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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/260059049 Odontologia restauradora com sistemas CAD/CAM - o estado atual da arte. Parte 2 - Possibilidades restauradoras e sistemas CAD/CAM Article · January 2009 CITATION 1 READS 539 6 authors, including: Leandro Hilgert University of Brasília 45 PUBLICATIONS 75 CITATIONS SEE PROFILE Florian Beuer Ludwig-Maximilians-University of Munich 103 PUBLICATIONS 1,646 CITATIONS SEE PROFILE All in-text references underlined in blue are linked to publications on ResearchGate, letting you access and read them immediately. Available from: Leandro Hilgert Retrieved on: 16 September 2016 ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 424 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 Odontologia Restauradora com Sistemas CAD/CAM: o Estado Atual da Arte Parte 2 – Possibilidades Restauradoras e Sistemas CAD/CAM RESUMO Os sistemas CAD/CAM atuais podem ser utilizados para a confecção de inúmeros tipos de peças protéticas, desde inlays e onlays até amplas pontes fixas de até 14 elementos. O desen- volvimento das tecnologias e conseqüente aumento da utilização dos métodos de planejamento e produção computadorizados re- sultaram em grande número de sistemas no mercado. O presente artigo, segundo de uma série de três, discute as possibilidades restauradoras com o uso de sistemas CAD/CAM e apresenta os principais equipamentos existentes no cenário odontológico mun- dial. PALAVRAS-CHAVE Projeto auxiliado por computador. Restauração dentária permanente. Prótese dentária. ABSTRACT The present CAD/CAM systems are capable to produce a number of indirect restorations, from inlays and onlays to large-span 14-units bridges. The development of technologies and consequent increasing use of computerized design and manufacturing methods resulted in a great number of CAD/CAM systems in the market. This article, the second of a series of three, discusses the restorative possibilities using CAD/CAM technology and presents the main equipments and systems available in the world dental scenario. KEYWORDS Computer-Aided Design. Dental restoration, permanent. Dental prosthesis. Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. CAD/CAM restorative dentistry: the present state-of-the-art. Part 2 – Restorative Possibilities and CAD/CAM Systems 425Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 INTRODUÇÃO A automatização no processo de planejamento e produção de restaurações dentárias permite que uma gama de procedimentos clínicos e laboratoriais deixe de ser realizada conforme laboriosas técnicas convencionais. Este artigo é o segundo de uma série de três, que apresenta o estado atual da arte do tema odontologia restauradora com sistemas CAD/ CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing). O primeiro artigo abordou os princípios de utilização dos sistemas, as etapas de produção, possíveis fluxos de trabalho, bem como benefícios e limitações do uso da automatização.1 O próximo artigo (parte 3) abordará em detalhes os diferentes tipos de materiais restauradores disponíveis para processamento CAD/CAM, bem como suas indicações e principais propriedades. O objetivo deste artigo é apresentar as principais alter- nativas restauradoras para as quais há possibilidade de uso de sistemas CAD/CAM. Também são apresentados alguns dos prin- cipais sistemas de automatização da produção de restaurações dentárias, com ênfase naqueles disponíveis no centro de tecno- logia CAD/CAM da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique, Alemanha, com os quais os autores do presente artigo têm maior experiência. POSSIBILIDADES RESTAURADORAS Para facilitar a descrição das principais possibilidades restauradoras com sistemas CAD/CAM, elas serão divididas em restaurações anatômicas e infra-estruturas. As restaurações ana- tômicas são aquelas em que um só material (bloco de material restaurador) é usinado, já na forma final da peça protética. As infra-estruturas CAD/CAM são aquelas no qual o processo de au- tomatização é utilizado para produzir as infra-estruturas de reforço que serão recobertas pelos materiais restauradores estéticos. RESTAURAÇÕES ANATÔMICAS PRODUÇÃO CHAIRSIDE A produção de restaurações anatômicas em consultório é o principal atrativo de dois sistemas CAD/CAM atuais voltados para o dentista (CEREC 3, Sirona, Alemanha; e E4D, D4D Technologies, EUA). O conceito chairside permite que, por meio de uma tecnologia de impressão óptica, planejamento CAD e produção CAM (Fig. 1), etapas de moldagem e confecção de modelos provisórios sejam eliminadas. A restauração indireta é produzida e cimentada na mesma sessão em que o preparo é realizado. A produção de restaurações em