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Artigo científico sobre Letramento Digital

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FACULDADE MICHELANGELO/JKDE TAGUATINGA
CURSO DE LETRAS
CARLA REJANE OLIVEIRA
LETRAMENTO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA
TAGUATINGA – DF
JULHO / 2015
GRUPO JK
FACULDADE MICHELANGELO DE TAGUATINGA
CURSO LETRAS
CARLA REJANE OLIVEIRA
LETRAMENTO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora da Faculdade Michelangelo de Taguatinga do Grupo JK Educacional, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciado em Letras sob a orientação da profª. Dra. Claudia Heloisa Schmeiske.
TAGUATINGA – DF
JULHO / 2015
CARLA REJANE OLIVEIRA
LETRAMENTO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora da Faculdade Michelangelo de Taguatinga do Grupo JK Educacional, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciatura em Letras sob a orientação da profª. Dra. Claudia Heloisa Schmeiske.
Aprovada em de julho de 2015.
BANCA EXAMINADORA
Prof. 
Faculdade de Taguatinga
Prof. 
Faculdade de Taguatinga
Prof.	
Faculdade de Taguatinga
Dedico aos meus filhos: John Victor e Leonardo, a minha irmã Cristiane e aos meus pais in memoriam: José de Assis e Zenaide.
 
