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Arte, Educação

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Arte, Educação e Música
Webaula 1
Unidade 1 – O Arte1 e Sua Importância no Desenvolvimento Integral da Criança
VAMOS AS APRESENTAÇÕES!!!
A arte, não imita objetos, idéias ou conceitos. Ela cria algo novo, porque não é cópia ou pura reprodução, mas a representação simbólica de objetos e idéias – que também podem ser visuais, sonoros, gestuais, corporais... – presentificados em uma nova realidade, sob outro ponto de vista (MARTINS, 1998 p. 23).
Caros alunos leitores sou a professora Laura, graduada em Educação Artística com habilitação em Artes Visuais e especialista em Arte-educação e Educação Infantil. Estes textos da web aula farão parte da disciplina Ensino de Arte e Música do curso de Pedagogia.
Convido vocês a refletirem sobre a arte, suas manifestações artísticas diversas e as contribuições desta no desenvolvimento integral dos alunos.
A arte mexe com sentimentos e emoções, mas é também conhecimento, sendo assim, de extrema relevância no contexto escolar.
Apesar de todas as linguagens e modalidades artísticas serem importantes no processo de desenvolvimento da criança, iniciaremos nossa conversa refletindo sobre uma das modalidades das artes visuais, o desenho, início desta forma, me remetendo a uma matéria publicada na Revista Viver Mente e Cérebro – Especial Emília Ferreiro. A autora Analice Pilar Dutra mostra o resultado de uma pesquisa sobre o desenho e sua relação com a escrita, além de descrever e discutir as fases do desenho segundo Luquet. (...), de acordo com a autora, “O desenho começa como uma escrita, e a escrita como um desenho, depois a criança cria formas de diferenciação e de coordenação entre elas..."
Vocês já observaram as crianças realizando propostas artísticas? É só diversão, como os pequenos gostam de pintar, desenhar, recortar, colar, dançar, cantar, encenar e tantos outros. Para a criança as propostas artísticas são como se fossem um jogo, uma brincadeira, são um momento lúdico, sendo assim, iniciamos nosso papo nos remetendo as teóricas, Ferraz e Fusari (1999), que nos mostram o aspecto lúdico que nos confere uma aula de Arte. Em seus dizeres:
O brincar nas aulas de arte pode ser uma maneira prazerosa de a criança experienciar novas situações e ajudá-la a compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético [...] a prática artística é vivenciada pelas crianças como uma atividade lúdica, onde o fazer se identifica com o brincar, o imaginar com a experiência da linguagem ou da representação (FERRAZ; FUSARI, 1999, p. 84). 
Figura n.1 – Toda Mafalda
Fonte: Toda Mafalda. São Paulo, Martins Fontes, 1991, p. 71.
Todas as propostas artísticas, das diferentes linguagens, teatro, artes visuais, música e dança, têm um aspecto lúdico, portanto importante para o desenvolvimento da criança, no entanto, como já mencionamos anteriormente, faremos um recorte e focaremos no desenho. É importante que o professor tenha conhecimento das etapas do desenvolvimento gráfico da criança e esteja atento às mudanças, conheça as limitações e potencialidade destas, para que as propostas artísticas sejam condizentes com suas faixas etárias.
Constantemente nos deparamos com exposições de desenhos ou pintura infantil e em algumas, fica muito claro que não foi à criança quem fez o desenho ou se foi, que este foi direcionado por um adulto. Para quem entende um pouco sobre os níveis que a criança passa, fica muito explícita a “mão de gato”, ou melhor, a mão do professor nos trabalhos ou então o direcionamento, sem contar os trabalhos em séries, todos iguais, e o mais grave, é ver exposição de desenhos prontos para serem coloridos, estes em nada contribuem no desenvolvimento da criança , além do próprio nome já dizer “pronto”, não há o que acrescentar, não há criação, pelo contrário, inibem o potencial criativo de quem os colore e possibilita a representação e repetição de desenhos estereotipados.