consultório está voltada para inlays, onlays, overlays, coroas (sem copings) e facetas. * Professor Adjunto de Dentística da Universidade de Brasília (UnB). Especialista, Mestre e Doutor em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisador Visitante do Departamento de Prótese Dentária da Ludwig-Maximilians-Universität, Munique, Alemanha (LMU-München) ** Chefe do Laboratório de Prótese Dentária do Departamento de Prótese da LMU-München *** Professor Assistente do Departamento de Prótese da LMU-München **** Professor Titular de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina ***** Professor Titular de Clínica Integrada da Universidade Federal de Santa Catarina ****** Professor Associado do Departamento de Prótese da LMU-München Leandro Augusto Hilgert UnB - Campus Universitário Darcy Ribeiro - Faculdade de Ciências da Saúde Departamento de Odontologia, 70910-900, Brasília, DF leandrohilgert@unb.br Data de recebimento: 18/05/2009 Data de aprovação: 01/06/2009 Leandro Augusto Hilgert* Josef Schweiger ** Florian Beuer *** Mauro Amaral Caldeira de Andrada **** Élito Araújo ***** Daniel Edelhoff ****** ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 426 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 CARACTERIZAÇÃO EXTRÍNSECA E GLAZE Como se comentou na parte 1 da presente série de artigos, as restaurações chairside são usinadas a partir de blocos de ma- terial restaurador monocromáticos ou com gradações de croma e translucidez pré-fabricadas. As peças protéticas usinadas apre- sentam boa capacidade de ser polidas e, em dentes posteriores, têm integração estética aceitável para grande parcela dos pacien- tes. Entretanto, em restaurações nas quais alto padrão estético é desejado (dentes anteriores e alguns casos na região posterior), é necessária a caracterização com pigmentos.2 No caso de restau- rações cerâmicas, o procedimento que mais bem apresenta re- sultados é a caracterização extrínseca e o glazeamento. Para isso, é necessária a aplicação manual dos pigmentos e do glaze, e a sinterização deles, com a utilização de um forno cerâmico, num protocolo de aproximadamente 20 minutos.3 Embora a caracte- rização possa ser realizada dentro do conceito chairside, muitas vezes, a necessidade de um forno cerâmico e o tempo e trabalho requeridos desencorajam o uso dessa abordagem restauradora, sendo mais indicada a utilização dos serviços de um laboratório de prótese dental. PRODUÇÃO LABORATORIAL Restaurações anatômicas produzidas em laboratóriocom sistemas automatizados apresentam como vantagens a individua- lização e aprimoramento estético por caracterização extrínseca ou uso da técnica do cut-back. Para a produção das restaurações, o laboratório pode receber do dentista os dados da impressão óptica ou um molde feito com elastômero obtido por métodos tra- dicionais. Caracterização extrínseca e glazeamento: As restaurações anatômicas produzidas em laboratório, como regra, têm seu as- pecto estético aprimorado por técnicas de caracterização extrínse- ca e glazeamento (no caso de cerâmicas) ou pela adição de pig- mentos resinosos no caso de restaurações usinadas em blocos de compósitos. Para restaurações em dentes posteriores, esse é o protocolo padrão. Em dentes anteriores, além da caracterização extrínseca, existe a técnica do cut-back ou redução incisal. Técnica do cut-back: A técnica do cut-back consiste na redução da anatomia final de uma restauração em determinadas áreas (regiões em que ocorrem efeitos ópticos mais evidentes) e sua reconstrução com materiais que simulam mais adequada- Figura 2: Técnica do cut-back para aprimoramento estético de coroas produzidas com e.max CAD LT (Ivoclar Vivadent). (A) A forma anatômica foi reduzida em altura na borda incisal e em espessura nos terços médio e incisal (ainda no estágio pré-cristalizado da cerâmica); (B e C) após queima de cristalização e aplicação de cerâmicas de cobertura (e.max Ceram, Ivoclar Vivadent), nas regiões onde o cut-back foi realizado, obteve-se resultado final com padrão estético bastante satisfatório. Figura 1: Etapas da produção automatizada de uma coroa com o sistema CEREC 3. (A) Modelo virtual; (B e C) restauração planejada; (D) restauração usinada com o bloco e.max CAD HT (dissilicato de lítio de alta translucidez, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) ainda em fase pré-cristalizada; (E) peça protética finalizada após cristalização, caracterização extrínseca e glaze. Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. 427Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 Figura 4: (A) Modelo de gesso com componente plástico próprio para a digitalização; (B) modelo virtual com o abutment planejado (sistema Straumann CARES); (C) prova intra- -oral do abutment cerâmico (dióxido de zircônio). Figura 3: Provisórios de longa durabilidade produzidos com o sistema CEREC inLab. (A) Usinagem do bloco de material restaurador provisório; (B) bloco de material resinoso (acrílico) para provisórios (CAD-Temp, Vita, Alemanha); (C) coroas provisórias produzidas por sistema automatizado. mente as particularidades estéticas dos dentes naturais (Fig. 2). A técnica do cut-back é realizada principalmente na região incisal de facetas e coroas anteriores (daí vem o fato de também ser denominada técnica da redução incisal). A aplicação de massas de efeito, nesses casos, aprimora os resultados de translucidez e opalescência, que são mais evidenciados no terço incisal. Provisórios de longa durabilidade: Alguns sistemas CAD/ CAM oferecem a possibilidade de se produzirem restaurações provisórias (unitárias ou pontes) pela usinagem de blocos de resina específicos para esse fim. A produção é facilitada e mais rápida do que a tradicional técnica para a obtenção de provisó- rios prensados. (Fig. 3) As propriedades físico-mecânicas dos polímeros utilizados também são superiores àquelas obtidas pela técnica convencional.4 INFRA-ESTRUTURAS A tecnologia CAD/CAM pode ser utilizada para a produção de infra-estruturas para próteses de diversas maneiras. Podem ser criados padrões acrílicos ou em cera de estruturas que serão fundidas por técnicas tradicionais como a da cera perdida, podem ser criadas infra-estruturas metálicas para próteses metalocerâmi- cas, bem como é possível produzir infra-estruturas para próteses totalmente cerâmicas, que podem ser utilizadas atualmente em um grande leque de situações clínicas. Abutments para implantes e infra-estruturas de próteses removíveis também são hoje passí- veis de ser confeccionados com as tecnologias de automação. COPINGS PARA COROAS: Estruturas de reforço para coro- as unitárias podem ser produzidas por tecnologia CAD/CAM com grande número de materiais e por vasta gama de sistemas. Uti- lizando-se desde materiais altamente estéticos, como cerâmicas vítreas à base de dissilicato de lítio e passando-se por cerâmicas à base de alumina ou de dióxido de zircônio (que apresentam grande resistência e permitem menores espessuras de coping), é possível encontrar soluções automatizadas para praticamente todos os casos de reabilitações unitárias com coroas totalmente cerâmicas. Caso haja preferência por próteses metalocerâmicas, copings metálicos em ligas nobres ou não-nobres também po- dem ser produzidos por sistemas automatizados. ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 428 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 INFRA-ESTRUTURAS PARA PONTES: Infra-estruturas para pontes também podem ser realizadas por sistemas CAD/CAM, utilizando-se vários materiais, tanto no conceito de produção de próteses totalmente cerâmicas como para a fabricação de pon- tes metalocerâmicas. A fabricação automatizada revolucionou a produção de infra-estruturas cerâmicas ao facilitar a utilização do material dióxido de zircônio estabilizado por ítria (Y-TZP), que será discutido na parte 3 da presente série de artigos. O Y-TZP permite que infra-estruturas de até 14 elementos sejam criadas, tanto para a região anterior como para a posterior. ABUTMENTS PARA IMPLANTES: O grande desenvolvimen- to da implantodontia impulsionou a área de prótese sobre implan- tes. Abutments individualizados, que fazem parte do tratamento restaurador sobre implantes, podem ser, atualmente, planejados e fabricados por técnicas automatizadas. Diversos sistemas de im- plantes já oferecem componentes específicos que são facilmen- te “visualizados” pelos sistemas de digitalização de preparos na fase de impressão óptica. Os abutments podem ser produzidos em titânio ou em cerâmicas de alto desempenho, como alumina ou zircônia, materiais esses que potencializam o resultado estéti- co (Fig. 4). COMPONENTES E INFRA-ESTRUTURAS PARA PRÓTESES TELESCÓPICAS: Próteses removíveis sobre pilares com coroas telescópicas são tratamentos restauradores bastante facilitados pela tecnologia CAD/CAM. A produção dos componentes primários (coroas) e o paralelismo entre eles são obtidos de forma menos trabalhosa pelo software de planejamento do que pelos mecanismos manuais (Fig. 5). Há possibilidade de produção das coroas primárias tanto em dióxido de zircônio como em metal. As coroas secundárias são normalmente obtidas por eletrodeposição de ouro em solução galvânica. A estrutura terciária é confeccionada em metal ou em dióxido de zircônio, e também pode se beneficiar de procedimentos automatizados. INFRA-ESTRUTURAS PARA PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS: O laborioso trabalho de definição de eixo de inserção e enceramento da infra-estrutura de próteses removíveis é facilitado pela técnica computadorizada. O planejamento é rápido e conta com diversos formatos de grampos, selas e outras estruturas em Figura 6: (A e B) Planejamento CAD de infra-estruturas para próteses parciais removíveis; (C) exemplo de planejamento virtual e infra-estrutura metálica correspondente, obtida por sinterização a laser. Figura 5: (A) Fase CAD da produção dos componentes primários de uma prótese telescópica; (B) modelo de gesso com componentes primários em dióxidode zircônio; (C) componentes secundários produzidos em ouro eletrodepositado; (D) infra-estrutura para a prótese telescópica. Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. 429Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 Figura 8: (A) Planejamento virtual (sistema Kavo Everest, Kavo, Alemanha) e coping usinado em dióxido de zircônio (ZirCAD, Ivoclar Vivadent); (B) planejamento CAD e usinagem da cobertura cerâmica em dissilicato de lítio, na imagem ainda em seu estágio pré-cristalizado (e.maxCAD, Ivoclar Vivadent); (C e D) coping e cobertura cerâmica unidos pela sinterização de uma massa cerâmica, caracterizados extrinsecamente e glazeados, resultando na coroa pronta para a cimentação. Figura 7: (A e B) Planejamento virtual de uma coroa pelo método CAO. Observe-se o planejamento da infra-estrutura e da cobertura (sistema Wieland Zeno, Wieland, Alemanha); (C) a infra-estrutura será produzida pela usinagem de uma cerâmica de alto desempenho (dióxido de zircônio), enquanto a forma da cerâmica de cobertura é usinada em uma resina específica para a técnica de cera perdida. A cerâmica de recobrimento será injetada sobre a infra-estrutura de zircônia no espaço deixado pelo padrão de resina. bancos de dados do software, que requerem apenas o ajuste de suas dimensões. A fase CAM pode ser realizada pela sinterização a laser de metais ou por prototipagem rápida de padrões acrílicos que serão posteriormente fundidos (Fig. 6).5 COBERTURA DAS INFRA-ESTRUTURAS CAD/CAM O recobrimento estético das infra-estruturas produzidas por sistemas CAD/CAM pode ser e é normalmente realizado por meio de técnicas convencionais. Infra-estruturas metálicas e cerâ- micas de próteses fixas são geralmente recobertas pela aplicação manual (artística) de diferentes massas cerâmicas que empres- tam belos efeitos ópticos e alta estética às restaurações. Outra opção é o enceramento da forma anatômica e, ocupando o lugar da cera, a injeção de cerâmicas vítreas, técnica conhecida como sobreinjeção ou overpress. A tecnologia CAD/CAM, todavia, tam- bém pode ser utilizada na fase de cobertura de infra-estruturas cerâmicas, por dois protocolos apresentados a seguir: CAO – COMPUTER AIDED OVERPRESS: Na técnica CAO,6 a forma anatômica é planejada no software de CAD sobre a infra- -estrutura cerâmica já planejada previamente. A forma anatômica é então usinada a partir de um bloco de polimetilmetacrilato espe- cial ou produzida em resina por prototipagem rápida. A peça em resina é unida à infra-estrutura com ceras. O conjunto é incluído e a resina e a cera são eliminadas pela técnica da cera perdida. Por injeção sob calor e pressão, cerâmicas substituem o espaço dei- xado (Fig. 7). Assim, a técnica de sobreinjeção com o auxílio do computador dispensa o enceramento manual da forma anatômica sobre a infra-estrutura. CERÂMICA DE COBERTURA USINADA POR CAD/CAM (SVK – SINTERVERBUNDKRONE): Sinterverbundkrone ou SVK é termo alemão criado pelos inventores para denominar uma nova técnica, na qual infra-estrutura e a cerâmica de recobrimento, ambas produzidas por sistemas CAD/CAM, são unidas por sinterização.7-8 Em recente publicação que apresenta e testa laboratorialmente a técnica, foi utilizado um coping de dióxido de zircônio (ZirCAD, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) planejado e usinado pelo sistema CEREC InLab (Sirona, Alemanha). Sobre o coping foi planejado, no mesmo sistema, a co- ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 430 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 bertura em forma anatômica, usinada com o material e.max CAD (Ivoclar Vivadent). Coping e cerâmica de cobertura foram unidos por uma massa cerâmica, sinterizada em forno (Fig. 8). Esse pro- tocolo, embora ainda esteja em fase de testes, mostra-se bastan- te promissor, pois alia a facilidade de produção por meios auto- matizados a uma alta qualidade dos materiais processados por CAD/CAM, o que já foi demonstrado por um primeiro estudo in vitro.8 Também já em testes está a utilização da mesma técnica no recobrimento de pontes fixas com infra-estruturas em dióxido de zircônio. SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO PARA CONSULTÓRIO SISTEMAS COMPLETOS CEREC O CEREC (www.sirona.com/cerec; Sirona, Alemanha) é o mais conhecido e estudado sistema CAD/CAM odontológico.9 Lançado comercialmente no ano de 1987 e atualmente na sua ter- ceira versão de hardware (CEREC 3), esse sistema tinha mais de 23 mil usuários em agosto de 2008.10 O sistema completo consiste em uma unidade de impressão óptica e planejamento e em uma unidade de usinagem. A primeira conta com câmera intra-oral que realiza o escaneamento óptico das superfícies dos preparos e um computador onde está instalado o programa CEREC 3D, capaz de interpretar os dados provindos da câmera, montar o modelo virtual em três dimensões e planejar digitalmente inlays, onlays, overlays, facetas, coroas e restaurações provisórias. O protocolo de impressão óptica do sistema CEREC requer que um pó de dió- xido de titânio seja aplicado sobre as superfícies preparadas, com o auxílio de um spray, para que exista reflexão adequada e unifor- me da luz, capaz de ser corretamente interpretada pela câmera. Em relação às unidades de usinagem, existem dois mode- los disponíveis atualmente no mercado: a CEREC 3 Milling Unit, mais compacta e de custo menor, porém mais lenta e ruidosa; e a CEREC MC XL, introduzida no mercado mais recentemente e com aprimoramento principalmente em termos de velocidade de usinagem, reduzido nível de ruído, maior precisão de desgaste e simplicidade de operação, porém, com custo mais elevado (Fig. 9). Várias são as companhias que produzem e distribuem mate- riais restauradores voltados para o sistema CEREC de consultó- rio, com destaque para as empresas Vita, Ivoclar Vivadent, 3M ESPE e a própria Sirona. Estima-se que mais de 20 milhões de restaurações já te- Figura 10: (A) Unidade digitalizadora inEOS (escâner óptico); (B) tela do programa inLab; (C e D) unidades de usinagem inLab e inLab MC XL. Figura 9: (A) Unidade de impressão óptica e planejamento; (B) programa para fase CAD CEREC 3D; (C) unidade de usinagem CEREC 3 MC XL. Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. 431Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 Figura 12: (A) Unidade digitalizadora Everest Scan (escâner óptico); (B) tela do programa para planejamento Energy CAD; (C) unidade de usinagem (Everest Engine). Figura 11: (A) Unidade digitalizadora Cercon Eye (escâner óptico); (B) tela do programa Cercon Art; (C) unidade de usinagem Cercon Brain. nham sido produzidas com o CEREC.11 Uma revisão sistemática de acompanhamentos clínicos de restaurações produzidas por esse sistema apontou taxas de sucesso ao redor de 97%, após cinco anos, e de 90% após 10 anos.12 Um estudo de acompanha- mento de inlays e onlays cerâmicos produzidos com a primeira versão do sistema (CEREC 1), após 17 anos, mostrou sucesso de 88,7%.13 Embora o conceito de sistema completo para consultó- rio, que possibilita a realização de restaurações indiretas em uma sessão, seja um dos grandes atrativos do CEREC, é permitido ao dentista adquirir apenas a unidade de impressão óptica e planeja- mento. Os dados do preparo são enviados eletronicamente para um laboratório que possua o sistema CEREC inLab para a produ- ção da peça protética. Em alguns países, já existe um serviço de envio das impressões ópticas via Internetpara laboratórios cre- denciados pelo fabricante do sistema (www.cerec-connect.com). E4D O sistema E4D Dentist (D4D Technologies, EUA) foi re- centemente lançado no mercado, e chamou atenção por ser o primeiro sistema CAD/CAM voltado para o consultório a concor- rer comercialmente com o CEREC. De maneira similar a seu con- corrente, o E4D apresenta uma unidade de impressão óptica e planejamento e outra de usinagem. Os materiais restauradores são produzidos pelas empresas Ivoclar Vivadent e 3M ESPE. Ain- da não existem trabalhos publicados que avaliem o desempenho desse novo sistema. Uma das vantagens no seu protocolo de uso em comparação ao CEREC é a não-necessidade de aplicar o pó de dióxido de titânio para regularizar o padrão de reflexão das es- truturas, em grande maioria dos casos (www.d4dtech.com).14 SISTEMAS DE IMPRESSÃO ÓPTICA Alem dos dois sistemas completos para consultório, que incluem mecanismos de impressão óptica, existem sistemas es- pecíficos para esse fim. O objetivo é eliminar a necessidade de realizar procedimentos de moldagem tradicionais, gerando, a par- tir de câmeras intra-orais, os dados que serão transmitidos eletro- nicamente e utilizados para a fabricação de restaurações em um laboratório ou centro de produção. 