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por ter me guiado na minha jornada acadêmica, me dando saúde, disposição e força e me abençoando para que eu concluísse minha tão sonhada graduação.
Agradeço aos meus pais: Zenaide e José de Assis, em memória, por terem sempre acreditado na minha capacidade e por tudo o que me ensinaram.
Agradeço aos meus filhos John Victor e Leonardo pela força e pela paciência de me ausentar em algumas horas que precisavam de mim.
Agradeço a minha irmã Cristiane, por me ajudar nas horas em que mais precisei, pelo incentivo e pela disposição e carinho.
Agradeço aos meus amigos, principalmente o Bruno, a Rayanne, a Sarita. Edna, Noelia e todos os outros, que se fizeram presentes na minha caminhada, sempre me apoiando, mesmo diante dos entraves do cotidiano.
Agradeço, aos professores, em especial, minha orientadora, Profa. Dra. Claudia por seus conhecimentos e por sempre estar disposta a ensinar. 
Não posso deixar de agradecer a Marli, o Júnior, George, Hellen, Mônica Chaves, o Jairo e o Jackson, por sempre me incentivar e por toda ajuda e conhecimento dado.
 Agradeço a toda equipe da Faculdade JK pela presteza e atenção dados a minha pessoa. 
E todos aqueles que direta e indiretamente me apoiaram nessa caminhada. 
“O educador que exerce o papel de professor-letrador, deve ver o ato de educar como uma contribuição no processo de humanização. Pois, esse processo tem um papel fundamental no exercício do educador que acredita na construção de saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus alunos, levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento”. 
Paulo Freire
LETRAMENTO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA
Carla Rejane Oliveira[1: Graduanda do Curso de Licenciatura de Letras da Faculdade JK Michelângelo. Email: rejanebijux@hotmail.com]
Claudia Heloisa Schmeiske Silva[2: Profª. Orientadora Dra. Claudia Heloisa Schmeiske Silva. -]
RESUMO
O letramento digital atualmente vem sendo muito discutido, porque a educação tem uma ferramenta inovadora para transmitir o conhecimento e que pode motivar o discente na busca de informações em museus, dicionários, livros e tudo o que a internet pode proporcionar para torna-lo um cidadão crítico. O objetivo geral dessa pesquisa é discutir a importância do letramento digital na Educação de Jovens e Adultos, já que muitos alunos deste seguimento pararam de estudar há muito tempo e possuem dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa realizada foi quantitativa, pois traduz e expressa os fenômenos do mundo social. Por meio da pesquisa foi feita uma pesquisa de campo utilizando a entrevista semiestruturada realizadas para obter os dados necessários para se analisar o tema. Constatou-se por meio dos questionários aplicados, que os alunos da Educação de Jovens e Adultos possuem dificuldades para acessar o computador, tablet e celulares com sistema Android e Windows, principalmente, os mais velhos. Sugeriu-se que as escolas criem laboratórios de informática e professores especializados para ensinarem os discentes a utilizarem as novas tecnologias, pois assim, poderão contribuir com a aquisição de conhecimentos e melhor qualificação profissional destes. 
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Ensino-aprendizagem. Internet. Letramento digital. 
1 INTRODUÇÃO 
A modalidade de ensino que acolhem jovens e adultos que não tiveram a devida escolarização necessária durante a idade apropriada é chamada de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na verdade, é uma forma das pessoas que não puderam estudar retornar aos estudos ou até aquelas que não foram alfabetizadas se tornarem letradas.
A tecnologia e a economia avançaram e com isso, o mercado passou a exigir mão de obra qualificada e assim, as pessoas começaram a se preocupar com a educação e resolveram procurar a Educação de Jovens e Adultos (EJA), esse fato contribuiu para combater o analfabetismo dos brasileiros. Por essa razão, é essencial estudar a Alfabetização e o Letramento na EJA, pois essa modalidade de ensino é uma política pública educacional, que acolhem jovens e adultos a obterem escolarização, assim como a própria Lei de Diretrizes e Bases assegura.
Por isso, em face das considerações acima, surge a seguinte questão norteadora: Como o letramento digital tem sido utilizado na EJA em escolas particulares do DF?
Nesse contexto, o objetivo geral dessa pesquisa é discutir a importância do letramento digital na Educação de Jovens e Adultos. Para tanto, traçou-se os seguintes objetivos específicos: conceituar letramento digital; destacar a necessidade de incluir os alunos da EJA no letramento digital e elaborar estratégias de ensino-aprendizagem para que os alunos aprendam a utilizar o computador.
A importância de desenvolver esse tema é devido ao fato de observar que uma parte da população possui dificuldades de interação com o computador, isto é, sabem ler e escrever, mas não conseguem ligar ou digitar no computador, nem preencher um formulário na internet.
