanas, há a formação do embrião hexacanto ou oncosfera. Este embrião é envolvido 
por uma série de estruturas ciliares para permitir locomoção (nadar na água depois que sair do ovo) sendo 
todas as estruturas em conjunto chamadas de ​coracídio​ (em trematoda é miracidio e não tem embrião 
hexacanto). 
O ovo abre pelo opérculo e o coracídio nada pela água e é ingerido pelo 1º HI, tendo em média uma 
capacidade de viver 12 horas na água depois que sai do ovo. O HI são micro crustáceos (fazem parte do 
plâncton) do gênero Cyclops spp. e do gênero Diaptomus spp. 
Mais ou menos 20 dias depois, dentro do crustáceo passa para ​larva procercóide​, uma larva alongada, 
com apêndice caudal externo. O micro crustáceo serve de alimentos para os peixes, como truta e salmão 
(principais 2º HI), ingerindo a larva junto. Dentro do peixe a larva atravessa o trato digestório indo para as 
cavidades e tecidos do peixe evoluindo para ​larva plerocercoide​ (também alongada, em formato de fita, 
achatada, com uma região invaginada onde há a bótria, estrutura que usa para fixação no intestino). 
O HD (ser humano) vai se infectar ingerindo a forma plerocercoide no 2º HI, digerindo o peixe, e a larva 
evolui fixada no intestino em verme adulto. Periodo pré patente de 35-40 dias. 
 
Resumo: 
1. Ser humano parasitado com vermes adultos → proglótides eliminam ovos → meio ambiente pelas 
fezes → água 
2. Vira embrião hexacanto envolvido com coracídios para locomoção → ovo abre → nada → micro 
crustáceos ingerem. 
3. Dentro do crustáceo → larva procercóide. Peixes ingerem o microcrustáceo com a larva, que 
dentro dele evolui pra larva plerocercóide. 
4. Ser humano ingere o peixe → se infecta com a larva → evolui no intestino para verme adulto. 
 
 
 
➢ O ministério exige que o salmão seja congelado a -50C por 7 dias, para matar a larva. 
 
Spirometra mansonoides: 
Afeta cães e gatos, sendo que o adulto vive no intestino delgado, medindo de 30-40 cm. Com o ciclo 
muito semelhante ao anterior. Cão e gato parasitados eliminam ovos → fezes → meio ambiente. Na água 
se desenvolve o coracício, ingerido pelo mesmo HI → forma procercóide. 
Já o segundo hospedeiro intermediário podem ser muito mais amplo: anfíbios, pássaros, mamíferos 
(incluindo o próprio cão e gato, ser humano), através de ingestão. Digerem o crustáceo → libera larva 
procercóide → cai nos tecidos → desenvolve forma infectante plerocercóide → intestino → proglotes → 
ovos. 
Existe um fenômeno onde o próprio hospedeiro definitivo é o 2º HI. Ex: o animal ingere a água 
contaminada com procercóide. Digere o crustáceo, libera o procercoide, que vai pros tecidos, amadurece 
vira plerocercóide → migra pro intestino → verme adulto. 
➔ Os anfíbios, etc são​ hospedeiro paratênicos​, podendo fazer parte do ciclo, mas não sendo 
obrigatória a passagem do verme por estes. 
➔ Esparganose:​ quando o ser humano toma água e ingere o micro crustáceo e desenvolvendo a 
plerocercóide, ou ingerindo a própria plerocercóide. O ser humano age como um hospedeiro 
paratênico, e fica com a forma larvar sem ocorrer desenvolvimento para a forma adulta, ficando 
nos seus tecidos. ​Esparganose é quando o humano serve de hospedeiro paratênico, ingerindo a 
plerocercóide. 
 
CLASSE EUCESTODA 
Familia Taeniidae 
Rostro/rostelo quase sempre presente e normalmente com duas coroas de ganchos em forma de foice 
(rostro armado). Todos possuem quatro ventosas e inermes. Apresentam um par de cada órgão reprodutor 
em cada proglóte. 
● 3 tipos de localização do poro genital: 
○ Poro genital unilateral (apenas de um lado da proglótide) 
○ Poro genital bilateral alternado regularmente (um a direito, um a esquerda ou um de 
maneira seguida, sempre um mesmo ritmo, seguimento). 
○ Poro genital bilateral alternado de forma aleatória (sem um ritmo comum). 
De uma maneira geral, apresenta as proglótes quadradas, tão largos quanto longas. 
Numerosos testículos, geralmente, e o adulto como todo Eucestoda e Cotyloda sempre no ID (intestino 
delgado). 
A Família Taeniidae tem 4 gêneros os quais iremos estudar: taenia, hidatigera, multiceps, hecnococus. 
Dentro do gênero Teania: 
 
