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Direito Processual Civil - Apostila LFG

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Processo Civil 
149
Introdução ao estudo do Direito Processual Civil
- Processo: É uma palavra que pode assumir 3 acepções que não se excluem:
Processo como meio de produção de uma norma jurídica, as normas se produzem processualmente, após um processo (processo legislativo, administrativo, jurisdicional e privado (negocial)). O Direito Processual Civil tem como objeto o Processo Jurisdicional Civil.
Processo como espécie de ato jurídico: Ato jurídico complexo (é um conjunto de atos jurídicos organizados para a produção de um ato final.). Ex: um cardume é composto de vários peixes, a mesma coisa com o ato jurídico complexo. 
O Processo serve para designar (tanto o ato quanto as consequências jurídicas que esses atos produzem) também um feixe de relações jurídicas. 
- Os três vetores metodológicos para a compreensão do Direito Processual Civil do nosso tempo: 
	- Teoria do Direito 
	- Direito Constitucional Direito Processual Civil 
	- Direito Material 
 1º Vetor - Processo e a Teoria do Direito: É uma disciplina propedêutica que tem passado por profundas transformações nos últimos anos. Seis grandes transformações que ocorreram na Teoria Geral do Direito nos últimos anos que produziram um impacto substancial no estudo do Processo: 
Transformações na Teoria das Fontes: 
Princípios: Hoje é uma espécie de norma jurídica ao lado das regras (a frase “o Direito é um conjunto de princípios e normas jurídicas” está superada, pois, seria redundante, já que os princípios são um tipo de norma jurídica).
 No conflito entre regra e princípio, prevalece a regra, salvo se houver uma diferença hierárquica, aí prevalecerá a norma superior. 
Na fundamentação de uma decisão é muito mais fácil fundamentar baseado em uma regra, do que em um princípio. 
A ponderação serve para solucionar tanto o conflito entre princípios e conflitos entre princípios e normas
Jurisprudência: É fonte do Direito, no Brasil, com suas peculiaridades. O novo código terá um capítulo exclusivo acerca de jurisprudência. 
Mudança na técnica Legislativa: A forma de legislar era muito casuísta, o que tendem a durar menos, pois a sociedade vai se tornando cada vez mais complexas e aquela legislação começava a ficar obsoletas. 
A atual técnica legislativa veio para completar a técnica casuísta, que é a Técnica na Legislação baseada em Cláusulas Gerais.
Cláusula Geral não é uma norma, é um anunciado normativo, um texto. É aberto na hipótese quanto no consequente, são indeterminados. Um enunciado normativo costuma ter: uma hipótese e um consequente. 
LER: O Direito Privado em construção, de Judith Martins - Costa.Ex: A garantia do Devido Processo Legal. Essa técnica abre o sistema e confere um poder muito grande ao juiz, que terá que resolver caso a caso. Ex: Art. 461 §4ª, Art. 14, Art. 1109 e 798 do CPC. 
	Cláusula Geral (se vale de conceitos indeterminados) X Conceito jurídico indeterminado (compõe a cláusula geral, são utilizados em sua construção).
OBS: Existem enunciados normativos com Hipótese aberta, como “prova inequívoca e verossimilhança (não se sabe o que é) autorizam tutela antecipada (diz a consequência)”. Pode haver enunciado composto por conceito indeterminado sem ser cláusula geral. 
Cláusula Geral (texto) x Princípio (norma)
Transformações na Hermenêutica Jurídica: Muda o perfil da ciência jurídica
Diferença entre texto e norma. O texto interpretado gera como resultado a norma. Ex: “Não pode entrar com cão”, imagine com um rinoceronte. “proibida à utilização de biquíni”, a mesma placa e o mesmo texto geram normas diferentes dependendo do contexto. 
Interpretando uma cláusula geral podemos extrair um princípio ou mesmo uma regra. 
Cláusula geral é espécie de texto de onde se extraem normas, deixando o sistema mais perene, pois através de sua flexibilidade o sistema fica mais aberto para mudanças. 
Quem interpreta cria: O juiz ao julgar reconstrói um direito, devendo conter essa liberdade, evitando abuso. Assim reconhecemos que a jurisprudência é fonte do Direito. 
Consagração da Proporcionalidade e da Razoabilidade como postulados de hermenêutica: hoje não se admite qualquer interpretação, devendo ela ser proporcional e razoável. É uma nova forma de se analisar, compreender a aplicação do Direito. 
Nova fase do pensamento jurídico, Pós-Positivismo, 
Neoconstitucionalismo
 
ou Neopositivismo.2ª Vetor – Direito Constitucional: É o ramo do Direito que mais sofreu mudanças nos últimos 25 anos. 
Reconhecimento da Eficácia Normativa da Constituição: A CF passou a ser vista como um conjunto de normas, devendo produzir efeitos concretos, podendo haver fundamentações baseadas somente na CF. 
Transformação da Jurisdição Constitucional: O Controle Constitucional é muito valorizado hoje em dia. Até 94, haviam sido ajuizadas nos 100 anos de STF, 250 ADIN’s, esse número já se encontra em 7000. O controle também atinge as normas processuais. 
Surgimento da Teoria dos Direitos Fundamentais: Possuem uma dupla dimensão, pois são normas (normativa – objetiva) e são direitos (subjetiva). Ex: Contraditório.
Existem Direitos Fundamentais processuais: contraditório, prova ilícita. Que têm que estar em conformidade com os Direitos Fundamentais (dimensão objetiva) e o processo deve ser adequado para bem tutelar os Direitos Fundamentais (dimensão subjetiva).
Crítica ao Neoconstitucionalismo: Vêm para impedir os abusos, as incompreensões a essa nova interpretação. 
O Processo passou por três fases:
Praxismo/Sincretismo: Pré-história: o processo não era visto como um objeto autônomo de investigação, processo e direito material se misturavam. Até meados do séc. XIX.
Processualismo/Científica: Conceitos de processos começam a ser construídos, para que a ciência ganhasse a sua autonomia. Até meados do séc. XX (Alemanha, Áustria e Itália). 
Instrumentalismo: Preocupação com a efetividade do processo, acesso à justiça, relação entre processo e direito material. Busca adjetivar o processo.
Neoprocessualismo: fase de uma reconstrução de uma ciência. É o Neoconstitualismo aplicado ao processo. É a fase atual em que estamos vivendo. (Formalismo-Valorativo: compreensão do processo a partir destas nove transformações ocorridas.)
3º Vetor - Direito Material: Todo processo tem um objeto, um conteúdo a ser resolvido, que varia de natureza (penal, família, consumidor, trabalhista e etc.). Não se pode resolver uma questão processual sem resolver o direito material, são noções relacionadas àquilo que está sendo discutido. O tipo de problema que se discute no processo, conformará, determinará qual é a estrutura deste processo. 
A relação do processo com o direito material é uma relação de mutualismo (um ajuda o outro).
O direito material dá sentido ao processo. O direito material precisa do processo para ser efetivado, realizado e o contrário para ter sentido. 
Não há subordinação entre eles. 
É uma relação circular: um serve ao outro. É um dos pilares da chamada “Instrumentalidade do Processo”, demonstra que é preciso aproxima-los por que um depende do outro. 
Princípios Constitucionais do Processo Civil
- Princípio do Devido Processo Legal: É um instituto medieval, séc. XI (1.000 anos). Conjunto histórico de garantias que foram construídas, além de um Princípio que permanece em vigor para impedir qualquer ato de tirania ainda não imaginado. 
Seu objetivo naquela época era controlar o exercício do poder do Monarca. Até mesmo o Imperador está sujeito ao Direito, a mais alta autoridade do povo. Ninguém poderá ser punir, ou privado de seus bens sem a observância do Devido Processo Legal, ou seja, do Direito. Era um combate à tirania.
O Enunciado “Devido Processo Legal”, só surgiu do séc. XIV e de lá pra cá se mantiveram. 
É desde sempre uma Cláusula Geral, a sua aplicação variou ao longo da história. O enunciado era o mesmo, mas sua compreensão é que muda. Sua interpretação é flexível, maleável. Atualmente é um DireitoFundamental, por isso não pode ser retirado, somente acrescentado (conteúdo mínimo do processo legal, no qual não se pode retroceder). Desta Cláusula se extraiu: Contraditório, juiz natural, proibição da prova ilícita, motivação das decisões, duração razoável do processo e etc. 
 - Conclusão: do Devido Processo Legal surgiram Princípios (subprincípios) expressos (Contraditório, Duração Razoável do Processo e da Publicidade). Regras (que serão estudadas adiante). Outros Princípios ainda não expressos na CF (mesmo não expressos, não produto de uma interpretação, são eles: Boa-fé processual, Efetividade, Adequação e da Eficiência). Cada um desses princípios compõe e qualifica o Devido Processo Legal. 
- Análise da expressão “Devido Processo Legal” ou também “Devido Processo Constitucional”: Traduzida do inglês “Due Process of Law”, de Portugal “Processo Equitativo”, do italiano “Processo Justo” e do inglês também “Fair Trial”.
“Of Law”: direito
“Process”: processo Jurisdicional, Administrativo e Legislativo. Também abrange o processo privado (Ex: Art. 57, CC; punição de um condômino com direito de defesa). 
O Devido Processo Legal deve ser compreendido em duas dimensões: 
Formal: Chamada de Devido Processo Legal Procedimental é o conjunto de garantias processuais. 
Substancial: Também chamado de DPL Material, nasceu da jurisprudência Americana, com o propósito de utilizar uma cláusula para proteger os Direitos Fundamentais, servir como suporte de DF implícitos. 
Existe uma doutrina brasileira acerca do DPL Substancial: não tem nada a ver com a concepção americana. O STF construiu a doutrina brasileira acerca do DPL, dizendo que a dimensão substancial do DPL é a exigência de proporcionalidade e razoabilidade nas decisões. O STF se valeu do DPL como fundamento da Proporcionalidade e da Razoabilidade. Nós não precisamos do uso americano do DPLS, pois a nossa CF já diz que o nosso rol de DF é exemplificativo. 