Esse assunto é relevante, porque o próprio professor necessita ser letrado digitalmente para que essa formação seja reflexiva e crítica, sem contar, que alunos da Educação de Jovens e Adultos, geralmente, pararam de estudar há muito tempo e não estão familiarizados com as novas tecnologias, principalmente, o computador.
Essa pesquisa pretende contribuir com os acadêmicos da área escolar e com a sociedade em geral, porque existem alunos cursando o Ensino Superior que não conseguem utilizar o computador e a internet. Portanto, acredita-se que esse artigo irá contribuir para que sejam elaboradas novas maneiras de produzir discursos, como também novas formas de aprender e ensinar para transmitir o conhecimento. Por isso, é fundamental elaborar estratégias de ensino para os alunos com dificuldades em utilizar o computador.
Diante do exposto, a pesquisa será quantitativa, pois traduz e expressa os fenômenos do mundo social. Por meio da pesquisa será feita uma pesquisa de campo utilizando a entrevista semiestruturada realizadas para obter os dados necessários para se analisar o tema. 
De acordo com Trivinos (2009) a entrevista semiestruturada tem como característica questionamentos básicos que se apoiam em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa.
O presente artigo aborda o letramento, o letramento digital e suas característicase sobre a Educação de Jovens e Adultos. Assim como uma pesquisa de campo que analisa se os alunos estão sabendo utilizar as novas tecnologias.
2 MATERIAS E MÉTODOS
A presente pesquisa teve como foco discutir a importância do letramento digital na Educação de Jovens e Adultos. Para alcançar os objetivos propostos, foi utilizada uma revisão bibliográfica a respeito do tema e uma pesquisa de campo.
A pesquisa de campo consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes, para analisá-los (MARCONI & LAKATOS, 2003, p. 83).
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa será quantitativa, que trata mais objetivamente as informações. De acordo com Almeida (2011, p. 32): “a abordagem quantitativa é caracterizada pelo uso de métodos estatísticos para compilação dos dados visando correlacionar as diferentes variáveis previamente estabelecidas”. A abordagem quantitativa é aplicada a presente pesquisa, pois pretende tratar os dados obtidos por meio do questionário interpretando-os numericamente para conseguir compará-los objetivamente.
O universo da pesquisa foi de sessenta alunos da Educação de Jovens e Adultos, do Colégio Brasil Central. A amostra foi, respectivamente, de quarenta alunos. 
O objetivo desta pesquisa adotou como recurso para a coleta de dados questionários com perguntas fechadas para melhor compreender o letramento digital na EJA. Segundo Gil (2006), o questionário é uma técnica de investigação composta por um número de questões apresentadas por escrito às pessoas, com o objetivo de conhecer as suas opiniões.
A partir dos dados obtidos por meio das respostas dos entrevistados foram elaborados gráficos no programa Excel 2010 para melhor visualização dos resultados da análise.
O questionário foi aplicado no período 08 a 12 de junho de 2015 para sessenta alunos da Educação de Jovens e Adultos, nos quais foram preenchidos totalmente quarenta. O questionário possui quinze perguntas fechadas.
Diante dos questionários respondidos foi elaborada a discussão. Os dados serão tratados e analisados confrontando as respostas dos entrevistados com a literatura pesquisada sobre o tema. 
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Letramento
3.1.1 Conceito e História do Letramento
O objetivo desse capítulo é abordar o letramento, a partir de sua trajetória histórica, bem como seus conceitos. O processo de ensino aprendizagem de jovens e adultos atende ao princípio da adequação de metodologia e recursos didáticos à realidade cultural deste grupo. 
Vygotsky (2008) comenta que a aprendizagem resulta da interação entre as estruturas do pensamento e o contexto social, num processo de construção pela ação do sujeito sobre o objeto a ser conhecido. Ela é necessária para enfrentar as situações desafiadoras que propiciam aos alunos o conhecimento, necessitando da intervenção de outros sujeitos.
            Adquire-se o conhecimento por meio da interação social, pois o individuo se relacionando na sociedade, considera a experiência de vida, os valores, as crenças, ou seja, a cultura do alfabetizando. Freire (2007) entende que uma aprendizagem significativa se dá por um processo de análise da prática social e também contribui  para repensar a forma de atuação no mundo. Para ele, a sociedade é permeada por práticas de leitura e escrita, o papel do professor transcende a sala de aula e suas práticas pedagógicas podem interferir no desenvolvimento do aluno na construção de uma sociedade mais justa. O diálogo fundamenta a construção do sujeito, como mecanismo de compreensão da estrutura social, de conscientização e de transformação.
          Kleiman (2005, p. 15) define o letramento como:
