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Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Julia de Cassia Pereira do Nascimento. Saberes Necessários à Prática Docente Na Unidade VI de nossa disciplina vamos discutir sobre os saberes necessários à prática docente. Para tanto, tomaremos por base uma análise do relatório elaborado por Delors (1998) para a UNESCO, “Os quatro pilares para a educação do século XXI”. Após estas reflexões, focaremos a Didática e o trabalho docente, agora sob um novo tema: o professor na era digital. Não se esqueçam de que a aprendizagem ocorre com a informação, participação, reflexão e comentários, portanto leiam os textos, realizem as atividades propostas e participem do fórum. Atenção Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. O mundo atual envolve diferentes acontecimentos, além de uma complexa organização social, mostrando que a formação escolar é elemento imprescindível na constituição do ser humano e do cidadão modernos. Nós, educadores, temos que ter em mente quais os tipos de conhecimentos, saberes e habilidades que sociedade atual nos cobra. O que se espera de nós, professores, neste cenário de novas tecnologias? Devemos conhecê-las e utilizá-las ou somente nosso conhecimento didático é suficiente para atender às necessidades de aprendizagem de nossos alunos? Assista ao vídeo “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, para refletir sobre o que nos espera. Pense na maneira como os professores estão atuando nas salas de aula, sob quais abordagens e metodologias e se há utilização de novas tecnologias no processo ensino- aprendizagem. O vídeo está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=sTGPxWOoeyI acesso em 30 de abril de 2012. Contextualização Ao discutirmos as necessidades pedagógicas dos professores, na construção de uma educação de qualidade e uma aprendizagem mais significativa para seus alunos, pudemos perceber a importância da didática no trabalho docente. As concepções que guiarão este trabalho para que seja realizado de forma eficiente, deverão ter início na formação inicial do professor. Segundo Carvalho&Perez (in Domingues, 2001, p.105) é preciso que se considere uma base comum nacional para esta formação, a qual se apoia em cinco eixos: 1. Sólida formação teórica; 2. A unidade teoria e prática, sendo que essa relação diz respeito ao como se dá a produção de conhecimento na dinâmica curricular do curso; 3. O compromisso social e a democratização da escola; 4. O trabalho coletivo; 5. A articulação entre a formação inicial e continuada. Segundo os autores, os dois primeiros eixos são de grande importância porque se relacionam ao “saber” (conhecimento teórico) e ao “saber fazer” (relação entre teoria e prática) dos professores. A formação profissional do professor deve, portanto, obedecer a um processo pedagógico, intencional e organizado, que lhe permita preparar-se teórico, científico e tecnicamente para desenvolver seu trabalho. Este processo deve propiciar continuamente reflexões e relações entre teoria e prática, “a teoria vinculada aos problemas reais postos pela experiência prática e a ação prática orientada teoricamente” (LIBÂNEO, 1993, P.27-28). Para realizar o exercício da docência, o professor necessita de múltiplos saberes, não somente relacionados aos conteúdos ou técnicas e métodos, mas saberes relacionados aos alunos e à educação como um todo. Nesse sentido, é importante que o saber e o saber fazer dos professores estejam articulados com as novas exigências educacionais deste século, que visam preparar os alunos para uma sociedade cognitiva, onde o conhecimento será a base das competências do futuro. Material Teórico Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_ZtdkCSocVkE/Sn69ACk6PCI/AAAA AAAAASg/qTHttx8Z- yQ/s320/quatro+pilares+da+educa%C3%A7%C3%A3o.jpg A esse respeito, Delors (1998) nos proporciona uma visão da maneira como o professor deve organizar seu trabalho educacional, tomando por base quatro aprendizagens fundamentais, as quais devem constituir-se em pilares do conhecimento de cada pessoa. Estes pilares foram elaborados baseando- se nas