LINKS
1. Jean Piaget - Fases do desenvolvimento
http://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go
2. Grafismo infantil - leitura e desenvolvimento
http://www.youtube.com/watch?v=DPzYg6Zw8W8
3. Desenho na Educação infantil
http://www.youtube.com/watch?v=k0nxsM78IQc&feature=related
Ao pedir um desenho, por exemplo, o fundo do mar, o professor precisa se certificar se a criança conhece o que poderá ter neste desenho do fundo do mar, mostrar alguns elementos, isto é, possibilitar que a criança tenha um repertório imagético. É preciso nutri-la com imagens, pois, ninguém cria “nada do nada”, precisamos ter referências. Ernert Gombrich (apud MARTINS, 1998, p. 25), nos diz que:
Quando vamos desenhar uma árvore, por exemplo, mesmo diante de um modelo da natureza, teremos em nossas mentes todas as árvores que já vimos, também desenhadas, pintadas, esculpidas, com nossa percepção e emoção frente elas. Com esses modelos internos é que criamos [...].
Este repertório ao qual nos referimos, deverá ser o mais próximo possível do real, por exemplo: fotografias, vídeos e outros, pois, se o assunto é sobre “peixes”, quanto mais imagens próximas do real, de peixes que apresentarmos à criança, mais conhecimento em relação aos diferentes tipos, tamanhos e cores de peixes, ela terá um repertório maior, mais referências para realizar seu trabalho artístico.
Figura n.2 – Os bichos
Fonte: autor Rog Bollen, in MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. (Conteúdo e metodologia: ensino de arte) p.94)
É importante que o professor apresente imagens diversas e possibilite uma conversa, uma reflexão acerca do assunto estudado, que o estimule a querer estudar determinado tema, de preferência, que parta do contexto do aluno, Gasparin (2007) nos orienta a motivar os alunos. Segundo o autor, uma das formas de conquistar a motivação dos alunos é conhecendo o cotidiano deles.  Outra observação é em relação às imagens não reais, como desenhos, ilustrações de personagens, por exemplo, estas muitas vezes não são de boa qualidade estética, e também, podem apresentar informações visuais incorretas como, por exemplo: uma aranha apenas com 4 ou 6 patas, formiga com dente, etc. outro aspecto é que este tipo de abordagem possibilita uma aprendizagem equivocada.
Certa ocasião, uma professora relatou que em um passeio com sua filhinha de 3 anos, ela mostrou um pássaro (pica pau) para a criança e falou:
- Olha filha, o pica pau!
A criança na mesma hora retrucou:
- Não é.
A mãe insistiu que era, mas a criança não concordou várias vezes, mesmo com a insistência de sua mãe, isto porque a única referência que ela tinha sobre pica pau, era de um personagem de desenho animado, que ela assistia todos os dias. Por isso a necessidade de mostrar o real, mesmo que no desenho não fique próximo do real, para que ela não seja privada de conhecer o real e de ter um repertório de imagens, para realizar suas propostas artísticas com maior criatividade e expressividade.
O professor não deve interferir no desenho da criança, apagar desproporções, ditar as cores que a criança deverá utilizar, direcionar o trabalho, segundo o seu gosto e padrão de beleza e muito menos retocá-lo, para ficar mais “bonitinho”, pois este fará parte de uma exposição!
Pensando na postura de alguns professores quando estão ministrando aula de Arte, é importante refletirmos sobre algumas questões, como esta apresentada na charge a seguir:
Figura n.3 – Balde de água fria
Fonte: Ilustração: CAVA, Thiago Sant’ Ana Cabral in CAVA, Laura Célia S. Cabral. Ensino das artes: pedagogia -São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Nesta tira, a professora, não teve sensibilidade para perceber todo o envolvimento de seu aluno com a tarefa lançada, ela direcionou o trabalho e emitiu sua opinião pautada em verdades prontas e acabadas e equivocadas, como se toda grama fosse verde, todo céu fosse azul, o céu dependendo do horário e do clima poderá ser cinza, preto, azul, vermelho,laranja, lilás etc. Precisamos refletir sobre o que falamos para as crianças, rever nossos conceitos, nossas verdades.
Por fim, outra questão relevante é em relação a situações aparentemente “problemáticas”, geralmente encontradas nos desenhos infantis, principalmente quando a criança utiliza cores escuras como: preto, marrom e outras, ou então, acalcam muito o lápis, até rasgar o papel. Nem sempre, a temática, as cores, a intensidade dos traços utilizados, significam “problemas”. Existem inúmeros motivos para uma criança abordar determinadas temáticas, formas de realizar o desenho e cores. Não é função do professor, resolver essas situações e sim detectá-las e encaminhá-las à direção ou supervisão da instituição. Diante de um suposto problema, isto é, depois de muita observação, depois de ouvir o que a criança tem a dizer e, com a persistência do possível problema, o professor deverá encaminhar o caso a seu supervisor, pedagogo ou coordenador que tomará as devidas providências, conversando com a família, orientando a levá-la a um profissional da área, um psicólogo, por exemplo, se for o caso.
