Buscar

PSICOPATOLOGIAS - APOSTILA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOPATOLOGIAS
Vamos destacar, algumas que, com maior freqüência, afetam vítimas e delinqüentes. As referências, para este item, foram tiradas CID 10 (Classificação Internacional de Doenças ) e o Compêndio de Psiquiatria de Kaplan e Sadock. 
Ao profissional do Direito, alerte-se, não cabe a função de diagnosticar, que é exclusiva dos especialistas em saúde. Entretanto, da mesma forma que acontece com as doenças em geral, é útil o conhecimento de sinais (ou seja, manifestações visíveis) porque estes sugerem linhas de ação para aqueles que o observam.
Faz-se importante, incluir a descrição de sinais que recomendam a indicação de profissional de saúde qualificado para avaliar as condições físicas, fisiológicas e psíquicas do indivíduo.
 Transtornos de ansiedade
Os mais comuns entre os transtornos psiquiátricos relacionados com o stresse apresentam manifestações de ordem somática que incluem vários tipos de distúrbios, desde sensação de fraqueza até alterações na pressão arterial e perturbações gastrointestinais , gênito-urinárias, etc. Combinadas com as manifestações psicológicas e a instabilidade emocional, chegam a incapacitar o indivíduo para um desempenho eficaz. Alguns sinais e sintomas são:
. Expectativa do pior ante qualquer notícia;
. Sensação de tensão, irritação, impossibilidade de relaxar;
. Dificuldade para conciliar o sono (insônia inicial);
. Dificuldade para se concentrar nas atividades;
. Alterações de memória.
Esse transtorno acontece durante a espera de definições (por exemplo, no transcurso de um longo processo, com grandes prejuízos econômicos e emocionais, que não se resolve), no período imediatamente posterior a um evento traumático (“período de turbulência), durante a reorganização da vida (em decorrência de perdas ocorridas). 
Podem ocorrer simultaneamente sintomas de depressão e de sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo, dificultando o diagnóstico. Por exemplo, são freqüentes pensamentos ruminativos a respeito das situações que a pessoa vivencia ou que antecipa, o que agrava ainda mais o transtorno e dificulta resolvê-las. 
Transtorno Obsessivo-compulsivo
Incluído entre aqueles relacionados ao estresse, e conhecido por muitos por um aspecto visível: os rituais. 
Obsessão é a perspectiva patológica de um pensamento (pensamento ruminativo) ou sentimento irresistível, sempre associado à ansiedade, que não pode ser eliminado da consciência pelo esforço da lógica.
Compulsão é o comportamento ritualístico de repetir procedimento estereotipado, com o objetivo de prevenir um evento improvável.
É comum entre pessoas que sofreram atos de violência a permanência do estuprador, seqüestrador,, do agressor que a persegue, repetindo o calvário em pensamento. O psiquismo desloca essa imagem para um ritual, na forma de mecanismo de defesa.
O indivíduo reconhece o caráter intrusivo dos pensamentos; contudo, não consegue afastá-los, porque são involuntários, ainda que repugnantes e dolorosos.
Ex: “Luciana passou a experimentar a compulsão por lavar as mãos sempre que tem contato com outra pessoa”.
Essa compulsão origina-se do pensamento obsessivo de ter sido contaminada. O profundo sentimento de repulsa que o contato com o estrupador lhe provocou permanece pronto para aflorar; purifica-se por meio do ritual higienizante. O mecanismo de defesa do psiquismo desloca para o corpo o que não pode realizar na mente – a purificação.
Uma idéia obsessiva relativamente freqüente é a da perfeição. Torna-se impaciente e apresenta falta de generosidade em aceitar outras que não tem a mesma paixão pela perfeição. Envolve-se em conflitos com familiares, colegas, clientes e fornecedores, porque sua resistência às frustrações se reduz. Pode mostrar-se intransigente e intolerante.
Transtorno do estresse pós-traumático
A compreensão deste transtorno é de grande interesse porque “o trauma é um dos problemas mais graves e importantes da sociedade moderna e da comunidade brasileira”, alerta Poggetti (1999, p.42).
As pessoas podem ocultar o trauma, por vergonha ou ignorância. Podemos observar algumas conseqüências como::
Súbita paralisação das atividades, com períodos de afastamento mais ou menos longos, em decorrência do estado físico e emocional.; a pessoa sofre uma agressão e, um ano depois pode manifestar por exemplo, medo de sair desacompanhada para ir ao trabalho ou à escola.
