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Atividade 2 Geo. do Brasil Ficha de Leitura GOMES

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GF 405-  GEOGRAFIA DO BRASIL  
Prof. Rosana Icassatti Corazza 
Bruna Cristina Gama Campagnuci RA: 135124  
  
ATIVIDADE 2 – FICHA DE LEITURA     
GOMES, Paulo C. C. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, Iná, E.; GOMES, Paulo C. C.; CORRÊA, Roberto L. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
Palavras chaves: região, 
 O texto de Paulo Cesar da Costa Gomes inicia-se apresentando a pouca necessidade de se definir Região, mas sim de reconhece – lá fora do campo científico e buscando seus diferentes usos. "Dentro dessa visão, cumpre antes de mais nada discernir os sentidos diferentes que podem existir na noção de região nas diversas onde ela é utiliza-la, no senso comum, como vocábulo de outras disciplinas e, o mais importante, na variedade de acepções que ela possui na Geografia." (p.50).
Em seguida o autor apresenta alguns antecedentes importantes como a origem da palavra e e como foi seu surgimento. Destas falas é importante ressaltara relação que Gomes coloca entre a Região e as questões de centralização, uniformização e diversidade espacial, física, cultural, econômica e política no período de formação dos Estados Modernos. 
".. podemos perceber três principais consequências: a primeira é que o conceito de região tem implicações fundadoras no campo da discussão política da dinâmica do estado, da organização da cultura e do estatuto da diversidade espacial; percebemos também que esse debate sobre a região... possui um inequívoco componente espacial, ou seja, vemos que no viés da discussão destes temas, da política, da cultura, das atividades econômicas, esta relacionado especificamente às projeções no espaço das noções de autonomia, soberania, direitos etc., e de suas representações; finalmente, em terceiro lugar, percebemos que a geografia foi um campo privilegiado destas discussões ao abrigar a região como um dos seus conceitos-chaves e ao tomar a si a tarefa de produzir uma reflexão sistemática sobre este tema"(p.52).
 Em Os Diversos Domínios da noção de Região, segunda parte do capítulo, o autor apresenta dois princípios fundamentais ligados a noção de região: localização e extensão, de forma com que a relação da região com esses dois elementos não a faça ser territorialmente limitada ou com características físicas. Além disse a região pode ser considerada no âmbito do estado como uma unidade administrativa. Nas ciências, por outro lado, a região também aparece ligado a doção de domínio. Nesta sequencia Gomes acerca sobre o debate da região na Geografia, a qual demanda diversas discussões, que serão o direcionando do autor a partir deste ponto, visto sua noção mais complexa. 
Assim o autor passa a introduzir, com o decorrer do textos geógrafos e cientistas no geral que de alguma forma, conceituaram a região de acordo com a sua linha de pensamento contribuindo para a formação contemporânea deste conceito, como foi o caso de Vidal de La Blache e a ideia de Região Natural; ("Surge dai o primeiro debate que tem a região como um dos epicentros, o conhecido debate entre os deterministas e as influencias do meio natural" (p.55).) L. Fébvre e o possibilíssimo; Hettner e Hartshorne e a diferenciação de áreas . Neste contexto, segundo o autor, inicia-se um movimento, direcionado pela Escola Francesa e Alemã, de busca da personalidade para cada região, "uma forma de ser diferente e particular"(p.56). através do método de descrição e suas posteriores discordâncias. O que o autor faz é uma breve evolução histórica do pensamento geográfico e dele é válido ressaltar a quebra de paradigma que acontece com Hartshorne, o que passa a tratar a região como síntese das complexas relações naturais e humanas. O que Hartshorne faz, segundo Gomes é separar o campo qualitativo o quantitativo (dados sociais ) na Geografia, mas enfatizando a necessidade da presença dos dois campos em todas as ciências. Desta forma, cabe a geografia classificar regionalmente o mundo se atentando para dois sistemas: genéricos e específicos. "Regionalizar, passa a ser tarefa de dividir o espaço segundo diferentes critérios que são devidamente explicitados e que variam segundo as intenções explicativas de cada trabalho." (p.63). 
Neste contexto a região passa a ser um meio e não mais um produto, criando a análise regional como um conjunto de novas regras, as quais são aprimoradas. Inicia-se estudos, a cerca dos fluxos de troca, ligados ao conceito de região funcional que cresce junto com a valorização da economia. Tal linha de pensamento faz com que a divisão regional se desse de acordo com a divisão territorial do trabalho e o processo de acumulação capitalista. " Novas regionalizações foram então estabelecidas tendo em vista os diferentes padrões de acumulação, o nível de organização das classes sociais, o desenvolvimento espacial desigual etc" (p.65). 
É valido ressaltar da obra de Gomes como os debates a certa da região e as questões epistemológicas da Geografia ainda persiste e não esta próximo de acabar, debruçando- se sobre diversos conceitos de região como: divisão do espaço de acordo com variáveis padronizadas classificando de forma hierárquica e uniforme ou divisão do espaço de forma relativa com caráter demonstrativo na comprovação do domínio dos fenômenos. 
Por fim, o autor chega no assunto Globalização, sento este a menina dos olhos dos debatestes geográficos atuais. A globalização traz a noção e homogeneidade, ou como o autor diz, " processo de reprodução social global" (p.71), tendo os movimento regionalistas como movimentos de resistência e defesa à homogeneização, ligando a ideal de regionalismo com o de estranheza e incapacidade de conviver com a diferença. Desta forma o autor fala sobre uma novo estabelecimento para a regionalidade, onde a globalização se mostrou frágil diante da diversidade espacial, fazendo a consciência de diversidade se manifestar por todos os lados. Torna-se necessário portanto repensar, segundo Gomes, os pontos por ele apresentados, tomando elementos como estado, poder, política, território etc, parte da discussão da nova regionalização.

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