Um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto istema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos. As práticas específicas da escola, que forneciam o parâmetro de prática social segundo a qual o letramento era definido, e segundo a qual os sujeitos eram classificados ao longo da dicotomia alfabetizada ou não alfabetizada, passam a ser, em função dessa definição, a pena um tipo de prática – de fato, dominante – que desenvolve alguns tipos de habilidades, mas não outros, e que determina um a forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. 
	De acordo com Soares (2006), essas práticas sociais tem fundamental importância para a vida das pessoas, porque valoriza o impacto qualitativo. Quando as pessoas entendem o que escrevem, elas passam a entender a importância da leitura e da escrita para a sua comunicação com outros indivíduos da sociedade. 
A autora Magda Soares (2006) ainda comenta que o letramento é uma palavra recém-chegada ao vocabulário da Educação e das Ciências Linguísticas na segunda metade dos anos 80. Dessa época aos dias atuais, ela apareceu em vários livros. Ainda segundo a autora (2006, p. 18) letramento “é o resultado da ação de ensinar e de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um individuo, como consequência de ter se apropriado da escrita”. Usa-se letramento referente à alfabetização que é o “ato de alfabetizar, ou seja, o ato de ensinar a ler e escrever”.
Para Ribeiro (2009, p. 91):
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos.
O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Soares (2006), designa práticas de leitura e escrita. A entrada do aluno no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o educando necessita se envolver nas atividades de leitura e escrita e ele só aprende ao ler uma história em quadrinhos, uma revista, um jornal entre outros. Por isso, ler e escrever também implica na forma de usar o conhecimento em benefício de expressar sua comunicação em um contexto cultural.
Nesse contexto Ribeiro (2009) menciona que no Brasil, desde o final do século XIX, especialmente com a proclamação da República, a educação ganhou destaque como uma das utopias da modernidade. Neste momento, a escola se consolidou como um lugar institucionalizado onde se preparavam as novas gerações aprendiam a ler e a escrever. Saber ler e escrever era um instrumento privilegiado para adquirir o saber, pois nem todo mundo podia estudar, pois a aprendizagem ainda era restrita a poucos e ocorria no âmbito privado do lar, ou de maneira menos informal, mas ainda precária, nas poucas escolas do Império.
De acordo com Soares (2006, p. 20), “em 1876 surgiu em Portugal, a Cartilha Maternal ou Arte da leitura, ela foi escrita por João de Deus, um poeta português. Essa cartilha foi muito usada no início da década de 1880”. O método dessa cartilha se fundamentava nos princípios da linguística moderna dessa época, iniciava-se o ensino da leitura pela palavra.
O método analítico na primeira década republicana orientava que o ensino da leitura era iniciado pelo todo e só depois se analisava as partes que as constituíam. Segundo Soares (2006), a palavra alfabetização só passou a ser usada no final da década de 1920 e se referia ao ensino inicial da leitura e da escrita. A partir da segunda metade da década de 1920, passaram a utilizar os métodos mistos, chamados de analítico-sintético ou vice-versa, esses métodos se estenderam até o final da década de 1970.
Segundo Kleiman (2005), o pensamento construtivista de alfabetização foi introduzido no Brasil, na década de 1980, por meio de pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky que estudaram a Psicogênese da Língua Escrita. Sendo assim, concluíram que o construtivismo se constituía na desmetodização, que propunha uma nova forma de vera alfabetização, que funcionava como um mecanismo processual e construtivo com etapas sucessivas. Essa foi à época que muitas pessoas foram alfabetizadas. Porém, foram considerados analfabetos funcionais (pessoas que só decodificavam o signo linguístico), essas pessoas não conseguiam entender o que liam.
Assim, surgiu o letramento que, segundo Soares (2006) é a capacidade de ler, escrever e fazer uso desses conhecimentos em situações cotidianas. A autora (2006, p. 23) ainda afirma que:
Alfabetizar letrando ou letrar alfabetizando pela integração e pela articulação das várias facetas do processo de aprendizagem inicial da língua escrita é sem dúvida o caminho para a superação dos problemas que vimos enfrentando nessa etapa da escolarização, descaminhos serão tentativas de voltar a privilegiar esta ou aquela faceta como se fez no passado, como se faz hoje, sempre resultando no reiterado fracasso da escola brasileira em dar às crianças acesso efetivo ao mundo da escrita.
Atualmente, o construtivismo às vezes, é mal interpretado e os métodos tradicionais não dão conta do contexto atual. Portanto, os métodos atuais devem se basear na fundamentação teórica e na prática. Sendo assim, é importante conhecer o papel do educador no letramento.
3.1.2 O Papel do Educador no Letramento
	