Críticas à concepção brasileira: 
1ª – Dizem que essa concepção é errada, não importamos devidamente dos EUA. Não é errada, pois é uma manifestação cultural. 
2ª – É uma concepção inútil, pois seria possível extrair a proporcionalidade e a razoabilidade de outras partes da CF (igualdade e do Estado de Direito), exatamente como fizeram os alemães (extraíram de outros princípios a razoabilidade e a proporcionalidade). 
-Contraditório: O direito de participar do processo com poder de influência. Também deve ser examinado em duas dimensões:
Formal: Garante a participação no processo, no exercício jurisdicional, é o direito de ser ouvido. Há uma relação próxima à Democracia (participação no exercício do poder)
Substancial: Direito de influenciar, de poder, condições de influenciar na decisão. O poder de interferir no julgamento, com argumentos, provas, alegações e que tudo possa ser levado em consideração (por isso se diz que o direito à prova é conteúdo da dimensão substancial do Contraditório). 
Contraditório X Motivação da decisão: Na decisão o juiz irá responder aquilo que foi alegado pelas partes. Não há contraditório se existir o poder de participar, mas não existir o poder de influenciar. 
OBS: As liminares mitigam o contraditório, porém adiam o contraditório e são provisórias. Usadas em situação de urgência. 
Contraditório X Ampla Defesa: A Ampla Defesa é o aspecto substancial do contraditório. Hoje há uma fusão nos dois conceitos. 
OBS: Questões a respeito das quais não foram levadas a debate, são as questões trazidas Ex Officio (sem ser provocado). Ex: reconhecimento da inconstitucionalidade da lei, incompetência absoluta. Ele pode trazer de ofício, mas não pode decidir baseado nessas questões sem ouvir a parte. 
LER: 
“O STF e o Populismo Judicial” 
de 
Virgílio Afonso da Silva
 “A justiça na TV”
 de 
Gustavo 
BinenBoin
Resolução 121 do CNJ- Princípio da Publicidade: O processo para ser considerado devido deve ser público, e não secreto. Tem duas dimensões:
Interna: Deve o processo ser público para os participantes deve. Esta dimensão da publicidade não sofre restrição alguma.
Externa: O processo também deve ser público para o povo, pois permite o controle do exercício do poder pela sociedade. Também está relacionada com a motivação da decisão. Extraprocessual. Porém essa publicidade externa pode sofrer restrições (segredo de justiça – questões de intimidade a serem protegidas e interesse público – segurança). 
- Princípio da Duração Razoável do Processo: Um processo para ser devido deve demorar um tempo razoável. Devemos levar em consideração que todo processo demora, e que a demora compõe a noção de processo devido. O processo não pode demorar além do necessário, para o respeito das garantias. Não existe um tempo razoável para a sua duração, um número, é um conceito indeterminado e, portanto, ele será preenchido concretamente (caso a caso).
Circunstância para se analisar a razoável duração da causa: 
Complexidade da causa: causas menos complexa demoram menos
Estrutura do órgão jurisdicional
Comportamento das partes: às vezes as próprias partes fazem com que o processo demore.
Comportamento do juiz: às vezes o processo demora por culpa exclusivamente do juiz. 
Qual é a consequência para uma duração não razoável do processo? Responsabilidade do Estado se causa danos às partes e problemas disciplinares para o juiz. Art. 198 do CPC.
(princípios derivados do Devido Processo Legal explícitos)
- Princípio da Efetividade: Falar em efetividade é discutir a posição do credor. Um processo efetivo é um processo que realize os direitos, não adianta reconhecer o direito e não o concretizar. Realização dos direitos pelo processo. Os pilares cristãos explicam a proteção ao devedor. O que se deve levar em conta é que ambos (devedor e credor) possuem Direitos Fundamentais a serem protegidos (constatação nova no Brasil), antigamente prevaleciam os direitos do devedor. Esta nova concepção passou a permitir a penhora de parte do salário. 
- Princípio da Eficiência: Ainda não foi totalmente construído, consolidado. Art. 37, CF, limpE (todos se aplicam ao Judiciário). O juiz é o administrador da vara, ele tem de administrá-la com eficiência, tem a ver com a gestão do processo e do órgão jurisdicional (cartório que ele preside), vendo os juízes como administradores também. Ex: concentrar atos, marcar audiências para uma época oportuna. A criação no CNJ é uma demonstração clara da aplicação deste princípio no Brasil.
-Princípio da Adequação: Processo devido é processo adequado. A doutrina diz os três critérios de adequação: São critérios que convivem entre si e não se excluem se cumulam para a elaboração de uma norma processual. Também é denominada de Princípio da Elasticidade do Procedimento, da Adaptabilidade do Procedimento ou Princípio da Flexibilização do Procedimento. 
Critério Objetivo: Tem de ser adequado ao seu objeto, ao problema levado à apreciação do Poder Judiciário.
Critério Subjetivo: Tem de ser adequado aos sujeitos que vão se valer do processo, por isso existem regras diferenciadas que envolvem a Fazenda Pública, quando um menor é parte, um idoso, por exemplo. É a manifestação do Princípio da Igualdade no processo. 
Critério Teleológico: Tem de ser adequado aos seus fins, é por isso que as regras da Execução, por exemplo, não permitem muitas discussões sobre o assunto, pois as discussões devem ocorrer no processo de conhecimento. 
- O dever de adequar o processo é do legislador, cabe ao legislador criar normas processuais adequadas, o problema é saber de além do legislador, pode o juiz, no caso concreto proceder a essa adequação (adequação jurisdicional do processo). Consistem em um tema ultra polêmico. Às vezes o próprio legislador cria regras que autorizam o juiz a examinar qual é a melhor medida no processo, é o caso do julgamento antecipado da lide. Porém se não houver menção expressa do legislador (adequação jurisdicional do processo atípica), ocasionalmente o juiz pode modificar uma norma processual para aquele caso específico, desde que fundamentea respeito (1h de sustentação oral no processo do mensalão). 
- Princípio da Boa-Fé Processual: Um processo para ser devido tem de ser leal também chamado de “Devido Processo Leal”, é um corolário do Princípio do Devido Processo Legal. É um Princípio implícito em relação à Constituição. Infraconstitucionalmente é explícito (Art. 14, II do CPC – São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo – É uma Cláusula Geral, na qual se extrai o Princ. da Boa-Fé). Este princípio abrange a atuação de qualquer sujeito do processo, inclusive o juiz. Ver Editorial nº 144 do site do Fredie * STF HC 101132
Concretizações do Principio da Boa-Fé:
O Princípio da Boa-Fé faz com que os comportamentos processuais dolosos sejam considerados ilícitos.
Torna ilícito todo abuso do Direito Processual (exemplo, o réu não aceitar a desistência do autor).
A proibição do comportamento contraditório: não posso frustrar uma expectativa que criei em outra pessoa. Nemo potest venire contra factum próprio. Ex: quem aceita a decisão e depois recorre dela, sujeito (executado) que oferece um bem à penhora e depois vem a juízo e diz que aquela penhora é nula, por que o bem é impenhorável. Consiste em um comportamento ilícito pela aplicação do Princípio da Boa-Fé.
Gera o chamado dever de cooperação, em suma, o princípio da Boa-Fé produz outro princípio do processo, que é o Princípio da Cooperação. 
	Boa-Fé Subjetiva
	Boa-Fé Objetiva – É o Princípio da Boa-Fé
	É um estado mental, psicológico, você acreditar que está agindo corretamente. 
É um fato da vida: é levado em consideração em alguns momentos pelo legislador. Ex: Usucapião 
	- É um padrão de comportamento, um modelo de comportamento. Independe do estado mental desta pessoa
- Não é um fato, é uma norma, que impõe um determinado padrão de comportamento, determinado como ético, leal, probo, honesto. 
OBS: Devemos falar em Princípio da Boa-Fé OU Boa-Fé Objetiva e não em Princípio da Boa-Fé Objetiva.
Preclusão
- Conceito: É a perda de uma situação jurídica processual. Direitos, poderes, faculdades processuais. É a extinção de um poder processual, uma situação jurídica processual. Qualquer sujeito do processo pode sofrer preclusão. Ver “Preclusão Pro Iudicato José Maria Tesheiner”
- Fundamentos: É inconcebível um processo sem preclusão, pois é uma técnica processual que serve à três grandes princípios, como o da Segurança Jurídica (a preclusão estabiliza a decisão), da Duração Razoável do Processo (ajuda o processo a terminar mais rápido) e o da Boa-Fé (evita manobras táticas desleais no processo).
- Espécies: a doutrina classifica a preclusão de acordo com o fato que lhe deu causa, sejam:
Temporal: É a perda do poder em razão da perda de um prazo. 
Consumativa: É a perda de uma situação jurídica processual pelo fato dela já ter sido exercida. O exercício de um direito processual o extingue. Ex: tenho o direito de recorrer, recorri, perdi o direito. 
Lógica: É a perda de uma situação jurídica em razão da prática anterior de um ato incompatível com essa situação jurídica, é um ato lícito. É a consequência do Venire contra factum próprio. 
Preclusão por ato ilícito: chamada de preclusão sanção, como punição de um ilícito. Se praticar um atentado processual, pode perder o direito de falar no processo.
OBS: Este três fatos são fatos processuais lícitos, embora preclusivos. 
- Preclusão e Questões de Ordem Pública: Há preclusão para o exame das questões de ordem pública? Enquanto o processo estiver pendente não há preclusão para examinar questões de ordem pública. Art. 267, §3ª, CPC. Há preclusão para o reexame para as questões de ordem pública? O código não fala à respeito disso, há duas correntes:
1ªC: Não há preclusão, as questões podem ser suscitadas, examinadas e reexaminadas posteriormente. É a corrente majoritária. 
2ªC: Existe preclusão para o reexame. Não tem sentido o juiz poder decidir e o processo não precluir, o processo não teria fim. 
OBS: Preclusão, questão de ordem pública e RE: Este assunto será visto na aula de Recurso Extraordinário (Recursos – Intensivo II). 
