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oeG:I~ 5~roR\f\\f la~tS<r).e, iob1~; ~ka ~ l)nô\dtSCJt~ (\0 <:arp:>6ftfadJ. bd: ~~s ~ Ç"~ J UI\f<J::mf> ~f ~ A LíNGUA ESTRANGEIRAENTREO DESEJO DE UM OUTRO LUGAR E O RISCO DO ExíLIO' (,"";.I"[;II/,Ri'I'IIZ A aprendizagemde línguas nos põe diante de um paradoxo: comoéqueo "filhote dehomL~m".lã()fr:í!!il física e inlclectualmcntc. tem sucessona façanhade aprendera falar em um temporecorde.e que lhe seja tão difícil repetir essa proeza quando, já crescido. autí'inomo.dotadode umaenormequantidadede saherese de instru- mentos intelectuais.ele acometeuma outra língua? Pois, é preciso reconhecer. a ';Iprendizagemde línguas "cstrangeiras" se destaca primeiramentepelasuataxade insucesso.Não sãomuitasaspessoas que alcançam um hom conhccimcnto de uma ou várias línguas cSlrangeiras.nesseest:ígiono qual se podc. sem dificuldade. ler um livro. seguir um filme, uma conversaentre"falantes nativos" e. por sua vez. expressar-sede forma prccisa. Tradu,ãodeSilvanaScrrani-Infanle.Esle Icxlo foi publicadooriginariamente elll francês. na rcvisla Hdllnllioll "all/lIl/('lIf/,. 107.Paris.1992.Alradulora desciaexpressarscuagradecimcnloa Maria InêsLeale a Marie-SophieGuieu C. TcllesRibeiropor suasconlrihui,ilesdurallleo preparodavcrsãocm português. Os resultadosglobalmentemedíocresdaaprendizagemesco- lar de línguasencobrem,entretanto,diferençasmuitonítidasentre umapessoae outra,umacomunidadee outra.Dizemos,então,que taispessoas,ou"os" ingleses,ou"os"nórdicos,sãodotados(ounão dotados)paraaslínguas.Antesdetentarcompreenderaquerealidade correspondeesse"diagnóstico",observemosqueaexpressão"dota- dosparaaslínguas"é utilizadasemprenoplural.De fato,ospovos dosquaissedizquesão"dotadosparaaslínguas"sãofreqüentemente aquelescuja situa\~ãopolítica,geográficaou social provocouum quase-bilingüismo.I É possívelconstatar,poroutrolado,queaapren- dizagemde umanovalínguaé maisfacilitadaquantomaiorfor o númerode línguasjá praticadas. Tudoacontececomoseosobstáculos--de qualquernatureza queelessejam- seconcentrassemnaaprendizagemdaprimeiralíngua estrangeiraeque,esseobstáculosendovencido- quandoissoacon- tece- aaprendizagemdeuma"segunda",deumaterceiralíngua,se façacommenoresforço.Delcnhmno-nosuminstantenestaquestão. Primeiralíllguae línguaprimeira Nosestabelecimentosescolares,tem-seo costumededizer "inglês,primeiralíngua","espanhol,segundaIíngua",2comoSeos alunosnãopossuíssemjá umaprimeiralíngua,sualínguamaterna. Estaúltima,emrelaçãoàaprendizagemdelínguas,parecenãoser "levadaemconta".Quandoumacriançadeclaraquefaz"alemão, primeiraIíngua",Jnãosetratanemdeumerrodecálculo,nemde ulTlamaneirainocentementeelípticadeexpressar-se,masdaoblite- raçãodeumdadofundamental,evidente...,etotalmentedesconheci- I. Paísesnórdicoscomo inglês,repúblicasnãorussasdaex-URSS, comunidade polonesado nonedaFrançaetc. 2. Notada tradutora:EssasexpressõessãofreqüentesnaFrança,ondeseestuda maisdeumalínguaestrangeiranaescola. J. Notadatradutora:A autorarcfere-se,obviamente.a umacriançanãoalemã. . I ' '. ,}I ,. 1.I '. doemseusefeitos:alínguaestrangeiraé,pordefinição,urnasegunda língua,aprendidadepoise tendowmo referênciaumaprimeira língua,aqueladaprimeirainfância.Pode-seapreenderumalíngua estrangeirasomenteporquejá seteveaL'essoÜlinguagematravésde umaoutralíngua.Essalínguachamada"materna"podenãoserada. . . . -"... mãc,a língua"estrangeira"podeser familiar,maselasnãoserão . . 4 J I.I,lIl1alS(a mesmaon em. Esseestar-já-aídaprimeiralínguaéumdadoineludível.mas essa lín!!uaé tão onipresenlena vida do sujeito,qUl~se temo sl'nlimenlodejamais'lê-Iaaprendido,e o enconlrocomumaoulra línguaapareceefetivamentecomoumaexperiênciatolalmentenova. A novidade,entretanto,nãoestánoencontrocomo fenÔmenolin- !!üísticocomotal.masnasmodalidadesdesseencontro. A línguaestrangeira,ohjetodesaher.ohjetodeumaaprendiza- gemraciocinadaé,aomesmotempo,prÜximae radicalmentehetero- gêneaemrelaçãoàprimeiralíngua.Oencontrocomalínguaestrangeira !"a/vir ;1consciênciaalgumac\!isad\! 