Freire (1990) apud Peixoto et al (2004) comenta que o educador que exerce o papel de professor-letrador, deve ver o ato de educar como uma contribuição no processo de humanização. Pois, esse processo tem um papel fundamental no exercício do educador que acredita na construção de saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus alunos, levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento. 
Nesse caso, o professor tem que aceitar romper paradigmas e acreditar que as transformações que ocorrem na sociedade atingem todos os setores, assim como também a escola e os saberes do educador. Por isso, existe a necessidade de se aprimorar e atualizar o conhecimento. Pois o mesmo nunca se completa ou se finda. Portanto, o professor antes de querer exercer esse papel de "professor-letrador" necessita se conscientizar e buscar ser letrado, ou seja, ele precisa dominar a produção escrita e buscar informação. Mas, para isso é necessário, ser um bom leitor e um bom produtor de textos, para que se torne capaz de letrar seus alunos. 
Peixoto et al (2004, p. 48) afirma que:
O papel do "professor-letrador" é analisar a prática do letramento, ele também destacou alguns passos para o desempenho desse papel, são eles: 
Investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados;
Planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la;
Desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade;
Incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
Recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento;
Não ser julgador, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagens diferentes;
Avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo;
Trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a autoestima e a alegria de conviver e cooperar;
Ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor aprendiz tanto quanto os seus educandos;
Reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.
Todos esses passos norteiam a prática dos professores que buscam exercer verdadeiramente o papel de "professor-letrador". Portanto, o bom professor exerce a função de ensinar rompendo paradigmas e se atualizando de acordo com o mercado de trabalho e com sua formação profissional.
3.2 Letramento digital
	O letramento digital surgiu devido as novas tecnologias. Para Xavier (2009), o letramento digital não é saber somente ler e escrever, mas também utilizar as novas tecnologias, isto é, realizar práticas de leitura e escrita que são diferentes das tradicionais, pois a internet proporciona conteúdos em seus sites com vários gêneros de texto. O indivíduo precisa saber ler e interpretar esses textos, além de saber utilizar o computador. Necessita saber pesquisar, selecionar, realizar um download, ou seja, utilizar os instrumentos disponíveis para cumprir seus objetivos.
Para Mey (1998), tanto o letramento usual quanto o digital são importantes, porque a tecnologia da informação chegou para mudar a forma de ensinar e de buscar conhecimento, é muito mais do que saber ler e escrever e utilizar a internet, é necessário utilizar esses recursos para aplicá-los no cotidiano, em benefício do próprio usuário. 
De acordo com Magda Soares (2002, p. 156) afirma que “o letramento digital é o confronto de tecnologias digitais de leitura e de escrita com tecnologias tipográficas, salientando que cada uma tem seu espaço e um efeito na sociedade”. 
Souza (2007, p. 57) define letramento digital como “o uso da tecnologia digital, ferramentas de comunicação e/ou redes para acessar, gerenciar, integrar, avaliar e criar informação para funcionar em uma sociedade de conhecimento”. Já Cesarini (2004, s/p apud Souza 2007, p. 57) define como “uma série de habilidades que requer dos indivíduos reconhecer quando a informação faz-se necessária e ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação necessária”.
Paul Gilster (2006, p. 154) assevera que letramento digital é “a habilidade de entender e usar informação em formatos múltiplos de uma vasta gama de fontes quando esta é apresentada via computadores”. O autor ainda comenta que um ser letrado é capaz de usar e entender informações vindas de vários suportes digitais, porque tem a habilidade de usar as novas tecnologias para melhorar sua qualidade de vida. Sabe-se que o computador, o tablet e o celular com sistema Android ou Windows proporcionam aos indivíduos acesso a internet, a busca pelo conhecimento devido as informações de texto, como imagens, sons, o preenchimento de um formulário, a realização de uma pesquisa dentre outros.
Segundo Bawden (2008), o letramento digital deve ir além da capacidade de usar as novas tecnologias, porque é uma maneira de formar o pensamento crítico. Gilster (2006, p. 145) relata que “existem quatro competências essenciais da literatura digital: pesquisas na internet; hipertexto; navegação e montagem; conhecimento e avaliação de conteúdo”. 
Ribeiro (2009) comenta que há pessoas que são consideradas letradas digitalmente, mas só conseguem acessar e-mails ou conversar nas redes sociais e que são letradas somente para o que as interessam. Mas, sabe-se que o letramento digital é mais que isso, porque é necessário saber utilizar as novas tecnologias para a busca de conhecimento e se tornar um cidadão crítico. Além de saber o que é hipertexto e conhecer os gêneros textuais que existem na internet.
Hipertexto, de acordo com Marcuschi (2001, p. 91-93), é um texto não linear, porque apresenta uma flexibilidade desenvolvida na forma de ligações permitidas ou sugeridas entre as pessoas que constituem a rede, é volátil, pois não tem a mesma estabilidade dos textos de livros, é topográfico, um espaço de leitura e escritura que não tem limites definidos, fragmentário, possui constante ligação com outros textos, tem acessibilidade ilimitada, porque acessa todo tipo de fonte, é multisemiótico, pois se caracteriza pela possibilidadede interconectar simultaneamente a linguagem verbal com a não verbal (musical, cinematográfica,, gestual e visual) e interativo, pois procede pela interconexão interativa, isto é, pela contínua relação de um leitor-navegador com múltiplos autores chegando a simular uma interação face a face.
Portanto, o letramento digital torna-se necessário nos idas de hoje, porque o analfabeto digital como relata Xavier (2009) é aquele que não sabe utilizar as novas tecnologias e buscar o conhecimento. É necessário que a educação aproveite essa inovação para formar cidadãos críticos que sabiam utilizar as novas tecnologias para o seu engrandecimento profissional e social.