Modelos de Direito Processual
Tradicionalmente a doutrina costuma classificar os modelos em dois:
Modelo Adversarial/ Acusatório/ Dispositivo/ Liberal: O processo é visto como “coisa das partes”. A condução do processo, a definição do destino do processo cabia às partes, ao juiz (“convidado de pedra”) apenas a tarefa de julgar. O protagonismo é das partes. Costuma ser relacionado com os países de “Common Law” (E.U.A, Inglaterra, Nova Zelândia...). A quem compete definir o mérito? A quem compete produzir as provas? O recurso é necessário ou voluntário? A execução pode se dar Ex officio ou depende de provocação das partes? As partes podem fazer negócio ou não podem? 
Princípio Dispositivo: Sempre que aparecer de uma norma processual que deixe as partes o poder de definir as coisas, fala-se que esta norma observa o Princípio Dispositivo. A norma que diz ao juiz que ele deve decidir dentro daquilo que foi pedido está diante de uma norma dispositiva. 
Modelo Inquisitivo: O protagonismo é do juiz, que dizer o juiz, além de decidir, o processo é conduzido de acordo com sua vontade. 
Reforça muito os poderes do juiz. Costuma haver uma relação entre processo inquisitivo e os processos do “Civil Law” (Romano-Germânica, o Brasil, por exemplo). 
Aqui no Brasil o juiz pode produzir prova de ofício, em diversos casos, o juiz pode executar de ofício, remessa necessária. Há muitas manifestações de processo inquisitivo no Direito Brasileiro. Ainda que existam algumas manifestações de dispositividade, preponderaria a inquisitividade. 
Princípio Inquisitivo: Sempre que uma norma processual der protagonismo ao juiz, fala-se que ela observou o Princípio Inquisitivo. 
OBS: Não existe processo puro, existe a manifestação de ambos, porém o que prepondera é o inquisitório.
- Garantismo Processual: Busca aplicar ao processo a Teoria Garantista de Ferrajoli, que foi importada pro Brasil pelos penalistas, para proteger o cidadão do Estado. Tem por objetivo respaldar o cidadão do poder do Estado. Para os garantistas processo inquisitivo é absolutamente inadmissível, pois processo inquisitivo é coisa de ditadura, tirania, antidemocrático, então é autoritário. Desenvolveu-se na Itália e na Espanha, sendo o seu grande nome Monteiro Aroca. No Brasil, no processo civil, o garantismo não vingou muito. 
Modelo Cooperativo de Processo: Um modelo estruturado de acordo com o Princípio da Cooperação, que conforme vimos é um subprincípio da Boa-Fé (consequentemente é também um subprincípio do Devido Processo Legal). 
A condução do processo seria sem protagonismos, seria uma condução cooperativa, estruturada para que juízes e partes pudesse conduzir o processo na melhor maneira possível, porém na decisão o protagonismo seria do juiz. 
É uma ideia de reestruturar o modo de como se conduz o processo. Este modelo, para os garantistas é na verdade o poder inquisitivo, piorado por que fala em boa-fé.
 O Código português expressamente consagra este princípio. As regras de cooperação existem em todo e qualquer país (escolher bens à penhora é um exemplo). Há uma forte corrente doutrinária no Brasil (Fredie Didier) que defende que o modelo adotado pelo Brasil é o Cooperativo. Inclusive por que se trataria de um modelo mais adequado a um Estado Democrático Participativo. Seguem essa corrente: Daniel Mitidiero, Dierle Nunes, e todos os que sequem a concepção do “Formalismo-Valorativo”. 
O novo CPC irá consagrar expressamente o modelo Cooperativo (prevendo uma Cláusula Geral de Cooperação, e uma série de regras de cooperação.) 
Fala-se que o Princípio da Cooperação gera para o juiz, três deveres: 
Esses deveres estarão expressos no Novo Código de Processo CivilDever de Esclarecimento: dever de esclarecer os seus posicionamentos para as partes e o dever de pedir as partes esclarecimentos sobre suas manifestações.
Dever de Prevenção: Dever de apontar qualquerdefeito processual que comprometa o andamento do processo, não só o defeito, mas o dever de dizer como esse defeito deve ser sanado. Viola o bom andamento do processo.
Dever de Consulta: O juiz tem o dever de consultar as partes sobre questão de fato ou de direito relevantes para a decisão e sobre a qual não tenha havido o Contraditório. 
Dever de Auxílio: Falado na Alemanha e em Portugal. O juiz tem o dever de auxiliar as partes. Não se encaixa muito no Brasil. 
Jurisdição
- Conceito: Função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um processo reconhecer, efetivar e proteger situações jurídicas concretamente deduzidas, de modo imperativo e criativo em decisões insuscetível de controle externo e com aptidão para a coisa julgada.
“É função atribuída a terceiro imparcial...”: Quem exerce jurisdição é alguém que é estranho ao problema que será resolvido, que não está envolvido no conflito. Costuma ser o Estado, pose- se inclusive dizer que a Jurisdição é monopólio do Estado, isso não significa que só o Estado possa exercê-la, nada impede que o Estado autorize outros sujeitos a exercer a jurisdição, ou seja, o exercício não é monopólio do Estado. A jurisdição é um exemplo de Heterocomposição (forma de solução do caso por alguém distinto daqueles que estão no processo). 
Impartialidade: é a condição de o juiz não ser parte, ele é um terceiro. É uma circunstância objetiva
Substitutividade: substitui a vontade das partes, pela vontade do julgador. É uma marca da jurisdição. O autor deste termo chama-se Chiovenda. 
Imparcialidade: É um atributo do órgão julgador que deve ser um sujeito/terceiro desinteressado. É terceiro e não tem interesse na causa. É uma circunstância subjetiva. 
Não confundir com Neutralidade: ninguém é neutro, todo mundo traz consigo uma carga de experiência. Não existe neutralidade do ser humano, muito menos do juiz. 
“Para, mediante um processo...”: Exercida processualmente, é resultado de um processo que a legitime, um processo devido. 
“Reconhecer, efetivar ou proteger situações jurídicas concretamente deduzidas.”: A jurisdição sempre trabalha encima de uma situação concreta, concretamente deduzida. “A jurisdição atua sempre sobre um caso, um problema concreto”. 
Diferencia de Legislação: O legislador visualiza o problema em tese e não concreto. O juiz só atua em um problema concreto. 
Reconhecer (conhecimento), efetivar (execução) ou proteger (cautelar): São as finalidades em busca das quais uma pessoa vai ao judiciário.
 
“De modo imperativo e criativo”: Jurisdição é poder, ato de império. O juiz ao julgar, cria, a atividade jurisdicional é criativa, o juiz não é um mero “boca da lei”, o juiz ao decidir um conflito, define a solução do caso concreto, reconstrói o sistema jurídico a partir de um caso concreto. Porém essa criatividade tem limites, pois de um lado o juiz não pode ir além do caso e do outro não pode ir além do direito. 
Dimensões da criatividade da atividade jurisdicional: O juiz cria a norma jurídica do caso concreto e o juiz cria uma norma jurídica modelo para casos futuros semelhantes àquele, criando um precedente. Ex: As Súmulas são exatamente produtos desta dimensão da criatividade. 
“Em decisão insuscetível de controle externo”: A decisão jurisdicional é a única decisão de um poder que outro poder não pode controlar. O CNJ exerce controle administrativo do judiciário, mas não controle de decisões (jurisdicional). A jurisdição só se controla jurisdicionalmente. 
“E com aptidão para coisa julgada”: A coisa julgada é esse atributo de definitividade, a única decisão que se torna definitiva é a jurisdicional, se torna indiscutível até para ela mesma. A coisa julgada encerra a discussão em qualquer âmbito. 
- Equivalentes Jurisdicionais: O termo “equivalentes jurisdicionais” são formas de solução de conflito não jurisdicionais, mas não é a jurisdição propriamente dita. 
Autotutela: É a solução do conflito imposta pela força por um dos conflitantes, um dos conflitantes impõe a solução do problema ao outro. É uma solução bárbara, em regra, proibida. Porém há casos de autotutela permitidos, mas controláveis: Legítima defesa; greve; o direito de retenção; o poder que tem a administração de executar seus próprios atos; a guerra. 
Autocomposição: É a solução negocia do conflito, o conflito é resolvido pelos litigantes, negocialmente. É ao contrário da autotutela, é extremamente estimulada. 
 Pode ser:
Judicial: feita em juízo
Extrajudicial: feita fora do juízo. Qualquer autocomposição extrajudicial pode ser levada à homologação pelo juiz competente para aquele tipo de negócio, é um direito da pessoa. 
Pode se dar por: 
Transação: as partes de fazem se fazem concessões recíprocas
Submissão: um dos conflitantes de submete ao outro, voluntariamente, aceita o que o outro quer. Quando é feita judicialmente e o autor se submete ao réu, chama-se renúncia. Se for o réu quem se submeteu ao autor, chama-se de reconhecimento da procedência do pedido. 
OBS: ADR – Alternative Dispute Resolution é qualquer meio de solução alternativa de conflito. A Autocomposição é a forma mais comum de ADR.
Mediação: um terceiro de insere no conflito para ajudar as partes a construir uma solução negocial do problema. É um terceiro que não resolverá o problema, apenas é treinado, preparado para tentar fazer com que as partes cheguem à solução do conflito, são facilitadores do diálogo. Ex: o mediador não deve propor acordo (a doutrina costuma distinguir mediador de conciliador (o conciliador propõe a solução do conflito – técnicas diversas); a mediação deve ser feita em mesa redonda (para evitar que as partes fiquem em lados opostos); a cor do ambiente aonde a mediação irá se dar deve ser uma cor clara (branco, azul claro, verde claro); a vestimenta do mediador não pode contrastar com as partes. 
Para tais conflitos a Mediação é o meio mais recomendado: Conflitos societários, de família, no plano internacional. Ver art. 144 e seguintes do novo projeto do CPC, na versão do Senado. 