SUGESTÃO DE LEITURA
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: SCIPIONE, 1994.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino das artes. 2a- ed. Porto Alegre: mediação, 2001.
PARA REFLETIR NO FORUM:
Qual sua opinião em relação a desenhos fotocopiados para colorir? Na sua época de escola (educação infantil e/ou ensino fundamental) você coloria muitos desenhos?
Campos conceituais da Arte1 - Há um consenso entre os teóricos em relação à relevância da arte no contexto escolar, pois o ensino desta, estimula o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e estético e apesar de todas as linguagens e modalidades artísticas serem importantes, como vimos anteriormente, é dada maior ênfase ao desenho. Pensando nesta importância do ensino de Arte, faz-se necessário compreender a proposta contemporânea para o ensino e aprendizagem desta área do conhecimento, mas antes vamos refletir um pouco sobre a arte.
Para muitos professores, a palavra arte está relacionada apenas com: dom, intuição, técnicas e produção, pensam que a disciplina propõe apenas o “fazer”, excluem a possibilidade de observação, reflexão e compreensão da arte, não compreendem a disciplina de Arte como conhecimento, apenas como “realização de trabalhos e conhecimento de técnicas”, conseqüentemente acreditam ser apenas este, o objetivo da disciplina de Arte.
A disciplina de Arte, na escola, não tem como finalidade ilustrar conhecimentos, festas cívicas ou escolares. Como toda área do conhecimento, tem como objetivo a construção e aquisição de conhecimento.
Aula de Arte 
Figura 1 – Thiago Sant’Ana Cabral Cava – Londrina, 2008.
Nesta charge, a professora esta planejando uma aula que articula os eixos (fazer/produzir – apreciar/fruir e refletir), pena que a outra pessoa, que provavelmente seja a diretora ou supervisora, não tem este entendimento.
Ao trabalhar com Arte, o aluno é estimulado à reflexão, investigação, experimentações, comparações, a ter curiosidade, levantar hipóteses, ao trabalho em equipe, proporcionando desta forma o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, cultural e estético.
A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e esse pensamento artístico amplia a sensibilidade, criatividade, percepção, originalidade, flexibilidade, reflexão, imaginação, inventividade, o senso crítico e o senso estético, possibilita também, ao aluno, um grande crescimento e um aumento de sua capacidade de visualização e memória visual, além de ajudá-lo a resolver problemas de ordem técnica e estética.
De acordo com Bosi (2001),
[...] o trabalho de arte passa pela mente, pelo coração, pelos olhos, pela garganta, pelas mãos; e pensa e recorda e sente e observa e escuta e fala e experimenta e não recusa nenhum momento essencial do processo poético. (p.71).
Consta nos PCNs de Arte, Brasil (1997), que o conhecimento em Arte possibilita ao aluno reconhecer as diversidades, construir uma auto-imagem positiva, a se integrar com o grupo, pois a maioria das propostas artísticas é desenvolvida em grupos, proporcionando também a construção de sua autonomia.
1. Texto elaborado e adaptado por CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral retirado da: LONDRINA. Secretaria Municipal de Educação. Proposta pedagógica de 1ª a 8ª série da Rede Municipal de Ensino de Londrina: versão preliminar: arte. Londrina, 2006.
O ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.
Compreendida como área de conhecimento, a arte, apresenta relações com a cultura por meio das manifestações expressas em bens materiais (bens físicos como: pintura, escultura, desenhos, dentre outros) e imateriais (práticas culturais coletivas como: música, teatro, dança, etc.). Olhando a arte por uma perspectiva antropológica, é possível considerar que toda produção artística e cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e marcam a sua existência no mundo.
A arte é conhecimento construído pelo homem através dos tempos, portanto, importante na escola, ela é um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber. Sendo assim, tratar a arte como conhecimento é ponto fundamental e condição indispensável para o enfoque contemporâneo do ensino e aprendizagem de Arte.
Consta nos PCNs de Arte, Brasil (1997) que,
No percurso criador específico da arte, os alunos estabelecem relações entre seu conhecimento prévio na área artística e as questões que um determinado trabalho desperta entre o que querem fazer e os recursos internos e externos de que dispõe entre o que observam nos trabalhos dos artistas, nos trabalhos dos colegas e nos que eles mesmos vêm realizando [...] (PCNs, 1997).