quatro linhas apontadas pela UNESCO, sob a perspectiva de priorizar conteúdos e estratégias que levem o aluno, enquanto ser humano, a realizar atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva. Assim sendo, apresentam-se os quatro eixos da educação em nossa sociedade: a) Aprender a conhecer: indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância. Caracteriza-se pelo exercício da atenção, da memória e do pensamento, supondo-se antes de tudo que o aluno deve aprender a aprender. O homem é um ser inconcluso, o qual deve estudar, pesquisar e aprender durante toda sua vida. O professor deve desenvolver nos alunos a vontade e o impulso pelo conhecimento, pela pesquisa e aprendizagem durante toda sua vida, seja na escola, no trabalho ou fora deles. b) Aprender a fazer: mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar. Conceito ligado à prática e à formação profissional, porém não deve ser considerado simplesmente transmissão de práticas rotineiras ou desenvolvimento de habilidade para executar determinada tarefa material. É importante que o aluno possa adquirir qualidades tais como capacidade de comunicação, de trabalhar em equipe, de administrar e resolver conflitos. Percebe-se então que a escola, na figura do professor, muito mais do que ensinar a fazer algo, deve preocupar-se de maneira mais abrangente em desenvolver no aluno competências e habilidades que o torne apto a enfrentar diferentes situações e a trabalhar em equipe. c) Aprender a viver juntos: traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento. Desenvolver nos alunos uma cultura de paz, em oposição à violência na qual vivemos, levando-os a perceber e aceitar o outro, sabendo relacionar-se numa interdependência necessária para que possam trabalhar juntos, realizar projetos, gerir conflitos, respeitar o pluralismo, compreender-se mutuamente e construir a paz. d) Aprender a ser: muito importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver. O ser humano é formado por um todo: espírito, corpo, mente, sentimento, inteligência, responsabilidades, etc. A educação deve auxiliar os alunos a desenvolverem todas as partes deste todo, de forma a desenvolver seus próprios pensamentos e juízos, seu poder de decisão, sua capacidade de ação com autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Ao desenvolver seu trabalho baseado na visão dos quatro pilares do conhecimento, o professor pode planejar suas ações voltando-se para o desenvolvimento dos alunos, mas também para seu próprio crescimento como profissional da educação. Ao citarmos a importância da didática no trabalho docente, entendemos que o saber e o saber fazer do professor também devem estar alicerçados nos pilares do conhecimento, proporcionando um processo ensino-aprendizagem que não se preocupe tão somente com a assimilação de conteúdos, mas principalmente com o desenvolvimentodo pensamento, da comunicação e da pesquisa, do raciocínio lógico, da elaboração de sínteses e teorias, da independência e autonomia, tornando alunos e professores, sujeitos competentes socialmente. Esta educação, ao fundamentar-se nos quatro pilares sugeridos por Delors, pede dos professores a adoção de procedimentos didáticos diferenciados, que possam estar de acordo com o que se espera, conforme cita Rodrigues (2008): Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social; Desenvolver a pedagogia da pergunta Proporcionar uma relação dialógica com o estudante; Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática; Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem; Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto. Segundo Rodrigues (2008) a aplicação dos quatro pilares da educação, citados por Delors (1998) no relatório para a UNESCO, é indispensável para qualquer instituição comprometida com uma educação e qualidade. Porém, para que se constituam em uma forma didática eficaz, é preciso que sejam diretamente incluídos na ação pedagógica, com um estudo aprofundado das características especificas de cada termo e dos objetivos que se espera alcançar com a aplicação do conjunto formado pelos quatro indicadores educacionais. Ao estudar