Buscar

Direito Penal IV com exercícios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ÍNDICE:
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.......................................................................
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE.......................................................................
CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL......................................................................
LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL................................................................................
CRIMES CONTRA A FAMÍLIA.............................................................................
CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA.............................................................
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA.................................................................
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA.....................................................................
FALSIDADEDOCUMENTAL....................................................
FALSIDADE_IDEOLÓGICA
CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................................
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL:
	Art. 213, caput, do CP - ESTUPRO:
Objeto Jurídico – A liberdade sexual de alguém. Tutela-se, ainda, a integridade corporal e a vida. 
Elementos do Tipo:
	Ação Nuclear – Constranger (forçar, obrigar) alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
	O constrangimento é realizado mediante violência ou grave ameaça. 
	A violência pode ser real, através da lesão corporal leve, grave, até a morte. A violência ficta, presumida ou indutiva ocorre nas hipóteses do art. 224 do CP. 
	As lesões leves e vias de fato integram o tipo, se houve dolo no tocante ao estupro e à lesão corporal grave ou morte, haverá concurso. 
	A conjunção carnal consiste na cópula vagínica (completa ou vestibular); não há necessidade de ejaculação para o crime se consumar, nem introdução completa.
	O ato libidinoso é aquele que visa ao prazer sexual. É o que serve para desafogar a lascívia, o instinto sexual. São considerados como atos libidinosos, desde que praticados com violência ou grave ameaça:
	Ex1: passar as mãos nas pernas da vítima; passar as mãos nas nádegas da vítima; em suas coxas e seios (RT 397:84); coito anal e sexo oral (RJTJSP 118:501); visão lasciva (JTACrim SP 66:303);
	Ex2: constranger alguém a ficar sem roupas para que possa contemplá-la (neste caso temos violência presumida – para outros, exige-se o contato físico).
	Sujeito Ativo:
	Qualquer pessoa, homem ou pessoa, inclusive o eunuco (homem castrado que, no Oriente, era guarda dos haréns ou homem impotente, ou fraco). (RT 619:277).
	Sujeito Passivo:
	Qualquer pessoa. A esposa também pode ser sujeito passivo (RT 394:80 e 516:343). Também a meretriz (RJTJSP, 47:378).
	Sujeitos:
	Admite-se o crime cometido pelo marido contra sua esposa, vez que há no casamento o direito ao relacionamento sexual, mas não há obrigatoriedade, podendo a pessoa se recusar justificadamente. 
	Para configuração do delito, o dissenso da pessoa tem que ser sincero e positivo. 
	A pessoa tem que resistir inequivocadamente, embora se tenha admitido a hipótese da vítima que chega à exaustão completa e aquela cujo pânico a deixa inerte.
	Elemento Subjetivo:
	Dolo, consistente, na vontade de obter a conjunção carnal ou ato libidinoso.
	Dolo. Duas posições: 
	1) para alguns tem que haver um elemento subjetivo específico, qual seja o da satisfação da lasciva do agente (RT 561:404). 
	2) posição do Dr. Damásio: basta a intenção da pratica da conjunção carnal ou ato libidinoso e a consciência da libidinosidade.
	Momento Consumativo:
	Ocorre a consumação do crime com a introdução parcial ou completa do pênis na vagina da ofendida, não se exigindo a ejaculação (TJSP, A Crim 75.577, RJTJSP 101:431). 
	É crime material que só se consuma com a efetiva prática do ato libidinoso, diverso da conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça (RT 554:344 e 578:330).
	Se houver simples contato de órgãos sexuais, fala-se em tentativa. (RT 584:319; RJTJSP, 101:431).
	Obs.: Quaisquer outros atos diversos da conjunção carnal consideram-se como incurso na segunda parte do artigo.
	Obs.: Extinguia-se a punibilidade nos casos do artigo 107, VII e VIII, do CP. Mas estes incisos foram revogados pela Lei 11.106, de 28 de março de 2005.
	Formas:
	Dolosa – Simples e qualificada.
	Simples – Está prevista no caput do art. 213, com pena de reclusão de 6 a 10 anos.
	Qualificada pelo resultado: se resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos (art., 213, § 1º c.c. o art. 223, caput): pena de reclusão de 8 a 12 anos.
	Morte (art. 213, § 2 º c.c. o art. 223, parágrafo único): pena de reclusão de 12 a 30 anos.
	Ação penal:
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
	Art. 214. Atentado violento ao pudor (revogado):
	Art. 7º, da Lei n º 12.015, de 7 de agosto de 2009 estabelece: Revogam-se os artigos 214, 216, 223, 224 e 232 do CP e a Lei n º 2.252, de 1º de julho de 1954.
	
	VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE:
	ART. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
	Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
	Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
	Objeto Jurídico:
	Liberdade sexual do homem e da mulher.
	Ação Nuclear: ter “(manter) conjunção carnal” (com mulher, mediante fraude). Praticar ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima.
	Houve a eliminação do requisito normativo cultural “mulher honesta”. 
	Sujeitos:
	Sujeito Ativo e Passivo – Qualquer pessoa (homem ou mulher).
	Elemento Subjetivo:
	O dolo: vontade livre e consciente de praticar as condutas previstas no tipo. 
	Não há necessidade de fim especial do agente.
	Momento consumativo:
	É crime que exige, para sua configuração, a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina da vítima. É irrelevante a ocorrência ou não de ejaculação.
	Admite-se aqui a tentativa.
	Ocorre a consumação com a efetiva prática do ato libidinoso, diverso da conjunção carnal. 
	A tentativa do ato libidinoso é admissível.
	Formas:
	Somente a modalidade dolosa.
	Simples – Está no caput.
	Qualificada: prevista no parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
	Concurso:
	Observação: Não há concurso entre os tipos do art. 215 e o induzimento de vulnerável do art. 218, pois está é absorvida por aquele.
	Ação penal:
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
	Art. 216. Atentado ao pudor mediante fraude (revogado):
	Art. 7º, da Lei n º 12.015, de 7 de agosto de 2009 estabelece: Revogam-se os artigos 214, 216, 223, 224 e 232 do CP e a Lei n º 2.252, de 1º de julho de 1954.
	ASSÉDIO SEXUAL:
	Conceito: Art. 216-A.
	É o ato de constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superiorhierárquico.
	Ou o constrangimento é devido a ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
	Pena: detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
	Dispositivo introduzido pela Lei n. 10.224, de 15.5.2001.
	Assédio ambiental:
	Não está previsto na Lei n. 10.224/2001.
	Consta, por exemplo, do Código Penal espanhol (art. 173) e se caracteriza por um comportamento de natureza sexual de qualquer tipo.
	O assédio ambiental tem como consequência produzir um contexto laboral negativo, intimidatório, hostil, ofensivo ou humilhante para o trabalhador, impedindo-o de desenvolver seu trabalho em um ambiente minimamente adequado.
	Assédio moral:
	Caracteriza-se pela conduta tendente a transformar a vítima em um robô, como proibição de sorrir, conversar, levantar a cabeça, cumprimentar os colegas de trabalho etc.
	Vigência:
	Publicada em 16.5.2001, a Lei n. 10.224 entrou em vigor na mesma data.
	Irretroatividade:
	A novatio legis incriminadora não tem efeito retroativo, aplicando-se somente a fatos cometidos a partir de sua vigência (16.5.2001).
	Crítica:
	No plano da tipicidade, o tipo do art. 216-A é extremamente confuso, deixando de conferir clareza e precisão ao texto, contrariando, assim, as recomendações do art. 11, I e II, da LC n. 95, de 26.2.1998.
	Objetividade jurídica:
	Trata-se de delito pluriofensivo, que visa proteger os costumes (genérico), a honra e o direito a não ser discriminado no trabalho ou nas relações educacionais.
	Sujeitos do crime:
	Qualquer pessoa, homem ou mulher, pode ser sujeito ativo do crime de assédio sexual, o mesmo ocorrendo em relação ao sujeito passivo. O homossexual pode ser sujeito passivo.