3.3 Educação de Jovens e Adultos – EJA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) substituiu o nome de Ensino Supletivo para Educação de Jovens e Adultos – EJA e segundo o Ministério da Educação e cultura – MEC (2002, p.17) estabeleceu que:
A reafirmação do direito dos jovens e adultos a um ensino básico adequado às suas condições, e o dever do poder público de oferecê-lo gratuitamente na forma de cursos e exames supletivos. E a alteração da idade mínima para a realização de exames supletivos para 15 anos no Ensino Fundamental e 18, no Ensino Médio, além de incluir a educação de jovens e adultos no sistema de ensino regular.
A LDB 9394/96 também dedicou dois artigos para a educação de jovens e adultos, in verbis:
Artigo 37 – A educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.
Artigo 38 – Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. (grifo nosso)
Portanto, a partir de 1997 a história da EJA começou a ser registrada no intitulado “Boletim da Ação Educativa”. No ano de 2000 foi publicado um dos documentos mais importante para a EJA, pois ele regulamentou e normatizou essa modalidade e foi aprovado pelo Parecer 11/2000 e pela Resolução 01/2000, que sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Educação – CNE apresentou um novo paradigma para essa modalidade, a idade para o início desse curso mudou para 14 anos para o Ensino Fundamental e 17 anos para o Ensino Médio. 
O Ministério da Educação e Cultura – MEC fez um anúncio em 2003, no qual relatou que a alfabetização de jovens e adultos seria uma prioridade. Portanto, desde então, a EJA atualmente está presente em todos os estados brasileiros e possui um foco amplo. Ela trabalha para haver uma sociedade igualitária e uma educação eficaz é necessária que todas as áreas da educação sejam focadas e valorizadas, pois uma depende da outra.
3.3 O Perfil do aluno da EJA 
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) são as pessoas vindas de famílias de baixa renda, que tiveram que deixar de estudar para dar preferência ao trabalho ou porque não tinham condições de estudar na época que estudavam tradicionalmente. 
	Em 2000, a Educação de Jovens e Adultos teve um documento muito importante para a sua atuação, foi o Parecer 11/2000 e a Resolução 01/2000, que sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Educação (CNE) sugeriu a extinção do supletivo e restabeleceu o limite etário para se ingressar na EJA (14 anos para o Ensino Fundamental e 17 anos para o Ensino Médio); a atribuição das funções reparadora, equalizadora e qualificadora para a EJA e promoção dos docentes para o público específico da EJA. A contextualização curricular e metodológica de acordo com os princípios de equidade e diferenças sistematizados pela EJA. 
	O EJA passou por algumas mudanças. Porém, o portal do MEC divulgou neste ano de 2012, que “os sistemas de ensino têm até 2013 para desenvolver programas que garantam a permanência na escola regular, dos jovens de 15 a 17 anos, pois, a partir de 2013 o EJA só atenderá maiores de 18 anos”. 
	Segundo o Portal Gazeta do Povo (2012) ao declarar seu voto favorável ao Parecer, e destacar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, o presidente da CEB, Conselheiro César Callegari, manifestou dúvidas sobre a capacidade de os sistemas de ensino atender jovens de 15 a 17 anos e impedirem a evasão escolar. Callegari observou que hoje em dia muitos sistemas sequer conseguem cuidar a contento dos alunos que não apresentam problemas de idade, e questionou a capacidade desses sistemas, de reter o contingente de jovens que costumam evadir.
	Sabe-se que é necessário manter ações governamentais para os projetos dentro da EJA, pois os resultados serão muito melhores se houver seguimentos nos programas já implantados, porque evita a perda de tempo e dinheiro público na criação de novos projetos. 
A maioria dos alunos da EJA retorna a escola para se sentirem incluídos na sociedade, pois querem melhorar sua condição de vida e também almejam melhor qualificação profissional. Além, de muitos buscarem a leitura para se tornarem mais participativos e críticos na sociedade e até para aprender a ler para conseguir ler a bíblia. 
Os alunos da EJA possuem certas dificuldades para retornar as aulas, porque muitas vezes são alvos de chacotas e possuem até traumas por não ter conseguido estudar anteriormente por vários motivos, desta forma os alunos criam um bloqueio, por isto o professor precisa estar seguro para quebrar estes bloqueios e assim, ajudar esses alunos, motivando e incentivando.
As turmas da EJA funcionam geralmente a noite, pois é o horário disponível para as pessoas que trabalham diariamente, tentarem concluírem seu curso. Para isso, esses alunos precisam ter coragem, incentivo e muita força de vontade. Sabe-se que o número de evasão na EJA é muito grande, porque os alunos se sentem desmotivados e cansados, pois trabalham o dia inteiro, pegam ônibus lotado, entre outros. Portanto, os professores da EJA tem que ser dinâmicos para aproximarem o conteúdo à realidade do aluno, procurando sempre inovar e não criar barreiras para afastar esses alunos. 
3.3.1 Diretrizes Pedagógicas da Educação de Jovens e Adultos no Distrito Federal
	De acordo com o MEC (2010), em outubro de 2008, o Currículo da Educação Básica do Distrito Federal foi publicado, contando com a participação de todas as Diretorias Regionais de Ensino e teve como objetivo expressar a realização efetiva da aprendizagem. Esse currículo orienta os componentes curriculares e apresenta as trajetórias de ensino e aprendizagem que reconhecem o respeito às diferenças sociais, culturais, raciais e étnicas entre outros. Além de estarem presente em todas as modalidades e etapas de ensino, ele também está de acordo com o artigo 26 da LDB.
	O Currículo da Educação Básica – Educação de Jovens e Adultos (2008, p 21) afirma que:
(...) a intenção desse documento não é a de esgotar ou mesmo de apresentar um conceito de currículo que limite à sala de aula. Ao contrário, pretende-se aqui, orientar possibilidades educacionais que apliquem em situações concretas de aprendizagem, de modo interdisciplinar, contextualizando o articulado à vida social.
	
