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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS - MODELO PEÇA

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OAB 2ª FASE – XX EXAME DE ORDEM 
Peças Processuais – Aula 04 
Flavia Bahia 
1 
13. Caso Concreto (OAB 2010.3) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de 
setenta, participou de movimentos políticos que 
faziam oposição ao Governo então instituído. Por 
força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes 
estatais e, em diversas ocasiões, preso para averi-
guações. 
Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos 
de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança 
do Estado, organizados por agentes federais. (...) 
(…) Após longos anos, no ano de 2010, Tício reque-
reu acesso à sua ficha de informações pessoais, 
tendo o seu pedido indeferido, em todas as instân-
cias administrativas. Esse foi o último ato praticado 
pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu 
ato decisório, na necessidade de preservação do 
sigilo das atividades do Estado, 
uma vez que os arquivos públicos do período dese-
jado estão indisponíveis para todos os cidadãos. 
Tício, inconformado, procura aconselhamentos com 
seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresen-
tar ação judicial para acessar os dados do seu tio. 
(...) 
 
Na qualidade de advogado contratado por Tício, 
redija a peça cabível ao tema, observando: 
a) competência do Juízo; 
b) legitimidade ativa e passiva; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais 
vinculados; 
d) os requisitos formais da peça inaugural. 
 
5 PASSOS 
 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE 
EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERI-
OR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
(5 linhas) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do 
RG n°... e do CPF n°..., endereço eletrônico ..., resi-
dente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advo-
gado infra-assinado, conforme procuração anexa 
...., com escritório ..., endereço que indica para os 
fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos 
termos do art. 5º, LXXII da CRFB/88 e da Lei n° 
9507/97 vem impetrar o presente 
 
HABEAS DATA em face do Ministro de Estado da 
Defesa, com sede funcional ..., aduzindo para tanto 
o que abaixo se segue. 
 
I- SÍNTESE DOS FATOS 
Na década de setenta o impetrante participou de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Go-
verno então instituído. Por força de tais atividades, 
foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas 
ocasiões, preso para averiguações. 
Além disso, seus movimentos foram monitorados 
pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos 
de Segurança do Estado, organizados por agentes 
federais. 
Em 2010 Tício requereu acesso à sua ficha de in-
formações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, 
em todas as instâncias administrativas. Esse foi o 
último ato praticado pelo Ministro de Estado da De-
fesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade 
de preservação do sigilo das atividades do Estado, 
o que claramente viola a intimidade e vida privada 
do impetrante e fundamenta a propositura do pre-
sente Habeas Data. 
 
II- DA PROVA DA RECUSA À INFORMAÇÃO 
Conforme já narrado, o impetrante teve o seu pedi-
do indeferido, em todas as instâncias administrati-
vas, conforme documentação anexa, comprovando 
o requisito essencial para a impetração da presente 
ação, de acordo com o art. 8º, I, da Lei 9507/97 e da 
Súmula nº 2 do STJ. 
 
III- DOS FUNDAMENTOS 
O art. 5º, LXXII, da CRFB/88 dispõe que o Habeas 
Data é o remédio constitucional responsável pela 
defesa em juízo dos dados pessoais que se preten-
da conhecer ou retificar. 
A referida ação também encontra fundamento na 
Lei 9507/97 que ampliou as hipóteses de cabimento 
do Habeas Data, permitindo que também seja utili-
zado para a complementação de dados pessoais, 
de acordo com o art. 7º, III. 
O direito à informação é um direito fundamental 
consagrado pelo texto constitucional no art. 5º, 
XXXIII. 
Conforme previsto no art. 5º, X, da CRFB/88, são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direi-
to a indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação. 
A competência para julgamento do Habeas Data é 
fixada de acordo com a autoridade coatora. Sendo 
assim, por força do art. 105, I, b, da CRFB/88 e do 
art. 20, I, b, da Lei 9507/97, tendo em vista que a 
autoridade coatora é o Ministro de Estado da Defe-
sa, o foro competente para julgamento da ação é o 
STJ. 
Também é importante ressaltar que o impetrante é o 
titular do dado pessoal que se pretende conhecer 
por meio desta, o que está em harmonia com a na-
tureza personalíssima da ação. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer a V. Exa: 
a) que seja notificada a autoridade coatora, o Minis-
tro de Estado da Defesa, dos termos da presente a 
fim de que preste demais informações que julgar 
necessárias; 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE – XX EXAME DE ORDEM 
Peças Processuais – Aula 04 
Flavia Bahia 
2 
b) a procedência do pedido de habeas data, para 
que seja assegurado ao Impetrante o acesso às 
informações de seu interesse; 
c) a intimação do Representante do Ministério Pú-
blico; 
d) a juntada dos documentos. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos 
procedimentais. 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
14. Caso 2. Hipotético 
Clarissa Mota, servidora do Itamaraty lotada no 
Quênia, foi submetida a exames psiquiátricos, que 
fazem parte da avaliação funcional anual. Em razão 
dos resultados, foi considerada pelo Ministro das 
Relações Exteriores não habilitada ao exercício das 
atividades funcionais. 
De volta ao Brasil por conta da referida avaliação, 
Clarissa tentou obter acesso ao dado administrati-
vamente, o que lhe foi negado, sob a alegação de 
que as informações desejadas seriam de uso inter-
no e exclusivo do referido órgão estatal. Contratado 
como advogado de Clarissa que pretende acessar o 
referido dado pessoal, impetre a ação cabível para 
essa finalidade. 
 