OBS: O mediador não decide nada! Não confundir com a Arbitragem, pois nesta, o árbitro decide. 
Solução de conflito por tribunal administrativo: Existem diversos tribunais na administração, como o Tribunal de ética da OAB, a Justiça Desportiva, o Tribunal Marítimo, o Tribunal de Contas, o CADE. É um exemplo de Heterocomposição. As suas decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário, e fazem coisa julgada administrativa. O mérito do ato administrativo pode ser controlado pelo Judiciário, observando a proporcionalidade, a legalidade etc. 
- Arbitragem: Um terceiro escolhido pelas partes resolve o conflito, só que este terceiro, que também deve ser imparcial, é escolhido pelas partes. 
É uma jurisdição privada, constituída negocialmente, sua base é um negócio jurídico de constituição da arbitragem. O terceiro escolhido pode ser qualquer pessoa capaz, pode ser um, ou um tribunal arbitral. 
Não pode ser constituída para resolver qualquer problema, no Brasil, a arbitragem só pode ter por objeto direito disponíveis, que poderiam ser resolvidos por Autocomposição, e somente pessoas capazes podem optar pela arbitragem. 
É uma manifestação do poder de Autorregramento da vontade, as pessoas capazes decidem/optam, que o seu problema deve ser resolvido por um juiz arbitral. O PPP tem disposição expressa de Arbitragem (Arbitragem no poder público). 
Um arbitro é para todos os fins juiz: O arbitro pode praticar corrupção; uma testemunha que mente perante um árbitro, comete falso testemunho. Ele só é juiz naquela causa, Foi designado expressamente. 
Decisão de juízo arbitral X Decisão de juízo Estatal: Nada impede que ajam entre eles atos de cooperação (carta arbitral); o árbitro não pode efetivar as suas decisões (não tem poder), então cabe ao juízo estatal efetivar a decisão arbitral. 
É um título judicial para fins de execução, diante de uma sentença arbitral, o juízo estatal, pode executa-la ou pode invalida-la, anula-la, se num prazode 90 dias contados a partir da publicação da sentença arbitral o sujeito pedir a invalidação (problema formal) ao juiz estatal. Passados esses 90 dias decai o direito à anulação e o juízo estatal não poderá fazer mais nada.
 O juiz estatal não pode mudar o mérito, o máximo que ele pode é anular, para que outra seja concedida, o juiz não homologa sentença arbitral, ela é somente executada pelo juiz estatal. Existe a Rescisória (chamada de ação de nulidade) da Arbitragem, no art. 32 e 33 da Lei 9307/96 – lei da arbitragem. 
Não pode haver em contrato de adesão a cláusula de arbitragem obrigatória, configura negócio nulo.
Existe uma corrente de que Arbitragem não é juridisção, sob dois argumentos: não é estatal e por que o árbitro não executa a sua decisão (Marinoni).
OBS: Tem tudo que tem a jurisdição, só não é exercida pelo Estado. É uma pratica muito utilizada no Brasil, mas a lei não pode obrigar a arbitragem.
Características do processo arbitral: as partes definem o modelo de arbitragem, o prazo de defesa, e inclusive que o direito irá ser aplicado ao caso (ex: o direito coreano a equidade). É um processo mais dispositivo. 
Convenção de Arbitragem: nome que se dá ao pacto/negócio para se constituir a arbitragem. É escrita e normalmente é colocada no final do contrato. Possui duas espécies:
Cláusula Compromissória: é feita antes de o conflito surgir e tem a finalidade de assegurar a arbitragem caso ocorra algum conflito (refere-se a um conflito em abstrato, aquele que possa vir a surgir).
Compromisso Arbitral: é firmada após o surgimento do conflito (refere-se a um conflito concreto). Pressupõe uma Cláusula Compromissória. 
OBS: Em caso de descumprimento a outra parte falará para o juiz nem analisar, pois há Convenção de Arbitragem, então o juiz extingue o processo. É o juiz arbitral quem decide se é caso de arbitragem ou não. Porém se o réu não alegar nada, entende-se que houve renúncia à arbitragem. 
O processo arbitral não necessariamente será sigiloso, mas pode ser.
- Princípios da Jurisdição: 
Princípio da Investidura: A jurisdição deve ser exercida, por quem tenha sido investido devidamente na função jurisdicional. Por concurso público, indicação do presidente, do governador, escolha dos desembargadores, compromisso arbitral etc. 
Princípio da Inevitabilidade: A jurisdição é inevitável, inescapável. 
Princípio da Territorialidade: Se exerce sempre sobre um dado território, maior ou menor pouco importa, mas sempre haverá um território. Ex: a jurisdição do STF é de todo o território nacional. Chama-se foro.
- Terminologias: 
Território da Justiça estadual é divida em: 
Comarca:
Cidade 
Grupo de Cidades
Distrito: É uma subdivisão da comarca. Nem sempre há. 
Cidade
Bairro
Grupo de Bairros
Território da Justiça federal: 
Seção Judiciária: é um Estado
Subseção Judiciária
Cidade 
Grupo de Cidades
Princípio da Territorialidade: Comunicação: (Intimação/citação) Pode ser realizada em comarcas distintas ou contíguas ou da mesma região metropolitana independentemente de Carta Precatória. Esta regra só é permitida para atos de comunicação. Art. 230 do CPC. Para os demais atos, deve haver a Carta Precatória.
Princípio da Indelegabilidade: Quem tem jurisdição não pode delega-la a quem quer que seja. O juiz possui poderes:
Ordinatório: Poder de conduzir o processo, praticar atos de condução do processo, esses poderes podem ser delegados para o servidor, por exemplo, autorizar o escrivão, o chefe de secretaria a praticar atos ordinatórios (mandar ouvir o auto em réplica). Art. 93 XIV CF e 162, §4ª CPC.
Instrutório: Poder de produzir prova, os tribunais podem delegar poderes instrutórios a juízes. 
Decisório: Esse poder é indelegável.
Executivo: Poder de efetivar as decisões concretiza-las, existindo, assim uma hipótese de delegação. Os tribunais podem delegar esse poder aos juízes. 
Princípio do Juiz Natural: É um Direito Fundamental, compõe o Devido Processo Legal e está previsto no Art. 5º, XXXVII e LIII da CF (se aplica também ao processo administrativo). É o direito a ser processado e julgado por um juiz competente (aspecto Objetivo/Formal) e um juiz imparcial (aspecto Subjetivo/Substancial). As prerrogativas do juiz servem para dar ao juiz condições de independência que lhe permitam julgar com imparcialidade. *STF RC 417. O juiz tem de ser competente de acordo com regras legais prévias e abstratas, para impedir: 
Tribunal ou Juízo de Exceção: É a criação de um órgão jurisdicional para resolver aquele problema em especial. Ex: Tribunal de Nuremberg. 
Impede que se constitua o juiz Ex Post Facto. 
OBS: A Distribuição é uma técnica para garantir a imparcialidade, para evitar que se escolha o juiz da causa, o juiz deve ser designado em critérios impessoais e prévios, para evitar manipulação. 
Princípio da Inafastabilidade: A lei não poderá excluir da apreciação jurisdicional lesão ou ameaça de lesão a direito, trata-se do Art. 5º, XXXV, CF. Garante: 
Direito de Ação (direito de provocar a atividade jurisdicional, acesso à justiça – deve vir qualificado com todas as garantias do Devido Processo Legal).
A Tutela preventiva (a CF garante o direito de ir ao Judiciário para prevenir/impedir a lesão a um direito). Diz-se que esse princípio é o fundamento da Tutela Inibitória (tutela para impedir a ocorrência de um ilícito). 
Não há nenhum direito que possa ser excluído da apreciação jurisdicional, não adjetiva esse direito, todos não passíveis de apreciação jurisdicional. Por isso garante-se o acesso à justiça de maneira coletiva. É possível levar à apreciação do poder judiciário, direitos eventualmente lesados por atos administrativos discricionários, quando são irrazoáveis, desproporcionais. 
OBS: Qualquer regra de competência tem haver com juiz natural. 
*Pergunta de Concurso: Pode-se ir direto ao Poder Judiciário mesmo sem esgotar administrativamente a controvérsia no âmbito administrativo? A CF passada, expressamente dizia que a lei poderia condicionar a ida ao poder judiciário ao esgotamento administrativo do processo. Sucede que esta previsão não se repetiu na CF/88, porém ainda há leis que preveem isso, a essa restrição é a princípio constitucional, porém se num caso concreto houver urgência a parte tem o direito de ir ao Judiciário sem ter esgotado as vias administrativas. A CF atual prevê somente um caso em que se tem que esgotar administrativamente para poder se ir ao Judiciário, que o caso da Justiça Desportiva, Art. 217, §1, CF. 
- A priori o condicionamento da ida ao judiciário ao esgotamento administrativo da controvérsia é constitucional. A posteriori essa inconstitucionalidade pode revelar-se. 
OBS: A Arbitragem não viola esse princípio. Pois se está levando um problema ao juiz, que só não é o Estado Juiz.
- Jurisdição Voluntária: 
O que há de indiscutível na Jurisdição Voluntária: 
É uma atividade de integração da vontade do particular, ou seja, o juiz torna a vontade do particular íntegra, perfeita, completa para a produção de determinado efeitos jurídicos. É uma jurisdição integrativa.
O juiz tem de fiscalizar o exercício do ato pelo particular, fiscalizando ele pode dizer se pode ou não integrar essa vontade.
Costuma ser necessária, ou seja, você tem de ir ao judiciário para obter aquele efeito, é a regra. Ex: alteração de nome, interdição, naturalização, divórcio consensual quando houver incapaz, alienação de imóvel de menor, adoção etc. Há exemplo de jurisdição voluntária não necessária, como: o divórcio consensual sem incapaz envolvido. 
É em regra, constitutiva, ela cria, modifica ou extingue direitos.
Possui o Contraditório, todos os interessados devem ser ouvidos. Ex: eu quero retificar o registro imobiliário, eu vou ao juiz pedir isso, os meus vizinhos terão de ser ouvidos, pois são interessados na causa. Não existe processo sem Contraditório. Art. 1105 CPC. Por isso cabe Apelação em sentença de jurisdição voluntária. 