A arte é linguagem, portanto, uma forma de expressão e comunicação humana, ela tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais e isso já é suficiente para que se justifique sua presença na vida escolar.
Por ser uma linguagem, é uma forma de expressar emoções, ideias, vivências entre outros, é também, uma forma de comunicação. Quando dizemos comunicação, pressupõe que não seja isolada, que exista outro para que haja essa comunicação. E a compreensão dessa comunicação, só se torna possível, se o outro decodificar a mensagem, sendo assim, tornamos a enfatizar a importância da arte na escola propiciando à criança, que ela se expresse e compreenda certos códigos artísticos.
Quando nos referirmos à disciplina de Arte, a comunicação se dá por intermédio de formas, cores, texturas, volumes, sons, movimentos, gestos, expressões dentre outros.
Nossa abordagem, em relação ao conhecimento em Arte, se baseia nos Parâmetros Curriculares de Arte, Brasil (1997), que se baseiam na Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa e, segundo esta mesma autora, sua Proposta Triangular é construtivista, interacionista, dialogal e multicuturalista, é uma proposta pós-moderna que apresenta a articulação de três Eixos ou Campos Conceituais que envolvem a Produção, a Fruição e a Reflexão no ensino de Arte. Em uma aula de Arte, esses três Eixos deverão se articular, não importando a ordem. Apesar de suas especificidades, esses Campos Conceituais são interdependentes e articulam-se entre si, abrangendo todos os aspectos do objeto de estudo. Veja a seguir os Eixos ou Campos Conceituais de Arte.
Produção: é a produção do aluno e de produtores de arte em geral, é o fazer, a criação, é a parte prática. Na educação, esse fazer diz respeito ao conhecimento artístico do aluno e está relacionado com o processo criativo.
Fruição:a palavra fruir origina-se da palavra usufruir, isto é, oportunizar o aluno a ver, ouvir, sentir, assistir a manifestações artísticas do universo relacionado à arte (obras de arte, peças teatrais, espetáculos de danças, concertos musicais e outros), é a apreciação significativa e essa apreciação significativa diz respeito ao conhecimento estético e está relacionado à apreensão do objeto artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos.
Reflexão: é pensar sobre o trabalho artístico pessoal, sobre o trabalho artístico dos colegas de sala de aula e sobre o trabalho artístico de produtores de arte em geral, refletir sobre as formas encontradas na natureza e em culturas diversas e também, é a compreensão da arte como processo cultural e histórico. A reflexão articula-se com o conhecimento contextualizado, pois envolve o contexto histórico (político, econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse objeto.
Para Antunes (2008), quando o professor traz para o contexto do aluno os conteúdos a serem apreendidos, conectando esses conteúdos com sua sala de aula e com o cotidiano dos alunos, ele estará explorando contextos, certamente estará contribuindo para transformar informação em conhecimento.
Apresentaremos um trabalho que articula os eixos ou campos conceituais de Arte (apreciar, produzir e refletir), pois envolve a apreciação de obras de um pintor, depois utiliza suas obras como referência, para um trabalho artístico, isto é, os alunos fazem composições com vegetais.  Primeiro vamos conhecer algumas obras de Giuseppe Arcimboldo. Veja a seguir:
Giuseppe Arcimboldo
Link
Agora confira o vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=tWmAmrbmPq4
Para refletirmos no Fórum:
O que você acha a respeito do trabalho com os eixos ou campos conceituais: Produzir, apreciar e refletir, nas aulas de Arte? Em sua opinião o conhecimento em Artes, com a aplicação dos eixos ou campos conceituais, torna-se mais eficaz, mais completo?
Webaula 2
Unidade 1 – O Ensino de Música
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social. (RCNEI, p. 49, v.3 1998)
Vivemos num mundo visual e sonoro. Cores, movimentos, sons e uma série de elementos da Arte estão presentes no cotidiano. Reagimos a estes elementos de diferentes maneiras de acordo com a personalidade, humor e o significado que determinado elemento artístico tem para cada um de nós.
Quem nunca fez uma faxina com o rádio ou o aparelho de som ligado? Quem já se aborreceu com um vizinho barulhento que gosta de ouvir música às 3 horas da madrugada?