AÇÃO POPULAR 
Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima 
para propor ação popular que vise a anular ato lesi-
vo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbên-
cia; 
 
1. Histórico, natureza jurídica 
 
2. Conceito – remédio constitucional que visa anu-
lar/invalidar ato ou contrato administrativo que ame-
ace ou viole o patrimônio público, histórico ou cultu-
ral, a moralidade administrativa ou o meio ambiente. 
O ato pode ser comissivo ou omissivo. 
 
3. Base Legal - art. 5º , LXXIII e Lei 4717/65. 
 
4. Espécies 
 
Ação Popular - preventiva 
 
Ação Popular repressiva - 5 anos – art. 21 da Lei 
4717/65 
 
 
JURISPRUDÊNCIA STJ 
A. Ação popular contra concessão da ponte Rio-
Niterói terá seguimento independentemente de dano 
ao erário 
A ação popular visa preservar a moralidade admi-
nistrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico 
e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalida-
de do ato administrativo. 
Com esse entendimento, a Segunda Turma do Su-
perior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação que 
questiona a concorrência para exploração da ponte 
Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), realizada em 
1993. 
 
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o 
prejuízo material aos cofres públicos para abertura 
da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do 
ato administrativo que se visa anular. A ação, tam-
bém movida em 1993, ataca o ato de pré-
qualificação da licitação. 
No mesmo ano, a petição inicial foi indeferida pela 
Justiça Federal no Distrito Federal. Em apelação, o 
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) 
determinouo seguimento da ação, entendendo que 
a mera ausência de lesão econômica no ato admi-
nistrativo atacado não basta para indeferir a petição 
inicial por alegada falta de interesse de agir de seu 
autor. Daí o recurso da União ao STJ. 
 
Lesão presumida 
O relator afirmou também que a jurisprudência do 
STJ entende desnecessário o dano material ou le-
são efetiva, podendo ser também legalmente pre-
sumida. Além disso, o ato administrativo que impõe 
limitação anormal à concorrência e à competição é 
presumido como lesivo e nulo, diante do disposto no 
artigo 4º da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65). 
 
AÇÃO POPULAR. PREJUÍZO. ERÁRIO. 
B. Trata-se de ação popular que comprovou que o 
prefeito construiu monumento referente ao Cristo 
Redentor sem previsão orçamentária nem processo 
licitatório e o condenou ao pagamento de perdas e 
danos no montante gasto. No REsp, o prefeito in-
surge-se contra a condenação; pois, a seu ver, não 
houve lesão ao patrimônio público. Para o Min. Re-
lator, é possível afirmar a prescindibilidade do dano 
para a propositura da ação popular, sem adentrar o 
mérito da existência de prejuízo econômico ao erá-
rio. Isso porque a Lei de Ação Popular (Lei n. 
4.717/1965), em seu art. 1º, § 1º, ao definir o patri-
mônio público como bens e direitos de valor econô-
mico, artístico, estético, histórico ou turístico, deixa 
claro que o termo “patrimônio público” deve ser en-
tendido de maneira ampla, a abarcar não apenas o 
patrimônio econômico, mas também outros valores, 
entre eles, a moralidade administrativa. A Suprema 
Corte já se posicionou nesse sentido e, seguindo o 
mesmo entendimento, este Superior Tribunal tem 
decidido que a ação popular é instrumento hábil na 
defesa da moralidade administrativa, ainda que não 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE – XX EXAME DE ORDEM 
Peças Processuais – Aula 04 
Flavia Bahia 
3 
exista dano econômico material ao patrimônio públi-
co. Além disso, as instâncias ordinárias, na análise 
dos fatos, chegaram à conclusão de que a obra 
trouxe prejuízo ao erário por ser construção sem 
infraestrutura, com sérios problemas de erosão no 
local etc. Diante do exposto, a Turma não conheceu 
do recurso. Precedentes citados do STF: 
RE 170.768-SP, DJ 13/8/1999; do STJ: REsp 
474.475-SP, DJe 6/10/2008, e REsp 172.375-RS, 
DJ 18/10/1999. REsp 1.130.754-RS, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 13/4/2010. 
 