1;1(;0muitoespecílicoque mantemoscoml1os,wlíngua.EsseClmliml/oelllr('primeirae.l'e!;lIncla língl/(/nuncaéarll')dinoparaosujeitoeparaadiversidadedeestratégias deaprendi/.agem(oude nãoaprendizagem)deumasegundalíngua, quesepodeohservarquandoseensinaumalínguae seexplica,sem dúvida,emgrandepartepelasmodalidadesdesseconfronto. Tradil.:Íonalmente.contudo,adidáticadelínguasestrangeiras nãolemseinlerl'ssadonesseconfrontoe nãolemprocuradoanalisá- 10nemtrahalhá-Io.Pelocontnírio,fasl.:Ínadospelafacilidadecomque o hchêouacrian\'amuitonovaassimilaqualquerlínguapor"imer- sã(,",oscspel.:Íalistasprocuraramprincipalmenteaproximaraapren- dila!!emdasegundalínguaÚscondi"õesdaaprendizagemprimitiva da primeiralíngua.Seguramentetrata-sedeumretornoàsorigens, ahsolutamenteimaginário,Nenhummétodo.pormaisarrojadoque seja,propt>saindaaosaprendi/.esretomaraumaalimentaçãoexclu- 4. Ex<.:clo<.:asovcrdadeimdc l1ilillgüismo,no quala criançacslá imcrsa simullancamclllecmdoisunivcrsoslingiiíslicos.Cf.,sobreavivênciacomplcxa dohilíllgiic.("IamleEslcl1an,f.1'f'''r/agl'de"II/(I/J.Paris,Gallimard.1990. sivamentelácteaourenunciarprovisoriamenteaocontroledeesfínc- teresparafacilitaraassimilaçãodalíngua!Essesmétodoslimitam-se, emgeral.aafirmaraprimaziHdooralsobreapráticaescrita(métodos audiovisuaisou áudio-orais)ou aexplorarformasbemcontroladas deregressão(sugestopedia...). Na verdade.a multiplicaçãode métodosnão acarretoua mesmaquantidadedeHprendizagensbemsucedidas.Cadaumdesses métodosproduzseusalunosbrilhantese seusrefrahírios,~emodoa nãodesvendarcpoucocontribuirnacompreensãodaquiloquesepõe em movimentoparaum sujeitodado,ao enfrentHrumasegunda línguachamadaestrangeira.A visitaà Expolínguasincitariamaisa plagiara afirmação.a umtempo.otimistHecéticadeumpedHgogo experiente.emrelaçãoà aprendizagemdaleitura:"Nenhummétodo écapazde impedirquequalquerumquetenhao desejodeaprender umalínguaestrangeirao faça!" Alirmar queo desejode aprenderé o verdadeiromotorda aprendizagemé forçaruma portaaberta.Muito freqüentemente. contudo,chega-seaessaporta.maselanãoétransposta.Ohserva-se demaneiraahstrataegerala importânciada"dimensãoafetiva",mas' quasenãohátrabalhosqueseaventuremainvestigarcomoo desejo (quedesejo?)podeinvestir-senaaprendizagemdeumapníticatal comoo esquiouo piano,deumsabercomoahistÓriaouaquímica. As línguassãoobjetode investime!1tos.f0l1es,fre~üentemente passionais.Se nosall'iscarmosa construir.hipótesessobre~quiloque motivaessesmovimentosdeeleiçãoourejeição,perceberemosdeimediato quea línguaocupa,dentreosohjetosdeaprendizagem,umlugaràparte, quetentaremosdelinearatravésdealgumHsdeSUR';camcterísticas. Umobjetocomplexo relacionar-secomosoutrosecomo mundo;práticacorporal.elapõe emjogo todooaparelhofonador.Semdúvida,temosaíumadaspistas quepermitemcompreenderporqueé tãodifícilHprenderumalíngua estrangeira.Comeleito,essaaprendizagemmobiliza.emumainteração necessária,dimensõesdapeSSOHquegerHlmentenãocolHhoram,nem. mesmoconvivem.em harmonia.O sujeitodevepôr a serviçoda expressãodeseu('11umvaivémquerequermuitaflexihilidadepsíquica entreumtrahalhodecorposohreos ritmos.ossons.ascurvasentoa- cionais.e um trahalhode amílisee de ml'moril.<l\,:ãodasestruturas lingÜísticas.É possívelse levanlara hip<ítesede que muitosdos insucessosp<xlemseranalisadoscomoumaincapacidadedeligaressas trêsdimensiks:alinnaçãodoell,trahalhodocorpo,dimensãocognitiva. Mas essaprimeirahipÓtese,que ilustraremosmaisadiante. noslevaa formularumaoutra,maisfundamental:oexercícioreque- rido pelaaprendizagemde unw línguaestrangeirase revelatão delicadoporqueaosolicitar.aumlempo.nossarelaçãocomosaher, nossarelaçãocomocorpoenossarcla\'ãocomnÚsmesmosenquanto sujeiI<)-que-sc-autorizH-a-falar-em-primeira-pessoa,solicitam-seas hasesmesmasdenossaestruturaçãopsíquica,ecomelasaquiloque é.aummesmotempo,o instrumentoeamatériadcssaestruluração: a linguagem,a línguachamadamaterna.Todatentativaparaaprender umaoutralínguavemperlurhar.qucstionar.modificaraquiloqueestáinscritoemn!Íscomaspalavrasdessaprimeiralíngua.Muitoantes de serohjetodc conhecimento.a línguaé o materialfundadorde nossopsiquismoedenossavidarelacional.Senãoseescamoteiaessa dimcnsão.éclaroquenãosepodcconcchcralínguacomoumsimples "instrumento(, comunicação".