Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SOLUÇÃO NUTRITIVA Sistema homogêneo onde os nutrientes necessários a planta estão dispersos, geralmente na forma iônica e em proporções adequadas. Composição das soluções nutritivas • A composição da solução nutritiva tem sido estudada há muitos anos, com relatos datando de 1865, como a solução de Knopp. • Em 1938, Hoagland & Arnon apresentaram uma solução nutritiva completa e balanceada para tomateiro. • A partir da solução de Hoagland e Arnon, muitas outras foram desenvolvidas, mas a tradicional solução Hoagland permanece como a mais utilizada, por atender adequadamente as necessidades das culturas. Admite-se que não exista uma solução nutritiva ideal para todas as culturas. Dessa forma sua composição varia com uma série de fatores: • espécie de planta • estádio fenológico da planta • época do ano (duração do período de luz) • fatores ambientais (temperatura, umidade e luminosidade) • parte da planta colhida • Para formular uma solução nutritiva é importante entender o modo e a velocidade com que os nutrientes são absorvidos pelas plantas • É muito comum verificar a rápida diminuição de um nutriente na solução, enquanto outros se acumulam, devido as diferentes taxas de absorção. • O mesmo pode ocorrer com micronutrientes, considerando que o Mn tem alta taxa de absorção em comparação ao B. Quadro 1 – Taxa de absorção aproximada dos nutrientes por plantas cultivadas em solução nutritiva Grupo Taxa de absorção Nutriente 1 Absorção rápida N-NO3 -, N-NH4 +, P, K, Mn 2 Absorção intermediária Mg, S, Fe, Zn, Cu, Mo 3 Absorção lenta Ca, B Fonte: Adaptado de Bugbee (1995). Dois fatores podem ser considerados na formulação de uma solução nutritiva: 1) Composição da solução: determinada pela relação entre as concentrações dos nutrientes no tecido da planta cultivada; 2) Concentração da solução: a)Transpiração b)Taxa de crescimento da planta c)Volume de solução por planta d)Agitação da solução e)Velocidade de reposição da solução. • A composição da solução deve ser determinada a partir da concentração desejada de cada nutriente na planta. • A concentração dos nutrientes na planta pode ser obtida através de: a) Análise química de toda a planta, já que as diferentes partes contém teores diferentes de nutrientes. b) Utilização de referências bibliográficas. Sais utilizados para preparo de soluções nutritivas • Em trabalhos de pesquisa utilizam-se sais puros para análise • Em sistemas comerciais o volume de solução utilizado geralmente é grande e, neste caso, o uso de sais comerciais é preferível, pelo seu menor custo Exemplo de formulação de solução nutritiva para a cultura da alface • deve-se inicialmente definir a relação de concentração entre os nutrientes para a cultura em questão, a fim de preparar a base da solução, assumindo uma quantidade inicial de 100 g m-3 de K na solução. Quadro 2 – Relação entre nutrientes e quantidade de nutriente para preparar a solução básica para a cultura da alface K N P Ca Mg S Relação entre nutrientes 1,00 0,62 0,09 0,31 0,08 0,03 Relação x 100 100 62 9 31 8 3 Quantidade (mg/L ou g/m3) 100 62 9 31 8 3 Fonte: Cometti et al. (2006). Quadro 3 – Relações entre os teores foliares (g/kg) de N, P, Ca, Mg e S com os teores de K considerados adequados para diferentes culturas. Culturas K N P Ca Mg S Hortaliças de folhas Agrião 1,00 0,83 0,17 0,25 0,07 0,05 Alface 