	Conduta típica:
	O núcleo do tipo é o verbo “constranger”. Haverá duas correntes: 
	1.ª) O legislador empregou o verbo constranger no sentido de tolher a liberdade de, obrigar, forçar, compelir, coagir, como nos delitos de constrangimento ilegal, estupro etc. (Luiz Flávio Gomes); 
	2.ª) O verbo constranger, na figura típica, significa acanhar-se, incomodar, embaraçar, envergonhar, causar vexame.
	Meios executórios:
	Crime de forma livre, o constrangimento tendente ao assédio sexual pode se dar por quaisquer das formas de comunicação (verbal, escrita ou mímica). 
	Cerceamento de direito da vítima:
	Não é qualquer constrangimento que pode configurar o delito de assédio sexual. Há necessidade de cerceamento a um direito ao qual a vítima faz jus. 
	Requisitos:
	Ação de constranger; 
	Intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, para si ou para outrem; 
	Prevalência do agente de sua condição de superior hierárquico ou de ascendência em relação à vítima (abuso); as situações (superioridade hierárquica ou ascendência) devem existir em decorrência de emprego, cargo, ou função; 
	Legitimidade do direito ameaçado ou injustiça do sacrifício a que a vítima deve suportar por não ceder ao assédio.
	Elementos subjetivos do tipo:
	O primeiro é o dolo, que, abrangente, deve alcançar as outras elementares objetivas e normativas. Deve haver especial fim de obter vantagem ou favorecimento sexual.
	Qualificação doutrinária:
	Trata-se de crime próprio.
	Além disso, é formal: o tipo descreve a conduta e o resultado visado pelo sujeito, mas não o exige.
	Consumação e tentativa:
	Consuma-se o assédio sexual com a conduta de constranger (delito formal), independentemente de obter ou não o autor os favores sexuais pretendidos. 
	A tentativa é admitida no assédio por meio escrito.
	Quando empregado meio verbal ou gestos, a tentativa é inadmissível.
	Causas de aumento de pena do art. 226 do CP:
	Incidem as circunstâncias do concurso de pessoas (I). 
	A condição de casado do autor (III): não se justificava essa causa de aumento de pena nos crimes sexuais e foi revogada (Lei 11.106/05). 
	Não incide parte do inciso II, porque algumas hipóteses nele aventadas já integram a figura típica (direta ou indiretamente), não podendo, novamente, ser objeto de valoração (relação de superioridade e ascendência).
	Conforme o art. 216-A, § 2 °, do CP, a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
	Modificação introduzida pela Lei n ° 12.015, de 7 de agosto de 2009.
	Ação penal:
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e corrupção de vulnerável, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e corrupção de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
	CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL:
	Art. 217. Sedução (revogado):
	A Lei n º 11.106, de 28 de março de 2005 revogou o artigo 217 do CP.
	Art. 217-A – Estupro de Vulnerável:
	Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
	Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
	Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência (§ 1 °).
	Todas as explicações do crime de estupro valem para este crime guardadas as devidas proporções.
	Observação:
	Não há mais o estupro na forma presumida, haja vista que os artigos 224 e 232 foram expressamente revogados, logo não há mais violência presumida, mas há o estupro de vulnerável.
	Art. 218. Corrupção de menores (substituído):
	A Lei n º 12.015, de 7 de agosto de 2009 substituiu o crime de corrupção de menores pelo induzimento de vulnerável. Trata-se de novatio legis in mellius.
	Induzimento de Vulnerável – Art. 218 CP.
	É o fato de induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
	Sujeito Ativo: qualquer um.
	Sujeito passivo: menor de 14 anos (homem ou mulher). 
	Ação penal: pública incondicionada.
	Observação:
	É o fato de induzir menor de 14 anos a prestar assistência à libidinagem (apetite sexual, lascívia, luxúria, sensualidade) alheia (de outrem). 
	Elementos Objetivos: 
	No induzimento, na persuasão e no aliciamento o sujeito faz penetrar na mente da vítima a ideia de satisfazer a lascívia de outrem.
	Diz respeito a viciar o ofendido nos prazeres de carne, tornando-o presa fácil da luxúria ou do desejo erótico de terceiro.
	Elemento Subjetivo: 
	Dolo: é necessário apenas a intenção de indução à pratica de atos de libidinagem com pessoa que sabe menor de 14 anos. Ex. convencer o menor a desnudar-se.
	Erro de proibição:
	O erro invencível sobre a idade exclui a culpabilidade (erro de proibição).
	O erro de tipo exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo.
	Consumação: 
	Com a prática de ato para satisfação da luxúria alheia, independentemente do orgasmo.
	Admite-se a tentativa. 
	Para configurar-se o crime exige-se que o ato libidinoso tenha o efeito de levar o ofendido à degradação moral.
	O vulnerável precisa sofrer influência de ordem moral, capaz de modificar sua personalidade. Se induzido a conjunção carnal ou ato libidinoso será estupro de vulnerável (art. 217-A).
	Este delito se tipifica por exclusão, ou seja, se não houver violência, grave ameaça, excluem-se o 213 e 217-A, do CP. 
	Se não houve fraude, exclui-se a violação sexual mediante fraude. Se a vítima não praticou cópula tópica ou ectópica mediante fraude, configura a indução de vulnerável.
	Comparação entre Crimes:
	Indução de vulnerável e Lenocínio:
	Ambos induzem alguém a satisfação da lascívia de outrem, mas o induzimento de vulnerável é contra menor de 14 anos e o lenocínio é contra maior de 14 anos.
	Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A)
	Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
	Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
	Objetividade jurídica: moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo: qualquer pessoa.
	Sujeito passivo: menor de 14 anos.
	Três formas de indução:
	Principais:
	Praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com o vulnerável, o que caracteriza o crime de estupro de vulnerável.
	Acessórias:
	Induzir a praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso, (o próprio vulnerável), em si mesmo, ou com terceiros, na presença do indutor.
	Assistir conjunção carnal ou outro ato libidinoso praticado pelo agente ou por terceiro é satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
	Conduta: induzir significa persuadir, incitar, levar, mover.
	Lascívia: é a luxúria, sensualidade, libidinagem.
	Elemento subjetivo especial: o fim de satisfazer a lascívia de outrem.
	Consumação: ocorre com a efetiva satisfação da luxúria alheia.
	Observação: não se requer a habitualidade para a consumação do delito.
	Tentativa: admite-se.
	Ação penal: pública incondicionada.
	Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-B):
	Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
	§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
	Figuras equiparadas:
	§ 2º Incorre nas mesmas penas: 
	I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e é maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
	II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
	§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º:
	Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
	Objetividade jurídica: moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher.
	Sujeito passivo: o vulnerável.
	Vulnerável: menor de 18 (dezoito) anos ou quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato. 
	Conduta: submeter, induzir ou atrair ou obstar o abandono da prostituição.
	Prostituição: é o comércio habitual ou profissional do sexo. 
	Elemento subjetivo: o dolo.
	Consumação: quando a vítima é conduzida a prostituição; quando o agente torna fácil a exploração sexual ou obsta o abandono da prostituição.
	Observação: não se requer a habitualidade para a consumação do delito.
	Tentativa: admite-se.
	Ação penal: pública incondicionada.
	EXERCÍCIOS DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL:
	1). Qual a objetividade primária do estupro? Justifique
2). Qual a objetividade secundária do estupro? Justifique
3). Qual a ação nuclear do estupro? Justifique
	4). Cite e explique os tipos de violência no estupro? Justifique
	5). Por que as lesões corporais leves e as vias de fato ficam absolvidas no estupro? Justifique
	6). Em que consiste a conjunção carnal? Justifique
	7). O que é cópula tópica? Justifique
	8). Qual é o sujeito ativo do estupro? Justifique
	9). A mulher pode ser partícipe de estupro? Justifique
	10). Por que só a mulher pode ser sujeito passivo do estupro? Justifique
	11). O marido pode ser sujeito ativo de estupro contra sua própria esposa? Justifique.
	12). Por que para a configuração do estupro há necessidade do dissenso sincero e positivo da mulher? Justifique.
	13). Admite-se estupro na hipótese da vítima não resistir inequivocadamente por completa exaustão ou pânico que a deixa inerte? Justifique.
14). Qual o elemento subjetivo do estupro? Justifique.