3M ESPE C.O.S. (CHAIRSIDE OPTICAL SCANNER): O sis- tema de impressão óptica LAVA COS (3M ESPE, EUA) conta com câmera intra-oral ligada a uma unidade que apresenta computa- dor e tela sensível ao toque. A digitalização do preparo é realizada por meio da captura de inúmeros dados tridimensionais a cada segundo, que vão formando na tela um modelo tridimensional em tempo real (tecnologia AWS – Active Wavefront Sampling).15 Esse é um grande diferencial desse sistema, já que a maioria dos pro- ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 432 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 dutos para impressão óptica realizam primeiramente a tomada de diversas imagens estáticas, para então formar o modelo 3D. Os dados obtidos são envidados para um laboratório autorizado ou centro de produção, para o planejamento e produção das restau- rações (www.3mespe.com/lavacos). CADENT ITERO: O escâner intra-oral Cadent iTero (Cadent, EUA) apresenta estrutura física bastante similar à do concorrente da 3M ESPE. Entretanto, o método de digitalização óptica é dife- rente, feito por meio de imagens estáticas que utilizam o princípio de luz confocal paralela.15 O sistema solicita ao profissional (por meio de comandos de voz) que realize tomadas de imagem em diferentes ângulos e posições, para que seja formado o mode- lo tridimensional virtual. Os dados são enviados a um laboratório credenciado, e um centro de produção fabrica modelos físicos por processamento CAM. Os modelos físicos podem então ser utilizados pelo laboratório para produzir restaurações por técnicas automatizadas ou convencionais (www.cadentitero.com). HINTELS DIRECTSCAN E DENSYS3D: Outros dois disposi- tivos de impressão óptica já em comercialização ou em fase final de testes são o Hint-Els directScan (www.hintels.de; Hint-Els, Ale- manha) e o Densys3D (www.densys3d.com; Densys, Israel).16 CAD/CAM PARA LABORATÓRIOS OU COM CENTROS DE PRODUÇÃO SISTEMAS COMPLETOS PARA LABORATÓRIOS SIRONA CEREC INLAB O CEREC inLab (Sirona) é a versão para laboratório do sistema CEREC (Fig. 10). As principais diferenças em relação ao sistema para consultório encontram-se no método de digitaliza- ção, software e nas possibilidades de utilização. A digitalização pode ser realizada por um escâner incorporado à unidade de usinagem. Ambas as versões de unidades de usinagem (inLab e inLab MCXL) estão disponíveis com um sistema de digitalização a laser, que escaneia modelos fabricados com um gesso especí- fico. Outra forma de digitalizar os modelos, muito mais eficiente, é a utilização da unidade digitalizadora inEOS, capaz de realizar a tomada de imagens de maneira rápida e precisa. O programa do sistema inLab, além de possibilitar a pro- dução de restaurações anatômicas, permite ao laboratório criar infra-estruturas para coroas unitárias, pontes, abutments para im- plantes, dentre outros usos. O software e as unidades de usina- gem são capazes de processar diversos materiais, como cerâmi- cas feldspáticas, vítreas reforçadas por leucita, vítreas à base de dissilicato de lítio pré-cristalização final, alumina pré-infiltração de Figura 14: (A) Unidade digitalizadora Lava Scan ST (escâner óptico); (B e C) telas do programa para planejamento LAVA CAD. Figura 13: (A) Unidade digitalizadora 3shape (escâner óptico); (B) tela do programa para CAD Dental Designer; (C) unidade de usinagem ZENO 4030. Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. vidro, alumina pré-sinterização final, dióxido de zircônio pré-sin- terização final, resinas compostas para restaurações provisórias e permanentes e resinas para confecção de padrões que possi- bilitam restaurações cerâmicas injetadas ou metálicas fundidas. Esses materiais serão discutidos na parte 3 da presente série de artigos. Uma particularidade do sistema CEREC inLab, cujo obje- tivo é reduzir o investimento inicial de pequenos e médios labo- ratórios, é a possibilidade de pay per use, ou seja, uma “chave” (ligada à porta USB do computador) é comprada pelo laboratório, e permite realizar determinado número de usinagens. Após esse número de restaurações produzidas, uma nova chave é necessá- ria para futuras usinagens. Assim, o investimento inicial é menor, porém, o custo por peça aumenta. Para laboratórios com grande demanda, a com- pra de um sistema sem pay per use (com uma chave sem limi- te de usinagens) normalmente é a opção indicada (www.sirona. com/cerec; selecionar link para InLab System). Diversos estudos consideram boa a adaptação das infra-estruturas e restaurações produzidas pelo sistema CEREC inLab.17-19 DEGUDENT CERCON O sistema Cercon (www.cercon-smart-ceramics.com e www.allceramiccrowns.com; Degudent, Alemanha) foi introduzido no mercado apenas como um aparelho CAM. Nessa primeira ver- são, ainda bastante utilizada, o laboratório realizava o enceramen- to convencional da infra-estrutura desejada e o sistema escaneava e “copiava” o padrão de cera, realizando, então, a usinagem. Mais recentemente, porém, o Cercon tornou-se uma solução CAD/CAM completa, pelo