A música está presente no nosso dia-a-dia, na televisão, nas ruas, nas igrejas, consultórios, no cinema, no carro e também, nas escolas, e nós nos relacionamos com ela sendo músicos profissionais ou “leigos apaixonados”.
Como professores, usamos a música em vários momentos, como um recurso para ensinar fórmulas, para decorar seqüências numéricas, disciplinamos, ensinamos lições morais e injetamos motivação em nossas crianças. Entretanto, precisamos refletir sobre qual o valor do ensino da música nas escolas. Precisamos ter argumentos que possibilitem responder qual é a importância de se ensinar música nas escolas aliada as outras linguagens artísticas como o teatro, as artes visuais e a dança.
LINK
Música na Educação Infantil
http://www.youtube.com/watch?v=6G8m8c_QVH4&feature=related
Podemos aprender música de várias maneiras. É possível freqüentar aulas particulares de instrumento, técnica vocal, tocar em uma banda, cantar num coral. Todas estas atividades podem se tornar ambientes, isto é, para a vivência e a aquisição do conhecimento musical.
Na escola a música pode acontecer por meio das atividades citadas anteriormente, mas é mediante a musicalização que esta tem acontecido. Segundo Loureiro (1999), “musicalização é o processo de desenvolvimento da musicalidade”.
De acordo com os RCNEIs (BRASIL, 1998), o ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização.
Maura Penna, autora do livro Reavaliações e Buscas em Musicalização (1990), usou como ponto de partida para discussão sobre musicalização a seguinte afirmação:
Ato ou processo de musicalizar.
Musicalizar (-se): tornar(-se) sensível a música, de modo que, internamente, a pessoa reaja, mova-se com ela. (PENNA, 1990, p. 22).
O processo de musicalização deve destinar-se a todos, buscando “desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical”. Durante este processo, “adquiri-se uma sensibilidade que é construída num ambiente onde as potencialidades de cada indivíduo são trabalhadas e preparadas de modo a compreender e reagir ao estímulo musical” (Penna, 1990).
Musicalizar é ainda: “[...] desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível a música, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo” (PENNA, 1990, p.22)
Musicalização é um “processo bidirecional e integrado entre homem e música” (Penna, 1990). Este processo ocorre dentro e fora da escola. Por isto, é muito importante levar em consideração as experiências que ocorrem no dia-a-dia nas situações informais onde o ser humano esta inserido.
LINKS
1. Musicalização Infantil - Atividade Lúdica - Cursos CPT
http://www.youtube.com/watch?v=jg-bSr9LRSo&feature=fvsr
2. Aulas de Música na Escola Villare - Educação Infantil - 2010
http://www.youtube.com/watch?v=DXrFd55A4QU&feature=related
A vivência musical promovida pela musicalização permite na criança o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música. “O canto é usado como forma de expressão e não como mero exercício musical.
O termo “musicalização infantil” adquiri então uma conotação específica, caracterizando o processo de educação musical por meio de um conjunto de atividades lúdicas, em que as noções básicas de ritmo, melodia, compasso, métrica, som, tonalidade, leitura e escrita musicais são apresentadas à criança por meio de canções, jogos, pequenas danças, exercícios de movimento, relaxamento e prática de pequenos conjuntos instrumentais (BRITO, 1998 apud JOLY, 2003, p. 116).
De acordo com Feres (1989) “dizer que uma pessoa é musicalizada significa dizer que ela possui sensibilidade para os fenômenos musicais e sabe expressar-se por meio da música cantando, assobiando ou tocando um instrumento etc.” (Feres, 1989 apud Joly, 2003, p. 116).
Assim, não apenas as crianças podem ser musicalizadas, mas qualquer ser humano de qualquer faixa etária pode passar por esse processo de contato significativo com a música seja numa banda ou num coral.
Schaffer, famoso educador musical canadense, apresenta situações sonoras do nosso cotidiano que podem ser levadas para a sala de aula no contexto da musicalização. Em seu livro “O Ouvido Pensante”, Schaffer apresenta termos como “paisagem sonora” e evidencia os sons que nos rodeiam e suas características. É como se o ouvido acordasse para aquilo que se ouve, mas não se escuta; ao som que está presente, mas não é notado.        
Figura nº 1 – nome da figura
O que é música?
Fonte: Laerte, Folha de SP. 1996 in MARTINS, Mirian Celeste F. D.; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha T. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998, p. 69.