Esse currículo deseja aumentar a bagagem sociocultural dos educandos e construir pontes de aprendizagem. 
	A Resolução n° 1/2009 do Conselho de Educação do Distrito Federal foi criada em 16 de junho de 2009, a fim de estabelecer as normas para o sistema de ensino e os meios de avaliação no Distrito Federal. A educação destinada para jovens e adultos é citada como modalidade de ensino no artigo 27. Já o artigo 32, dessa Resolução declara:
Parágrafo único: Os cursos de Educação de Jovens e Adultos a que se refere o caput devem adotar currículos flexíveis e diferenciados, formas de avaliação e de frequência adequadas á realidade dos jovens e adultos. Garantir matrícula em qualquer época do ano, assegurando o direito de todos à educação.
A Educação de Jovens e adultos exige a participação dos educadores no processo de ensino-aprendizagem para que os alunos alcancem a suas metas educativas. 
4 RESULTADOS 
	A análise dos dados foi realizada pormeio das respostas que os alunos deram no questionário. Quanto ao gênero, 60% dos alunos da Educação de Jovens e Adultos são do sexo masculino e 40% são do feminino. Quanto à idade, 60% possuem 18 a 29 anos, 20% entre 30 a 39 anos e 20% estão acima de 40 anos. Quanto á escolaridade, 30% estão na Educação de Jovens e Adultos do segundo seguimento (6º ao 9º ano) e 70% estão cursando a EJA (Ensino Médio).
	Na primeira pergunta foi questionado se os discentes sabiam ligar um computador.
Gráfico 1 – Ligar um computador
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Quanto aos entrevistados saberem ligar um computador, 58% sempre sabem e 32% nunca ligaram. Observa-se que a maioria sabe ligar um computador, porém, ainda existem pessoas que não conseguem ligar porque acham complicado ou porque não estão familiarizadas com o equipamento.
Gráfico 2 – Acesso á internet
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
Dos alunos pesquisados, observa-se que 70% possuem acesso a internet, 7% a maioria das vezes acessam e 23% não possuem acesso à internet. Apesar da globalização vir integrando todos os povos do planeta devido ao uso da internet, pois é um moderno meio de comunicação disponível, ainda existem muitas pessoas que ainda não possuem acesso a essa tecnologia. 
Sendo assim, a internet se caracteriza como globalização da informação, porque milhões de pessoas pelo mundo compram, vendem, negociam, leem revistas, jornais, fazem pesquisas, tudo isso sem saírem de suas casas ou locais de trabalho, ela surgiu para facilitar a vida das pessoas.
Gráfico 3 – Leitura de textos na internet
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Quanto à leitura de textos na internet, 55% dos discentes sempre leram textos na internet, 22% nunca leram, 8% raramente e 15% a maioria das vezes. Percebe-se que o uso da internet para algumas pessoas é complicado e algumas das pessoas que responderam o questionário ainda abordaram que se alguém ligar o computador ou tablet e colocar no texto conseguem ler, mas se fosse para eles colocarem não conseguiriam.
Para Xavier (2009), as pessoas necessitam, com os avanços da modernidade, aprender a lidar com o computador e com a internet, porque há variados tipos de textos que possuem características próprias. Já Marcuschi (2001) relata que todos os textos se manifestam em algum gênero textual e são reflexos do ambiente em que são produzidos. O autor ainda aponta que no ambiente virtual há diversos gêneros como e-mail, chats, entrevistas e blogs. 
Gráfico 4 – Preenchimento de formulários
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Com relação ao preenchimento de formulários, 37% dos discentes relataram que conseguem preencher, 35% afirmaram que não, porque não entendem e acham difícil, pedindo sempre para alguém preencher, 15% raramente e 13%, a maioria das vezes conseguem.
	Observa-se a dificuldade que certos indivíduos mesmo sendo alfabetizados e letrados possuem para compreender ou entender como se preenchem formulários na internet. Quanto a essa dificuldade, percebe-se que nem todo letrado e alfabetizado é letrado digitalmente, porque não se atualizou ou têm muitas dificuldades para compreender a linguagem da internet, pois existem vários tipos de textos e ainda há sítios que além de preencher formulários pedem que enviem cópias de documentos e uma pessoa que não tem o conhecimento adequado não consegue fazer.
Xavier (2009) afirma que o iletrado eletrônico é comparado ao analfabeto, por ser incapaz de atribuir qualquer sentido a uma palavra qualquer no computador, exatamente porque não tem domínio e possui dificuldades para compreender e utilizar as ferramentas necessárias para buscar o conhecimento.
Gráfico 5 – Digitação de textos no word
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Quanto a digitação um texto no word, observou-se que 63% dos alunos conseguem digitar e 37% não conseguem. Como os alunos tiveram orientações para preencher os questionários, alguns se manifestaram e relataram que digitam, mas não sabem formatar, isto é, deixar o trabalho padrão como os professores exigem.
Gráfico 6 - Hipertexto
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Quando perguntado se sabia o que era hipertexto, 75% dos discentes relataram que não sabiam e 25% que sim. Para Xavier (2009, p. 171), hipertexto é uma “forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície outras formas de textualidade”. São links (nós) que promovem a ligação entre informações.
De acordo com Marcuschi (2001, p. 83), um hipertexto “consiste numa rede de múltiplos segmentos textuais conectados, mas não necessariamente por ligações lineares”. Ainda destaca que exige um maior grau de conhecimento prévio, pois exige do leitor uma noção de coerência de forma mais aberta e interativa.
Mas Xavier (2009, p. 173) menciona que “o uso inadequado dos links pode afetar a leitura por quebrar o texto que garantiria a continuidade do fluxo semântico responsável pela coerência, tal como ocorre em uma leitura de texto convencional”. O hipertexto é uma espécie de simulação na relação do leitor com o texto, na produção de sentido, embora o hipertexto seja um ponto de referencia relevante para o leitor, já que reflete um percurso a ser seguido por este.
Gráfico 7 – Possui celular com sistema Android ou Windows
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
Com relação à pergunta se possui celular com sistema Android ou Windows, 555 dos discentes relataram que sempre, isto é, desde que forma inventados, 135 a maioria das vezes, 8% raramente e 25% que nunca tiveram celulares com esses tipos de sistemas, porque não conseguem mexer direito.
Xavier (2009) assevera que crianças e adolescentes letrados digitalmente se comunicam com mais intensidade, principalmente se comparados com as gerações anteriores. Hoje em dia, as crianças já possuem acesso às novas tecnologias por meio dos tablets e celulares, o que contribui para o conhecimento.
Gráfico 8 – Utiliza as funções do celular
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Com relação à pergunta se sabem usar as funções do celular, 33% relataram que sabem, 17% que a maioria das vezes, 17% raramente sabem e 33% disseram que não sabem usar. Mais uma vez, percebe-se a dificuldade de utilizar as novas tecnologias.
Gráfico 9 – Utiliza as funções do tablet ou computador
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	
Quanto à pergunta se os alunos utilizam as funções do tablete ou computador, 33% relataram que sabem, 17% que a maioria das vezes, 17% raramente sabem e 33% disseram que não sabem usar. 
Gráfico 10 – Possui conta nas redes sociais
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Com relação à pergunta se possuem redes sociais, 50% relataram que sempre, 7% que a maioria das vezes, 105 que raramente e 33% que nunca possuíram, alguns discentes ainda relataram que possuem embora não saibam usar porque os familiares ou amigos os ajudam a interagir com outras pessoas.
Xavier (2009) comenta que o letrado digital exige do sujeito modos específicos de ler e escrever, pois se deve utilizar com facilidade os recursos expressivos como imagens, desenhos, vídeos para interagir com outros sujeitos.
Gráfico 11 – Assiste vídeos no Facebook ou Youtube
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	Quando os discentes foram perguntados se assistem vídeos no Youtube ou no Facebook, 41% dos entrevistados relataram que sempre, 24% a maioria das vezes, 9% raramente e 20% que nunca. Alguns alunos relataram que assistem que se alguém colocar para eles.
Gráfico 12 – Download de livros e músicas
Fonte: Autores da pesquisa, 2015.
	