Segue o modelo Inquisitivo, com mais força, pois há procedimentos de jurisdição voluntária quepode começar ex oficio exemplo, Art. 1129, 1109 (neste dispositivo, o juiz pode decidir por Equidade) CPC. Ex: interrogação do interditando, guarda compartilhada. 
O MP só intervirá em jurisdição voluntária nos casos previstos no Art. 82 do CPC. 
Polêmicas em torno da Jurisdição Voluntária: 
Natureza Jurídica: 
	1ª Concepção – Tradicional
	2ª Concepção
	A Jurisdição Voluntária não é jurisdição, é uma atividade de administração de interesses privados.
	A Jurisdição Voluntária é jurisdição
	- Não há lide, não há Jurisdição.
- Se não há Jurisdição, também não há Ação, dizem que só há requerimento. 
- Não é possível falar em processo, só podemos falar em procedimento. 
- Não há partes, há interessados. 
- Não há Coisa Julgada, somente Preclusão.
Ainda é a que prevalece
	- Lide não é pressuposto da jurisdição, e sim o “caso”, podendo não ser litigioso. A lide não é um pressuposto, não há necessidade de existir lide para se valer da jurisdição voluntária. Pode preexistir ou pode passar a existir. 
- Há Ação, podemos falar em condições da ação de Jurisdição Voluntária. 
- Claramente há processo. 
- Há partes, com seus deveres e obrigações. 
- As duas concepções se baseiam no mesmo artigo. O Art. 1111 CPC. A jurisdição voluntária faz sim coisa julgada. 
Competência
- Conceito: É parcela de poder atribuída a algum ente. É, portanto, um limite do exercício de um poder, ninguém pode tudo. É uma noção da Teoria Geral do Direito. Aplica-se a qualquer exercício de poder, possui competência legislativa, administrativa e jurisdicional. Competência jurisdicional é a parcela de jurisdição atribuída a um órgão jurisdicional. 
*Pergunta de Concurso: Competência é Jurisdição? Sim, é uma parcela da jurisdição. 
- Princípios relativos à Competência: 
Princípio da Indisponibilidade da Competência: A Competência é indisponível, o órgão não pode dispor dela, não pode deixar de exercer a sua competência quando ele quiser, nem ele pode querer exercer competência que não tem. Só a lei pode autorizar/disciplinar situações de mudança de competência. “O Estado de Direito é um Estado de Competências, onde os agentes de poder só agem nos limites de sua competência”.
Princípio da Tipicidade da Competência: As regras de competência são regras típicas, previstas em lei. Nada obstante a competência ser típica, admite-se a chamada competência implícita, às vezes o legislador prevê uma competência que abrange outras várias competências e não discriminam as outras, essas outras se reputam implicitamente contidas naquela, por que são indispensáveis à realização daquelas. Ex: A CF não previu que o STF pudesse julgar ED contra seus julgados, mas é o próprio STF quem julga. Essa competência é implícita. Não podemos ignorar que jamais pode existir uma situação em que não haja juízo competente, “não existe vácuo de competência”. 
Princípio do Juiz Natural: É o princípio do qual decorre a garantia do juiz competente. 
Princípio da Competência Adequada: Decorre do Princípio do Juiz Natural, da Adequação e do Devido Processo Legal. Não basta que o juízo tenha competência prescrita em lei, é preciso que se trate de uma competência adequada para a causa. Ainda está sendo desenvolvido, sobretudo no âmbito da tutela coletiva. 
- Regra Fundamental da Competência: 
Regra da Kompetenzkompetenz: Todo juiz é juiz de sua competência, ou seja, ou juiz tem sempre ao menos a competência de se dizer incompetente. Chama-se Competência Atômica ou Mínima. 
- Distribuição da Competência: A competência é distribuída pela lei. Quem primeiro faz essa distribuição é a CF. A CF já faz a repartição em cinco grandes justiças/organizações judiciárias e distribui entre elas, sejam elas:
Justiça dos Estados: Possui uma competência residual, o constituinte se preocupou em distribuir para as outras justiças e o que sobrar é competência do Estado. Um juiz que atue em uma casa fora do âmbito de sua competência constitucional (causa de outra justiça), ele é um juiz incompetente ou é um não juiz? Prevalece o entendimento de que se trata de sentença proferida por juiz incompetente, portanto uma sentença que existe, mas ela é nula. Ada Pelegrini entendeu diferente (a falta de competência constitucional implica inexistência).
Justiça Federal
Justiça Eleitoral
Justiça Trabalhista
Justiça Militar
- Lei Federal: CPC e Medidas Provisórias
- Constituição Estadual: Organizam o estado
- Leis Estaduais: organizam as leis daquele estado
- Regimentos internos dos Tribunais: também distribuem competências, mas não as criam (quem cria é a lei), ele distribui a competência que a lei lhes deu e distribui internamente.
- Classificação das Competências:
Competência Originária: competência para conhecer e julgar a causa originariamente, a regra é que os juízes possuem competência originária para julgar as causas, mas tem hipóteses que o tribunal é o juízo originário: ação rescisória de sentença.
Competência Derivada: Competência para julgar a causa em grau de recurso, a regra é que os tribunais tenham competência derivada, embora haja casos de competência derivada de juiz. Ex: o juiz julga embargos de declaração de duas decisões. Turma recursal em um juizado é outro órgão, de juízes atuando com competência derivada.
Competência Absoluta: É aquela atribuída para atender certo fim público, de ordem pública, exatamente por que se trata de competência atribuída para essa finalidade, a incompetência absoluta pode ser conhecida de ofício pelo juiz, as partes podem suscita-la enquanto o processo estiver pendente e após o final do processo, mesmo terminado o processo, permite até Ação Rescisória. Além disso, a incompetência absoluta pode ser alegada por qualquer forma, de qualquer maneira, e as partes, não podem alterar as regras de competência absoluta. Além de gerar remessa, gera também a nulidade dos atos decisórios já praticados, exceto o “cite-se”.
Competência Relativa: É uma regra criada para proteger a parte, exatamente por isso, a incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, só pode ser alegada pelo réu, no primeiro momento que lhe couber falar nos autos sob pena de preclusão, ou seja, sob pena de o juiz que era competente, tornar-se competente, cabe ao réu dizer se o juiz é relativamente incompetente, o silêncio do réu tem esse condão. Pelo CPC, a incompetência relativa tem de ser alegada por um instrumento próprio para isso, a Exceção de Incompetência (petição avulsa que o réu oferece ao lado da contestação). Há julgados que admitem, toleram a alegação de incompetência relativa formulada na contestação, sob o fundamento que esse equívoco não comporta qualquer prejuízo ao autor. As regras de incompetência relativa podem ser alteradas pela vontade das partes, ou pelo silêncio do réu (preclui - tácita) ou é possível que as partes expressamente alterem regra de competência relativa (por meio do chamado “foro de eleição” ou “foro contratual” – cláusula expressa). Não gera a nulidade dos atos decisórios. 
Problema do foro de eleição nos contratos de adesão: Não é por que o foro de eleição estar no contrato de adesão, que ele é nulo. O legislador deu um tratamento peculiar na abusividade do foro de eleição, pois o juiz, pode de ofício não aceitar a propositura da ação naquele lugar e remeter os autos ao domicílio do réu. Porém se o juiz não o fizer no primeiro momento e mandar ouvir o réu e o próprio réu não alegar nada, ocorre a preclusão. Ou seja, o juiz pode controlar de ofício, mas não pode controlar a qualquer tempo. Art. 112, § único c/c Art. 114 do CPC. 
OBS: A Incompetência (absoluta ou relativa) não gera extinção do processo, gera a remessa dos autos ao juízo competente (translatio iudici). Há duas exceções em que a incompetência gera extinção do processo: incompetência dos juizados especiais e nos casos de incompetência internacional (nos casos em que a causa não deveriam tramitar no Brasil). 
OBS: No projeto do novo CPC não haverá mais essa nulidade dos atos decisórios. Há a preocupação de umapreservação das decisões por um juiz incompetente. 
- Fixação ou determinação da competência: Art. 87, CPC. É preciso definir, o momento a partir do qual, será fixado o juiz competente para julgar determinada causa. Esse momento ocorre na data da propositura da ação, ou é a data da distribuição ou será a data do despacho inicial, quando não houver distribuição (não há distribuição sempre que na comarca houver apenas um juiz e um juízo). Art. 263, CPC. 
Art. 87: O processo ficará naquele juízo, independentemente do que aconteça depois, estabilização do processo até o momento da sentença. Caberá àquele juízo julgar o respectivo processo. Trata-se da perpetuatio jurisdiciones. Há duas exceções, modificações supervenientes que quebram a perpetuação fazendo com que a causa tenha de ser distribuída. 
Supressão do órgão judiciário: se o órgão judiciário foi suprimido, é claro que os processos terão de ser redistribuídos.
Fatos que alterem a competência em razão da matéria e da hierarquia: Alteração da competência absoluta do juiz. 
OBS: Com a EC/45 que transferiu as causas da justiça estadual para a justiça do trabalho, as causas tiveram de ser redistribuídas. Por isso o STJ editou a Súm. 367.
- Critério para distribuição da Competência: A doutrina identifica a existência de três critérios para distribuição da competência, tais critérios devem ser examinados sempre, que se combinam de modo em que qualquer situação se possa identificar esses critérios.
Ver: Súm. 206 do STJCritério Objetivo: A competência deve ser distribuída, levando-se em conta os elementos da demanda, ação. Demanda:
 Partes: Competência em razão da pessoa. Competência Absoluta
Pedido: Competência em razão do valor. 
Causa de pedir: Competência em razão da matéria. Competência Absoluta 
OBS: Há causas em que o Juizado pode julgar causas de qualquer valor, dependendo da matéria.