É justamenteporquea línguanãoé cmprincípio,enunca.s<íum"instrumenlo".quc()encontrocomuma outralínguaé tãoprohlcmático.c queelasuscilareaçõestãovivas, diversificadaseenigmáticas.Essasreaçõcsscesclarecemumpouco scrorlevadocmconsideraçãoqueoaprcndiz.emseuprimcirocurso de língua.já trazconsigoumalongahistÓriacom.\'//(/língua.Essa hishíriainterferiráscmprecmsuamaneiradeahordaralínguaestran- gcira.e é por issoque faremosaquium brevcpcrl'ursopor es!;:: re!;lI;ãocoma línguamaterna. Objetodeconhecimentointelectual,a línguaétambémobjelo de un1<~prática.Essa pnítka é, ela própria,complexa.Práticade expressão,maisoumenoscriativa,elasolicitao sujeito,seumodode A língllanãoé11minstrumento senteacriança.predicaçãosobreo queelaé.o queseesperadela.e nomeaçãodas sensações,dos afetos.dos ohjetosdo mundo.A descohertadaspalavras.dassigniricaçõeslingüísticaséindissociável dacxperiênciadureluçãocomo outroc dussignificaçõeslibidinais queseinscrevemnela.A vo/..aspalavrusdamãesãofontesdeprazer oudedcsprul.cr;elastêm,ulémdisso,o poderdeintcrferirnasoulras sensações(visão,tato.paladur)reforçundoouunulundoossentimen- tosdepnll.eroudedesgostoqucsãoligadosaelas. Assim.muitotempoantesdepoderfalur,a criançaé falada intensamentepeloscuambiente.e nãoháumapaluvraquenãoseja, a ums6tempo.designaçãodeumconceito?ediscursosobreo valor atrihuído a esseconceitopeloambiente.Essesistemade valores impregnacompletamenteosistemalingüístico.Eledi/oaquiloquese , I podedizer e aquiloque não poderiaser dito;ele manifestauma relaçãocomapr6prialínguaeo saneI'queelapermiteconstruir. A idéiade que a línguaé um instrumentoque a criança novinhaaprendeprogressivamentea manipularatéumgraude"do- mínio",maisoumenoselevado,écomumenteadmitida.Estanclece- seassimumpercursoquepareceseguiro esquemadasgramáticas: primeirasvocalizações,primeirosfonemas,gruposde fonemasnas primeiraspalavras,que logose combinarãoparaformarpoucoa pouco fi'ases,depoisenunciadosde sintaxecomplexa.A criança aprenderiapoucoa poucoase"servir"dalínguacomoaprendease servirdesuasmãos,deseusbrinquedos,dasmaçanetasdeportasetc. Essaperspectivada"entradanalíngua,,5(queestánabaseda lógicadamaiorpartedosmétodosde línguas)seinteressaexclusiva- mentepelaproduçãodelinguagemdacriança.Dessemodo,elanegli- gel1l:iao 1~lIodeque.muito,mtesdepoderarticularo mínimosom.a criançaseenconlrajáimersadentrodeumuniversodepalavras,eque essaspalavras.mesmoquenãoaspossareproduzir,nemproduziroutras apartirdelas,nãosãoparaelamenosdotadasdesignificação. A criançanãopodesesubtrairàs falasdeseuambiente.A audiçãoé o sentidomaisdesenvolvidono feto,e o recém-nascido tem,comoo mostraramnumerosasexperiências.a capacidadede reconhecerasvozes.asmúsicas,os fonemasda línguanaqualestá imerso.6A partirdeseuprimeiroinstantedevida,eleestáligadoa umambientequelheprodigalizacuidadosf palavras.Cadaumque seocupadacriançafaladela,colocaempalavrasoquepercebedela, deseu'~eitodeser",desuassemelhanças,desuasnecessidades.E essasfalassãoem lodo momentointerpretaçõesdaquiloqueé ou 5. Cf. D. AnziclI. L'cnvcloppesonoredusoi,N/II/I'el/erentedeI'Jyclltlllai.l'Je13. pp.161-17lJ.p. 173:P. Gori. l.e UU7'Sel le .f;gUl'dtll/s/'acledeI'amle. Paris. Dunod. I97H. pp. 14-15: M. Schneider. l.tl I'am/e e/ l'il/as/e. Paris. Allbicr-Mol1laigl1c.19HO.1'1'.177-1HO. 6. J. Scglli.t~II):'l'Cl'liol1dlll:U1/!agl'CII'idcnlilkaliol1dclavoix'mlcmdlcparlcl1ollnissol1. I.'II/I"ede.l'.l'I'm.(tlllil'n'd/l/lolll'I'II/I./lé/I"5.P:uis.Slo,k. 1'lI!L"". 