os quatro pilares percebe-se a relação destes com as várias áreas de conformação do ser humano, quais sejam: a Psicologia, a Pedagogia, a Sociologia, a Biologia e, em grande monta, a Filosofia. Mesmo sem nomeação, não há dúvidas de que o aprender a conhecer; aprender a fazer, aprender a conviver; aprender a ser abrangem grande parte do conteúdo das ciências mencionadas e, consequentemente, contribuem com a formação integral do ser humano. (RODRIGUES, 2008) Fonte: http://www.gracamonteiro.com/news/fotos/professoresemr euniao.jpg Percebemos aqui a importância da formação do professor, tanto inicial quanto continuada, no sentido de entender a educação como um processo que envolve um conjunto de conceitos e ações que permitem a apropriação do conhecimento e o estabelecimento de ligações entre as diferentes disciplinas e correntes de pensamento. É preciso que se entenda a didática como um dos pontos que favorecerá a aprendizagem. Para uma educação de qualidade é necessário, ainda, segundo Rodrigues (2008) que a escola se envolva no processo, desde a direção, coordenação, corpo docente, funcionários, alunos, enfim toda a comunidade escolar ou conjunto humano desta instituição seja um grupo unido para compartilhar e atingir a educação de seus alunos, fundamentando-se não somente na absorção de conhecimento, mas nos conceitos de formação de valores, prazer de conhecer, solidariedade, liberdade e democracia. Estudar e analisar os quatro pilares da educação nos indica caminhos para esta educação de qualidade e comprometimento da comunidade escolar. Como futuros educadores, independente da disciplina a ser desenvolvida com nossos alunos, é preciso que percebamos a importância de nosso comprometimento no desenvolvimento de uma didática voltada para a aprendizagem, mas também para o crescimento individual de nossos alunos em sua totalidade. Podemos perceber que os quatro pilares da educação, citados por Delors (1998) no relatório para UNESCO, vem ao encontro de nossa visão do aluno como um todo. Nosso trabalho deve propiciar aos nossos alunos: 1) O desenvolvimento cognitivo (Aprender a conhecer) – Desenvolvimento de capacidades mentais: ouvir, refletir, criticar, discutir, interligar com conhecimento intelectual prévio, etc. 2) O desenvolvimento de habilidades e competências (Aprender a fazer) – O que fazer com o conhecimento? Independente da carreira, pesquisar, buscar informações, trabalhar em grupo, trabalhar interdisciplinarmente, aplicar conhecimentos, redação, comunicação. Fonte: http://candil.blogs.sapo.pt/arquivo/red.gif 3) O desenvolvimento de valores e atitudes (Aprender a conviver ou viver juntos) - Valores que envolvem o exercício de cada área profissional e a postura pessoal de cada um: ética, moral, cultural, políticos. 4) O desenvolvimento afetivo-emocional (Aprender a ser) – Capacidade de relacionamento: disponibilidade, interesse, respeito, etc. A educação atual nos fornece muitos subsídios para bem desenvolvê-la. Cabe-nos estudar, analisar, colocar em prática novas técnicas, métodos ou pesquisas. Mas acima de tudo, cabe a nós educadores, por meio de nosso trabalho, mostrar aos alunos a importância do exercício da cidadania, da visão analítica e crítica, da importância da reflexão no entendimento do contexto no qual estamos inseridos. [...] ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da educação. (RODRIGUES,2008) 1. Professor na era digital Ao tratarmos do trabalho docente, especialmente ligado à didática desenvolvida para que o aluno aprenda, é impossível não discutirmos um assunto tão atual e por vezes preocupante na educação: a utilização de novas tecnologias da informação e comunicação. Podemos conceituar tecnologia, num significado mais abrangente, como descobertas e invenções do homem, para suprir algo que a natureza não lhe oferece, a fim de aumentar seu poder e facilitar seu trabalho e sua vida. Apresenta-se como um instrumento, uma ferramenta, um equipamento ou procedimentos, métodos e técnicas. Chaves (2008) destaca que algumas revoluções tecnológicas, como a invenção da fala, da escrita alfabética, da impressão tipográfica e por fim do