15). Quando ocorre o momento consumativo do estupro? Justifique.
	16). É possível a tentativa de estupro no simples contato de órgãos sexuais? Justifique.
	17). Quando os atos libidinosos diversos da conjunção carnal são “ante factum” impunível o estupro? Justifique.
	18). Cite e explique as formas do estupro.
	19). Qual a diferença entre concurso de homicídio e estupro e o estupro qualificado pela morte? Justifique.
	20). Qual a consequência de um estupro cometido contra menor de 14 anos? Justifique.
	21). Por que o parágrafo único do art. 213 e 214 foi revogado? Justifique.
	22). Qual o princípio que impede a aplicação da agravante genérica do art. 61, I, “h” quando o crime for praticado contra criança? Justifique. Explique.
	23). Pode haver concurso entre os crimes previsto nos art. 213 e 214? Justifique. E exemplifique.
	24. O coito anal antes ou depois da conjunção carnal pode ser absorvido pelo estupro conforme o princípio da consunção? Justifique.
	25). Havendo coito anal e conjunção carnal, mediante violência e grave ameaça entre um homem e uma mulher, qual o tipo de concurso de crimes e como ficará a aplicação da pena do agente? Justifique.
	26). Por que a lesão corporal e as vias de fato são absorvidas pelo estupro? Justifique.
	27). É possível a continuidade delitiva do estupro contra a mesma vítima ou contra vítimas diversas? Justifique.
	28). Qual a objetividade jurídica primária e secundária do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	29). Explique os elementos do tipo do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	30). O que é ato libidinoso? Justifique. Exemplifique.
	31). O que é cópula ectópica? Justifique.
	32). Se uma pessoa constranger alguém a ficar sem roupas para que possa contemplá-la, haverá crime? Justifique.
	33). Qual o sujeito ativo do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
34). Qual o sujeito passivo do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
35). Qual o elemento subjetivo do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	36). Na opinião de Damásio há necessidade de dolo específico no ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	37). Qual o momento consumativo do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	38). Qual a classificação doutrinária do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	39). Por que a Lei 11.106 de 2005 revogou os incisos VI e VII do art. 107, do CP? Justifique.
	40). Por que, embora revogado o inciso VII do Art. 107 do CP o casamento do agente com a vítima ainda exclui a punibilidade? Justifique.
	41). É possível a tentativa no ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	42). Cite e explique as formas do estupro mediante ato libidinoso diverso da conjunção carnal.
	43). Por que as vias de fato e as lesões leves são absorvidas no ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique. Explique.
	44). Qual a diferença entre o estupro qualificado pela lesão corporal grave e o estupro em concurso com a lesão corporal grave? Justifique.
	45). Qual a diferença entre o ato libidinoso diverso da conjunção carnal qualificado pela morte e o ato libidinoso diverso da conjunção carnal em concurso com o homicídio? Justifique.
	46). Incide o art. 9° da Lei 8.072/90 sobre o ato libidinoso diverso da conjunção carnal cometido com violência presumida? Justifique.
	47). Existe modalidade culposa no ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	48). Qual a diferença entre a violação sexual mediante fraude e o estupro? Justifique.
	49). Qual a objetividade jurídica primária e secundária da violação sexual mediante fraude? Justifique.
	50). Explique os elementos do tipo da violação sexual mediante fraude.
	51). Qualo elemento normativo do crime de violação sexual mediante fraude que foi eliminado da figura típica e por quê? Justifique.
52). Qual o sujeito ativo do crime de violação sexual mediante fraude? Justifique. 
	53). Quais os sujeitos passivos primários e secundários da violação sexual mediante fraude? Justifique
	54). Há necessidade de fim especial do agente no crime de violação sexual mediante fraude? Justifique.
	55). Uma mulher devassa pode ser sujeito passivo de violação sexual mediante fraude? Justifique.
	56). Quando ocorre a consumação da violação sexual mediante fraude? Justifique.
	57). Admite-se a tentativa na violação sexual mediante fraude? Justifique.
	58). É necessária a consciência do agente quanto às circunstâncias previstas no parágrafo único do art. 215 para a qualificação do delito? Justifique.
	59). Qual a diferença entre o ato libidinoso diverso da conjunção carnal mediante fraude e o ato libidinoso diverso da conjunção carnal? Justifique.
	60). Qual a objetividade jurídica primária e secundária da violação sexual mediante fraude? Justifique.
	61). O que é assédio sexual? Justifique.
	62). O que é assédio moral? Justifique.
	63). O que é assédio ambiental? Justifique.
	64). Uma pessoa praticou o crime de assédio moral no dia 15/05/01 contra sua secretária. Pode essa pessoa ser punida por este crime? Justifique.
	65). Por que o assédio sexual é uma novacio legis incriminadora? Justifique.
	66). Qual o princípio do direito penal que impede que o assédio sexual seja aplicado a fatos ocorridos antes de sua vigência (16\05\01)? Justifique.
	67). Qual sua opinião a respeito da descrição típica do assédio sexual? Justifique.
	68). Qual a objetividade jurídica primária e secundária do assédio sexual? Justifique.
	69). O homossexual pode ser sujeito passivo do assédio sexual? Justifique.
	70). A meretriz pode ser sujeito passivo do assédio sexual? Justifique.
	71). Cite e explique as duas correntes sobre o núcleo do tipo do assédio sexual? Justifique.
	72). Cite o meio executório do assédio sexual que não admite tentativa, explique o porquê e justifique.
	73). Há assédio sexual quando o agente cerceia direito ao qual a vítima não faz jus? Justifique.
	74). Quais os requisitos do assédio sexual? Justifique.
	75). Qual o elemento subjetivo do assédio sexual? Justifique.
	76). Há a necessidade de fim específico no assédio sexual? Justifique.
	77). Por que o assédio sexual é crime próprio? Justifique.
	78). Por que o assédio sexual é crime formal? Justifique.
	79). Quando ocorre a consumação do assédio sexual? Justifique.
	80). Qual o exaurimento do crime de assédio sexual? Justifique.
	81). É admitida a tentativa de assedio sexual por meio de mímica? Justifique.
82). Incide a condição de casado do autor no assedio sexual? Justifique.
	83). Incide as circunstancias do inciso 2 do art. 226 do CP sobre o assedio sexual? Justifique.
	84). O autor do assedio sexual pode ser preso em flagrante delito? Justifique.
	85). Cabe fiança no assédio sexual? Justifique. 
	86). Existe a possibilidade da ação do crime de assédio sexual ser pública e intentada pelo MP? Justifique.
	87). O que era o crime de sedução? Justifique.
	88). Uma pessoa foi condenada definitivamente pelo crime de sedução, tendo praticado após sentença penal condenatória deste crime outro crime de estupro, sendo considerada reincidente. Após a lei 11.106/05, ainda subsistem os efeitos principais e secundários da condenação pelo crime de sedução? Justifique.
	89). O que é o crime de induzimento de vulnerável? Justifique.
	90). O sujeito ativo do induzimento de vulnerável é próprio? Justifique.
	91). O sujeito passivo do induzimento de vulnerável é comum? Justifique. 
	92). Se uma pessoa induzir um menor de 15 anos a presenciar a pratica de atos de libidinagem por outrem, haverá algum crime? Justifique.
	93). Quais são os  tipos de induzimento que compõem o elemento objetivo do induzimento de vulnerável? Justifique.
	94). Se não ficar provado que o agente do induzimento de vulnerável viciou o ofendido nos prazeres da carne, tornando-o presa da luxuria, haverá o crime do art. 218 do CP? Justifique.
	95). Cite e explique as formas do crime de induzimento de vulnerável.
	96). Qual o elemento subjetivo do induzimento de vulnerável? Justifique.
	97). Há necessidade do fim especial de induzir o menor? Justifique.
	98). Existe dolo específico no crime de induzimento de vulnerável? Justifique.
	99). Se o agente do induzimento de vulnerável não teve consciência de que a vitima  não era corrompida, ele pode ser responsabilizado por este crime? Justifique.
	100). Quando ocorre a consumação do crime de induzimento de vulnerável? Justifique.
	EXERCÍCIOS OBJETIVOS DE ESTUPRO:
	1.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	O crime de estupro é o ato de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal. 