1,00 0,62 0,09 0,31 0,08 0,03 Almeirão 1,00 0,65 0,11 0,12 0,03 - Cebolinha 1,00 0,75 0,08 0,50 0,10 0,16 Chicória 1,00 0,82 0,11 1,36 1,07 - Couve 1,00 1,20 0,16 0,62 0,14 - Espinafre 1,00 1,00 0,11 0,78 0,18 0,20 Repolho 1,00 1,00 0,15 0,63 0,15 0,13 Rúcula 1,00 0,78 0,09 0,84 0,07 - Salsa 1,00 1,14 0,17 0,43 0,11 - Culturas K N P Ca Mg S Hortaliças de frutos Beringela 1,00 1,0 0,16 0,40 0,14 - Ervilha 1,00 1,67 0,20 0,67 0,17 - Feijão-vagem 1,00 1,43 1,14 0,71 0,17 0,11 Jiló 1,00 1,57 0,14 0,57 0,11 - Melão 1,00 1,14 0,14 1,14 0,29 0,08 Morango 1,00 0,67 0,10 0,67 0,27 0,10 Pepino 1,00 1,22 0,18 0,56 0,16 0,13 Pimenta 1,00 1,00 0,13 0,63 0,20 - Pimentão 1,00 0,90 0,10 0,50 0,16 - Quiabo 1,00 1,29 0,11 1,14 0,23 0,10 Tomate 1,00 1,25 0,15 0,75 0,15 0,16 Cálculos para determinação das quantidades dos sais • Para a realização dos cálculos das quantidades dos sais é necessário conhecer a porcentagem de cada nutriente contida nos sais a serem utilizados Quadro 5 - Fertilizantes e sais utilizáveis para o preparo de solução nutritiva e respectivas concentrações de nutrientes Fertilizante/sal Nutriente Concentração CE mS Nitrato de amônio N amoniacal N nítrico 16,5 16,5 1,50 Nitrato de cálcio N nítrico N amoniacal cálcio 14,5 1,0 17,0 1,18 Nitrato de potássio N nítrico potássio 13,0 36,5 1,28 Nitrato de magnésio N nítrico magnésio 11,0 9,5 0,50 Monoamônio fosfato - MAP N amoniacal fósforo 11,0 21,0 0,95 Diamônio fosfato - DAP N amoniacal fósforo 18,0 20,0 Fosfato monopotássico - MKP fósforo potássio 23,0 29,0 0,70 Cloreto de potássio* potássio cloro 49,8 47,0 1,70 Sulfato de amônio N amoniacal enxofre 21,0 24,0 Sulfato de potássio enxofre potássio 17,0 41,0 1,20 Sulfato de magnésio enxofre magnésio 13,0 10,0 0,88 Fertilizante/sal Nutriente Concentração Cloreto de cálcio cloro cálcio 38,0 22,0 Ácido fosfórico 85%, D = 1,7 fósforo 27,0 Sulfato ferroso enxofre ferro 11,0 20,0 Fe EDTA (Dissolvine pó) ferro 13,0 Fe EDDHA (Ferrilene) ferro 6,0 Fe EDDHMA (Tenso Fe) ferro 6,0 Ácido bórico boro 17,0 Sulfato de cobre enxofre cobre 12,0 24,0 Sulfato de manganês enxofre manganês 21,0 25,0 Sulfato de zinco enxofre zinco 11,0 22,0 Molibdato de sódio molibdênio 39,0 Condutividade elétrica Determina a concentração total de sais de uma solução Leituras realizadas com condutivímetro Valores devem variar de 1,5 a 3,5 dS/m = 1.000 a 1.500 ppm Para a estimativa da condutividade elétrica, multiplica-se a CE de uma solução em g/L pela quantidade do sal. Como obter relação entre nutrientes? Soluções estoque Quadro 10 - Composições das soluções de ajuste para as culturas de hortaliças de folhas. Soluções nutritivas com restrição de nutrientes Quadro 7 – Composição química das soluções nutritivas estoques, em concentração molar (M), e volume dessas soluções aplicadas nos tratamentos com omissão de nutrientes, em mL L-1. Quadro 8 – Composição da solução nutritiva de Hoagland e Arnon (1950) Solução nutritiva para feijão Solução nutritiva para algodão Solução de micronutrientes Quadro 9 – Cálculo de uma solução de micronutrientes 10.000 x para alface Micronutriente Sal utilizado (% do micronutriente) Concentração adequada Quantidade do sal Solução 10.000X B Ácido bórico (17% B) 0,3 1,76 17,6 Cu Sulfato de cobre (25%) 0,02 0,08 0,8 Fe Fe-EDDHA (6%) 2,0 34,00 340,0 Mn Sulfato de manganês (25%) 0,4 1,60 16,0 Mo Molibdato de sódio (39%) 0,06 0,15 1,5 Zn Sulfato de zinco (21%) 0,06 0,29 2,9 Para cada m3 de solução deve ser adicionado 100 mL da solução de micronutrientes 10,000 x. Quelatização do ferro 1º) Os materiais usados: para preparar uma solução com 40mM de Fe/litro, usa-se 10,84 g de cloreto de ferro, 14,89g de EDTA e 1 litro de água destilada. 