computador e da comunicação digital tiveram grande impacto no desenvolvimento humano. Hoje, especialmente com a multimídia, sente-se a necessidade de criação de espaços, tempos e ambientes tanto presenciais quanto virtuais de aprendizagem, que extrapolem as salas de aula e as escolas. Isto Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_sv2Nle_S65Q/So7YmwpeoUI/ AAAAAAAAAL8/qr-sphDWEuY/s400/TICS.png porque a multimídia é uma tecnologia que se utiliza do som, da escrita e das imagens, o que torna possível um processo educacional mais personalizado, com base no diálogo e discussão crítica. O que se espera dos professores, é a utilização das tecnologias para tornar a escola um espaço inserido no mundo, onde haja aprendizagem contextualizada às exigências de nossos alunos e da realidade social que se apresenta. É necessário, portanto, que se reflita sobre a necessidade dos professores se atualizarem e saberem utilizar as novas tecnologias como recursos pedagógicos, que possibilitarão a construção do conhecimento e favoreçam a aprendizagem. Com o advento da Internet e a introdução de diferentes multimeios na educação, os professores devem repensar suas formas de ensinar e aprender, pois o contexto educacional deve ser comunicacional, interativo e vivencial. As novas tecnologias digitais já estão presentes nas escolas e influenciam em todas as áreas da vida social do aluno. A escola, na figura do professor deve criar alternativas que compensem as desigualdades sociais provocadas pelo acesso desigual à tecnologia, fora das escolas. A aprendizagem como um processo de formação contínua, auxiliada pelas novas tecnologias torna professores aprendizes, buscando atualização dos seus saberes e das práticas pedagógicas, a fim de ser um facilitador da aprendizagem de seusalunos. Os meios educacionais sofreram uma grande invasão tecnológica, considerando-se desde a imprensa, rádio, fitas de áudio-cassete, a televisão, o vídeo, o DVD, as televisões a cabo e mais recentemente o computador com a internet e comunicação por satélite. Isto faz com que as escolas e professores se preocupem com a atualização nesse sentido, para não se sentirem excluídos de um movimento que se apresenta em toda a sociedade. Como educação é acima de tudo comunicação, ela depende da interação com as pessoas, não só através da fala, das atitudes ou dinâmicas, mas também da utilização de multimeios como veículos de comunicação. Como o professor pode estabelecer um trabalho de qualidade, desenvolvendo este trabalho pautado numa didática que realmente o auxilie a atingir seus objetivos educacionais, utilizando-se das tecnologias à sua disposição? Estarão os professores preparados para abdicar de suas posições de detentores do conhecimento e do saber, dividindo este posto com outros meios, educando para e com a tecnologia? Fonte: http://penta3.ufrgs.br/univima/TIE/profcomp.gif Segundo Lima (2005), o professor que pretende educar para a tecnologia deve se preocupar em preparar seus alunos para enfrentar as dificuldades que se apresentam com a nova sociedade tecnológica. As mudanças nesta sociedade trazem grandes dificuldades de colocação no mercado de trabalho, que se torna cada vez mais competitivo e exigente, especialmente quanto aos conhecimentos e utilização das tecnologias da informação e comunicação. São as características da sociedade do conhecimento, que privilegie o capital humano com suas capacidades cognitivas. É papel da escola e do professor preparar os alunos para esta sociedade. Ao educar para a tecnologia, o professor deve também preparar-se para educar com a tecnologia, ou seja, utilizar os benefícios dos recursos tecnológicos na preparação de suas aulas, no processo ensino-aprendizagem, sendo parceiro da tecnologia. A era digital provocou uma transformação no perfil de nossos alunos, que não querem mais aulas expositivas simples, praticamente exigem recursos visuais modernos, mais sofisticados, que mostrem na sala de aula o dinamismo que a realidade oferece. Com isto o professor tem que se preparar para utilizar todos esses recursos da melhor forma. Mas é importante que entenda que não pode se