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CULTURA: O COSMO HUMANO Comparando o corpo humano ao de outros animais, veremos que nosso corpo não é tão capacitado quanto o deles para enfrentar uma série de dificuldades. O ser humano pode ajustar-se a um número maior de ambientes do que qualquer outra criatura. O conhecimento necessário para a produção e uso de diversos elementos e apetrechos é parte do nosso legado social. Os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela natureza, mas também SERES CULTURAIS que modificam o estado de natureza, isto é, o modo de ser, a condição natural das coisas. A vida dos animais é, em grande medida, uma repetição do padrão básico vivido pela sua espécie. O ser humano, por outro lado, tem individualmente, e como espécie, a capacidade de romper com boa parte do seu passado, questionar o presente e criar a novidade futura. Todo ser humano apresenta também reflexos e instintos vinculados a estruturas biológicas hereditárias próprias da espécie humana. Graças ao desenvolvimento de seu psiquismo, o homem tornou-se um ser biológico e cultural ao mesmo tempo. Ocorre no ser humano uma síntese, isto é, uma integração de características hereditárias e adquiridas, aspectos individuais sociais, elementos do estado de natureza e de cultura. Criador e criatura do mundo em que vive; um ser capaz de criar e destruir; capaz de acumular um saber imenso e permanecer angustiado por dúvidas profundas. A antroposfera, criada pelas diferentes culturas, constitui o cosmo humano, um espaço construído pelos conhecimentos e realizações desenvolvidos e compartilhado pelos diferentes grupos sociais. O homem é um ser que se distingue dos demais por transformar a natureza, criando para si uma “segunda natureza”. Por meio do conhecimento racional, o homem foi se desprendendo dos elos míticos, sobrenaturais, que o ligavam a natureza. Esse processo pode ser chamado de desencantamento do mundo, ou seja, a natureza foi perdendo o seu caráter sagrado e passou a ser estudada e manipulada. Crítica ao antropocentrismo: nega a crença básica de que o homem seja superior aos demais seres da natureza por seus dotes racionais. Perspectiva Humanista: Entende que, somente homem pode julgar o que lhe convém e o que não lhe convém e, dessa forma, contribuir na reorientação da vida social, a fim de assegurar uma relação mais harmoniosa com a natureza. Alguns estudiosos entendem que o fator determinante da transição natureza/cultura é a linguagem. O que teria distanciado definitivamente o homem da ordem comum dos animais e permitido a sua entrada no universo da cultura seria o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. De modo inverso, é também por meio da linguagem que o conhecimento individual de cada pessoa pode incorporar-se ao patrimônio social. Os poetas, declamadores e oradores foram sendo substituídos pelos filósofos, preceptores e professores na tarefa de educar a juventude. A narrativa épica deixou de ser uma fonte exclusiva dos exemplos e modelos, cedendo espaço para os tratados filosóficos e científicos. A imprensa, de Gutemberg, aprofundou a mudança de mentalidade iniciada com a criação do alfabeto. O problema da distância para a comunicação praticamente acabou. O mundo se transformou em uma “aldeia global”, onde diferentes culturas se interpenetram e as mudanças se converteram num aspecto permanente da vida moderna. Marx e o trabalho: É a partir do trabalho, e da forma como se dá o processo de produção da vida material dos homens, que todas as outras formas de manifestações humanas e desenvolvem. É o modo como os homens constroem sua vida material que dá origem à elaboração da vida espiritual e das relações sociais, formando um conjunto que constitui a cultura. Todas as sociedades possuem sua própria cultura e, cada cultura, possui sua própria verdade. Cultura, segundo Braidwood. Adquirida pela aprendizagem, e não herdada pelos instintos; transmitida de geração a geração; criação exclusiva dos seres humanos; múltipla e variável. Toda pessoa vive sob a influencia de diversas culturas, e não só de uma, pois participa de distintos grupos sociais, e cada um deles lhe imprime a sua marca cultura. Cada universo cultural de que uma pessoa participa influi de forma específica em sua maneira de pensar, sentir e agir, ou seja, em sua forma de ser no dia-a-dia. Se por um lado a cultura é uma criação coletiva de grupos humanos através do tempo, por outro lado cada pessoa também é, em grande medida, uma criação diária e constante da cultura em que vive. Quase não percebemos isso, pois a cultura à qual pertencemos é praticamente invisível para nós em cotidiano. Ocorre um estranhamento em relação a esses elementos culturais que estão fora de nós, quebrando a invisibilidade da nossa própria cultura. Só temos consciência da nossa própria cultura quando somos confrontados com outra. Não nos damos conta de como e quanto a cultura atua sobre nós, impactando nossa maneira de perceber as coisas no dia-a-dia. A pessoa percebe e aprende do grupo cultural do qual participa, por imitação e de forma quase inconsciente, boa parte de como deve pensar e agir nas mínimas coisas. Assim, de modo geral, vivemos nossa própria cultura sem vê-la e, muitas vezes sem questioná-la. O problema dessa invisibilidade está, no entanto, em que, como os integrantes de uma cultura compartilham a mesma maneira de ver e viver as coisas, comumente acreditamos que essa visão compartilhada constitui uma realidade única ou a verdade absoluta. E, por conta disso, podemos: desprezar grupos culturais com visões distintas; não encontrar saídas para as dificuldades ou novos desafios que surjam em nossa família, escola, trabalho e sociedade; muitas vezes, estamos condicionados pelo padrão cultural em que vivemos.
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