Alterações comportamentais que afetam o relacionamento com as pessoas que convivem com a vítima; a pessoa deixa de comparecer à festas, restaurantes, etc.
Comprometimento financeiro, nem sempre equacionável a curto prazo, agravando as conseqüências dos efeitos físicos e emocionais; o tratamento de recuperação prolonga-se além do previsto ou a dificuldade de readaptação ocasiona perdas substanciais de receita.
Permanência de sinais físicos, de difícil recuperação; isso estimula a memória, promovendo o retorno de imagens capazes de provocar profundo sofrimento; um acidente de trânsito com traumatismo facial é revivido a cada vez que a pessoa olha-se no espelho.
 Dificuldade de reiniciar a prática de suas tarefas, devido às emoções próprias ou suscitadas em colegas de trabalho e clientes, decorrentes de alterações físicas e ou comportamentais; um agravante possível para a situação anterior.
Incapacidade de realizar determinadas tarefas , por exemplo pela modificação de seus limiares de sensação e reação a determinados estímulos percebidos como relacionados a perigo, risco de vida, risco de acidente, etc.
A valorização da agressividade e a banalização da vida aumentam a ocorrência desse transtorno. 
A violência sexual, “que tem no estupro a pior das formas de agressão que a mulher pode sofrer”, entre os diversos tipos de danos psíquicos destacam-se depressão, tendências suicida, bulemia e anorexias nervosas; além de conseqüências orgânicas, que podem incluir de doenças sexualmente transmissíveis a gravidez.
O trauma ocasiona:
Perda ou redução do sentimento de autoeficácia;
Modificação da autopercepção (sentimentos de mutilação, de ódio do próprio corpo, de contaminação);
Transformação da percepção do mundo, com redução drástica das perspectivas e necessidades básicas;
Adoção de comportamentos de fuga, de evitação, de agressividade;
Alteração profunda de características de personalidade, em geral reduzindo a interação social;
Desenvolvimento de diversos transtornos mentais, como a ansiedade e depressão.
As conseqüências para crianças e adolescentes podem ser devastadoras, necessitando de intervenção rigorosa e com profissionais altamente qualificados, o que muitas vezes, pode esbarrar em limitações econômicas.
Transtornos dissociativos
Nos transtornos dissociativos ocorre perda total ou completa de integração normal entre memórias do passado, consciência de identidade e sensações imediatas e controle dos movimentos corporais. Presume-se comprometimento de exercer controle consciente e seletivo.
Origina-se de eventos traumáticos, problemas insolúveis e intoleráveis ou a relacionamentos perturbados. O início e o término do estado dissociativo é relatado como súbito. Isso levaria a hipótese de que uma pessoa possa ter cometido um delito em um estado, não se recordando da ação quando retorna a condição de normalidade.
O transtorno dissociativo inclui:
A amnésia dissociativa, representada pela perda de memória “usualmente de eventos recentes importantes, extensa demais para ser justificada pela fadiga ou esquecimento normal.
Fuga dissociativa, em que o indivíduo parte para longe de casa ou do local de trabalho e apresenta ainda os aspectos da amnésia dissociativa. Ao fazê-lo, mantém os cuidados pessoais.
Transtornos de transe ou possessão, em que o indivíduo age como se espírito e divindade o possuísse e atua dirigido por ele. Devem ser percebidos como involuntários e indesejados.
 
Transtorno de personalidade múltipla. Raro. Há controvérsia a respeito de sua origem; o indivíduo aparenta duas ou mais personalidades distintas, uma delassobressaindo a cada momento. Cada uma é completa (memórias, comportamentos, preferências) e flagrantemente diferente da outra, à qual não tem acesso. Prevalece uma identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo.
Os indivíduos com transtorno dissociativo de identidade frequentemente relatam a experiência de severo abuso físico e sexual, especialmente na infância.
A divulgação dada aos transtornos dissociativos possibilita que muitas pessoas adquiram sólidos conhecimentos a respeito de como se manifestam. Esse fator recomenda cuidados no diagnóstico porque a simulação constitui uma perigosa possibilidade no abortamento de ações criminosas. O indivíduo alega “não lembrar” e “não sabe o aconteceu com ela momento”. 