 
Gênero/espécie Teania solium Taenia saginata 
Hospedeiro definitivo Ser humano Ser humano 
Hospedeiro intermediário Suíno, SH, raro em cães Bovino. SH (não aceito) 
Larva Cysticercus cellulosae Cysticercus bovis 
Dimensão 2,5 a 5m x 8mm 4 a 8m x 5 a 7mm 
Rostelo Armado Sem rostelo, inerme 
Nº testículos 150-200 300-400 
Ramificações uterinas 7 a 12 dendríticas (ramificado 
tipo galhos) 
15 a 35 dicotômicas (certinho de 
um lado e do outro) 
Poros genitais Regularmente alternados Irregularm. alternados 
 
O ser humano vai desenvolver o cisticerco (apenas um protoescolex invaginado virando uma tênia adulta). 
A proglóte gravida possui apenas o útero cheio de ovos, existindo ramificações que podem ser dendríticas 
(dendro= galho, ramos) ou dicotômica (de um lado e do outro), cuidar muito nesta classificação, pois 
muitas vezes não dá certeza durante a análise do parasita. 
O cisticerco (larva) possui um único protoescolex invaginado (protótipo do que vai ser o escólex) tendo já 
o rostro armado. 
*não ocorre cisticercose por T. saginatta em humanos. 
 
Ciclo biológico geral: 
Tem-se o verme adulto no intestino do ser humano, proglótes gravidas sofrem apólise, chegam ao meio 
ambiente, dissolvendo a proglóte ou podendo já ser digerida no intestino. 
No meio ambiente o HI vai ingerir os ovos ou as proglótes grávidas (cheia de ovos). O bovino que é HI da 
tênia Saginata, ingere o ovo (que tem o embrião hexacanto), a oncosfera penetra nos tecidos, indo no 
sangue, migrando para todo o corpo do animal, parando no tecido (parenquimatoso ou musculatura). Há 
uma certa preferência por tecidos altamente vascularizados (masseteres, língua, diafragma, coração e 
fígado - para nutrição). 
O HD (SH) vai então se alimentar dos tecidos contaminados (carne com cisticerco), e a larva vai para o 
intestino, que pela presença de suco pancreático, bile, líquidos da região intestinal desenvagina-se, 
fixando-se no intestino com as ventosas, dando origem a várias proglótes que formam o estróbilo (corpo 
da fêmea), formando mais ovos. 
A larva é ingerida pelo HD: cisticerco, coenuro e cisto hidático. 
 
T. solium: 
As proglotes eliminadas passivamente: 5 a 6 de cada vez. No caso da ​T. saginata​ , as proglótides 
geralmente saem sozinhas e ativamente (dando coceira). É conhecida como solitária, pois em tese você 
possui apenas uma. Isso acontece, pois quando a tênia se fixa, ela produz antígenos e o corpo produz 
anticorpos, que não tem efeito sobre aquela tênia, mas impede que outra se fixe, então normalmente 
possui apenas uma. Essa imunidade não é cruzada, pode-se impedir que mais T. solium se fixem, mas 
ainda pode ter T. saginata. 
 
● Teniose:​ Ser humano pega através da ingestão da​ carne​ com cisticerco (vivo)​, quando por 
exemplo o churrasco é mal passado. 
● Cisticercose:​ pega através na ingestão de ovos pelas​ fezes​,​ por: 
○ Heteroinfecção: ingestão de água e alimentos contaminados ​ou através de sexo oral; 
○ Autoinfecção: quando a própria pessoa possui a tênia e ingere seus próprios ovos.​ Pode 
ser de forma externa (quando rompe os ovos, defeca e não lava as mãos) ou interna 
(quando ocorre um retroperistaltismo, quando as larvas voltam para o estômago, 
liberando a oncosfera sem ir para o meio ambiente, caindo na corrente sanguínea e indo 
para os tecidos). 
○ Infecção pré-natal: a mãe ingerindo o ovo, que atinge os tecido e corrente sanguínea, 
podendo migrar para o feto, já nascendo com o cisticerco. 
 
Dizem que a larva no suíno leva cerca de 10 semanas para se formar, infectiva para o ser humano por 
60-70 dias depois de se desenvolver até que atrofia. Alguns relatos dizem que o cisticerco pode viver por 
2 meses, outros dizem 1 ano. PPP de 2-3 meses. 
Cisticerco no suíno (mm estriada e cardíaca) e no ser humano em qualquer tecido (em SNC e conjuntivo). 
Quando afeta o SNC causa a ​neurocisticercose ​(extremamente grave, 50% dos casos de 
epilepsia/convulsões no Brasil tem origem na neurocisticercose). 
 
T. saginata: 
Proglotes eliminados passiva ou ativa (individualmente). Alguns trabalhos relatam que cisticerco, em 3 
meses, morre e se calcifica. Outros trabalhos dizem que é viável por 2 anos. 
A viabilidade dos ovos na pastagem é de cerca de 5 meses, no feno por 3 semanas e em ambientes com 
temperatura baixa (4° a 5° C) por 1 ano. 
 
