Buscar

Resenha 2 Geo Regional HAESBAERT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

GF 601 - GEOGRAFIA REGIONAL
Profº. Dr. Vicente Eudes Lemos Alves
Bruna Cristina Gama Campagnuci RA: 135124
RESENHA 
HAESBAERT, Rogério. Região, diversidade territorial e globalização. IN: GEOGRAPLHIA, Revista da Pós-graduação em Geografia da UFF. Niterói/RJ, UFF,199.pp. 15-39.
Dividido em sete seções, o artigo de Rogério Haesbaert debruça-se sobre a questão da Geografia Regional em um contexto mundial de Globalização, discutindo as questões regionais na atualidade. No primeiro capítulo “A pertinência da questão regional” o autor contextualiza, nós leitores, sobre como tratará da questão regional no decorrer do estudo, o qual se dará a partir de problematizações a cerca do processo de globalização que resulta em novas formas de manifestação territorial. Ainda neste primeiro capítulo Haesbaert levanta pontos sobre o papel da mídia na questão da “nova regionalização” e cita alguns autores a fim de embasar o inicio do que acreditamos ser a defesa de suas ideias. O autor ainda chama atenção, ao finalizar esta parte, para as “geografias regionais populares” (p.17), as quais segundo ele estão ligadas às singularidades do espaço geográfico e que também ganham atenção neste novo momento. 
Em “Região: entre o velho e o novo”, Haesbaert decide retomar, de acordo com algumas linhas teóricas da geografia, as raízes da analise regional e do conceito de região. Para isso o autor apresenta ideias 3 grandes autores ( Vidal de La Blache, Carl Sauer e Richard Hartshorne) que colaboraram para a construção do conceito de região em geografia e levanta pontos fundamentais em comum entre eles, sendo estes: - a importância da singularidade; - o estudo integrado ( ou síntese); - a continuidade espacial; - a estabilidade regional e – a relação entre a região e uma análise em meso-escala. Todas são minimamente explicadas e exemplificadas por Haesbaert. O autor ainda ressalta neste capitulo a importância do grau de abrangências deste conceito e que “ um dos problemas centrais levantados pela questão regional no âmbito acadêmico refere-se a busca da síntese entre múltiplas dimensões entre o espaço geográfico.” (p.19). Haesbaert ainda apresenta mais duas questões centrais da geografia regional ao longo do seu percurso, itens que ao meu ver requer sua mostra integralmente: 
 “ - o estudo integrador ou “de síntese”, seja ele mais seletivo (quando seleciona um fato ou dimensão do espaço geográfico mais significativo para a definição desta integração regional), ou mais amplo. É verdade que todas as áreas/disciplinas realizam sínteses, mas ao geógrafo cabe uma síntese muito complexa e particular, por se concentrar no espaço enquanto condensação de múltiplas manifestações sociais.
- o estudo das especificidades, da “diferenciação de áreas” ou ainda, para utilizar um termo menos carregado de um legado empirista, da diversidade territorial; apesar de toda a uniformização promovida através da globalização capitalista, torna-se imprescindível discutir e encontrar formas de distinguir espaços/regiões, pois no nosso entendimento a diversidade territorial continua sendo um leitmotiv fundamental na construção da Geografia.” (p. 20).
No terceiro capítulo, Haesbaert procura discutir sobre a nova lógica da regionalização a partir da recriação da diversidade territorial. Dessa forma, o autor segue fazendo uma pequena sequência histórica da evolução da determinação do principal agente de produção da diversidade geográfica passando por princípios de alguns autores e correntes como deterministas/ambientalistas (diferenciação natural da superfície terrestre) e positivismo/funcionalismo (regiões menos estáticas, marcada pelo marxismo), chegando numa contemporaneidade com múltiplas interpretações para região e regionalização, mas enfocando que nem todo espaço geográfico é uma região, mas "apenas aqueles que se referem a processos específicos como os movimentos regionalistas e as identidades regionais... portanto, os processos responsáveis pela formação de região acabam interligando o político, o econômico e o cultural."(p. 20). Conclui-se, portanto, segundo o autor, que temos que utilizar na analise regional, duas conotações: a análise de elementos específicos e individuais e a análise integrada mais totalizante, dessa forma, deve-se ter uma visão integrada do espaço geográfico revelando sua combinação específica de elementos singulares e universais.