	II.	O crime de estupro é o ato de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
	III.	O objeto jurídico do crime de estupro é a liberdade sexual de alguém. 
	IV. No crime de estupro, tutela-se, ainda, a integridade corporal e a vida.
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	2.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	O elemento do tipo do crime de estupro tem a ação nuclear de constranger (forçar, obrigar) à conjunção carnal ou a outro ato libidinoso.
	II.	No crime de estupro, o constrangimento é realizado mediante violência ou grave ameaça. 
	III.	No crime de estupro, o elemento do tipo é a violência que pode ser real, através da lesão corporal leve, grave, até a morte. 
	IV.	No crime de estupro, a violência ficta, presumida ou indutiva ocorre nas hipóteses de menor de 18 anos, alienada ou débil mental ou alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	3.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, as lesões leves e vias de fato integram o tipo, se houve dolo no tocante ao estupro e à lesão corporal grave ou morte, haverá concurso entre os dois crimes. 
	II.	No crime de estupro, a conjunção carnal consiste na cópula vagínica (completa ou vestibular).
	III.	No crime de estupro, há necessidade de ejaculação para o crime se consumar, bem como a introdução completa do órgão sexual masculino em ereção. 
	IV.	No crime de estupro, há a ação nuclear de constranger (forçar, obrigar) alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	4.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	São considerados como atos libidinosos, desde que praticados com violência ou grave ameaça: passar as mãos nas pernas e nas nádegas da vítima.
	II.	Não é considerado como atos libidinosos, mesmo que praticado com violência ou grave ameaça: passar as mãos nas nádegas da vítima. 
	III.	No crime de estupro, o ato libidinoso é aquele que visa ao prazer sexual. 
	IV.	O ato libidinoso é o que serve para desafogar a lascívia, o instinto sexual. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	5.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	Não são considerados como atoslibidinosos, mesmo que praticados com violência ou grave ameaça: passar as mãos nas coxas e nos seios da ofendida.
	II.	São considerados como atos libidinosos, desde que praticados com violência ou grave ameaça: coito anal e sexo oral.
	III.	São considerados como atos libidinosos, desde que praticados com violência ou grave ameaça: visão lasciva com o contato físico posterior nos órgãos sexuais.
	IV.	O ato de constranger alguém a ficar sem roupas para que possa contemplá-la e depois tocar na genitália da ofendida configura crime de estupro. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	6.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, o sujeito ativo é qualquer pessoa, homem ou mulher.
	II.	No crime de estupro, o sujeito ativo é inclusive o eunuco.
	III.	No crime de estupro, o sujeito ativo é qualquer pessoa. 
	IV.	No crime de estupro, a esposa também pode ser sujeito passivo. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	
	7.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, também pode ser sujeito passivo a meretriz. 
	II.	No crime de estupro, admite-se o crime cometido, pelo marido contra sua esposa, vez que há, no casamento, o direito ao relacionamento sexual, mas não há obrigatoriedade, podendo a pessoa se recusar justificadamente. 
	III.	Para configuração do delito de estupro, o dissenso da pessoa tem que ser sincero e positivo. 
	IV.	No crime de estupro, a pessoa tem que resistir inequivocadamente, embora não se admita para a caracterização deste crime, a hipótese da vítima que chega à exaustão completa e aquela cujo pânico a deixa inerte. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	8.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, o elemento subjetivo é dolo, consistente, na vontade de obter a conjunção carnal ou ato libidinoso. 
	II.	No crime de estupro, há duas posições sobre o elemento subjetivo: para alguns tem que haver um elemento subjetivo específico, qual seja o da satisfação da lasciva do agente. 
	III.	No crime de estupro, há duas posições sobre o elemento subjetivo: a posição do professor Damásio aduz que não basta a intenção da pratica da conjunção carnal ou ato libidinoso e a consciência da libidinagem porque haveria a necessidade de um dolo específico. 
	IV.	No crime de estupro, ocorre a consumação do crime com a introdução parcial ou completa do pênis na vagina da ofendida, não se exigindo a ejaculação. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	9.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, é crime material que só se consuma com a efetiva prática do ato libidinoso, diverso da conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. 
	II.	No crime de estupro, se houver simples contato de órgãos sexuais, fala-se em tentativa e não em crime consumado. 
	III.	Quaisquer outros atos diversos da conjunção carnal consideram-se como incurso na segunda parte do artigo. 
	IV.	No crime de estupro, extinguia-se a punibilidade nos casos de casamento da vítima com o agente ou casamento da vítima com terceiro. Mas estas hipóteses foram revogadas pela Lei 11.106, de 28 de março de 2005. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	10.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	No crime de estupro, a forma dolosa divide-se em: simples e privilegiada.
	II.	No crime de estupro, a forma simples está prevista no caput do art. 213, com pena de reclusão de 6 a 10 anos. 
	III.	No crime de estupro, existe a forma qualificada quando resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos cuja pena é de reclusão de 8 a 12 anos.
	IV.	No crime de estupro, existe a forma qualificada quando resulta morte. 
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	11.	Considere as assertivas a respeito do crime de estupro:
	I.	Nos crimes de estupro e violação sexual mediante fraude, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
	II.	Nos crimes de assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
	III.	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
	IV.	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é pessoa vulnerável.
	Está correto o que se afirma apenas em:
	a) I, II, III e IV.
	b) I, II e III.
	c) I, II e IV.
	d) I, III e IV.
	e) II, III e IV.
	Rapto:
	Revogação do crime de rapto:
	Foram revogados tanto o delito de rapto violento como o de rapto consensual, assim como as disposições pertinentes a eles (CP, art. 219, 220, 221 e 222). 
	Abolitio criminis: 
	Mesmo quem já foi condenado definitivamente pelo crime de rapto pode se beneficiar com a nova lei (porque estamos diante de um caso de abolitio criminis). Lei nova favorável sempre retroage. 
	Sequestro qualificado:
	Agora, quem raptar (sequestrar) qualquer pessoa com fim libidinoso vai responder pelo crime de sequestro qualificado (CP, art. 148, parágrafo 1º, V). 
	Sequestro simples:
	A finalidade do agente é marcante nesse caso (pois reside nela a diferenciação dos delitos): quem sequestra uma pessoa com o fim de privá-la da liberdade responde por sequestro simples; 
	Sequestro qualificado e Extorsão mediante sequestro:
	Se a finalidade é libidinosa, há sequestro qualificado; 
	Se a finalidade é extorquir vantagem econômica, crime de extorsão mediante sequestro. 
	Classificação:
	De acordo com velha classificação penal, o sequestro qualificado pelo fim libidinoso é um crime formal, pois não é preciso acontecer o ato libidinoso para a consumação do crime. 
	Intenção transcendental e resultado cortado:
	Trata-se de crime de intenção transcendental, que é dirigida a um resultado (ato libidinoso, no caso) que não é exigido pelo tipo para a consumação do crime. 
	Crime de resultado cortado (ou antecipado).
	Disposições Gerais:
	Artigos 223 e 226 do CP.
	Figuras qualificadas: (art. 213)
	O “caput” dispõe que se do crime resultar lesão grave, a pena será de 8 a 12 anos de reclusão ou se a vítima é menor de 18 anos (art. 213, § 1°, do CP).
	O Parágrafo Único dispunha que se do crime resultasse morte, a pena seria de 12 a 15 anos de reclusão, mas o § 2°, do art. 213, agora, dispõe que: “se resulta morte, pena será de 12 a 30 anos de reclusão”.
	Essas qualificadoras só se aplicam quando o resultado lesão corporal ou morte for culposo. 
	São crimes exclusivamente preterdolosos.
	Se o agente estupra e mata a vítima dolosamente, responde por estupro simples em concurso material com homicídio qualificado, sendo o crime da Competência do Tribunal do Júri.
	O entendimento predominante é que as qualificadoras só se aplicam ao Estupro Simples e ao Estupro de Vulnerável.
	Presunção de Violência (art. 224 do CP que foi revogado):
	É válida para os crimes de Estupro. 
	Hipóteses:
	Se a vítima não é maior de 14 anos.