Critério Funcional: Gera a chamada competência funcional, também hipótese de competência absoluta. O processo já está instaurado, durante o processo o órgão jurisdicional exerce diversas competências, desde receber a petição inicial até executar. Em suma, em um mesmo processo há muitas funções. Quando o legislador pega essas diversas funções a serem exercidas em um mesmo processo e as distribui em diversos órgãos, essa competência será funcional. Essa distribuição das funções é possível visualiza-la de duas maneiras:
Distribuição na dimensão vertical: Distribuição das funções entre instâncias. As competências original e derivada são exemplos de distribuição vertical.
Distribuição da dimensão horizontal: Quando a distribuição se dá numa mesma instância. Uma câmara do tribunal tem competência para julgar recursos, mas o órgão especial tem competência funcional para reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei. Ex: processo penal, o júri. 
Critério Territorial: É preciso definir em que foro (localidade) a causa deve ser ajuizada. É regra, a competência territorial é relativa, porém existem situações de competência territorial absoluta. Alguns autores quando diante de uma regra de competência territorial absoluta, se assustam, optando por não chama-la de competência territorial, chamando-a de competência funcional ou territorial-funcional. Este comportamento é antigo, mas de vez em quando ainda ecoa por aí. Ex: Trata-se do Art. 2º, da Lei de Ação Civil Pública (7.347/85), a competência para a Ação Civil Pública será a do foro do local do dano, e o seu juízo terá competência funcional (competência absoluta). O Art. 209 do Eca já fala corretamente, o Art. 80 do Estatuto do Idoso também (porém somente para as Ações Coletivas, já para as Ações individuais o idoso tem o direito de poder processar a causa em qualquer juízo. 
Regras Gerais: 
Avião se move!Art. 94 do CPC: Serve as ações pessoais (aquelas que versam sobre direito pessoal) e as ações reais mobiliárias (ações de direito real sobre imóveis). Foro do Domicílio do réu. Trata-se de competência relativa. Ex: Art. 100 CPC prevê uma série de regras especiais de competência territorial. 
Art. 95 do CPC: Serve para as ações reais imobiliárias. Foro da situação da coisa (imóvel) ou forum rei sitae. O autor pode optar pela situação da coisa, pelo foro de eleição ou do domicilio do réu, concorrentes. Porém, se a ação real imobiliária versar sob uma das sete hipóteses, o autor não pode escolher, deverá ser a situação da coisa. 
- Foros concorrentes, Forum non conveniens e Forum Shopping: Foros igualmente competentes para julgar a mesma causa. Esse processo de escolha (somente se houver foros concorrentes) se chama Forum Shopping, não sendo uma conduta ilícita, é uma conduta lícita, na medida em que o autor ter o direito de escolher em alguns casos. Às vezes o autor optava por um, só pra prejudicar o réu, começando assim, a surgir o abuso do Forum Shopping, tendo sido necessário, a criação de uma teoria para combater esse abuso de foro. Surgiu assim, a doutrina do Forum non conveniens, que serve para legitimar a recusa do juiz (ex officio) quando este não foi conveniente (repelir o abuso do Forum Shopping). Essa doutrina se pauta no Princípio da Boa-Fé, mas recentemente, o Princípio da Competência Adequada. 
- Conflito de Competência: Há conflito de competência sempre que dois ou mais órgãos jurisdicionais, discutem em torno da competência para julgar determinada causa. Não existe conflito entre órgãos jurisdicionais que possuem entre si diferença hierárquica. O conflito será julgado em um incidente processual provocado pelos próprios órgãos conflitantes ou pelas partes ou pelo MP, se o MP foi quem suscitar o conflito, ele deverá intervir no conflito. Se um dos processos já estiver sido julgado, não se pode mais suscitar o conflito. Súm. 428 STJ
OBS: O conflito de competência é um incidente que sempre será julgado por um tribunal.
Conflito Positivo: Ambos se declaram competentes
Conflito negativo: Ambos de declaram incompetentes
Conflito para julgar uma causa
Conflito para julgar mais de uma causa (grupo de causas - conexas)
STF: Somente se tiver envolvido algum Tribunal Superior. 
STJ: o resto
TJ/TRF: Somente conflito entre juízes vinculados ao respectivo tribunal. 
	Tribunais Regionais
	TRF 4ª Região Sul
TRF 3ª São Paulo e Mato Grosso do Sul
TRF 2ª Rio de Janeiro e Espírito Santo
TRF 5ª Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
TRF 1ª: Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, DF, Goiás, Mato Grosso e toda a região Norte.
OBS: Ver Súm. 3 do STJ e Art. 120, § único do CPC. 
- Competência da Justiça Federal: 
Juízes Federais: Art. 109, CF. 
Juiz Estadual investido de jurisdição federal: para que um juiz estadual julgue causas federais é preciso que se preencham dois pressupostos: 
Na localidade não haja sede de justiça federal
É preciso que a lei expressamente autorize que aquele tipo de causa tramite perante um juiz estadual, sem a expressa autorização legal, o juiz estadual não poderá julgar causas da justiça federal. Porém o recurso irá para o TRF (julgará um recurso contra uma decisão de um juiz estadual, só que tem competência federal). Exemplos: 
Causas contra o INSS (previdência e assistência social): essa previsão é constitucional. Art. 109, §3º, CF. É o exemplo mais significativo. É um direito do segurado. *STF Súm. 689, *TFR Súm. 216 (se for um MS, terá que ser na Justiça Federal e não na Justiça Estadual). 
Execução Fiscal Federal: pode ser proposta na justiça estadual, se no domicílio do réu não tiver justiça federal.
Usucapião Especial Rural: se houver algum ente federal envolvido nesta ação, a causa fica no foro do imóvel, independentemente de haver ou não justiça federal na localidade. Com recurso pro TRF. 
Cumprimento de Cartas Precatórias Federais: um juiz estadual pode cumprir cartas precatórias federais. 
Se houver uma criação de vara federal, é considerado fato superveniente que muda a competência absoluta, autorizando, assim, a quebra da perpetuatio jurisdiciones. 
- Competência em razão da pessoa: 
Inc. I: União, entidadeautárquica (gênero que abrange as autarquias, fundações autárquicas, agências reguladoras, universidades federais, conselhos de fiscalização profissional) e empresa pública federal (e não Soc. De Econ. Mista, onde seria na justiça estadual). 
OBS: Se o MP for parte, a causa, por isso, é da Justiça Federal? A presença do MPF por si só não atrai a competência da justiça federal, pois MPF é diferente de União. A CF tem que ser interpretada com um todo, e não em tiras. *STF AgR no RE 596836. *STJ REsp 440002/SE
Exceções (Inc. I): A presença de tais entes não faz com que a causa seja da Justiça Federal. 	
Causas Eleitorais: Tem causas eleitorais que envolvem ente federal. A competência é da justiça eleitoral.
Causas envolvendo Falência (insolvência civil e recuperação empresarial)
Causas Trabalhistas
Causas de acidente do trabalho: São as causas acidentárias
 Acidente do trabalho gera para o acidentado duas pretensões: 
Reparação indenizatória que será ajuizada contra o empregador (justiça do trabalho)
Previdenciária contra o INSS (justiça estadual)
Acidente comum gera também duas pretensões: 
Reparação indenizatória contra o causador do acidente (depende de quem causou o acidente)
 Previdenciária contra o INSS (justiça federal)
OBS: Um processo está tramitando na justiça estadual (1º grau), um dos entes federais pede para intervir, o juiz estadual tem que imediatamente remeter os autos ao juiz federal, pois o estadual não pode decidir se o ente federal pode ou não intervir (cabe somente ao juiz federal). Súm. 150 do STJ. O juiz federal decide que o ente federal não pode interferir, então ele irá devolver os autos ao juiz estadual. Súm. 224 do STJ. Assim, o juiz não poderá fazer nada, não podendo não concordar com a retornada dos autos. Súm. 254 do STJ
	Inc. II: Não envolve nenhum ente federal envolvido, ou é pessoa brasileira ou município brasileiro, contra Estado estrangeiro ou organismo internacional. Envolve o Princípio da Imunidade de Jurisdição (um Estado soberano não se submete à jurisdição de outro Estado soberano). 
Esse princípio diz respeito ao Estado como ente soberano, porém se o Estado Estrangeiro atual como ente privado, se sobmete à jurisdição brasileira. 
O recurso contra a sentença do juiz federal neste caso vai para o STJ e não para o TRF (pula uma instância). 
 Inc. VIII: Autoridade federal que não é funcionário federal é o que acontece com uma autoridade de instituição de ensino superior privada (é uma autoridade privada, porém exerce uma função federal, exemplo, o reitor da católica). 
- Competência em razão da matéria: Faz com que vá para a justiça federal, mesmo não envolvendo nenhum ente federal, e sim pelo o que se discute na causa (matéria). 
Inc. III: se a demanda se fundamenta em um tratado, a competência é da justiça federal. Aqui a interpretação é muito restritiva. Só vai pra justiça federal, a causa cujo único fundamento é o Tratado, se houver qualquer outro fundamento no direito interno, a causa não vai para a justiça federal. Ex: ação de alimentos internacionais, pois é regulado somente pela Convenção de Nova Iorque. É a mais rara. 
Inc. V-A: Causas relativas a Direitos Humanos, nos termos do §5º deste artigo. Inquérito ou processo (civil ou criminal) tramitando perante juízo estadual ação envolvendo violação grave de Direitos Humanos. O PGR será o competente para provocar e o STJ decidir para que a causa tramite na justiça federal. O STJ exige um 4ª pressuposto, que ele reputa implícito (é preciso respeitar a federação), é preciso que se demonstre a ineficiência das autoridades estaduais. O STJ admitiu que no julgamento deste incidente é possível a intervenção de Amicus Curiae. É muito raro. 
Inc. X: Naturalização, opção de nacionalidade. 
Inc. XI: Matéria que envolva direitos indígenas. Direitos dos índios como grupo, coletividade e não de somente um índio. “Comunidade indígena Pataxós” representado pelo cacique (de acordo com os costumes, como fonte de um direito). 