237-25J Por sua Vl'/.,aprendera ralarl:,paraacriança.eslaheleccrum compromisso. é encontrar alguma coisa para di/'erdeseuprÓprio desejo. algumacoisa dos valoresqueadquiriram paraela os objetos e as palavras.em uma linguagemtecidaa partirdo desejodo Outro, enquanlo ela prÚpria é modeladaa partir dessedesejo. Aprender é\ rabr é procurar estaneleceresse compromisso. e essa procura se alcança somenle no curso da vida. Obscrvemos que se essaprocura l' possível, é porque a língua. ao mesmo tempo que totalmente "" invcstida pelasuhjctividade,constitui, pelaexistênciade um sistema lingiiíslico (islo é. de um cÓdigo exlerior Üs pessoas). um espaço lerceiro com respeilo Ü relaçãoadu/lo/criança,espaçono qual um e '> oulro são confronlados com lima lei social que os supera.Sem essa referência a um cÚdigo sOl:ial no qual cada um jo~a scm poder legislar. niio haveria lomadade palavrapossível paraquemquer quc rosse. Enlrelanto. a língua materna não se separaní jamais dessa sedimenlaçãoaretiva para tornar-se um inslrumentodedesignação ohjetivodas coisas do mundo. no sentido em que podesê-Io a _0_._- 7 No 'l'l1l ido saW..'"H.':modl' siglli I iCHln linguagemcientífica.Falarésemprenavegaràprocuradesimesmo como riscodeversuapalavracapturadapelodiscursodoOutroou pelosestereótipossociais,pródigosem"frasesfeitas".Nãoéraroque essenavegarmudededireção. . Abrindoumnovoespaçopotencialparaaexpressãodosujeito. >- a línguacstrangcimvemqucstionarar~laçãoqueest.íinstauradaentre osujeitocsualíngua.EssarelaçãoécomplexacestJlIturantedarelação queosujeitomantémcomclcmesmo.comosoutros,como sahcr.De lormaquenãosctratadcfazcrdessarelaçãocoma línguaumaleitura simplese cxaustiva.Scmdúvida.a maneimpelaqualumsujeitose relacionoucoma línguaé elamcsmasintomáticadesuaorganização psíquica,maso univcrsodasformaslingüísticase o do psiquismo individualsão.um c outro,complexosdemaisparaque se possa estabelccerparalelismosoucorrespondênciasestáveiscntreosdois.As tentativaslCitasnesscsentit.losãomuitopoucoconcludentes.1I Nãosctrata,pois.deler,nasforma~ingularo\squetomapara ) cadauma aprcndizagcmdeumalínguaestrangeira.o sinaldetalou !~. qualmododerelaçãocomalínguamaterna,masaomenosdeencontrar'. ondeecomosurgemosobst.ículos.edelormularahipótesedequcisso t constituiumindíciodealgumacoisado funcionamentopsíquicodo , s~~ Seriaumgrandedcsatinocmitirinterpretaçõessohrea'idilicul- dadesencontradaspcloaprendiz,mR'ipoder-se-iaajudá-Ioasupcní-Ias analisandoseufuncionamcntocremetendo-as.nãoaumcstadodefato ("cu nãocompreendonadade gramática","eu nãotcnhonadade memória"."cunãopossopronunciaresscsom").mas,aumsentido.a umahistóriasingularcom a língua.A cadaum corresponde.em _.. . ... - .. . <) seguida.decifraressesentido.scassimo desejar. tosnoscolocadiantedeumadifercnça:dilerençaentreosuniversos '(>néticos.dilerençaentreasmaneirasdcconstruirassignilicações. Ao acaso dos SOI/.\' li, R. Mcnahcl11.IÁIII!lII!:C'el.l;,/ie.Paris.Lcs BcllcsLcllres. 19116, 9. Procunl/l1os1:11dccifmçiiol1ointcriordeumquadroclínicu,Scmdocumcntá-Io aqui.essctrahalhuservedebase1lsanálisesqucseIcrãoaseguir Começaro estudodeurnalínguaestrangciraésccolocarem umasituaçãodcnãosahcrahsoluto.érctornaraocst;ígiodo ínfim.\', do ncnémquenãofalaainda.(re)fazcra cxpcriênciada impotência dc sc fazcrentendcr.O scntimentode rcgressãoassociadoa essa situaçãoé rcl()rçadoquandoa aprendizagemprivilegia,no início, como aconteecfreqüentemente,um trabalhocxclusivamenteoral IÚcali/,andosonse ritmos.Tcntarpronunciaro "r" francês,o 'T espanhol.o somdc "th" do inglês,é proporcionarumaliherdadc esquccidaao aparclhofonador,cxplorarmovimentosdecontração. relaxamcnto.ahcrtura.fechmncnto,vihraçãoqucproduzem.aomes- mo tcmpoqueos sons,muitasscnsaçõessurprcendcntcsno plano dessarcgiãohucal.tãoimportantenocorpoenígeno. Essetrahalhodcapropriaçãopc/ahocanãoé"natural"ajulgar pelosrisoscxplosivoscbloquciosqucsuscita.Algunsscnegamencrgi- camentea isso.É tãodifícilparaelessairdosautomatisllloslonatórios dcsualínguamaternaqucnãoconscguemrepctirmesmoasseqüência'i maissimplcs.Essc"hanhodesons"articuladosdemodohrandoao scntidoaparcceCOIllOumaameaçade"af()gamcnto"c.poroutrolado, muitossãoosquc.emseuesl()rçoporpronunciar.fazclllinspiraçõcs-cxpiraçõcsrcalmcntedesproporcionadascm 1~lccd.l~necessidades. Para essacategoriade aprendizes.o sofrimentodiminui quando acontccca passagemà escrita.O acessoa cnunciadoscompletose dotadosdcsentidovemamenizaro corpo-a-corpocomadimensão fonética,Taispessoasconstroemparasi mesmasumsistemafonético pcssoal.híhrido.masf(u'temcnteancoradonodalínguamaterna. l>prohlcllla.aqui,nãoé -- oué multopouco- o deullla incapacidadefuncionaldeproduzirtalouqualsomqucseriaestranho 11primciralíngua.c as diliculdadcsnão