prender somente aos recursos, eles são importantes, mas não serão nada sem a criatividade, improvisação, sensibilidade, humildade e domínio de si e do conteúdo. Educar para a tecnologia e com a tecnologia pede atenção a certos princípios e fundamentos que a didática nos traz: a importância do processo ensino-aprendizagem, onde os principais sujeitos deste são professor e aluno. Os recursos da tecnologia são elementos de apoio que, se bem trabalhados, trarão grandes benefícios a este processo. O conhecimento tecnológico não pode ser um fim, mas um meio, uma ferramenta para realizar um trabalho docente de qualidade e coerente com a sociedade em que vivemos. (LIMA,2005) Se o professor deve estimular seus alunos a pensar, refletir, criticar, tornarem-se cidadãos formadores de suas próprias opiniões, as tecnologias poderão favorecer esse trabalho do docente. Os homens têm necessidade constante de aprender ao longo da vida e a informação está na base do conhecimento, que gera reflexão e crítica. Podemos verificar que a imprensa, o rádio, a televisão, o cinema e o teatro, e todas as demais formas de comunicação áudio- visual podem ser utilizadas para fazer o cidadão pensar, crítica e realisticamente sobre a nossa realidade. Fonte: http://mundosebrae.files.wordpress.com/2008/07/ti.jpg Hoje em dia a maioria das casas possui televisão ou computador com internet. São recursos que ligam nossos alunos ao mundo globalizado e os alimenta com informações à espera de transformarem-se em conhecimento. A internet é uma poderosa ferramenta de trabalho para se atuar em termos educacionais, pois oferece cursos em salas de aula virtuais, atualiza informações de qualquer área científica ou artística, além de constituir-se em um imenso espaço aberto internacionalmente a qualquer interessado, para discussões sobre os mais variados tópicos. Como professores, devemos estimular os alunos a utilizarem diferentes tecnologias a serviço da própria aprendizagem. Muitos materiais sobre saúde, história, geografia, meio ambiente, cultura, literatura brasileira e outros assuntos científicos ou não, que certamente são de grande valia no processo educacional, podem ser encontrados em jornais, revistas, programas de televisão, internet, todos veiculados pelos multimeios de comunicação. Este é um material que certamente poderá ser utilizado e explorado em sala de aula, por meio de gravações, exibições e promoção de debates e críticas que trarão socialização, aprendizagem e grandes benefícios aos alunos. Podemos perceber que a era digital nos trouxe uma nova pedagogia, que estabelece um novo papel ao professor, que passa a orientar e acompanhar o trabalho do aluno, auxiliando-o a construir o conhecimento. Por este motivo, é preciso que o professor cumpra seu papel de educador, que ensina, mas que ao ensinar também aprende. Para Kenski (2001), o professor tem algumas ações específicas que o tornam participante da educação de seus alunos: 1) O professor é agente de memória: a ele compete a manutenção da memória social, a transmissão da cultura, a realização de interações e intercâmbios que favoreçam o acesso dos alunos aos equipamentos e tecnologias que favoreçam a aprendizagem; 2) O professor é agente de valores: influencia os comportamentos e atitudes dos alunos, estimulando a criação da identidade individual e a sociabilidade entre alunos; 3) O professor é agente das inovações: auxilia os alunos a compreenderem, utilizarem, aplicarem e avaliarem as inovações que se incorporam à cultura escolar. Podemos perceber que o professor da era digital deve se preparar para realizar seu trabalho dentro de um contexto global, não focando somente na transmissão de conhecimentos. Deve, portanto, participar e estimular os alunos na utilização das tecnologias para pesquisar, conhecer e aprender cada vez mais. Fonte: http://www.who- knows.pt/wk_esqp_mainsite/imagens_portal/b oneco_TIC.jpg A pesquisa individual do aluno deve levá-lo a refletir sobre sua responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento e isto deve ser trabalhado pelo professor que auxiliará o aluno nesta reflexão. É certo que as tecnologias que