	A presunção deixa de existir quando a vítima completa 14 anos e 1dia.
	No dia do aniversário ainda existe a presunção de violência.
	Quanto a presunção existe diversas correntes dizendo se é absoluta ou relativa:
	Correntes:
	Primeira Corrente - é uma presunção absoluta, mesmo que tenha havido o consentimento da vítima haverá o crime se o agente sabe que a vítima era menor;
	Segunda Corrente - é uma presunção relativa, ou seja, se ficar comprovado que a vítima entendia o significado do ato sexual e suas consequências, pode se afastar a presunção de violência;
	Terceira Corrente - é uma presunção relativa, ou seja, se por erro o agente supunha que a vítima tinha mais de 14 anos, afasta-se a presunção de violência.
	Vítima alienada:
	Se a vítima é débil mental e o agente conhecia esta circunstância.
	Só é aplicado quando fica provado pericialmente que em razão da doença mental a vítima não podia entender o significado do ato sexual.
	Vítima que não poderia oferecer resistência:
	Se a vítima por qualquer causa não podia oferecer resistência.
	Não importa se a situação foi criada pelo próprio agente ou se é algo inerente ou causado pela própria vítima. Só se aplica essa presunção se a vítima estava impossibilitada de resistir.
	Aumento de pena:
	Nas hipóteses do Art. 224, que foi revogado, a pena era aumentada de metade. 
	Só valia para o Estupro que agora abrange o Atentado Violento ao Pudor. 
	Art. 9.º da Lei n. 8.072/90 – Aumento de Pena:
	Entendia-se, todavia, que quando a violência é presumida e haja consentimento expresso da vítima, o aumento do Art. 9º, da Lei 8.072/90 não se aplicaria. 
	O fundamento estava no fato da menoridade já ter servido para tipificar a conduta e, portanto, constituiria bis in idem utilizá-la para aumentar a pena.
	O STF, contudo, em recente entendimento, manifestou-se no sentido de que a lei dos crimes hediondos incide, também, no caso da violência presumida.
	Revogação:
	Encontram-se atualmente revogados expressamente por lei os parágrafos únicos dos Art. 213 e 214 do CP.
	Ação Penal 
	Art. 225 do CP:
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e induzimento de vulnerável, procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
	Causas de aumento de pena:
	Art. 226 - Prevê causas de aumento de pena de ¼.
	Inciso I - se o crime for praticado mediante concurso de duas ou mais pessoas. Abrange a coautoria e a participação.
	Inciso II - se o agente é ascendente, pai adotivo, padrasto, irmão, tutor ou curador, preceptor ou empregador, ou quando possua autoridade sobre a vítima, o aumento é de 1/2. Ex.: carcereiro sobre a detenta, amásio da mãe em relação à filha desta.
	Inciso III - se o agente é casado: não se justificava essa causa de aumento de pena nos crimes sexuais e, então, foi revogada (Lei 11.106/05).
	Extinção da punibilidade nos crimes sexuais:
	Foi revogada pela Lei 11.106, de 28 de março de 2005, a causa extintiva da punibilidade consistente no casamento do agente com a vítima, nos crimes sexuais (CP, art. 107, VII).
	Mas o casamento representa perdão do ofendido, que também é causa extintiva da punibilidade. Em suma, nos crimes de ação penal privada o casamento ainda terá relevantes efeitos penais.
	LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL:
	Lenocínio:
	É o fato de se prestar assistência à libidinagem (apetite sexual, concupiscência, lascívia, luxúria, sensualidade) alheia (de outrem), ou dela se tirar proveito.
	No lenocínio, o agente não quer satisfazer a própria lascívia, mas a alheia, exercendo a mediação.
	Outros crimes sexuais:
	Nos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude e no assédio sexual, o agente quer satisfazer sua própria lascívia.
	Objeto jurídico:
	É a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade pública e a organização familiar.
	Mediação para servir a lascívia de outrem:
	Art. 227 - Induzir (instigar, persuadir, incitar) alguém (pessoa determinada) a satisfazer a lascívia de outrem:
	Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
	§ 1º - Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos (não maior de 14 anos – presunção de violência), ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a que esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
	Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
	Formas qualificadas:
	§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
	Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, além da pena correspondente à violência.
	§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro (lenocínio questuário), aplica-se também multa.
	Elementos:
	Objetividade jurídica: a moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. Geralmente é denominado lenão.
	Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa que satisfaça a lascívia de outrem. 
	Elemento subjetivo: dolo. Com dolo especial de satisfazer a luxúria alheia.
	Consumação: com a efetiva satisfação da luxúria alheia.
	Tentativa: admite-se.
	Ação penal: pública incondicionada.
	Favorecimento da Prostituição:
	Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição ou a outra forma de exploração sexual, facilitá-la ou impedir que alguém a abandone:
	Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
	Forma qualificada (§ 1°):
	Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
	Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos  
	Outras formas qualificadas:
	§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
	Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, além da pena correspondente à violência.
	§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
	Conceito:
	Pune o agente que convence, direta ou indiretamente, alguém à prostituição, colabora de alguma forma para a sua prática ou toma providência para evitar que alguém a abandone.
	Prostituição ou exploração sexual:
	A prostituição é o comércio habitual do próprio corpo, para satisfação sexual de indeterminado número de pessoas. 
	A exploração sexual é o ato ou efeito de explorar a sexualidade alheia.
	Crime habitual:
	É a conduta reprovável praticada de forma reiterada, de modo a constituir um hábito ou estilo de vida. Condutas: a) induzir; b) atrair; c) facilitar e d) impedir.
	Mediação para servir a lascívia de outrem:
	A mediação para servir a lascívia de outrem não exige habitualidade e a conduta é dirigida a uma determinada pessoa.
	Favorecimento da prostituição:
	No favorecimento da prostituição há habitualidade; a conduta é dirigida a um número indeterminado de pessoas.
	Em sentido contrário: “Para o reconhecimento do delito de favorecimento da prostituição é dispensada a habitualidade, a reiteratio” (TJSP, RT, 414/55).
	Elementos:
	Objetividade jurídica: a proteção da moralidade pública sexual.
	Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa (homem ou mulher).
	O proxeneta que é a pessoa que ganha dinheiro servindo de intermediário em casos amorosos. 
	É o explorador da prostituição de outrem; é o cáften. 
	Elemento subjetivo: dolo.
	Tentativa: admite-se.
	Ação penal: pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público o oferecimento da denúncia.
	Nas condutas de induzir, atrair e facilitar, com o início da vítima na prostituição; na conduta de impedir, com o prosseguimento na prostituição. A tentativa é admissível.
	Jurisprudência:
	“Não importa terem as mulheres encaminhadas a prostituição experiência sexual. É indiferente quese trate de vítima já descaminhada, para que se caracterize o crime, pois a lei tanto pune o induzimento ou o aliciamento, como também a facilitação” (TJSP, RT, 606/328).
	“A permissão do uso de estabelecimento comercial, com o intuito de lucro, para encontro para fins libidinosos configura o delito de facilitação de prostituição” (TJSP, RT, 606/328).
	Casa de Prostituição:
	Art. 229 - Manter (tem sentido de continuidade, permanência, reiteração, por isso exige habitualidade), por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: 
	É o local onde as prostitutas permanecem para o exercício do comércio sexual ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso (são os falsos hotéis e pensões, que são usualmente utilizados para encontro com prostitutas), havendo, ou não, intenção de lucro ou intermediação direta do dono ou encarregado:
	Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
	Trata-se de crime de grave potencial ofensivo.
	Casa de prostituição e favorecimento da prostituição: 
	Está na conduta do agente, no primeiro crime, o agente mantém, enquanto no segundo crime, o agente atrai, facilita ou impede; o primeiro abrange o segundo crime.
	Dono de motel e intuito de lucro:
	Não pratica o crime, pois embora haja o fim libidinoso no motel, não há o fim de exploração sexual. Não é imprescindível o intuito de lucro para a configuração do delito.
	Tolerância policial:
	Se a casa de prostituição é mantida com fiscalização e tolerância policial, pode configurar-se o "erro de proibição", que incide sobre a culpabilidade da conduta. Há, entretanto, entendimento em sentido contrário (RT, 542/337).