Quando os discentes foram perguntados se sabem fazer downloads de livros e músicas, 46% disseram que sempre, 14% que a maioria das vezes, 9% que raramente e 31% que nunca.
	
5 DISCUSSÃO
	Ao analisar os dados coletados, percebeu-se que os alunos da Educação de Jovens e Adultos possuem dificuldade ao acessar as novas tecnologias, na maioria das respostas,observou-se que foram os alunos mais velhos que possuem maiores dificuldades. Este é um problema que as escolas precisam resolver, já que a educação atualmente tem uma ferramenta pedagógica efetiva que é indispensável para o pensamento humano. 
	A internet, o computador, o tablet e os celulares com sistemas avançados proporcionam uma grande quantidade de informações no mundo virtual, é possível entrar em sítios de museus, bibliotecas, mapas, isto é, buscar conhecimento em tempo real, o que enriquece o conhecimento dos indivíduos, pois a tecnologia serve para ajudar o homem a progredir e a viver melhor.
	Moran (1997, p. 9) menciona que “diante de tantas informações, o educador deve propiciar desafios aos seus alunos, para que superem a dificuldade”. Para isso, é necessário refletir e debater sobre a informação acessada e também lançar desafios para os alunos, assim como toda escola ter um laboratório de informática para ensinar e motivar os alunos a se envolverem com as atividades de aprendizagem, porque as novas tecnologias favorecem a motivação do aluno, já que proporciona um ambiente mais atrativo e dinâmico.
O autor ainda comenta que ensinar com a internet leva a resultados significativos quando se deseja alcançar mudanças no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, cabe aos professores possibilitar aos alunos um vasto mundo de informações, construir conhecimentos e principalmente desenvolver o senso crítico para romper o senso comum na sociedade. Sabe-se que hoje, a internet está presente em toda a parte e até para ter uma boa qualificação profissional, ela é necessária. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Diante do exposto neste trabalho, observou-se que o letramento digital é uma realidade que precisa de maior aprofundamento nas escolas e na vida das pessoas. Também necessita de maiores pesquisas por parte das instituições e do Ministério da Educação para que possa promover um conhecimento a altura para os alunos das escolas públicas e particulares, pois não basta ter laboratórios de informática, é preciso também ter professores qualificados para ensinar os discentes a manusearem as novas tecnologias para buscarem conhecimento. 
	A internet é importante para a educação, porque formam cidadãos e favorece um mundo virtual com vastas informações que auxiliam o ensino-aprendizagem, mas os professores também necessitam estarem atualizados com as novas tecnologias para proporcionar aos alunos mais acesso aos textos eletrônicos, vídeos entre outros. 
O letramento digital faz parte da área educacional, mas necessita de adaptação e inovação focada na inclusão digital dos indivíduos que não possuem acesso à internet e as novas tecnologias. 
Os professores necessitam elaborar estratégias que facilitam a aprendizagem dos discentes e que os motivem a buscar maior conhecimento e principalmente, que aproveitem para conhecer os gêneros textuais da internet e o que são hipertextos dentre outros.
As escolas deveriam elaborar políticas juntamente com o Ministério da Educação para introduzir aos alunos aulas de informática no currículo escolar e assim, propor melhores condições de ensino. As escolas necessitam ter progresso assim como o mundo moderno.
Portanto, o professor não deve ser somente um aplicador das novas tecnologias, mas também ensinar os alunos a refletirem sobre a forma de utilizá-las para o seu melhor desenvolvimento e para a formação de seu caráter-reflexivo crítico. Por isso, não basta ser somente alfabetizado e letrado, mas compreender os tipos de letramento existentes na educação.
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE – Questionário
Prezado (a) Colaborador (a), 
O objetivo dessa pesquisa é discutir a importância do letramento digital na Educação de Jovens e Adultos. Esta pesquisa faz parte de trabalho de conclusão do curso de graduação em Letras da Faculdade JK Michelângelo, sos alunos Bruno Gomes dos Santos e Carla Rejane Oliveira, orientada pelo Drª. Claúdia Heloisa Schmeiske Silva. Os respondentes não serão identificados. Sua ajuda é muito importante para a pesquisa. Muito obrigada por sua consideração e interesse!
	1-Qual é a sua idade? ( ) 18 a 21anos. ( ) entre 22 a 30 anos. ( ) entre 31 a 40 anos ( ) entre 41 a 50 anos. ( ) entre 51 a 60 anos. ( ) mais de 60 anos
	2-Seu sexo é: ( ) Masculino ( ) Feminino
	3-Qual é o seu grau de instrução? ( ) Ensino Fundamental. ( ) Ensino Médio incompleto. ( ) Ensino Fundamental incompleto. 
	Sempre
	A maioria das vezes
	RaramenteNunca
	1
	Você sabe ligar um computador?
	
	
	
	
	2
	Você consegue acessar a internet? 
	
	
	
	
	3
	Você consegue ler textos na internet?
	
	
	
	
	4
	Você consegue preencher formulários na internet? 
	
	
	
	
	5
	Você consegue digitar textos no word?
	
	
	
	
	6
	Você sabe o que é hipertexto?
	
	
	
	
	7
	Você tem celular com sistema Android ou Windows?
	
	
	
	
	8
	Você sabe utilizar as funções do celular?
	
	
	
	
	9
	Consegue usar as funções do tablete ou computador?
	
	
	
	
	10
	Você possui conta nas redes sociais como Twitter, Facebook. Instagram ou outras?
	
	
	
	
	11
	Consegue assistir vídeos no Facebook ou Youtube?
	
	
	
	
	12
	Você consegue fazer download de livros, músicas entre outros?

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