5. Psicose puerperal
A psicose puerperal ou pós-parto, desencadeada pelo parto, assemelha-se às psicoses (estado mental em que o indivíduo perde o contato com a realidade) de curta duração.
Trata-se de uma síndrome clínica caracterizada por ”delírios e depressão graves”; os pensamentos sobre a vontade de ferir o bebê recém-nascido não são incomuns e representam um perigo real e ocorre entre 1 a 2 partos em 10.000 partos. O transtorno encontra-se associado a “sentimentos conflitantes da mulher sobre sua experiência de vir a ser mãe”.
São vários os sintomas e, do ponto de vista da prática do delito, tem grande importância a possibilidade de ocorrerem alucinações auditivas, com vozes ordenando à paciente que esta mate o bebê. Ocorrendo a psicose completa, há risco de vida do bebê e da mãe.
O tratamento representa importante emergência psiquiátrica, com a transferência da paciente para unidade psiquiátrica. As taxas de recuperação são altas.
6. Episódios e transtornos depressivos
O fenômeno essencial, central, do estado depressivo é “um comprometimento profundo da antecipação”. A visão de futuro fica prejudicada e desenvolve-se crescente “incapacidade de (o indivíduo) assumir seu destino, sua impotência de agir e a orientação negativa de sua antecipação”, “sendo o suicídio a mais drástica consequência de uma depressão não tratada”.
O depressivo encara os acontecimentos como ruins, percebe ou antecipa o fracasso, de tal forma que “os pensamentos negativos da mente de alguma forma os eventos bioquímicos, que num círculo viciosos ampliam os pensamentos depressivos” influenciam.
A depressão distingue-se da tristeza: “depressão não é fossa”. Nela, o indivíduo entrega-se a profunda desesperança, “a uma incapacidade de começar qualquer tarefa, até pensar é difícil” O “desespero é enorme”. O diagnóstico especializado é essencial porque há necessidade de suporte medicamentoso para “quebrar” o círculo vicioso da depressão. 
Alguns sintomas e sinais:
A pessoa não sente prazer pelas atividades;
A visão de mundo é distorcida. O mundo é péssimo, horrível;
A pessoa aparenta, sem motivo perceptível, contínua tristeza e infelicidade;
Queixa-se de acordar cedo demais (insônia terminal);
Inicia o dia com humor péssimo, que melhora gradativamente;
Os movimentos tornam-se lentos;
O discurso torna-se limitados.
Estresse profundo e prolongado e eventos traumáticos podem desencadear estados depressivos – possível reação defensiva do psiquismo para lidar com o que é insuportável.
A medicação é essencial quando há suspeita de possível tentativa de homicídio, que ocorre em cerca de 15% das depressões graves.
Importante: Distinguir depressão de ciclotimia, uma instabilidade persistente de humor (períodos leves de depressão e elação), muitas vezes não percebidos pelos médicos e da distimia, depressão crônica do humor, que não compromete o funcionamento do indivíduo.
7. Drogadição
Segundo a Organização Mundial de Saúde, “uma pessoa é dependente de uma droga quando seu uso torna-se mais importante do que qualquer outro comportamento considerado prioritário”. A droga passa a controlar a pessoa.
Álcool
Álcool e tabaco constituem as drogas mais consumidas, seguindo-se os inalantes, os ansiolíticos e as anfetaminas. De acordo com o Código Penal, a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior isenta o agente do ilícito de sanção penal (art.28 II).
O álcool influencia todas as funções orgânicas e mentais. As alterações cognitivas incluem
Focalização da atenção na situação imediata, inibindo a avaliação de consequências futuras; daí crimes e condução irresponsável serem, em geral, precedidos de ingestão de bebida alcoólica;
Deterioração do processamento de experiências recentes, há prejuízo para a memória recente e a aprendizagem;
Redução de autopercepção, que produz ilusória supressão de consciência de fracasso e culpa;
Comprometimento da concentração, distúrbios de pensamento e ou da percepção.
Os transtornos psiquiátricos consequentes ao alcoolismo incluem distúrbios de conduta, depressão, transtornos ansiosos, alimentares, hábito patológico de jogar, personalidade antissocial e outros transtornos da personalidade, aumentando ainda mais o comprometimento ocupacional e social.