são mcnoresquandoa Doismomentosmepareccmprivilegiadosparaobservarcomo a línguaestrangeiravemincidirnarelação,mnplamenteinconsciente. qucmantemoscomnossalíngua"fundadora".Cadaumdcssesmomen- seqüênciacomporta somente foncmas da língua materna.Trata-se mais de uma incapacidadedejogar de modo diferentecom a acen- tuação.com sons. ritmose entoações.mesmoconhecidas.Há alguma coisa de impossível, islo é. de perigoso, nessatomadade distância,e a intelectualizaçãoe a racionalização pelo recurso~escritaseapre- sentamcomo umaproteçãocontraalgumacoisaquepareceaomesmo tempo regressivac transgrcssiva. cm 'falar' essas funções.esscsórgãos,essaspartes.A criança,con- juntamenteà ap"':'lção.recebeuma mensagemsobrea inquietudeque .1 ,. -. ' - ..lUo nomeauoe sua unçao causam em sua mae . Outras pessoas.pelocontrário,deslizam pelossonsda língua estnlllgeira com regozijo e se apropriam com facilidade de sua "música", a ponto de poderemprodu7.irlongas "fm<;es"que criam a ilusão mesmoque nãotenhamnenhumsentido!Alguns, por outro lado, dcter-se-ãoaí e não poderãojamais passardo cantoao sentido. enquanto. para outros. essaadesãoà músicado significanteseráo prelúdio da incorporaçãodessalíngua em todasassuasdimensões. Essasduasestratégiasopõem-seemdoispontos:a autonomia maior ou menordasaprendizagenscorporais emrelaçãoao controle intelectual, a maior ou menor aceitaçãoda distância. em relaçãoII ancoragemnalíngua materna.Essadistância.fontedeansicdadepara unsoudeprazcrpara outros marea, igualmcntc.o encontro com a maneira pelaqual a língua estrangeiraproduz significações, /\ nominaçãoapontao referenteenquantoexistentee como eleexistenapsiquedoporta-vo/..cntãoorccortequealínguamaterna \ operanoreferenteestÜsempreprovidodeumacargaaretiva.marcada pelodesejodo "porta-voz'". ('onscqiicnlemente,a opera~'ãodenominaçãoemlínguaes- trangcira.maisdoqueuil1aregressiio.vaiprovocar11I1/tll'.\"III(,(/ll/e/ll1l tio.\"11/0/'('0.\'t/l/l('/';O/'I'.\./\ línguaestrangeiravaiconfrontaro aprendiz com um outro recorte do real mas sobretudo com um recorte em unidadesdc significação desprovidasde suacargaafeliva. As palavra.l'I/{/O.\'(/Oll/O;.\"oq//ilo q//e ela.\'erall/ /\ língua estrangeiranão recortao real como o faz a língua materna.Essa constataçãoquese impõe desdeos primeiros momcn- tos da aprendi/agem provoca com freqüênciasurpresae cscândalo. Que h,~iasomcnteumapalavracmrusso paradi/.erbraçoe perna.que o sol seja fcminino emalcmão.queos inglcsesdigam"cusoufrio" e os russos"a mim. 25 anos". é desconeertante.e muitos são os que ficarão fiéis a suasfaliasde gêneroou desintaxeantcsdeadotaruma outra maneirade ver as coisas. O que se estilhaçaaocontatocoma línguacstrangeiraé a ilusãodequeexisteum ponto de vista único sohre as coisas. éa ilusãodeumapossíveltraduçãotermoa termo. de uma adequaçãoda palavra li çoisa. Pela intennediaçãoda língua estrangeirase.esboçao descolamentodo reale da língua. O arbitrário do signo lingüístico torna-se uma realidadetangível.vividapelos aprL'ndi/.L'snaexultação...ou no desânimo. N1~aprcndizagemde uma língua estrangeira.c~isletodoum tÇ.I11POde nomilHlçiig. Mostra-se um objeto ou sua imagem e elc é n0':llead(~.EssemomentoeVOL'a.certamente.aquelcnoqualacriança pequenaexperimentaseunovopodernomcandoaquiloqucarodeia,sob o olharaprovadordo adulto.Mas. L'lJInojá dissemos.na línguamaterna a opcraçãode nominaçãoé sempresimultaneamcnteumaoperaçãode predicação.Como obscrvaP. Aulagnier: "Que o portl-VOZnomcieas parlesdo L'OI'P0c as'partespudendas'porneologismos.perílhlsesou por scu nomecanônico.a voz quc nomciatestcmunhainevitavehnente ao ouvinteo prazer.odesprazerouaindiferençaqueelaexperimenta /\0 mesmotempoqueserevelamasmúltiplasmaneirasde recortaro espeL'trodas cores. deorgani7.aro sistemadostempos verbais.apresentam-seexpressões,palavrasdcsprovidasdasedimcn- taçãoquefaza riqueza.aL'Omplexidadc.mastambémo pcsodas palavrasL' expressõesda línguamatcrna.Isso é partiL'ularmcnte IfI. 1'.Aulagni.:r./A/,'io/t'III'"d.. ri//1t'/l1/h"'io,,.Paris.PUF. 197).p.2'11. evidenteseconsiderarmosaspalavrasgrosseirasouobscenas:sabe- se, masnãose sente,queumapalavraestrangeiraé grosseiraou obscena.