	Erro de proibição e habitualidade:
	O erro de proibição exclui a culpabilidade se o erro for inevitável e se evitável é condenado, mas com redução da pena de 1/6 a ½. É imprescindível a habitualidade para a configuração do delito.
	Prostituta que mantém o lugar:
	De acordo com a doutrina, a prostituta que mantém o estabelecimento e explora o comércio carnal, em local de encontros amorosos, comete o crime, em razão da mediação direta do proprietário ou gerente.
	Local mantido para o exercício da própria prostituição:
	“A prostituta que recebe clientes em sua residência não pratica o crime do art. 229, do CP, pois não mantém, embora exerça o meretrício, casa de prostituição” (TJSP, JTJ, 188/299).
	Elementos:
	Objetividade jurídica: a moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. 
	Sujeito passivo: é a coletividade. Secundariamente, as pessoas que exercem a prostituição.
	Elemento subjetivo: dolo. Com dolo especial de satisfazer a lascívia e a luxúria de outrem.
	Consumação: com a manutenção da casa de prostituição.
	Tentativa: admite-se.
	Ação penal: pública incondicionada.
	LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL – SEGUNDA PARTEI
	Introdução:
	O legislador visa disciplinar a vida sexual das pessoas de acordo com a moralidade pública e os bons costumes.
	O legislador evita, assim, o desenvolvimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual e de comportamentos vistos como imorais no aspecto sexual.
	Rufianismo:
	Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
	Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
	§ 1º - Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
	Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
	§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: 
	Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
	Estas são hipóteses qualificadas do rufianismo.
	Exemplo:
	A pessoa que faz agenciamento de encontros com prostitutas, que "empresariam" mulheres etc. (o crime pressupõe que o agente receba porcentagem no preço do comércio sexual ou remuneração pela sua atuação).
	O agente visa à obtenção de vantagem econômica, de forma reiterada, tirando proveito de quem exerce a prostituição.
	Favorecimento da prostituição, com fim do lucro e rufianismo:
	No favorecimento a vítima é induzida a ingressar na prostituição. No rufianismo, o rufião participa diretamente dos lucros e é sustentado, no todo ou em parte, por quem é explorado sexualmente.
	Sujeito ativo e conduta:
	O sujeito ativo é o rufião que é o indivíduo que vive a expensas de prostituta; é o alcoviteiro, cáften, rúfio, ou pincho e sua conduta é de tirar proveito da prostituição ou exploração sexual alheia. 
	Sujeito passivo e habitualidade:
	Só a meretriz ou homem que exerça a prostituição masculina é sujeito passivo. 
	É imprescindível a habitualidade para a configuração do delito. 
	Tipo subjetivo e cúmulo material:
	O dolo (explorar habitualmente o meretrício alheio). Em resultando lesão corporal da violência, a pena do art. 129, caput, do CP será aplicada cumulativamente com a do rufianismo.
	Consumação, tentativa e ação penal:
	O crime é habitual e se consuma com a reiteração de condutas, logo não é admitida a tentativa. 
	A ação penal é pública incondicionada.
	Concurso material (art. 69, CP):
	Para cada prostituta explorada, o rufião responde por um crime, em concurso material onde aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.
	O papel do cafetão ou gigolô:
	O cafetão ou gigolô é o traficante inclinado ao comércio de mulheres, servindo de negociante, interventor entre pessoas de sexo diferentes, seja homem ou mulher.
	O pincho agencia os atos de libidinagem, vivendo exclusivamente, do comércio amoroso, cuja mercadoria são as pessoas exploradas, que tem sob seu domínio.
	Estado de necessidade:
	A filha que se prostitui visando o sustento da família que está passando fome, não pratica crime, por razões de "política criminal".
	Jurisprudência:
	É condição, para que se verifique o crime de rufianismo, que o agente aufira proveito de prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros, ou se faça sustentar, no todo ou em parte, por quem exerça a prostituição (TACrim, RT, 160/71). O gigolô visa lucro em suas relações e recebe das prostitutas “amores” e “carinhos” gratuitos.
	Tráfico Internacional de Pessoa para fim de exploração sexual:
	Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro. 
	Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
	§ 1 °. Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.
	Formas qualificadas:
	§ 2o  A pena é aumentada da metade se: 
	I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
	II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
	III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 
	IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude.
	§ 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
	Elementos:
	Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
	Consumação: ocorre com a entrada ou saída de pessoa do território nacional para exercera prostituição, independente se ela vier a exercer o meretrício.
	Tentativa: é admissível.
	Elementos e competência:
	Tipo subjetivo: é o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas do tipo.
	Ação penal: pública incondicionada. 
	É crime da competência da Justiça Federal. 
	“Consuma-se o crime previsto no art. 231, do CP, cuja competência para processar e julgar e da justiça federal, com a promoção ou facilitação de saída de mulher para o exterior.”
	Tráfico interno de pessoas:
	Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual: 
	Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
	§ 1 °. Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.
	Formas qualificadas:
	§ 2o  A pena é aumentada da metade se: 
	I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
	II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
	III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 
	IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude.
	§ 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
	Elementos:
	Objetividade jurídica: é a proteção da moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
	Tipo subjetivo: é o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas do tipo.
	Consumação: ocorre com a prática de pelo menos uma das condutas típicas.
	Tentativa: é admissível.
	Ação penal: pública incondicionada. 
	Exemplo:
	Um homem que acolhia em sua residência, em BSB, mulheres vindas de SP para exercer a prostituição na capital está respondendo por tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual.
	EXERCÍCIOS OBJETIVOS DE LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOAS:
	1. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	O lenocínio é o fato de se prestar assistência à libidinagem (apetite sexual, concupiscência, lascívia, luxúria, sensualidade) própria, ou dela se tirar proveito.
	No lenocínio o agente quer satisfazer a própria lascívia, exercendo a mediação.
	No capítulo do lenocínio e do tráfico de pessoas, o legislador visa disciplinar a vida sexual das pessoas de acordo com a moralidade pública e os bons costumes.
	No capítulo do lenocínio e do tráfico de pessoas, o legislador visa evitar o desenvolvimento da prostituição e de comportamentos vistos como imorais no aspecto sexual.
	
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	2. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	O crime de mediação para servir a lascívia de outrem é de menor potencial ofensivo.
	Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos (não maior de 14 anos – presunção de violência), ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro teremos o lenocínio quaestuariu.
	Nos crimes sexuais de estupro mediante cópula ectópica, o agente quer satisfazer sua própria lascívia.
	A objetividade jurídica do lenocínio e do tráfico de pessoas é a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade pública e a organização familiar.
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	3. Assinale a alternativa errada: (1,0 ponto)
	O crime de mediação para servir a lascívia de outrem é qualificado quando praticado por irmão, tutor ou curador ou pessoa a que esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda.
	Se o crime de mediação para servir a lascívia de outrem é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude, haverá o lenocínio violento.
	O crime de mediação para servir a lascívia de outrem é de gravíssimo potencial ofensivo quando praticado por irmão, tutor ou curador.
	Se o crime de mediação para servir a lascívia de outrem é cometido com o fim de lucro (lenocínio questuário), aplica-se também multa.
	Se o crime de mediação para servir a lascívia de outrem é cometido mediante fraude, o crime será de grave potencial ofensivo.
	4. Assinale a alternativa errada: (1,0 ponto)
	O crime de favorecimento da prostituição pune o agente que convence, direta ou indiretamente, alguém à prostituição, colabora de alguma forma para a sua prática ou toma providência para evitar que alguém a abandone.
	O crime de favorecimento da prostituição exige a prática reiterada de atos. Exige-se a habitualidade.
	A prostituta que recebe clientes em sua residência não pratica crime de casa de prostituição.
	A prostituição é o comércio habitual do próprio corpo, para satisfação sexual de determinado número de pessoas. 
	O crime de favorecimento da prostituição é a conduta reprovável praticada de forma reiterada, de modo a constituir um hábito ou estilo de vida. 
	5. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	O crime de favorecimento da prostituição não exige habitualidade; a conduta é dirigida a uma determinada pessoa.
	O crime de mediação para servir a lascívia de outrem exige habitualidade; a conduta é dirigida a um número indeterminado de pessoas.