2º) Pesa-se o cloreto de ferro, passando o mesmo para um becker, acrescenta-se 400 ml de água destilada, deixando dissolver bem o sal. 3º) Faça o mesmo com o EDTA, mas usando outro becker, dissolvendo bem em 400 ml de água destilada. 4º) Depois que o ferro e o EDTA estiverem dissolvidos a solução é misturada em um balão volumétrico. Completa-se o nível da solução para 1(um) litro e agita-se bem, pois é nesse momento que ocorre a complexação do ferro. 5º) Feitaesta mistura a solução de ferro e EDTA deverá ser guardada em um frasco de vidro escuro, coberto com papel alumínio. Toma- se este cuidado para conservar melhor a solução, porque ela pode sofrer oxidação pela luz. Manejo da solução nutritiva Solução inicial – normalmente ½ ou ⅓ da concentração da solução total • Reposição da solução • Renovação de toda a solução: em vasos é comum a troca de toda a solução ao final de uma semana de cultivo. • Reposição da solução absorvida: reposição da água absorvida por transpiração. Dependendo das condições há perda de água por transpiração maior do que a absorção de nutrientes, provocando a concentração da solução nutritiva remanescente. • Reposição de nutriente e água separadamente com análise química da solução: adição de água para atingir o volume inicial e adição de nutrientes através de soluções estoques. • Reposição de água e nutrientes separadamente, com uso de sensores de concentração de íons: além do custo elevado de eletrodos específicos para os íons, sua vida útil é reduzida e eles necessitam de calibrações freqüentes. • Reposição de água e nutrientes separadamente, por meio do monitoramento da CE da solução: é o método mais utilizado em hidroponia comercial, além de aplicar-se as pesquisas em nutrição de plantas, pois é de baixo custo e permite acompanhamento da concentração total de sais da solução. pH da solução nutritiva • As plantas podem suportar perfeitamente pH entre 4,5 e 7,5 sem grandes efeitos fisiológicos. • Em cultivos hidropônicos é recomendado pH entre 5,5 e 5,8, condição que permite a máxima disponibilidade dos nutrientes em geral. • O pH pode estar entre 5 e 6,5. Caso o pH esteja abaixo de 5, deve-se usar hidróxido de sódio (0,1 N) para a correção e, caso esteja acima de 6,5, adiciona-se ácido clorídrico (0,1 N). Condutividade elétrica da solução nutritiva • À medida que a planta cresce e absorve os diversos nutrientes ocorre a mudança da concentração da solução nutritiva. • Pode-se avaliar a concentração total de sais, medindo- se a condutividade elétrica com um condutivímetro. • Esta leitura deve ser realizada após completar o volume da solução, homogeneizando-a com um bastão de plástico. Com a utilização do condutivímetro, as medidas ideais da solução ficam entre 1,5 e 3,5 dS cm-1, o que equivale a 1.000 e 1.500 ppm de concentração total de íons. • condutividade de 1,0 ou 1,5 dS ou 1.000 ou 1.500 µS (recomendado para o verão e para locais de clima quente - região Norte e Nordeste). (DFT) Substrato - vermiculita Substrato – argila expandida Substrato orgânico – fibra de coco Arquitetura dos canais de cultivo
Compartilhar