Outras substâncias psicoativas
Substâncias psicoativas (o álcool é uma delas) alteram o estado de consciência e modificam o comportamento. Podem ser:
Medicamentos;
Substâncias que a mídia vende como “sem efeitos colaterais”;
Maconha, cocaína , crack, ácidos, etc.
Um sinal importante do uso de substâncias psicoativas é a perda da memória recente, acompanhadas de orientação temporal cronológica de eventos.
Indícios de uso de drogas:
Mudanças bruscas de comportamento;
Troca de amigos e ou de companhias;
Queda repentina de rendimento dos estudos ou do trabalho; ausências incomuns;
Falta ou excesso de apetite;
Desorganização dos horários e do sono;
Desordem;
Alteração dos hábitos de higiene;
Aparecimento de utensílios estranhos (espelho, seringa, canudos, comprimidos, cachimbos, etc), introduzidos de maneira fortuita na residência ou encontrados inadvertidamente em bolsas ou outros apetrechos pessoais.
Pequenos grãos e/ou rastros de folha seca moída com odor forte de relva;
Olhos vermelhos, miúdos ou ejetados sem justificativa.
O uso abusivo de drogas aumenta o risco de violência física, mas não da violência sexual, não havendo explicação conclusiva a esse respeito.
Os reflexos sobre a personalidade dos dependentes, são diversos:
O aumento da agressividade acompanha a redução de tolerância à frustração (a droga torna-se o instrumento para suportar as negativas);
A auto-estima diminuída provoca aumento da dependência em relação a terceiros;
O indivíduo manifesta dificuldade para assumir responsabilidades;
Regressão e imaturidade acompanham crescente imediatismo, indisciplina e desorganização;
Sedução, dissimulação e mentira são instrumentos para obter vantagens, compulsividade;
O sentimento de ser o anti-herói, a consciência limitada dos perigos e suas consequências acompanham a tendência à fantasia e superestimação fantasiosa de si;
Insensibilidade e ausência de sentimentos, humor sempre oscilante, negação e pessimismo são outras características que se manifestam.
8. Transtornos mentais orgânicos
a) Demência
A demência decorre de doença cerebral, usualmente crônica ou progressiva, destacando-se suas consequências para as funções mentais superiores.
São significativos os efeitos de demência sobre o funcionamento intelectual e a interferência nas atividades do cotidiano, e podem ter particular interesse:
Demência vascular, em que pode haver perda de memória e alterações de características de personalidade;
Demência na doença de Pick, caracterizada por alterações de caráter e deterioração social, lentamente progressivas.
b) Alucinose e transtorno delirante orgânico
Alucinações são percepções que o cérebro desenvolve sem os estímulos ambientais correspondentes. Delírios são perturbações no pensamento; podem ou não ser provocados por alucinações.
A causalidade orgânica deve ser confirmada.
9. Esquizofrenia e transtornosdelirantes
a) Esquizofrenia
Distorção fundamental e característica do pensamento e da percepção, acompanhada de afeto inadequado ou embotado. São comuns:
Os delírios de controle, influência ou passividade e de outros tipos, não adequados culturalmente; e
As alucinações auditivas e de outras modalidades.
O tipo mais comum são os delírios de perseguição e vozes alucinatórias que ameaçam ou dão ordens, são as mais comuns.
Delírios são pensamentos inapropriados, incorretos, impossíveis, juízos falsos que tomam conta do pensamento do indivíduo e o dominam. Podem ser uma crença (“eu sou predestinado a salvar o mundo”), uma identidade (“eu sou Jesus”) etc. Não se corrigem racionalmente.O indivíduo vivencia-os como verdades incontestáveis, a despeito de comprovações lógicas de sua falsidade trazidas por terceiros. A partir deles desenvolve raciocínio corretos.
Alucinações referem-se a falsas impressões de qualquer um dos sentidos (visuais, táteis, auditivas, gustativas, olfativas). A percepção ocorre sem a presença do objeto que possa originá-la.
b) Transtornos delirantes
A questão central é a presença de delírios persistentes, que podem estar relacionados com litígios, ciúmes, por exemplo. O afeto, a fala e o comportamento são normais, excetuando-se as ações diretamente relacionadas com o delírio. 
10. Transtornos de pensamento e de percepção
Ocorre o delírio e as alucinações porém o indivíduo possui a consciência clara e a capacidade intelectual encontra-se preservada.
