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É NECESSÁRIO CONTATO FÍSICO PARA A CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO?

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É NECESSÁRIO CONTATO FÍSICO PARA A CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO?
Na última semana a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade que o contato físico não se mostra necessário para a configuração do crime de estupro. 
O caso julgado corre em segredo de justiça e trás à baila a história de uma menina de 10 anos de idade que foi levada ao motel, por mais de uma vez, e forçada a se despir para que o réu a contemplasse. Para isso, o réu pagava à irmã da vítima a importância de R$ 400,00. 
O Ministro Joel Ilan Paciornik, relator do caso, crê que o contato físico é irrelevante para que se configure o delito: “A maior parte da doutrina penalista pátria orienta no sentido de que a contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos artigos 213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido”, afirmou.
Isto porque o artigo 213 trás a seguinte redação: 
"Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos." 
No caso em discussão, a pena varia de 08 a 15 anos de reclusão.
A decisão causou indignação no meio jurídico, pois, embora se mostre aplicável ao presente caso, não podendo configurar um crime de menor importância, abre precedente para que em outros casos, seja aplicada uma sanção igualmente gravosa. 
Ressalta-se que o caso tomou grandes proporções não só pela decisão proferida, mas por ser parte de uma investigação a respeito de uma rede de exploração de menores no Mato Grosso do Sul a qual envolve políticos e empresários de Campo Grande e região.
Dra. Láila Moura
OAB 377.356

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