acréscimo de uma unidade digitalizadora (Cercon Eye) e de um software de planejamento (Cercon Art), que permi- te a digitalização de modelos e o planejamento virtual da infra- estrutura. A unidade de usinagem Cercon Brain realiza o desgaste dos blocos de dióxido de zircônio que serão sinterizados na uni- dade Cercon Heat (Fig. 11). Laboratórios de baixa ou média de- manda podem adquirir apenas o escâner e o programa, realizar a fase CAD e utilizar a possibilidade de outsourcing da fase CAM. O pioneiro Cercon, apenas CAM, apresenta maior desadaptação marginal do que sistemas CAD/CAM,17,19 problema esse que, es- pecula-se, será reduzido na versão CAD/CAM do sistema. KaVo Everest O sistema Everest (www.kavo-everest.com; KaVo, Alema- nha) conta com unidades de digitalização, software, usinagem e sinterização (Fig. 12). Destaques do sistema são a unidade de usinagem com cinco eixos e a grande variedade de materiais disponíveis: cerâmicas vítreas reforçadas por leucita, cerâmicas vítreas à base de dissilicato de lítio, dióxido de zircônio pré-sinteri- zação final ou em estado HIP (hot isostatic pressed), titânio, resina para confecção de elementosprovisórios e resina para padrões de fundição. Recente trabalho avaliou a adaptação marginal de infra-estruturas de pontes fixas produzidas em dióxido de zircô- nio com o sistema Everest. Os resultados comparam a adaptação ao sistema Procera, porém, apontam que o sistema LAVA é um tanto superior. Entretanto, os valores de desadaptação do siste- ma Everest demonstram-se plenamente aceitáveis para a prática clínica.20 WIELAND ZENO O sistema Zeno Tec (www.wieland-dental.de; Wieland, Ale- manha), como muitos de seus concorrentes, é composto por uma unidade de digitalização, um software para CAD, uma unidade de usinagem e um forno para sinterização (Fig. 13). Com o sistema Zeno, é possível utilizar escâner óptico e software de código aber- to, também compatíveis com outros sistemas CAM, no caso, a unidade digitalizadora 3shape e o software DentalDesigner (3sha- pe, Dinamarca). A empresa Wieland oferece para o sistema Zeno Tec a possibilidade de usinar infra-estruturas em dióxido de zircô- nio, alumina, cromo-cobalto e titânio, restaurações provisórias em resina e padrões de fundição em resina ou em cera sintética. Há também a possibilidade de outsourcing da fase CAM. Figura 15: (A) Unidade digitalizadora Etkon es1 (escâner óptico); (B) tela do programa Etkon visual; (C) centro de usinagem do sistema Etkon. 433Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 ODONTOLOGIA RESTAURADORA COM SISTEMAS CAD/CAM: O ESTADO ATUAL DA ARTE. PARTE 2 – POSSIBILIDADES RESTAURADORAS E SISTEMAS CAD/CAM 434 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.5, n.4, p. 424-435, out./dez. 2009 Recente trabalho avaliou a desadaptação marginal de infra-estruturas de pontes fixas de 14 elementos com oito pilares e copings unitários produzidos pelo sistema Zeno em dióxido de titânio. Os valores médios foram de 25μm e 13μm, que estão den- tro dos padrões clinicamente aceitáveis.21 SISTEMAS COM PRODUÇÃO CENTRALIZADA 3M ESPE LAVA LAVA é o sistema CAD/CAM da companhia 3M ESPE (www.3mespe.com/lava; 3M ESPE, Alemanha) cujo protocolo consiste, em laboratório, na digitalização de modelos de gesso pelo escâner LAVA Scan ST e planejamento com o programa LAVA CAD (Fig. 14). Os dados são enviados para um centro de produção (ou para grandes laboratórios que possuam as unida- des de usinagem e sinterização), onde a infra-estrutura em dióxi- do de zircônio é produzida. Em conjunto com o escâner intra-oral LAVA COS, moldagem e, por conseqüência, modelagem em ges- so também podem ser eliminadas do fluxo de trabalho. A adap- tação marginal das peças produzidas pelo sistema LAVA varia de acordo com as publicações, ficando ao redor de 46μm (pontes de quatro elementos),20 15μm (ponte de três elementos),22 65μm (ponte três elementos),18 todos valores que demonstram níveis plenamente aceitáveis de adaptação. ETKON O sistema Etkon (www.etkon.de; Alemanha) está ligado à companhia Straumann, marca mundialmente presente, especial- mente na área da implantodontia. Esse sistema consiste em um escâner óptico e um software para CAD que, em laboratório, rea- lizam as etapas de digitalização e planejamento (Fig. 15). A pro- dução das infra-estruturas é realizada em um centro de produção que possibilita o uso de diversos materiais metálicos, cerâmicos e resinosos. A adaptação das peças produzidas por esse sistema foi avaliada como muito boa e superior a sistemas como o Cerec InLab e o Cercon (apenas CAM), com valores marginais de desa- daptação de aproximadamente 29μm.17 PROCERA O sistema Procera (www.nobelbiocare.com; Nobel Bioca- re, Suécia) é pioneiro na produção de