 11. Transtornos de preferência sexual (parafilias)
A “parafilia”, outrora “perversão sexual”, consiste em fantasias, anseios sexuais ou comportamentos recorrentes intensos e sexualmente excitantes envolvendo objetos não humanos ou situações incomuns. 
Em geral, constituem regressões aos estágios primitivos do desenvolvimento psicológico.
Alguns comportamentos possuem particular relevância para a psicologia Jurídica, são eles:
a) INCESTO
Trata-se da “ocorrência de relações sexuais entre parentes sanguíneos próximos”; esta definição é ampliada para incluir as relações sexuais entre padrasto (ou madrasta) e enteado(a) e entre irmãos adotivos.
A observação de casos reais sugere que a oportunidade favorece a ocorrência deste comportamento. Casos comuns estão entre casais que se separam e um dos progenitores assume a dinâmica familiar. Na ausência de um dos progenitores, os filhos ficam à mercê daquele que detém a guarda e ou de pessoas que desfrutam da privacidade do núcleo familiar modificado.
A violência do incesto vai além da relação sexual genital, que não é exclusiva, uma vez que muitos atos de lascívia podem configurá-lo.
b) PEDOFILIA
É a “preferência sexual por crianças, usualmente de idade pré-puberal ou no início da puberdade” (CID-10, p.215). Existe indiscutível influência da situação na ocorrência do comportamento , como demonstram os inúmeros casos relatados, em que se evidencia a intensa convivência entre o adulto e a criança em situação de relativa intimidade e dependência desta em relação àquele.
Torna-se importante relatar que:
No lar, surgem os processos de encobertamento, dado que a maioria dos abusadores sexuais são familiares ou pessoas delas conhecidas;
A natureza do abuso não é necessariamente a penetração , pode variar entre vários tipos de atos (telefonemas obscenos, imagens pornográficas, exibição de órgãos sexuais para a criança, masturbação forçada, participação em cenas sexuais impostas, etc);
O agressor é oriundo das mais variadas origens socioeconômicas;
 Em geral, a vítima silencia, pela presença de um medo intenso.
Várias hipóteses são traçadas em relação aos abusadores:
Pulsão negativa em relação a irmão, irmã, colega;
Foi vítima de abuso quando criança, desencadeando dificuldades no estabelecimento de vínculos afetivos adequados;
Impotência para o relacionamento com mulheres adultas, tornando mais fácil exercer o poder sobre crianças;
Existem também evidências de casos que em que predominaram relações particularmente sexualizadas e erotizadas com os pais durante o desenvolvimento.
IMPORTANTE:
Quando a vítima é menor de 14 anos, pedofilia e incesto são tipos penais, conforme a conduta praticada, previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal.
c) EXIBICIONISMO
“Tendência recorrente ou persistente a expor a genitália a estranhos (usualmente do sexo oposto) ou a pessoas em lugares públicos, sem convite ou pretensão de contato mais íntimo” (CID-10, 1993, p.214). Configura crime, descrito no art. 233 do Código Penal – Ato Obsceno. 
Os exibicionistas procuram sempre os mesmos lugares, em horas certas. A origem pode estar associada a abuso sexual na infância, na educação sexual repressiva, punição física ou emocional relacionada à sexualidade.
No voyeurismo, o indivíduo manifesta satisfação ao observar comportamentos sexuais ou íntimos (tais como despir-se); isso o excita e o leva à masturbação, sem que o observado tome conhecimento.
Há ainda o frotteurismo, em que vestido, o agente esfrega seus órgãos genitais contra o corpo da vítima, obtendo prazer. Essa parafilia ocorre com frequência no transporte coletivo, principalmente nos horários de grande movimento, momento em que as vítimas, muitas vezes, nem se dão conta da ocorrência.
d) SADOMASOQUISMO
O indivíduo procura atividades sexuais que envolvem servidão, ou provocam dor ou humilhação (CID-10, 1993;p.215); no masoquismo, ele é o objeto da estimulação; no sadismo; ele executa. Pode ocorrer que a violência seja necessária para a estimulação erótica.
O objetivo é causar sofrimento físico ou emocional (humilhação), somente sendo considerada parafilia, quando o comportamento tem a finalidade exclusiva de obtenção do prazer. 
Referência Bibliográfica: FIORELLI, J.O; MANGINI, R.C.R. PSICOLOGIA JURÍDICA. Editora Atlas, São Paulo: 2011

Continue navegando

Outros materiais