De acordo com, Lino, (2002 p. 73), As crianças que são levadas a explorar expressões musicais desde os primeiros meses, ouvindo a voz de seus pais, balbuciando [...] realizandoemissões vocais em diferentes situações, imitando o fraseado rítmico e melódico dos adultos e crianças a sua volta [...] estarão mais aptas a organizar mentalmente os sons de forma a ordená-los num espectro de altura que lhes permita realizar glissandos ou esboços do contorno melódico-rítmico de canções.
Engane-se aquele professor que acredita que para realizar o trabalho com música na escola necessita executar um instrumento. Claro que o domínio de algum instrumento viabiliza algumas ações e oferece outras opões de trabalho, mas não é extremamente necessário já que nascemos com um valioso instrumento musical: a voz. Quando bem usada na sala de aula, a voz proporciona rica vivência musical e a execução de atividades que não precisam de nenhum outro recurso material.
Deve-se estar atento, no entanto, para o fato da musicalização ser um processo constituído de elementos especificamente musicais. Um professor que canta com seus alunos durante a entrada na sala de aula está oferecendo um tipo de vivência, mas essa vivência não pode se limitar apenas a essa atividade. O professor bem fundamentado usa esses momentos de vivencia cotidiana na escola conectados a outros momentos onde a criança tem a oportunidade de criar e/ou compreender conceitos musicais a partir da vivência.
Vamos refletir sobre os sons?
SONS NATURAIS: são os sons encontrados na natureza, sem a interferência do homem, por exemplo: trovão, barulho do vento, da chuva e outros;
SONS CULTURAIS: são os sons criados pelos homens como: buzina, sirene, telefone e outros.
Figura nº 2 - Marcadores charge
http://1.bp.blogspot.com/-EphI3i7t7g0/Tj436-915DI/AAAAAAAAAy4/neQlpb4qpWo/s1600/charge_mn_26_07_2011.jpg
Para refletir no Forum: Qual foi sua vivência com a música em sua época de educação infantil e/ou ensino fundamental?
A educação musical deve ser trabalhada em escolas de todo o país, mas não exige formação profissional específica para os professores que irão ministrar estas aulas, ficando o trabalho com música, na ausência do professor específico, para o professor regente, sendo assim, faz-se necessário o estudo sobre as contribuições que o ensino de música traz? Que conteúdos, trabalhar? Como? Que discografia oferecer?
Os professores devem se fundamentar teoricamente a respeito do ensino de música, tanto no ensino fundamental quanto na educação infantil, no entanto, faz-se necessário saber o que os professores pensam a respeito do ensino de música, se existe alguns equívocos, o que entendem por musicalização dentre outros.
Fuks (1991) realizou uma pesquisa com professores e futuros professores que atuariam na área de educação musical. As entrevistas coletadas durante a pesquisa apresentam uma realidade muito presente nas escolas americanas e brasileiras:
Eu usava música como um artifício para acalmar as crianças; quando a música terminava, já estava todo mundo “dominado” [...]. Fica bem mais agradável você dar uma ordem através de uma musiquinha do que dizer: faz isso, faz aquilo [...]. O “gestinho” é para incentivar, porque às vezes tem crianças que não entendem a letra da “musiquinha”. Então é importante aquele “gestinho” (FUKS, 1991, p. 68 / 69.)
Sabemos que a música tem a capacidade de acalmar, concentrar e disciplinar. Entretanto, temos na musicalização uma riqueza que deve ser explorada em sua totalidade, pois fica muito empobrecido focarmos apenas na capacidade de acalmar ou na concentração, o acalmar , a concentração que o ensino musical possibilita, são apenas conseqüências das inúmeras contribuições do ensino e aprendizagem em música.
LINK - Música na Educação Infantil
http://www.youtube.com/watch?v=6G8m8c_QVH4&feature=related
Del Ben e Hentschke (2004) também nos trazem informações sobre como a música é vista e utilizada nas escolas. A investigação com três professores de música (especialistas) demonstram a preocupação em inserir efetivamente a música no currículo, ao mesmo tempo em que, demonstram a valorização desse ensino por motivos que estão fora do contexto musical, isto é, ensina-se a música como um meio (para amenizar a agressividade, para ajudar na concentração, para disciplinar, acalmar, facilitar na aquisição de novos conhecimentos em outras disciplinas como português e matemática etc.) e não o ensino musical visando o conhecimento musical em si.