É o queFerencziobservanointeriordalínguamaterna:"O empregodetermosmédicose depalavraspopularesobscenaspara designarosÓrgãos.funçõesematériassexuaiseexcrementíciasnão lelllemabsolulo()mesmo\'alor,dopontodevistadorecalque,como se'.c::rgadeUI!.'edasoulrasfossebemdiferenle"." Aquilo queé verdadeironarelaçãodeumníveldelínguaao outro.no interiordalínguamaterna,o éaindamaisnarelaçãodesta comumalínguaestrangeira.E aquiloqueé verdadeironaspalavras obscenas,tambémtemvalidadeparatodasaspalavras:aprendera falar umalínguaestrangeiraé. efetivamente,utilizar uma língua estranhanaqualaspalavrassãoapenasmuitoparcialmente"conta- minadas"pelosvaloresda línguamaternanamedida.precisamente. ;/ emquenãohácorrespondêncialermoa termo. Esseestranhamentododitonaoulralínguapodetanloservivido cornoumaperda(atémesmocomoumaperdadeidentidade).comouma operaçãosalutarderenovaçãoederclativizaçãodalínguamaterna,ou aindacomoadescobertaembriagadoradeumespaçodeliberdade. Q ' f . I . 'JI'lIeme(IellqlleaaestrangeIro.- o discursodospaisseenunciasempre,maisoumenosdra- maticamente,comoverdadesobreo mundoe sobreacriança.Ela conquista.maisoumenosfacilmente.suaposiçãodesujeito,relati- vizandoos enunciadosouvidos,principalmenteaquelesquelhe dizemrespeito.A línguaestrangeira.aodeslocaro nexonecessário 11. S. Ferellel.i.Mols ohsci:nes.Conlrihulionsà Ia psyeholo!!icde Ia périm.lede lalcncc.I'syd/(II/(/1.I'.w'I. Paris.Payol.pp. 126-1.17. 12. Nola Ja IraJulma: SeguillJo o ori!!inal.preferilllOSlIIanlera expressão"falar eSlrangciro"por eonsiJer<Í-laaJet)uadaparaprodul.iro efeilo de senlidode l'slranhallll'.nh,apollla"o)Ida aulora. j/ f'1I ,I ! 1(I., I , I /. ., ,. I entreo referentee ossignoslingüísticosdalínguamaterna,abreum espaçoaoutrassignificações.aoutrosenunciados,queidentificamo sujeitocujo porta-vozoriginalnãopodemaissera fonte.Um certo númerodeenum:iadossobreosexo,a idade.oaspectofísico,o"jeito de ser"são "renovados"pela/nalínguaestrangeira.Ao a«.:eitaros enunciadoscorretosde um ponlo de vista lingüístico,o lo«.:utor cSlrangeiroavali/.a.ao mesmoIl'mpo.seuconteúdo.Nãoé rarover pessoasquesofremgravesdificuldadesderelacionamento.estabele- ceremsemproblcll1<IrelaçõessatisfatÔriasaoexpressarem-serazoa- \ velmcnleem urnaoUlralíngua.O ell da lín\!uaestrangeiranãoé.~ ~ ~: j;1I1Iais.completamenlco dalínguamaterna. Nemtodomundoestáprontoparaessaexperiência.Elarepre- senlaparaalgunsaprendizesumperigoqueelesevitam...evitando aprendera língua.Algunsporãoemfuncionamenloa estratégiada peneira:elesaprendemmasnãoretêmquasenadaou muitopouco. Outrosadotarãoaestratégiadopapagaio:sanemdememóriafrases- lipo.conseguemmaisoumenos"exprimir-sc"cmárcasbemdelimi- tadas(vocahuhíriolécnico,por exemplo),masnão se permitem ncnhumaautonomianacompre«.:nsãoou nacxpressão.Paraoutros, seníaestratég:',docaos:a línguaestrangeiraficaráelernamenteum acúmulode termosnão organizadopor regraalguma,o que os condenaa um galimatiaspseudo-infantilmaisou menoseficaz. OUlroslinalmenleevitamlodadistânciaemrelaçãoaoeuda língua materna.rejeitandotodocontalodiretocom a línguacstrangeira. Freqlientcmcntcapaixonadospelagramálica.procuramreduzira aquisiçãoda líllglWaprocedimcntosIt'lgicosesomentepodem«.:om-prcenderum cnunciadocm línguaestrangeirase cadaIcrmo foi tradu/.idoem línguamaterna.Fechadosa lodadefiniçãode uma palavraporoutraspalavrasda línguaestrangeira.elesconseguirão muilodificilmenteassimilaraspalavrasquenãotêmequivalenteem línguamaterna.Paraseexpressarem.rccorrerão(emscnlidoinverso) aomesmoproccssocxtenuanteeineficaz.Tcm-seentão()senlimento dequetodolaleardainluiçãoé insuportável.edequeo sentidodeve ficarescrupulosamcntelimitadoÚsfronleirasdaspalavrasdalíngua matcrna. Tudo sepassacomosea tomadadedistânciaem relaçãoà línguamalerna,queresultadefalarcorretamenleumalínguaestran- geira,fosseimpossível.Esseimpossívelnãotemamesmafonte,nem amesmasignificaçãoparacadapessoamas,parece-me.estásempre~ ligadoàrupturaeaoexflio.Segundoapessoa,essarupturapodeser temidae evitada,podeserprocuradaporsersalvadora,oupodeser lensãodolorosaentredoisuniversos. rudical.elacriatamhémo espaçoparaumadiferençalegítima: aIJ/'('l/derI/lIIalíll~l/aése/llpre.11/1/pOI/(,o.tomar-se1//11olllro. Essaduplaexperiênciaderupturuouperdaededescoherlaou apropriaçãoé mais violenlaquandoelu é acompanhadade uma rupturareal(emigração.eSladano cstrungeiro),masest:ípresenle 1:lIlIhl:m.de modomaissilencioso.mesmonasaprendizagensmais esparsase eseolurcs.Essaexperiência.comefeilo.nãoesl:íligadaa lalouqualearm:leríslicapsicol<ígicaouculluraldopníprioaprendiz. 