5. Legitimidade Ativa. O Cidadão. 
Brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus 
direitos políticos. art. 1º,§3º da lei 4717/65. 
E o português equiparado? 
Não podem ajuizar a ação popular: 
inalistáveis, inalistados, pessoa jurídica, Ministério 
Público. 
E o cidadão de 16 anos? 
 
6. Polo Passivo 
Litisconsórcio passivo necessário entre todos os 
envolvidos: 
art. 1º, c/c art. 6º da lei 4717/65 
pessoa jurídica de direito público, privado 
agentes públicos 
particulares 
 
7. Papel do MP 
 
8. Gratuidade 
 
9. Tutela de urgência 
Art. 5º,§ 4º, da Lei 4717/65 e art. 300 do CPC 
 
10. Competência 
"A competência para julgar ação popular contra ato 
de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente 
da República, é, via de regra, do juízo competente 
de primeiro grau. Precedentes. Julgado o feito na 
primeira instância, se ficar configurado o impedi-
mento de mais da metade dos desembargadores 
para apreciar o recurso voluntário ou a remessa 
obrigatória, ocorrerá a competência do STF, 
com base na letra n do inciso I, segunda parte, do 
art. 102 da CF." (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurício 
Corrêa, julgamento em 11-10-2001, Plenário, DJ de 
1º-8-2003.) 
 
IMPORTANTE!! 
União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação 
Pública Federal – Juiz Federal de 1º grau. 
Estados, DF, Municípios, suas autarquias e funda-
ções públicas – Juiz Estadual de 1º grau – Vara de 
Fazenda Pública, pois são pessoas jurídicas de 
direito público. 
 
11. Súmulas do STF 
“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor 
ação popular.”(Súmula 365) 
“O mandado de segurança não substitui a ação 
popular.” (Súmula 101) 
 
12. Caso Concreto (OAB VI EXAME) 
Esculápio da Silva, brasileiro, casado, engenheiro, 
domiciliado na capital do Estado de WYK, é comu-
nicado por amigos que a Administração do Estado 
está providenciando um plano de obras custosas e 
pretendendo que elas sejam entregues, indepen-
dentemente de licitação, a empresas com vínculos 
pessoais com dirigentes do seu partido político. 
Os valores correspondentes às obras são incluídos 
no orçamento, observado o devido processo legisla-
tivo. 
Quando da realização das obras, aduz a necessida-
de de urgência diante de evento artístico de grande 
repercussão a realizar-se em aproximadamente um 
ano, o que inviabilizaria a realização de procedimen-
to licitatório e designa três empresas para repartir as 
verbas orçamentárias, cabendo a cada uma realizar 
parte da obra preconizada. As empresas Mastodon-
te S.A., Mamute S.A. e Dente de Sabre S.A. acei-
tam, de bom grado, o encargo e assinam os contra-
tos com a Administração. 
O valor das obras corresponde a um bilhão de reais. 
Inconformado com esse fato, Esculápio da Silva, 
cidadão que gosta de participar ativamente da defe-
sa da Administração Pública e está em dia com 
seus direitos políticos, procura orientação jurídica e, 
após, resolve ajuizar a competente ação. 
 
Na qualidade de advogado, elabore a peça cabível, 
observando: 
a) competência do juízo; 
b) legitimidade ativa e passiva; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais 
vinculados; 
d) os requisitos formais da peça; 
e) tutela de urgência. 
 