	O crime de favorecimento da prostituição se consuma nas condutas de induzir, atrair e facilitar, com o início da vítima na prostituição; na conduta de impedir, com o prosseguimento na prostituição.
	Sujeito ativo do crime de favorecimento da prostituição é o proxeneta que é a pessoa que ganha dinheiro servindo de intermediário em casos amorosos. 
		I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	6. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	A casa de prostituição exige o intuito de lucro ou mediação direta do cáften é o explorador da prostituição de outrem. 
	O crime de casa de prostituição não tem sentido de continuidade, permanência, reiteração, por isso não exige habitualidade.
	A casa de prostituição é o local onde as prostitutas permanecem para o exercício do comércio sexual ou lugar destinado a encontros para fins libidinosos.
	As casas de prostituição são os falsos hotéis e pensões, que são usualmente utilizados para encontro com prostitutas.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	7. Assinale a alternativa errada: (1,0 ponto)
	Se a casa de prostituição é mantida com fiscalização e tolerância policial, pode configurar-se o "erro de proibição", que incide sobre a ilicitude do fato. Há, entretanto, entendimento em sentido contrário (RT, 542/337).
	A diferença entre o favorecimento da prostituição e a casa de prostituição está na conduta do agente, no primeiro crime, o agente mantém, enquanto no segundo crime, o agente atrai, facilita ou impede; o primeiro abrange o segundo crime.
	O dono de motel não pratica o crime, pois embora haja o fim libidinoso no motel, não há o fim de prostituição.
	O erro de proibição no crime de casa de prostituição exclui a culpabilidade se o erro for inevitável e se evitável é condenado, mas com redução da pena de 1/6 a ½.
	O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime casa de prostituição exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
	8. Assinale a alternativa errada: (1,0 ponto)
	A consumação do crime de casa de prostituição ocorre com a manutenção, que exige habitualidade (crime permanente).
	O sujeito passivo o crime de casa de prostituição tem a qualidade ou caráter decoletivo, ou seja, é o conjunto, agrupamento, agremiação de pessoas que são atingidas pela conduta. 
	De acordo com a doutrina, a prostituta que mantém o lugar e explora sozinha o comércio carnal comete o crime de casa de prostituição em razão de existir a mediação alheia.
	Sujeito passivo mediato do crime de casa de prostituição é o Estado.
	Sujeito passivo imediato do crime de casa de prostituição é a coletividade.
	9. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	O crime de rufianismo não pressupõe que o agente receba porcentagem no preço do comércio sexual ou remuneração pela sua atuação.
	No crime de rufianismo, o agente não visa à obtenção de vantagem econômica, de forma reiterada, não retirando proveito de quem exerce a prostituição.
	No favorecimento da prostituição, com fim do lucro, o agente induz a vítima a ingressar no campo da prostituição.
	O agente do rufianismo é a pessoa que faz agenciamento de encontros com prostitutas, que "empresariam" mulheres. 
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	10. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	O cáften que é o indivíduo que vive a expensas de prostituta; é o alcoviteiro, rufião, pincho ou rufio. 
	O tipo subjetivo do crime de rufianismo é o dolo (vontade livre e consciente de explorar habitualmente o meretrício alheio).
	Sujeito passivo do crime de rufianismo é comum, pois pode ser a meretriz ou homem que exerça a prostituição masculina.
	O crime de rufianismo é habitual e se consuma com a reiteração de condutas.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-V, III-F e IV-V.
	11. Assinale a alternativa certa: (1,0 ponto)
	Para cada prostituta explorada, o rufião responde por um crime, em concurso material.
	Para cada prostituta explorada, o rufião responde por um crime, em concurso formal.
	Para cada prostituta explorada, o rufião responde por um crime, em continuidade delitiva.
	A filha que se prostitui visando o sustento da família que está passando fome, não pratica crime, por razões de "política criminal", pois está acobertada pela excludente da legítima defesa da honra.
	A filha que se prostitui visando o sustento da família que está passando fome, não pratica crime, por razões de "política criminal", pois há a excludente do exercício regular de direito dos pais.
	12. Assinale a alternativa errada: (1,0 ponto)
	O sujeito ativo e passivo do tráfico de pessoas pode ser qualquer pessoa.
	A consumação do tráfico de pessoas ocorre com a entrada ou saída de pessoa do território nacional para exercer a prostituição e depende do exercício efetivo do meretrício.
	A tentativa no crime de tráfico de pessoas é admissível.
	O tipo subjetivo no crime de tráfico de pessoas é o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas do tipo.
	A ação penal no crime de tráfico de pessoas é pública incondicionada e, em regra, é da competência da Justiça Federal. 
	13. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	A tentativa do tráfico interno de pessoas é inadmissível.
	A ação penal do tráfico interno de pessoas é pública condicionada. 
	Tipo subjetivo do tráfico interno de pessoas é o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas do tipo.
	A consumação do tráfico interno de pessoas ocorre com a prática de pelo menos uma das condutas típicas, independentemente da efetiva prática do meretrício. 
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-V, III-V e IV-V. 
	14. Assinale a alternativa correta: (1,0 ponto)
	A presunção de violência do art. 224, do CP não é válida para o capítulo do lenocínio e do tráfico de pessoas. 
	As formas qualificadas do art. 223, do CP não são válidas para o capítulo do lenocínio e do tráfico de pessoas. 
	Objetividade jurídica do tráfico interno de pessoas é a proteção da moralidade pública sexual.
	Sujeito ativo e passivo do tráfico interno de pessoas é qualquer pessoa, já que se trata de crime comum.
	I-F, II-V, III-V e IV-F.
	I-V, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-F.
	I-F, II-F, III-V e IV-V.
	I-V, II-V, III-V e IV-V. 
	ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR:
	ATO OBSCENO:
	Art. 233, do CP: Ato obsceno é a manifestação corpórea de caráter sexual que ofenda o pudor público. 
	Objetividade Jurídica:
	É o pudor público.
	Pudor: sentimento de vergonha, de timidez, que a pessoa normal tem diante de certos atos que ofendem a moral sexual. 
	Pudor público: é o padrão médio de pudor da sociedade. 
	O padrão de pudor público varia de acordo com o local.
	Ex: cidade do interior que mantém costumes tradicionais e cidade grande que possui outros valores (ex.: carnaval) etc.
	O ato obsceno deve ser verificado de acordo com o caso concreto. Ex: o topless no Rio de Janeiro, naquele momento, hora e local, não ofendeu ao pudor público.
	Sujeito Ativo:
	O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
	Sujeito Passivo:
	Sujeito passivo é a coletividade (crime vago). 
	Elementos Objetivos do Tipo:
	Praticar ato obsceno. Ato obsceno não é sinônimo de ato libidinoso (que visa à satisfação sexual). O ato obsceno não tem esse objetivo, basta que tenha cunho sexual. Ex: mostrar os seios é ato de natureza sexual.
	Palavra obscena ou escrito obsceno não configuram o art. 233 do CP. Pode-se enquadrar na importunação ofensiva ao pudor (art. 61, da LCP). O ato pode ser ao mesmo tempo libidinoso e obsceno. Ex: beijo lascivo em praça pública é ato libidinoso e também ato obsceno, ofensivo à moral pública. Em lugar público, aberto ou exposto ao público. 
	Lugar público: um número indeterminado de pessoas tem acesso. Ex: praça, rua, praia.
	Não importa o horário ou se há movimento de carros ou pessoas, podendo ser até de madrugada: que o lugar continuará sendo público.
	O ato obsceno praticado em lugar ermo não configura crime. Uma praia pode ser lugar ermo, se de difícil acesso. Lugar escuro não é lugar ermo.
	Lugar aberto ao público é aquele acessível a um número indeterminado de pessoas, que exige uma condição para entrada. Ex: teatro, cinema, estádio de futebol. 
	Teatro de sexo explícito ou nudismo não configura ato obsceno porque está plasmado ao contexto artístico. O sexo, naquele local e dentro de um determinado contexto teatral, não ofende ao pudor público.
	Lugar exposto ao público é o local privado que pode ser visto por um número indeterminado de pessoas. Ex: janela voltada para rua, piscina, jardim exposto.