Encontramos nos depoimentos mais aspectos extramusicais, ligados às emoções e às questões culturais, do que elementos intrínsecos à música. Talvez essas questões sejam conseqüências da ausência de reflexões mais detalhadas sobre o ensino de música. Isso pode ser comprovado nos seguintes depoimentos: A música pode contribuir para a formação global do aluno, desenvolvendo a capacidade de se expressar através de uma linguagem não-verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o intelecto, o corpo e a personalidade [...] a música se presta para favorecer uma série de áreas da criança. Essas áreas incluem a “sensibilidade”, a “motricidade”, o “raciocínio”, além da “transmissão e do resgate de uma série de elementos da cultura” (DEL BEM; HETSCHEKE, 2002 apud HUMMES, 2004, p. 22).
Podemos constatar que o ensino de música é de extrema relevância, pois propicia o desenvolvimento da sensibilidade, a motricidade, o raciocínio, memória auditiva, criatividade, cognição.
Beyer (2001) pesquisadora em educação musical infantil é enfática se referindo ao ensino de música para crianças. A autora constatou que várias das concepções reveladas em relação à música são voltadas a um pensamento utilitarista:
Música é importante coadjuvante no trabalho psicomotor, inglês, aprendizagem de números, cores, etc [...] música vai ajudar a acalmar as crianças [...] música vai organizar as crianças [...] música alegra as crianças [...] música é excelente marketing para a escola. (BEYER, 2001 apud HUMMES, 2004, p. 23).
Precisa-se entender que a educação musical não visa à formação do músico profissional. O objetivo da música, entre outros, é auxiliar “no processo de apropriação, transmissão e criação de práticas músico-culturais como parte da construção de sua cidadania” (DEL BEL; HENTSCHKE, 2003, p. 181).
O objetivo primeiro da educação musical é facilitar o acesso à multiplicidade de manifestações musicais da nossa cultura, bem como possibilitar a compreensão de manifestações musicais de culturas mais distantes. Além disso, o trabalho com música envolve a construção de identidades culturais de nossas crianças, adolescentes e jovens e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Nesse sentido, é importante que a educação musical escolar [...] tenha como propósito expandir o universo musical do aluno, isto é, proporcionar a vivência de manifestações musicais de diversos grupos sociais e culturais e de diferentes gêneros musicais dentro da nossa própria cultura (DEL BEL; HENTSCHKE, 2003, p. 181).
De acordo com Brito, educadora musical (1998 apud JOLY, 2003, p. 116) aprender música significa:
Ampliar a capacidade perceptiva, expressiva e reflexiva com relação ao uso da linguagem musical. É importante que no processo de musicalização a preocupação maior seja com o desenvolvimento geral da criança, assegurado pelas aprendizagens de aptidões complementares àquelas diretamente relacionadas às musicais. É importante também, segundo a autora, que a escolha de cada um dos procedimentos musicais tenha por objetivo promover o desenvolvimento de outras capacidades nas crianças, além das musicais, tais como: capacidade de integrar-se no grupo, de auto-afirmar-se, de cooperar, de respeitar os colegas e professores, comportar-se de uma forma tolerante (respeitar opiniões e propostas dos que pensam diferente dela), de ser solidário e cooperativo em vez de competitivo, de ouvir com atenção, de interpretar e de fundamentar propostas pessoais, de comportar-se comunicativamente no grupo, de expressar-se por meio do próprio corpo, de transformar e descobrir formas próprias de expressão, de produzir idéias e ações próprias.
Hentschke (1995 apud JOLY, 2003,p. 117) pesquisadora e educadora em musica enumera algumas razões importantes para justificar a inserção da música na escola:
O desenvolvimento das suas sensibilidades estéticas e artísticas, o desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, um sentido histórico da nossa herança cultural, meios de transcender o universo musical de seu meio social e cultural, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, o desenvolvimento da comunicação não-verbal.
É importante destacar que a música esteja presente na escola como um dos elementos formadores do indivíduo. Para que isso aconteça é imprescindível que o professor “seja capaz de observar as necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão suprir as necessidades de formação desses alunos” (JOLY, 2003, p. 118).
Figura 2 – Charges engraçadas de educação
Fonte: http://www.essaseoutras.com.br/charges-engracadas-de-educacao-ensino-critica-alunos-e-professores/
De acordo com o RCNEI, (Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil) Brasil, (1998) o trabalho com música deve organizar-se de forma que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:
Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais;
Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais;
Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo;
Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais.