111:1"ao falo 11Ie,,11Io de l'xprl'ssar.Sl'elll Ullla oulra língua. VenturaeperigosdoIa/ar e,\'lnl1lgeiro Contrariamenteaoquesepassounalínguamalerna,o apren- di/ nãolemacaheçarepleladefrasesfeilas...poroutros.Parufalar, elede\'e.emsentidoestrilo.fazerfrases.Ele seenconlrucompelido aUIIIverdadeirotruhalhodeexpressão.aumqueslionamentopenna- nentesohrea adequa~'ãodaquiloquediz ftquiloquequerdizer.As formasocasdalíngua.estere<Íliposquepermitemfalarparanãodizer nada011paradi/.l'I'COIIIOlodoo nllllHlo.sãoadquiridaslardiamenll', atraVl:Sde ullla identificaçãofo/\osaCOIIIos loculoresnalivos.seu modode pensmnento.seuscoslumcs.Quantomelhorse falauma língua.maissedesenvolveo sentimentode perlel1l:erà cultum,à l'olllunidadedeacolhida.e maisseexperimenlaumsentimenlode dcslocamentoemrc/ação...comunidadedeorigem. Essasmodalidadesdeinvestimentooucontra-investimentoda línguaeSlmngeirasãomaisflíceisdeobservarquandoestãoacompa- nhadasporumsofrimentopsíquicovivo, O exemplomaisnOláveldissofoidadoporL. Woll:sonque descreve,minuciosamenle,pormeiodequaisprocedimenloscom- plexosdeaprcndizagemde váriaslínguaseSlmngeimseletenla dominar(comosedizemrelaçãoaumafera)alínguamaternaeos. d d . d . I ' d 11enuncia os estruUvos os qumse a e porta ora. . Semir tãolongenapatologiamental.podemosmencionaro casodaqueleengenheiro.muitocompetentetecnicamente,masque nãopodesesentir"emseulugar"empartealguma.Compulsivamen- te.multiplicaasimprudênciase oserrosaléqueissoo levaaperder seulugarnaempresa.Depoisdepassarumperíododesempregado, eleconsegueumcargoemumpaísestrangeirocujalínguaconhece hem,e se encontralá "adaptado"e apreciado.Sua condiçãode estrangeiro,as imperfeiçõesdesualíngua"absorvem",paraosou- Iros, sua estranhezae a lornamsuporlável.Vemos aqui todaa mnbigüidadeelamaldiçãoeleBahel.Aosepararoshomensdemaneira Essesefeilosderuplurae dedeslocmnenlo.comludoo que elespodcmterdedeseslahilizadoroudcexcitantc.serãomaisredu- /.idosnamedidal:mquea línguacstrangeirasedcstineaumc!Ídigo técnico.ou a cOlllunidadedc origclIIe a cOlllunidadedehaJoção" sejalllmaishOl1logêncas. () e.wr({l/geiro recll/::iclo ({OmeslI/o Conhccimentoslexieaisegral1laticaismínimosséiosuficicnles, dcsdl'qucsesl'jamall'lIJ:íIÍl:o.paralerlIIatcm:ílicaCI1lalemãooucm franl'l~s:l'SSl'Sconhel'il1lenlos.l'lII l'll/llrapartida.nãocondu/.clIIa nc- 1.1, L. Woll'sun./.('.1.,.11;;01'/",,'/fll/.~fI('J.Paris.Gallilllanl. 11)70. nhumacomunicaçãointerpessoal.nãopermitcmumdiscursoempri- meirapessoa.Esseéumcasocxtremo,maspodeajudararcfletirsobre o sucessodo inglês.Qualéo estatutodesseinglêsdoqualnosédito queéo veículoinevitáveldacomunicaçãointcrnacional?É realmente a línguanaturaldeumacomunidadesocialouéumcódigoconstruído apartirdoprincípiodomenordenominadorcomumparausostecnica- mcnte.sociar.llenteouculturalmentedelimitados?Aprenderinglêsé acederà diferençahritânica,americana,neozelandesactc.ouédar-sc os mciosdepartilharcomumgrandenúmerodepessoasos lugares comunscientíficos,econÔmicos.ideolÓgicosque criam,alémdas diferençasnacionais.umasemelhançaancoradanahegemoniadeum sistemaeconÔmico? liaresquenosperseguem.nosconstroeme noscoagcm,eéafrontar um espaçosilenciosono qualé prccisose invcntarparadizereu. então.aprcndcrumaoutralíngua~fazcr,a~xperiênciadeseuprÓprio c.::stranhamentonomesm~)momentoemquenosfamiliarizamoscom o estranhodalínguaedacomunidadequea fazviver.HámUliãs. .... maneirasdeeludiressaexperiência.porém,nãosenísempreentrc- gar.sea umduplodesconhecimento:desconhecimentodoOutro.da alteridadee desconhecimentodesi edoprÓprioestranhamento? (. ,'(..