	Trocar de roupa em um apartamento com a janela aberta não é ato obsceno porque só o vizinho poderá ver (pessoa determinada). Dependendo do caso, poderá ser hipótese de importunação ofensiva ao pudor.
	Um casal dentro de um carro, praticando atos obscenos, configura o delito do art. 233 do Código Penal, pois está exposto ao público. 
	Basta o dolo de praticar o ato. Não é exigida nenhuma finalidade especial do agente. 
	O agente pode querer protestar e, para isso, tira a roupa. Ainda que lícito o seu protesto, praticará o delito.
	Elemento Subjetivo do Tipo:
	Não precisa haver intenção de ofender, mas sim apenas de praticar o ato obsceno.
	Consumação e Tentativa:
	A consumação ocorre com a prática do ato. 
	A tentativa não é admitida porque ou o ato é praticado e ofende ao pudor público ou é um indiferente penal. 
	Ex.: agente comete atentado violento ao pudor no meio da rua, haverá concurso formal entre os delitos dos artigos 213 e 233, do Código Penal. 
	CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: 
	CRIMES CONTRA O CASAMENTO: 
	Art. 235 a 240 do CP. 
	BIGAMIA: 
	Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: 
	Pena - reclusão, de 2 a 6 anos. 
	§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos. 
	§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. 
	Objeto jurídico: 
	A lei penal tutela a ordem jurídica matrimonial, assentada no princípio do casamento monogâmico que pode ser nulo ou anulável (art. 1.548 a 1.564, do CC). 
	Sujeitos: 
	Ativo: é a pessoa casada ou terceiro de má fé. 
	Passivo: Mediato: o Estado. Imediato: o cônjuge do primeiro casamento e o do segundo, se de boa fé. 
	Elemento subjetivo do tipo: 
	É o dolo, ou seja, a vontade de contrair novo casamento na vigência de casamento anterior. 
	Requisito: para que ambos sejam punidos é necessário que tenham conhecimento da existência do casamento anterior. 
	Casamento religioso: o simples casamento religioso não configura o crime, salvo se for realizado na forma do art. 226, § 2°, CF (com efeitos civis). 
	Consumação e tentativa: se dá durante a celebração do casamento. No momento em que os nubentes manifestam seu assentimento à vontade de casar. É a admissível a tentativa.
	Qualificação doutrinária: O delito é instantâneo de efeitos permanentes e bilateral ou de encontro, pois exige para sua configuração mais de uma pessoa, mesm que uma delas não seja culpável. 
	Ação penal:
	É pública incondicionada devendo o Promotor de Justiça oferecer a denúncia contra o infrator.
INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO:
	Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
	Juizados Especiais:
	Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
	Cabe ao Juizado Especial Criminal o processo e julgamento deste crime por ser de menor potencial ofensivo.
	Sujeitos:
	Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa.
	Sujeito passivo: Mediato: o Estado principal interessado na formação da família. Imediato: o contraente enganado.
	Elementos objetivos do tipo:
	Contrair casamento: 
	1. Induzindo em erro essencial o outro contraente.
	2. Ocultando impedimento que não seja casamento anterior.
	Ação penal personalíssima:
	§ único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
	CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO:
	Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
	Juizados Especiais:
	Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
	Cabe ao Juizado Especial Criminal o processo e julgamento deste crime por ser de menor potencial ofensivo.
	Qualificação doutrinária:
	O delito é instantâneo e é concurso formal onde se aplica a mais grave das penas se iguais ou somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 até ½.
	Ação penal:
	É pública incondicionada devendo o MP agir de ofício.
	Simulação de autoridade para celebração de casamento:
	Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui crime mais grave. (crime subsidiário).
	Objeto jurídico e sujeito ativo:
	Objeto jurídico: a disciplina jurídica do casamento.
	Sujeito ativo: qualquer pessoa ou mesmo o funcionário público sem atribuição para celebrar casamento. 
	Sujeito passivo e tipo objetivo:
	Sujeito passivo: o Estado, bem como o cônjuge de boa fé.
	Tipo objetivo: delito formal cuja conduta é atribuir-se falsamente competência para celebração de casamento. 
	Elemento subjetivo e ação penal:
	Elemento subjetivo: O dolo de atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento.
	Ação penal: pública incondicionada, pois inexige condição procedibilidade.
	SIMULAÇÃO DE CASAMENTO:
	Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
	Pena - detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
	Objeto jurídico:
	É a regular formação da família. 
	O tipo tutela a regular a formação de famílias legítimas.
	Sujeitos:
	Sujeito ativo: é qualquer pessoa.
	Sujeito passivo: Mediato: o Estado. Imediato: é a pessoa iludida.
	Elemento subjetivo do tipo:
	É o dolo, ou seja, a vontade de simular o casamento, mediante o engano de outra pessoa.
	Consumação e tentativa:
	Se dá durante a efetiva simulação da celebração do casamento.
	É admissível a tentativa se a cerimônia é iniciada e não é concluída por circunstâncias alheias.
	Ação penal:
	É pública incondicionada devendo o MP agir de ofício.
	ADULTÉRIO:
	O crime de adultério estava previsto no art. 240 do Código penal e foi revogado pela Lei 11.106/2005. Mais um caso de abolitio criminis. Praticamente já não se via condenação penal por esse dispositivo. 
CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO:
	Art. 241 a 243 do CP
	Registro de nascimento inexistente:
	Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexiste:
	Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
	É crime de grave potencial ofensivo.
	Elementos:
	Objeto jurídico: o estado de filiação.
	Sujeito ativo: qualquer pessoa.
	Sujeito passivo: o Estado e pessoa prejudicada pelo registro.
	Tipo objetivo: promover, dar causa, requerer, provocar.
	Tipo subjetivo: o dolo.
	Consumação: com a inscrição no registro civil.
	Tentativa: admite-se a tentativa.
	Ação penal: pública incondicionada.
	O crime de falsidade ideológica (art.299) fica absorvido por este.
	Termo inicial da contagem do prazo prescricional:
	a) A data em que o fato se tornou conhecido (art. 111, IV, CP) (H. Fragoso e Magalhães Noronha).
	b) obedece a regra geral cujo início é a partir da data da ocorrência do fato.
	Parto suposto, supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido (art. 242, do CP):
	Art. 242. Dar parto alheio com próprio; registrar como seu filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
	Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
	Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 
	Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
	É possível suspensão condicional do processo (art. 89, da Lei 9.099/95).
	Parto suposto (1ª figura do caput):
	Objeto jurídico: estado de filiação.
	Sujeito ativo: só mulher
	Sujeito passivo: os herdeiros prejudicados.
	Tipo objetivo: dar parto alheio como próprio.
	Elementos:
	Tipo subjetivo: o dolo.
	Duas correntes: 
	a) A finalidade é exigida para todas as figuras do art. 242. 
	b) a finalidade só se refere às figuras de ocultar e substituir.
	Não existe punição a título de culpa. Consuma-se com a situação que altera a filiação da criança; ou com a supressão ou alteração dos direitos. 
	Admite-se tentativa.
	Admite-se a coautoria e participação de outras pessoas, parentes ou não.
	Este crime absorve a eventual falsa inscrição no registro civil.
	Termo inicial da contagem do prazo prescricional: 
	a) a data em que o fato se tornou conhecido (art. 111, IV, CP) (H. Fragoso e Magalhães Noronha); 
	b) obedece a regra geral cujo início é a partir da data da ocorrência do fato.
	Registro de filho alheio (adoção à brasileira) 2ª figura do caput:
	Objeto jurídico: o estado de filiação.
	Sujeito ativo: qualquer pessoa.
	Sujeito passivo: o Estado e as pessoas prejudicadas pelo registro.
	Elementos:
	Tipo objetivo: registrar com o sentido de declarar o nascimento, providenciar sua inscrição no registro civil. A ação incriminada é registrar como seu filho de outrem.
	Tipo subjetivo: é o dolo.
	Consumação: com o registro. Admite-se a tentativa.
	Ação penal: é pública incondicionada. 
	Ocultação de recém-nascido (3ª figura do Caput do art. 242):
	Art. 242

Continue navegando