- Competência em razão da função: inc. X do Art. 109, CF.
	Inc. X: Compete ao juiz federal executar sentença estrangeira e cumprir carta rogatória. Pouco importa a matéria e as pessoas. 
Tribunais Regionais Federais: Art. 108, CF. A presença de pessoas federais é irrelevante para a competência do TRF. 	
Competência Originária: Inc. I (“b”, “c” ,“e”)
“e”: conflito de competência envolvendo juízes federais (abrange os juízes estaduais investidos de jurisdição federal da mesma região – STJ Súm. 3 e Súm. 428). 
“b”: as revisões criminais e ação rescisória de seus julgados e de julgados de juízes federais (e juízes estaduais investidos de jurisdição federal). 
“c”: MS e HD contra atos do próprio tribunal ou atos de juízes federais (abrange também os juízes estaduais investidos de jurisdição federal). 
Competência Derivada: Inc. II - Recursos de juízes federais ou juízes estaduais investidos de jurisdição federal.
- Conexão e Continência: 
Quando duas causas são idênticas ocorre a litispendência (lapso de tempo de “vida” do processo), mas popularmente é visto como a pendência de um outro processo igual. 
Quando duas causas são diferentes e guardam entre si algum vínculo, algum tipo de semelhança. Chama-se Conexão (fato em que duas ou mais causam pendentes guardam entre si um vínculo de semelhança, algum nexo, alguma relação). Este fato gera preferencialmente a Modificação da Competência (reunião dos processos para julgamento simultâneo). Economia processual e harmonia das decisões. Conclui-se que a conexão é uma modificação legal da competência (um juiz deixa de julgar uma causa e o outro, em compensação julga as duas, ou seja, um perde e o outro ganha a competência). A Conexão só pode mudar competência relativa. Para evitar a desarmonia, suspende-se uma das duas. STJ Súm. 235. 
O juiz de ofício pode conhecer da Conexão, mesmo sendo ela uma causa de Modificação de Competência Relativa (onde o juiz não pode declarar-se de ofício). Na Conexão, o juiz é competente, mas ele perde, o que ocorre ao contrário na Incompetência Relativa, onde o juiz já é incompetente relativamente. 	
Qualquer parte pode alegar a Conexão, e se for o réu, vai alegar na sua contestação. 
Preenchidos os pressupostos da reunião, deve-se fazer. Porém, há divergência acerca disso, entre a faculdade e a obrigatoriedade. 
Há Conexão (Art. 103, CPC) se houver em comum o pedido ou a causa de pedir. (a doutrina entende que essa hipótese é mínima). Sempre que o julgamento de uma causa puder interferir o julgamento de outra, há conexão. 
A Continência é um exemplo de conexão, por produzir os mesmos efeitos, as mesmas consequências. Art. 104, CPC. As partes são as mesmas, a causa de pedir são as mesmas, porém o pedido de uma abrange o pedido da outra. “lembrar da ameba”. 
OBS: Direitos Individuais Homogênios, que geram as Ações Repetitivas. Tradicionalmente o entendimento é no sentido de que essas ações repetitivas não são conexas, por uma razão: irá se reunir 10 milhões de processos num único juízo. Conclui-se que, as causas repetitivas não geram conexão. Atualmente, porém, ao menos quando essas causas chegam aos tribunais superiores é possível falar em uma conexão entre elas, para uma decisão única. Se dá pelo julgamento dos recursos repetitivos. 
Teoria da Ação
- Sentidos da palavra “ação”:
Direito de Ação: Consiste no direito de acesso à justiça, aos tribunais, de levar determinado problema à solução jurisdicional. 
Constitui um direito fundamental, decorrente do Princípio da Inafastabilidade. Esse direito é abstrato, pois é um direito de levar ao judiciário qualquer alegação de violação de direito. 
Existe o direito de provocar (direito contra o Estado), de ir, de reclamar e existe o direito que eu afirmo ter (direito contra o réu) quando vou leva-lo a ser apreciado.
 É um direito autônomo, o direito de ação é autônomo, em relação ao direito que se afirma ter quando se vai ao judiciário. 
Deve ser compreendido com alguns atributos, não é apenas o direitode “bater nas portas do judiciário”, não é meramente formal. Um direito de ter resposta dada em tempo razoável, de acesso aos tribunais e obter um processo devido. Garante uma resposta tempestiva. 
É um direito de conteúdo complexo (compósito), é ter um feixe de direitos, um complexo de direitos. Confere ao seu titular: O direito de provocar a atividade jurisdicional, de escolher o procedimento a ser adotado, direito à resposta jurisdicional, a um procedimento adequado, um direito ao recurso (continuação do direito de ação), de tornar alguém réu (“uma pessoa se torna réu bastando o autor querer”). 
Ação como demanda: É um ato. É exercício do direito de ação, com a afirmação de ter um direito. 
Concreto, pois se refere ao menos um direito afirmado.
Define os limites da atuação jurisdicional, pois pela demanda eu levo a afirmação de um direito, e essa afirmação é o limite da decisão do juiz.
Direito afirmado: como direito que se alega ter quando vai ao Judiciário. 
Ação em sentido material. Ex: Art. 195 CC. 
- Demanda e relação jurídica deduzida em juízo: Res In Iudicium Deducta -> Res Iudicata. O direito afirmado é o conteúdo da demanda, o objeto do processo. Como todo direito, o direito afirmado é conteúdo de uma relação jurídica. Em toda demanda há a afirmação de uma relação jurídica. Elementos da relação jurídica:
	 
	Parte Geral do Código Civil
	Elementos da Ação
	Condições da Ação
	Critérios de Competência Objetiva
	Sujeitos
	Pessoas
	Partes
	Legitimidade ad causam
	Em razão da pessoa
	Objeto
	Bens
	Pedido
	Possibilidade Jurídica do Pedido
	Valor
	Fato Jurídico
	Fato Jurídico
	Causa de Pedir
	Interesse de Agir
	Matéria
- Elementos da Ação:
Partes: São as partes principais do processo. 
Há quem seja parte somente de um incidente do processo
.Além das partes principais pode existir uma parte auxiliar, essa parte do processo, mas não formulou um pedido nem teve (é o caso do assistente) contra si um pedido formulado. É ser um sujeito do processo agindo com parcialidade. 
Mesmo não sendo legítimo, um sujeito continua sendo parte, até por que, sendo ele parte ilegítima ele vai ter que alegar a sua ilegitimidade. 
Parte do processo X Parte do conflito: Parte do conflito: É um fato social, esse conflito é levado ao judiciário, normalmente quem leva o conflito ao judiciário é a parte do conflito, que costumam serem as partes do processo. Pode ser que as partes do processo não coincidam com as partes do conflito. Essa não coincidência é muito comum. Ex: MP, que é parte do processo, mas não é parte do conflito. 
Parte complexa: É uma designação que serve para a seguinte situação: quando um incapaz está em juízo ele não está sozinho, seu representante não é parte, mas o incapaz atuará junto com o representante. Essa dupla que forma uma parte só é chamada de parte complexa.
 
Pedido: É um elemento da ação, mas será estudado mais para frente, no estudo da petição inicial.
Causa de Pedir = 
Cpp
 + 
Cpr
Causa de Pedir: É o mais complexo. 
Incidência
Ativa
Passiva
Pedido
OBS: De acordo entendimento majoritário, o autor tem de expor ambas as causas de pedir, por conta co Art. 282, III do CPC. Fala-se então, que o Brasil adotou a Teoria da Substanciação da causa de pedir. A teoria que se contrapõe a essa é a Teoria da Individualização da causa de pedir. De acordo com esta última, a causa de pedir deve ser apresentada apenas com o direito afirmado, sendo suficiente para a definição da causa de pedir.
A Relação Jurídica consiste no Direito Afirmado
A causa de pedir remota pode ser subdividida em: 
Ativa: Fato-título, que gera o seu direito. Ex: Contrato
Passiva: Fato que impulsiona a ida ao Judiciário. Ex: Inadimplemento
- Classificação das Ações: No sentido de “demanda”. Essas classificações não se excluem, se completam. 
Reais/Pessoais: É uma classificação de acordo com o direito afirmado
Mobiliárias: bens móveis / Imobiliárias: bens imóveis. Essa classificação é quanto ao objeto da demanda.
Reipersecutória: Toda ação que tem por objetivo a busca de uma coisa, pode ser tanto reais quanto pessoais.
Ação necessária: Veicula a afirmação de um direito que somente pode ser exercitado em juízo. Há direitos que precisam do Judiciário para serem realizados, de modo que a ação se faz necessária. Ex: interdição, anulatória, rescisória, falência etc. São sempre constitutivas. O interesse de agir é presumido, não há alternativa.
Ação de conhecimento/Cautelar/Execução: Essa classificação é de acordo com o tipo de tutela jurisdicional pretendido. Ações Sincréticas servem a mais de um tipo de tutela jurisdicional.
Ações Dúplices: Possui dois sentidos
Processual – formal: É o pedido formulado pelo réu contra o autor no bojo da contestação. Ex: ações de juizados. É sinônimo de pedido contraposto. 
Material: Quando veicular a afirmação de um direito material que poderia ter sido levado à apreciação também pelo réu, porém, o autor levou antes. A defesa do réu é o exercício de um direito dele. Ex: “cabo de guerra”, ação de oferta de alimentos, consignação em pagamento, ADI/ADC. Toda ação meramente declaratória é materialmente dúplice.
OBS: As Ações Possessórias são dúplices nos dois sentidos. A proteção possessória são materialmente dúplices. Além de se defender, o réu pode formular um pedido de indenização contra o autor no bojo da ação (processualmente). 
Classificação das Ações de Conhecimento
- Introdução:
Direitos a uma prestação: É direito que alguém tem de poder exigir de outrem (pretensão), uma prestação (conduta). É o direito a que outra pessoa realize uma determinada conduta, preste algo. Pode ser uma prestação:
Fazer:
Não fazer: 
Dar: 	
Dinheiro
Coisa distinta de dinheiro:
Podem ser violados/inadimplidos: não cumprir a prestação, se o sujeito não cumpre, ele tá violando, inadimplindo. Somente direitos a uma prestação podem ser violados. 