5 PASSOS 
 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE 
ELABORAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA 
EXMº. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA… VARA DA 
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL 
DO ESTADO WYK 
 
(5 linhas) 
Esculápio da Silva, brasileiro, casado, engenheiro, 
portador do RG n°... e do CPF n° ..., endereço ele-
trônico ..., portador do título de eleitor n° ..., residen-
te e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado 
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE – XX EXAME DE ORDEM 
Peças Processuais – Aula 04 
Flavia Bahia 
4 
infra-assinado, conforme procuração anexa, com 
escritório ..., 
endereço que indica para os fins do art. 77, V, do 
CPC, com fundamento nos termos do art. 5º, LXXIII 
da CRFB/88 e da Lei nº 4717/65, vem ajuizar 
AÇÃO POPULAR em face do Governador do Esta-
do WYK, do Estado WYK, Mastodonte S.A, Mamute 
S.A e Dente de Sabre S.A., com endereços... 
 
I- SÍNTESE DOS FATOS 
O autor foi comunicado por amigos que a Adminis-
tração do Estado está providenciando um plano de 
obras custosas e pretendendo que elas sejam en-
tregues, independentemente de licitação, a empre-
sas com vínculos pessoais com dirigentes do seu 
partido político. 
Quando da realização das obras, a Administração 
aduz a necessidade de urgência diante de evento 
artístico de grande repercussão a realizar-se em 
aproximadamente um ano, o que inviabilizaria a 
realização de procedimento licitatório e designa três 
empresas para repartir as verbas orçamentárias, 
cabendo a cada uma realizar parte da obra preconi-
zada. 
As empresas Mastodonte S.A., Mamute S.A. e Den-
te de Sabre S.A. aceitam o encargo e assinam os 
contratos irregulares com a Administração. O valor 
das obras corresponde a um bilhão de reais, numa 
clara violação ao erário, o que justifica a apresenta-
ção da presente ação popular. 
 
II- LEGITIMIDADE ATIVA 
O autor gosta de participar ativamente da defesa da 
Administração Pública e está em dia com seus direi-
tos políticos, conforme documentação anexa, por-
tanto, satisfaz plenamente o requisito da cidadania, 
presente no art. 1º,§3º da lei 4717/65. 
 
III-LEGITIMIDADE PASSIVA 
O polopassivo da Ação Popular é formado por um 
litisconsórcio passivo necessário, conforme estabe-
lece os arts. 1º e 6º da lei 4717/65, daí porque todas 
as autoridades e empresas envolvidas e indicadas 
acima devem responder à presente ação. 
 
IV – TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência na Ação Popular está presente 
no art. 5º,§ 4º, da Lei 4717/65 e também no art. 300 
do CPC. Para muitos doutrinadores, trata-se de uma 
medida cautelar/liminar. 
A probabilidade do direito é demonstrada pelos fa-
tos e provas que acompanham a presente petição. 
Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo é comprovado em razão do dano ao erário 
presente no feito. 
 
V- FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
O Art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 prevê que qualquer 
cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural. 
A referida ação também se encontra regulamentada 
na Lei 4717/65 e é um importante instrumento em 
defesa dos direitos difusos. 
A licitação é a regra da transparência administrativa 
e a sua obrigatoriedade está prevista no art. 37, 
XXI, da CRFB/88, que assim dispõe: “ressalvados 
os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegu-
re igualdade de condições a todos os concorrentes, 
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
gamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos 
termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispen-
sáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. 
A necessidade de procedimento licitatório está em 
harmonia com os princípios da legalidade, morali-
dade e impessoalidade que devem nortear toda a 
Administração Pública, segundo dispõe o art. 37, 
caput da CRFB/88. 
Além do que, os contratos ora impugnados são lesi-
vos ao patrimônio do Estado e ilegais, tendo em 
vista que a Constituição e a Lei 8666/93 determinam 
a obrigatoriedade da licitação, salvo nas hipóteses 
legais, que não se aplicam ao caso ora apresenta-
do. 
 
VI- DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
a) a concessão da tutela de urgência para... 
b) que seja julgado procedente o pedido para... 
c) a citação dos réus nos endereços acima indica-
dos; 
d) a intimação do Representante do Ministério Pú-
blico; 
e) a condenação do Réu em custas e em honorários 
advocatícios; 
f) a produção de todos os meios de provas em direi-
to admitidas; 
g) a juntada de documentos. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor 
opta pela realização da audiência de conciliação ou 
de mediação. 
 