infra-estruturas para coro- as e pontes, bem como abutments para implantes, e atua desde 1994.23 Nesse sistema, o laboratório recebe o molde e vaza o mo- delo de gesso que é, então, digitalizado por escâner mecânico. Existem dois tipos de unidades digitalizadoras: o Procera Piccolo, mais compacto e com menor custo, indicado para infra-estruturas de coroas unitárias e facetas e abutments para implantes; e o Pro- cera Forte, que possibilita todas as funções da versão Piccolo, além da digitalização de modelos com o objetivo de produzir infra- -estruturas para pontes. A fase CAD é realizada com o auxílio de um software específico para o sistema, que cria os dados que serão enviados por Internet ao centro de produção. A produção centralizada das infra-estruturas é realizada na Suécia ou nos Es- tados Unidos, por um processo que envolve a criação de troquéis de maior volume (para compensar a contração de sinterização), prensagem do material cerâmico sobre os troquéis, usinagem na forma adequada, sinterização e controle de qualidade. Os mate- riais disponíveis são a alumina densamente sinterizada e o dióxido de zircônio. A adaptação das peças produzidas é relatada como muito boa, com valores dentro das margens de aceitabilidade clí- nica.20,22,24-25 INFINIDENT, DIGIDENT, COMPARTIS, CARA E OUTROS Diversos outros sistemas de produção centralizada estão disponíveis, como, por exemplo, o sistema Infinident (www.infini- dent.de; Sirona, Alemanha), que trabalha em conjunto com o sis- tema CEREC inLab e permite o uso de uma gama de materiais; o sistema Digident (www.digident-gmbh.de; Digident, Alemanha), que permite que os laboratórios enviem o modelo de gesso, e todo o processo de digitalização, CAD e CAM são executados pelo centro de produção; o sistema Compartis (www.compartis. de; Degudent, Alemanha), que é o centro de produção para labo- ratórios que possuem a unidade digitalizadora e o software do sis- tema Cercon; o sistema Cara (www.heraeus-cara.com; Heraeus, Alemanha), que é o sistema lançado pela empresa Heraeus, im- portante fabricante de materiais odontológicos. Diversos outros sistemas e empresas atuam no segmento de produção automatizada de restaurações dentárias, entretanto, não é possível, nem é objetivo deste artigo, apresentar todos os sistemas, e sim os mais relevantes e com os quais os autores já tiveram a oportunidade de trabalhar ou obter informações mais detalhadas sobre eles. Como essa é uma área de rápidas e cons- tantes transformações, novas máquinas, conceitos e serviços, bem como atualizações dos equipamentos, são constantemente lançados. Sugere-se visitar as páginas eletrônicas dos fabricantes para obtenção de maiores e atualizadas informações. CONCLUSÕES O número de sistemas CAD/CAM existentes e as possibili- dades restauradoras disponíveis são grandes, o que permite aos profissionais realizar praticamente qualquer tipo de restauração, com os benefícios da automatização. A intensa competição e a concorrência entre as diversas empresas fabricantes de sistemas devem, por lógica de mercado, reduzir, com o passar do tempo, os custos finais para os dentistas, laboratórios e pacientes. A tecnologia CAD/CAM é passível de ser empregada em diversas etapas da confecção de uma restauração indireta. A par- cela de etapas de produção realizada por meios automatizados Hilgert LA, Schweiger J, Beuer F, Andrada MAC, Araújo E, Edelhoff D. 1. . .. . 2. .. . 3. 4. .. . 5. .. . 6. .. . .7. .. . . . ..8. .. . . 9. . 10. 11. .. . .. . 12. .. . 13. .. . 14. .. . 15. .. . .. . 16. 17. .. . 18. .. . .. . 19. .. . 20. .. . .. . .. . 21. .. . 22. .. .23. .. . 24. .. . 25. deve ser ajustada de acordo com as necessidades dos materiais restauradores a serem utilizados e as preferências dos profissio- nais envolvidos (dentistas e técnicos em prótese dental). Como discutido no artigo da parte 1 da série, o nível de automatização recomendado varia de acordo com a demanda e atenciosa aná- lise financeira de cada clínica ou laboratório. A possibilidade de outsourcing (etapas realizadas em centros de produção) é, para muitos, mais viável e permite entrada mais rápida no conceito de tecnologia CAD/CAM. AGRADECIMENTOS O primeiro autor agradece ao Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina e ao Departamento de Prótese da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique (Diretor: Prof. Dr. med. dent. Dr. h.c. Wolfgang Gernet) as oportunidades de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) o apoio financeiro, proces- sos 142966/2006-1 e BEX2759/07-1, respectivamente; ao DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdienst) o auxílio e incentivo à pós-graduação e ao aprendizado da língua alemã. 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