● Destruição do cisticerco: 
○ Manter a carne a 0° C por, 70 dias; 
○ De -8° a -10° C, por cerca de 5 dias; 
○ Com calor de 75° C, por 10 minutos - carne marrom. 
○ Salgando com 25% por 21 dias. 
 
PPP de 2-3 meses. 
Alguns cisticercos são visíveis a olho nu. 
Ser humano → proglote grávida cheia de ovos com embrião hexacanto → migra pros tecidos → 
desenvolve cisticerco → ser humano ingere → protoescolex desenvagina → fixa na mucosa intestinal → 
involui → passa a produzir proglótide → verme adulto → fecha ciclo. 
 
Aula 6 
 
Gênero/espécie Taenia hydatigena Taenia psiformis Teania ovis 
HD Cão Cão, gato Cão 
HI Ovino Coelho e rato Ovino e caprino 
Larva C. tenuicollis - cisticerco C. psiformis - cisticerco C. ovis - cisticerco 
Dimens. 0,75 a 2m x 7mm 0,30 a 2m x 5mm 0,45 a 2m x 9mm 
Rostelo Armado Armado Armado 
Nº testículo 600-700 400-500 300 
Ramif. uterina 5 a 10 dendríticas 8 a 14 dendríticas 20-25 curtas e 
arredondadas 
Poros genitais Irreg. alternados Irreg. alternados Irreg. alternados 
 
As 3 tênias desenvolvem a mesma forma larvar: cisticerco. Recebem nomes científicos diferentes por 
questão de tradição. Todas essas três também lembram a Taenia solium, por possuirem rostro armado. 
C. ovis é muito parecido com o C. cellulosis. Tende a se calcificar mais facilmente. 
 
Obs: o termo TÊNIA, em português, se refere ao verme adulto de forma geral, qualquer eucestoda. 
 
Ciclo não muda: 
 
 
 
Gênero Hydatigera, Multiceps e Echinococcus: 
 
Gênero/espécie Hydatigera 
taeniaeformis 
Multiceps multiceps Echinococcus 
granulosus 
HD Gato Cão, carn. silvestres Cão e outros carn. 
HI Rato Ovino, Caprino, homem 
(menos frequente) 
Herbívoros, suíno, 
cães, gatos, aves, 
homem 
Larva C. fasciolaris - 
estrobilocerco 
Coenuros cerebralis - 
Cenuro 
Cisto hidático 
Dimens. 15-60cm x 5 a 6mm 0,40-1m x 5mm 3-5mm x 1mm 
Rostelo Armado Armado Armado 
Nº testículo Numerosos 200 30-60 
Ramif. uterina 15-18 saculares 9-26 dendríticas Numerosas dendríticas 
Poros genitais Irreg. alternados Irreg. alternados Irreg. alternados 
 
Multiceps multiceps​ : em ovinos e caprinos, pode acometer em qualquer lugar. Porém, no ovino, 99% dos 
cenuro tem preferência por cérebro, o que gera um grave problema clínico chamado ​torneio​. O cenuro 
destrói o SN do animal, gera um anormal extravasamento de sangue. Pode apresentar movimentação 
estranha do globo ocular que indicando sinal neurológico. Um dos principais sinais clínicos dessa doença 
é o animal andar em círculos e entrar em decúbito lateral, efetuando um movimento de “pedalada” com as 
patas. 
Há também o ​falso torneio​, uma doença que apresenta os mesmos sinais neurológicos, porém tem origem 
parasitária do ​bicho da cabeça​. Não é verme, e sim a forma larvar do Oestrus ovis (uma espécie de berne 
em ovinos, que ocorre nos seios frontais e paranasais). Essa mosca fêmea deposita larvas no nariz do 
ovino, que eclode e libera a larva (0,7mm). Essa larva ascende pelos seios nasais e vai até os paranasais 
frontais, onde cresce até uns 2cm de comprimento. Após isso, ela sai, cai na terra, faz o período de pupa e 
dessa pupa sai o animal adulto. PORÉM, em alguns casos, a larva entra e quando cresce não consegue 
sair. Essa larva da mosca morre, causando um processo inflamatório que atinge o cérebro do ovino. 
PPP: 3-4 semanas. 
 
Echinococcus granulosus: ​ muito pequeno, por isso produz vários protoescólex, pra garantir a 
sobrevivência da espécie. É bem difícil expelir o verme adulto, pois é muito pequeno e acaba sendo 
digerido. 
80% da forma larvar (cisto hidático) ocorre em fígado ou pulmão e pode chegar até 30cm dentro do 
animal. Pode durar até 30 anos dentro do organismo. Tem várias vesículas e dentro de cada vesícula tem 
centenas de protoescoléx.