(. O sucessodascadeiasdehotéise de lojasdedepartamentos encontra-scnofatodequeelaspermitcmaoviajantcfazcraeconomia docustosotrahalhodcadaptaçãoquerequeremasdilerençasregionais ou nacionais.Encontrandoo mesmoquartoe o mesmocardápioem Marselha.EstrashurgoeDunquerque,estreita-seoespaço,tornando-o homogêneoe h,í umaproteçãocontraa di/ercnça.A uniformização relativadosmodosde vidae de produçãocm escalainternacional funcionadamesmamaneira.Masapossibilidadedeencontraromesmo emtodaparteesbarrariacadavezmaisnadi/ercnçadaslínguas.seo recursoauminglêssimplificadoeempohrecido.porquedesenraizado. nãopermitisseinstaurarumacomunicaçãoquefundao mesmo,tanto maiseficazmente.quantomaisinadequadoéparacnunciaradiferença. Alguns se regozijamao versupcradaassima maldiçãode Bahel.Outrossc pcrguntamsohreo podcrde "cnceguccimcnto" provocadoporessecncohrimcntodadi/crença. Na époci'em quea Fra1wase tornao "II/l'/Jil/.~fllI'" do Mediterrâneo.umaquestãosecoloca.queéapedradetoque damor..'parao séculoXXI: comovivercomosoutros.sem rejeitá-Iose semahsorvê-Ios.senÓsnãonosreconhecemos 'estrangeirosan<Ísmesmos"!...não'integrar'()estrangeiro. masrespeilarseudesejode viverdiferente.quereenCOlllra nossodireito;1singularidade.essaúltimaconseqiiênciados direilose deveresl1um<lnos.I-I Viver a,l'diferença.l' Concretamente.sejaquese tratede relaçõesno interiorda ComunidadeEuropéia.sejaderelaçõcscomouentreoutrospaíscs, "viver com. sem rejeitar,!<:!nahsorver"significaprimeiramente respeita~'.~línguadooutro.deposil,íriainsubstituíveldasidentidades individuaise coletivas.Isso significatomarconsciêl1l;iado que represenlaaaprendizagemprofundadeumalínguaestrangeira.Isso significafazera diferençaentreas comunicaçõesoperatÓriasnas quaisnoscontentamosemtransferirinformaçõesj,í identificadase codificadas.eumacomunicaçãocriativanaqualpodemsurgirinfor- mações.significaçõese elahoraçõesnovas.Essesdois níveisnão requeremo mesmograudeapropriaçãoda línguaestrangcira,tam- poucoo mesmocnvolvimentodo aprendiz.Negligenciandoessa gradação.suhestimandoa dificuldadede acedera um verdadeiro hilingüismo.multiplicam-seos ditílogosde surdos.Os colóquios internacionaisdeCiênciasHumanas.asviagensdeestudoe outras negociaçõescomerciaisfornecemahundantesexemplosdesituações Seé verdadequeaprenderumalínguaestrangeiraé avançar. mesmoquemodeslamente.cmrelaçãoaosdiscursossociaisc fami- I' I 1.1. .luliaKris.,'va.('/"t/llgcr-'" "(I/H /11,',,/(,-,.Paris.Fayaul. IlJKK.l'apa. grotescas.nasquaisnãosecomprcendco suficientcparacomprender qucnãosecompreende. O aprimoramentodosmétodosdcaprcndizagemeoincremento duscstágiosnocxteriorfarãoevoluirascoisas.mas,parafazercomque as capacidadcscnunciativasprogridamscnsivclmente,pareceigual- mentcnccessáriosuperarumaconcepçãopuramcnteinstrumcntalda língua.parapoderescutarmaisl'inamcnleaquiloqueconstituiparaos aprendizesopontodebloqucio.O mclhordoscomputadoresintcrativos slÍpodeensinaraquelesqucjá cstãopreparadosparaaprender.Paraos outros.éprecisoprocurarcompreenderporquenãosepermitcmcssaaprendizagcm.Mais queempl:oblema~_técnico~~a aprendizagemde línguasestrangeirasesbarn.,nadificuldadequeh.íparal:adaumdenós. nãosomentedeaceitara diferençamasdccxploní-Ja.defazê-Iasua, admitindoa possibilidadede despertaros jogos complexosde sua pn')priadiferençainterna,danãocoincidênciadcsi consigo.desi com osoutros.deaquilo4uesedi,.comaquiloquesedesejariadizer.Para consentiroesforçonCl:essárioaumbomconhecimentodcumalíngua eSlrangeira,nãoseriaprecisoqueperscguíssemosprimciroaquimera deumalíngua.istoé.dcummundonoqualpudéssemoscoincidircom o própriodcsejo?E nãoháqualquercoisafundamentalmenteperigosa cmperseguiressaquimcra? As pessoasquefalambemumalínguaestrangeira.sem.no entanto.scrperfeitamentebilíngües.têmfreqücntcmentcumaexpe- riênciaperturbadora:aosonharna línguado paísnoqualsecncon- tram.elassesurprecndcmaocmprcgarpalavras.cxpressõesqucnão al:redilavamdominar.e quesãoincapazesde utilizarWITetamcntc quandoacordadas!C0l\10se o desejode apropriar-seda língua estrangeirasechocassc.mesmoparaelas,comuminlerditooucom umtcmordc rompercomplctamcnteasamarrasqueasligamàlíngua materna.
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