Submete-se à prescrição somente os direitos a uma prestação. Estão totalmente ligados (prescrição e prestação). Art. 189, CC. 
Quando um direito a uma prestação se realiza, significa que ela foi cumprida. Esse fenômeno se chama execução. A execução só diz respeito a direitos a uma prestação, é aí que o direito se realiza. Art. 580 CPC. Uma prestação se realiza sempre materialmente, mas para isso é necessário que uma conduta se realize. Execução pode ser voluntária ou forçada, sempre por meio de um:
Título executivo:
Judicial
Extrajudicial
Autônomo: processo só para executar. 
Fase de um processo sincrético: processo para executar também. 
Direta: 	É aquela em que o Estado-juiz se substitui ao devedor e faz a prestação pode ele, faz o que o devedor deveria ter feito, age pelo devedor, se sub-roga ao devedor, mas claro que quem banca isso é o devedor. Ex: uma pessoa está devendo um dinheiro, o Estado pega o patrimônio, vende e paga o devedor. Ou seja, o Estado vai agir um nome do devedor. Para a doutrina tradicional, só se pode falar em execução direta. Visivelmente é uma execução mais violenta, e é mais cara também, pois exige todo um aparato para ser realizada.
Indireta: O Estado força, pressiona o devedor a cumprir a prestação. O Estado se vale de pressões psicológicas, admitidas em direito. Ex: prisão civil, multa diária (astreintes). A sanção premial é uma recompensa no adimplemento da obrigação. É mais barata, não necessita de um aparato para se realizar.
Processo de evolução:
1973 - Ano do CPC: a regra era que as ações de prestação eram ações de pura certificação/declaração, se ia ao judiciário obter uma decisão que reconhecia o seu direito a uma prestação. Essa decisão lhe permitia a, se quisesse, instaurar um novo processo só para executa-la. As ações de prestação eram em regra, ações não sincréticas. Essas ações eram chamadas de ações condenatórias. Porém, havia processos sincréticos que eram especiais, excepcionais, exemplo, MS, ações possessórias, ação de nunciação de obra nova. Serviam tanto para certificar quanto para executar. Essas ações sincréticaseram dividas em duas espécies:
Mandamentais: ação de prestação sincrética que se efetivava por execução indireta
Executiva em sentido amplo: ação de prestação sincrética que se efetivava por execução direta. Ex: reintegração de posse, demolitória.
Conclusões:
São todas de prestação
As condenatórias eram a regra, o sincretismo era excepcional.
Mandamentais e executivas em sentido amplo tem um ponto em comum: são ações de prestação sincréticas
OBS: Havia quem dissesse que essa tripartição das ações de prestação era indevida. Todas deveriam se chamar ações condenatórias. 
1994: Houve a primeira grande reforma do CPC de 73, nessa reforma, o legislador tornou sincréticas todas as ações de prestação de fazer e de não fazer. Aquilo que era excepcional em 73 se transforma na regra, por conta do Art. 461 do CPC. Como toda prestação de fazer e não fazer é sincrética, não há mais ação condenatória de fazer e não fazer. De outro lado havia os que diziam que tudo era condenatória. 
2002: Houve a segunda etapa da reforma do CPC. Nesta etapa, o legislador tornou sincréticas todas as ações para entrega de coisa. Art. 461-A. 
2005: as ações pecuniárias tornaram-se sincréticas. Todas as ações de prestação passaram a ser sincréticas. Essa é a fase atual. Para Ada Pellegrini não se fala mais em ações condenatórias, para ela, as ações de conhecimento são mandamentais e as executivas em sentido amplo, as constitutivas e as declaratórias (adota a classificação quaternária das ações de conhecimento). 
Para outra concepção tudo continua sendo condenatória, desde sempre, são classificadas como condenatórias, constitutivas e declaratórias. As mandamentais e as executivas em sentido amplo são espécies de condenatória. Essa é a corrente majoritária.
Direitos Potestativos: É o direito que alguém tem de criar, extinguir ou modificar situações jurídicas de outrem. É um direito de mudar o mundo jurídico. O sujeito passivo não deve nada, ele se submete. Não podem ser violados, inadimplidos. São direitos sem prestação, por isso não se pode falar em prescrição de direitos 
potestativos, eles se submetem a decadência. Esses direitos não precisam de execução, não há prestação devida, não há ato material a serem praticadas, as coisas acontecem pela simples palavra. Ex: direito a invalidação do ato jurídico, divórcio, resolução do negócio, direito de rescindir uma sentença, casar etc. 
OBS: A jurisdição voluntária é um modo de se exercer direitos potestativos. 
Ocorre por meio de ação constitutiva: ação pela qual se afirma um direito potestativo e se pede a criação, a alteração ou a extinção de uma situação jurídica. É por isso que se diz que elas se submetem à decadência. As ações constitutivas costumam ser ações que produzem efeitos apenas para frente, eficácia Ex Nunc, nada impede que o direito atribua a uma ação constitutiva uma eficácia retroativa, é excepcional, mas pode acontecer. Art. 182 do CC. Ex: ação rescisória de sentença, divórcio, ação de dissolução de união estável, resolução do contrato, alteração de nome etc. 
Falência: tem por objetivo “quebrar” o comerciante, é tira-lo da administração de sua empresa. 
Ação de Interdição: a pessoa deixa de poder administrar a sua vida, o proíbe de praticas sozinho atos da vida civil. 
Ação de Nulidade do negócio jurídico: aponta-se um defeito gravíssimo do negócio. Nulidade não se declara, se decreta. Toda ação de invalidade é constitutiva. 
ADI: Os constitucionalistas de um modo geral consideram como uma ação declaratória. Mas na verdade é uma ação constitutiva. 
Ação de investigação de paternidade
Invalidar: Invalidação
	- Nulidade: Ação de nulidade
	- Anulação: Ação de anulação ou anulabilidade
Ação meramente declaratória: ação pela qual se pede o reconhecimento da existência/inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica. Mera declaração de certeza jurídica. Súm. 181 do STJ. Não há prazo para ingressar com uma declaratória, não há a efetivação de nenhum direito. Não podem ter por objeto a declaração de um fato, existe uma exceção: autenticidade ou falsidade de um documento. São ações materialmente dúplices. Ex: ação de usucapião, ADC, ação de consignação em pagamento, ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, união estável. 
Art. 4ª, § único do CPC: “É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.” Admite-se entrar com uma ação meramente declaratória mesmo quando já se poderia entrar com uma ação condenatória. Pode servir como título executivo? Sim, é possível, sentenças meramente declaratórias de direitos a uma prestação já exigíveis são título executivo. Art. 475-N, I CPC. Não interrompe e prescrição. 
Condições da Ação
- Teorias que explicam as condições da ação:
Teoria Concretista: Final do séc. XIX e início do séc. XX. Direito de ação é direito a uma decisão favorável. Direito de ação é diferente de direito material. Tem direito de ação aquele que vai a juízo e ganha. Se ele vai a juízo e perde, ele não direito a ter ido. As condições da ação são as condições para a vitória, para a procedência do pedido. A improcedência que é um juízo de improcedência do pedido é a mesma coisa que a carência de ação. Nessa teoria a improcedência é decisão de mérito, então apta coisa julgada. Principal expoente foi Chiovenda. Está superada. 
Teoria Abstrata ou Abstrativista: O direito de ação é o direito ao processo, a uma decisão qualquer que seja ela. Nem falam em condições da ação. É a concepção que prevalece no mundo hoje, no ponto de vista teórico. 
Teoria Mista ou Eclética: O direito de ação é o direito a uma decisão de mérito. Para essa concepção, as condições da ação, são as condições que devem ser preenchidas para que uma decisão de mérito seja proferida. Carência de ação é diferente de improcedência da ação, pois se não preencher as condições da ação, o mérito não será examinado. Se carência de ação não é uma decisão de mérito, então não há coisa julgada. O juiz em um processo tende examinar três tipos de questão: os pressupostos processuais, as condições da ação e o mérito. O principal expoente é Liebman, no Brasil foi Alfredo Buzaid. O nosso CPC adotou a teoria Eclética de Liebman. A Teoria de Liebman é extremamente criticada: 
A primeira crítica é que no nosso processo só existem dois tipos de opção de decisão, ou o juiz decide ou o juiz não decide o mérito.
 A segunda crítica é que ele não conseguiu demonstrar como separar as condições da ação do mérito da causa. Ex: se ficar provado que o pai não pai em uma ação de paternidade não é causa de improcedência e sim de carência. Que faz essas críticas são: Ovídio Batista, Calmon de Passos
Para Fredie: Aquilo que se entende por condições da ação ou é uma questão de mérito ou é um pressuposto processual. Possibilidade jurídica do pedido e legitimidade ordinária são questões de mérito. Legitimidade extraordinária e interesse de agir são questões processuais. 
OBS: O projeto do Novo Código inova, pois não menciona mais as expressões “carência de ação” e “condições da ação”, são expressões que deixam de ser utilizadas, e, além disso, expressamente coloca a possibilidade jurídica do pedido como uma questão de mérito.
- Teoria da Asserção: Também chamado de Teoria da Prospettazione, ou Teoria da Verificação In Statu Assertionis. É uma teoria para explicar de que modo o juiz deve examinar as condições da ação. Para Liebman as condições da ação devem ser examinadas a qualquer tempo, podendo ser inclusive objeto de prova. É possível fazer uma perícia para saber de a parte é legítima, é preciso ouvir testemunhas para ver se há interesse, ou seja, necessita de prova para analisar as condições da ação. A Teoria da asserção, a análise das condições da ação deve ser feita apenas de acordo com aquilo que foi afirmado, não haverá produção de provas a respeito do assunto. Toma-se o que foi afirmado como verdade, a questão estará resolvida, e se não estiver resolvida, o juiz extingue por carência. Essa é a teoria que prevalece na doutrina brasileira.

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