invadem nossos lares, nossas escolas e especialmente nossas salas de aula, facilitam a transmissão da informação, mas o papel do professor continua sendo fundamental, para que todos aprendam, pois o conhecimento é fruto da interpretação que se dá à informação, relacionando-a e processando-a, e o professor deverá ser o facilitador dessa interpretação. Para Kenski (in Castro&Carvalho, 2001, p.105), o papel dos professores na sociedade digital amplia-se e não se extingue: Novas qualificações para estes professores são exigidas, mas ao mesmo tempo, novas oportunidades de ensino se apresentam. Os projetos de educação permanente, as diversas instituições e cursos que podem ser oferecidos para todos os níveis de ensino e para todas as idades, a internacionalização do ensino – através das redes – criam diferentes oportunidades educacionais para aqueles professores que aceitam desafios e se colocam abertos a estas novas e estimulantes funções. O professor da era digital é então “um professor competente,que corresponde às necessidades de ensino do momento, é um profissional necessário”. (Kenski,2001,p.105) Justamente pelo medo de tornarem-se desnecessários, muitos professores são resistentes à utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), em sua prática pedagógica. Com esta postura, sua didática, sua visão de educação, seus métodos e estratégias de ensino acabam se tornando inviáveis, até mesmo obsoletos, diante das cobranças naturais dos alunos por inovações. Nesta unidade vocês conheceram as diferentes abordagens do ensino aprendizagem, pudemos discutir sobre o fazer e o saber fazer dos professores, além de refletirmos sobre a importância das novas tecnologias para o trabalho docente e a aprendizagem dos alunos. A escolha da abordagem a ser trabalhada levando em conta os quatro pilares da educação e a nova sociedade que se apresenta, com inovações e tecnologias são importantes conhecimentos que permitirão constituir sua identidade docente, por meio da reflexão didática. A fim de proporcionar um melhor entendimento a respeito da importância dos “saberes necessários à prática docente” em sua formação profissional, sugiro que leia o texto indicado no link abaixo. http://www.revistaeducacion.mec.es/re350/re350_09por.pdf acesso em 01 de maio de 2012. Após a leitura do texto , elabore um resumo sobre os principais pontos sobre a Formação de Professores abordados por António Nóvoa. Material Complementar CARVALHO, Ana Maria Pessoa; PEREZ, Daniel Gil. O saber e o saber fazer do professor. In CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. Cap. 6. p.107-124 CUNHA, Emmanuel Ribeiro. Os Saberes Docentes ou Saberes Dos Professores. Revista Cocar, v. 1, p. 31-39, 2007. Disponível em http://www.nead.unama.br/prof/admprofessor/file_producao.asp?codigo=17 Acesso em fev.2009. DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC UNESCO, 1998. “Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI”. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1993. Coleção magistério – 2º grau. Série formação do professor RODRIGUES, Zuleide Blanco. Pensando na qualidade da educação, a partir do conhecimento de “Os quatro pilares da Educação do Século XXI”. 2008. Disponível em http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/pensandoaqualidade.htm. Acesso em fev.2009. CHAVES, Eduardo O.C. Educação e Tecnologia: da fala de Sócrates à multimídia de hoje. 2006. Disponível em http://palestras.net/textos-self/edutec.htm. Acesso em fev.2009 KENSKI, Vani Moreira. O Papel do Professor na Sociedade Digital. In CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. Cap. 5. p.95-106 LIMA, Adriana Luzia. Educar para a Tecnologia ou Educar com a Tecnologia? 2005. Disponível em http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=18&texto=1016 Acesso em fev. 2009 NASCIMENTO, Julia C.P. TIC’s – a difícil inclusão no processo educacional. 2007. Disponível em http://www.alvoradaplus.com.br/Docs/revista_eletronica/edicao_3/Artigo_julia.pdf. Acesso em fev.2009 Referências _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Anotações
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