Dá-se à causa o valor de um bilhão de reais. 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
13. Caso concreto. CESPE. 
A empresa pública Água Para Todos, criada para a 
produção dos materiais e a prestação dos serviços 
pertinentes à instalação de rede hidráulica no muni-
 
 
 
 
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OAB 2ª FASE – XX EXAME DE ORDEM 
Peças Processuais – Aula 04 
Flavia Bahia 
5 
cípio X, é, atualmente, presidida por Moura, que tem 
estreita relação de amizade com Ferreira, prefeito 
do referido município. 
 
Moura observou que grande parte da receita do 
município X decorria do imposto sobre serviços 
(ISS) recolhido pela empresa Água Para Todos. 
Assim, valendo-se desse fato e de sua grande ami-
zade com o prefeito, pediu-lhe que, independente-
mente de aprovação em concurso público, nomeas-
se seu filho, Moura Júnior, para o cargo efetivo de 
analista administrativo da prefeitura municipal. 
 
O pedido foi atendido e Moura Júnior tomou posse, 
só comparecendo à prefeitura ao final de cada mês 
para assinar o ponto. Em retribuição ao gesto de 
amizade, Moura determinou ao departamento de 
divulgação da empresa Água Para Todos, represen-
tado por Correa, que promovesse uma homenagem 
ao prefeito, em veículo de comunicação de massa, 
parabenizando-o por seu aniversário. 
 
A empresa Água Para Todos contratou uma produ-
tora de mídia e um minuto em horário nobre na 
emissora de maior visibilidade local para a veicula-
ção da propaganda. 
 
No dia do aniversário do prefeito, a propaganda foi 
veiculada, mencionando as realizações da prefeitura 
municipal na gestão de Ferreira, tendo sido divulga-
da, ao final, a seguinte mensagem: "A Água Para 
Todos parabeniza o prefeito Ferreira pelo seu ani-
versário". 
 
Tendo tomado conhecimento dos fatos, Durval, 
vereador e líder comunitário, resolveu tomar provi-
dências contra o que estava ocorrendo no município 
e, para tanto, procurou auxílio de profissional da 
advocacia. 
 
Em face dessa situação hipotética, na condição de 
advogado(a) constituído(a) por Durval, redija a peça 
processual cabível para pleitear a declaração de 
nulidade do ato de nomeação de Moura Júnior, com 
o seu imediato afastamento do cargo, e do processo 
administrativo que culminou na contratação da pro-
paganda, com a respectiva reparação do patrimônio 
público lesado. 
 
14- Peça XVIII EXAME 
Após receber “denúncia de irregularidades” em con-
tratos administrativos celebrados pela Autarquia 
Federal A, que possui sede no Rio de Janeiro, o 
Ministério Público Federal determina a abertura de 
inquérito civil e penal para apurar os fatos. 
Neste âmbito, são colhidas provas robustas de su-
perfaturamento e fraude nos quatro últimos contra-
tos celebrados por esta Autarquia Federal, sendo 
certo que estes fatos e grande parte destas provas 
acabaram divulgados na imprensa. 
Assim é que o cidadão Pedro da Silva, indignado, 
procura se inteirar mais sobre o acontecido, e acaba 
ficando ciente de que estes contratos foram realiza-
dos nos últimos 2 (dois) anos com a multinacional M 
e ainda estão em fase de execução. Mas não só. 
 
Pedro obtém, também, documentos que compro-
vam, mais ainda, a fraude e a lesão, além de evi-
denciarem a participação do presidente da Autar-
quia A, de um Ministro de Estado e do presidente da 
comissão de licitação, bem como do diretor executi-
vo da multinacional M. Diante deste quadro, Pedro, 
eleitor regular e ativo do Município do Rio de Janei-
ro/RJ, indignado com o descaso pela moralidade 
administrativa na gestão do dinheiro público, pre-
tende mover ação judicial em face dos envolvidos 
nos escândalos citados, objetivando desfazer os 
atos ilegais, com a restituição à Administração dos 
gastos indevidos, bem como a sustação imediata 
dos atos lesivos ao patrimônio público. 
 
Na condição de advogado (a) contratado (a) por 
Pedro, considerando os dados acima, elabore a 
medida judicial cabível, utilizando-se do instrumento 
constitucional adequado. (Valor: 5,00). Obs.: a peça 
deve abranger todos os fundamentos de Direito que 
possam ser utilizados para dar respaldo à preten-
são. A simples menção ou transcrição do dispositivo 
legal não será pontuada.

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