Dando sequência á ideia o autor discute, no capítulo seguinte “O des-igual e o diferente”, como se dá a produção da diversidade e sua manifestação territorial hoje. A meu ver, o que o autor quis expressar nesta seção é que há duas vertentes que direcionam a diversidade territorial contemporânea, sendo uma a produção de particularidades – “do desigual... que vincula os espaços em distintas escalas” (p.24), e a outra a produção de singularidades – “do específico..., em geral mas não exclusivamente de base local e sem correlação obrigatória com realidades geográficas em outras escalas” (p.24), as quais estão ligadas à dois processos de desordem espacial ( a depreciação das desigualdades pelo capitalismo global seletivo e excludente e a reafirmação das diferenças por movimentos sociais embasados no resgate da identidade e resistência aos processos globais ), manifestando, dessa forma, manifestando um novo sentido das relações global-local, com uma visão mais geográfica dos processos de igualização e diferenciação. 
No capitulo seguinte, Haesbaert segue discutindo sobre a dinâmica global-local, sendo este o próprio nome do capitulo, segundo ele há teorias simplistas, em que o global é associado ao geral/universalização e o local associado á fragmentação/singularidade, e teorias mais complexas, em que se dá relação onde o global pode ser implantado no local e vice-versa. Dando sequencia á essa segunda teoria, segundo a minha interpretação, o autor afirma que conforme se transforma os circuitos globais transforma-se também os fenômenos locais. Haesbaert descreve 3 abordagem de local, afim de denominar o que é local: - ligado aos processo gerais de heterogeneização; - como instrumento de análise, escala geográfica e abordagem; - como lugar, exaltando a ultima abordagem com auxilio de referencias de outro autores para dizer que local é muito parecido com lugar. Já finalizando o capitulo autor retoma a ideia da relação direta entre o global e o local, reafirmando a condensação da globalização em nível local e a projeção do local para o global, “ também sabemos que condições originalmente locais podem se tornar globais e que a própria globalização pode recriar ou reinventar o local”(p.28).
É válido ressaltar do penúltimo capítulo a distinção clara – exemplificada e embasada novamente por referencias externas - realizada pelo autor entre Região e Regionalização, em que na primeira temos um conceito ( e não simplesmente uma parcela do espaço) e na segunda um método ou instrumento de análise. Mais a frente Haesbaert também discute a certa da problemática na definição de regiões através da continuidade espacial, pois envolve a relação com território e rede, visto que devido a globalização temos hoje uma descontinuidade ( ou fragmentação) do espaço alterando a escala da região. Para tal problema o autor apesenta como solução uma “regionalização global em rede” diferenciando territórios-rede de vários agentes, estes pertenceriam ao sistema mundo mas não deixariam de ter suas singularidades, as quais possibilitariam uma “leitura geográfica particular de suas atuações” (p.31).
Por fim, é valido ressaltar do ultimo capítulo “A redefinição da região frente aos processos de globalização” , que tomando a região como conceito e regionalização como instrumento de investigação, a região passa a ser, cada vez mais, espações de articulação ligados a circuitos globais, sendo este fato um resultado do que o autor apresentou no decorrer do trabalho e reforça no ultimo capitulo, em que a região se altera e varia de escala conforme as transformaçõesglobais, pois há uma relação entre o local e global ( segundo o meu entendimento da obra). É importante relembrar também que a região sofre fragmentações decorrente tanto da seletividade imposta pela globalização quanto da luta pela permanência das identidades culturais. Desta forma digo que o artigo é de muita validez no debate da produção da diversidade territorial, mostrando tanto alguns dos conceito que podemos utilizar para entende o que é região e regionalização ( os quais aparecem de forma mais clara após a leitura), quanto sua nova constituição a partir dos processos impostos pela globalização ( economia, política, movimentos sociais, etc..) .

Outros materiais