Na Educação Infantil, as crianças começam a vivenciar ritmos, gestos, jogos motrizes através de canções e danças. Os conteúdos são organizados em dois blocos, o fazer musical e a apreciação musical que abarcarão, também, questões referentes à reflexão:
a) O Fazer Musical de crianças de zero a três anos
Exploração e produção do silêncio e de sons com a voz, o corpo, o entorno e materiais sonoros diversos;
Interpretação de músicas e canções diversas;
Participação em brincadeiras e jogos cantados e rítmicos.
O Fazer Musical de crianças de quatro a seis anos
Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura (graves ou agudos), duração (curtos ou longos), intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada som).
Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas, produções musicais.
Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a  dança e/ou a improvisação musical;
Repertório de canções para desenvolver memória musical.
b) Apreciação Musical de crianças de zero a três anos
A apreciação musical refere-se à audição e à interação com músicas diversas:
Escuta de obras musicais variadas;
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais;
Apreciação Musical de crianças de quatro a seis anos
Escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical  brasileira e de outros povos e países.
Reconhecimento de elementos musicais básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a forma);
Informações sobre as obras ouvidas e seus compositores para iniciar seus conhecimentos sobre a produção musical.
Jogos e Brincadeiras - “Escravos de Jó jogavam o caxangá, tira, põe, deixa o Zambelê ficar! Guerreiros com guerreiros, fazem zigue, zigue, zá. Guerreiros com guerreiros, fazem zigue, zigue, zá”. (Jogo/canção popular).
Canção ou jogo? Tanto faz, se um ou outro, ou mesmo os dois, e também brincadeira, que por sua vez pede um objeto, que pode ser caracterizado por brinquedo, pois durante toda canção, há um jogo de movimentos com as mãos e com objetos, que fazem seus zigs e zags.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Brasil (1998, p. 70), a música mantém uma forte ligação com o brincar. Em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicais são transmitidos por tradição oral, envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta, esses jogos e brincadeiras são expressões da infância.
Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem os acalantos, as parlendas, as rondas (canções de roda), as adivinhas, os contos, os romances e outras.
AS FONTES SONORAS - Consta no o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Brasil (1998, p.72-73) que:
O trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora: brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade. É preciso lembrar que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é fonte de produção sonora.
O professor deve estar atento à faixa etária de seus alunos quando for propor uma atividade. O trabalho musical a ser desenvolvido nas instituições de educação infantil deve incluir materiais simples do dia-a-dia ou presentes na cultura infantil.
Os brinquedos sonoros e os instrumentos de efeito sonoro são materiais bastante adequados ao trabalho com bebês e crianças pequenas. Com relação aos brinquedos, devem-se valorizar os populares relativos às regiões onde vivem e também, explorar timbres variados como: sons de pássaros, sinos, brinquedos que imitam sons de animais dentre outros.
Não é aconselhável que a criança de educação infantil seja treinada para a leitura e escrita musical, o mais importante é que ela possa ouvir, cantar e tocar muito, criando formas de notação musicais com a orientação dos professores.
QUALIDADES DOS SONS - As crianças nos primeiros anos de vida dão importância a toda e qualquer fonte sonora, sendo assim, exploram sons diversos. Interessam pelos modos de ação e produção dos sons, sendo que sacudir e bater são os primeiros modos de ação. De acordo com  o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, Brasil (1998), as crianças estão sempre atentas as características dos sons ouvidos e produzidos, se gerados por um instrumento musical, pela voz ou qualquer objeto, descobrindo possibilidades sonoras com todo material acessível.
Nesta fase a característica mais marcante da criança, é a exploração dos sons, portanto, um ótimo momento para trabalhar as qualidades dos sons. Quando falamos de qualidades dos sons, estamos falando de: altura, duração, intensidade e timbre. Para a criança, em posse de um instrumento musical, irá explorar livremente, as qualidades dos sons:  os registros graves ou agudos (altura),  as batidas fortes ou fracas(intensidade), a produção de sons curtos ou longos (duração), e a percepção das fontes sonoras, isto é,  dos diferentes tipos de sons – animais (latido, miado), seres humanos, (voz, risadas, espirro), sons culturais (buzina, sirene, sino) e fenômenos naturais, (trovão, som da cachoeira, do vento), estamos reconhecendo os diferentes tipos de sons, isto é, seus timbres. Quando percebemos ao ouvir uma sirene, que aquele som é uma sirene estamos reconhecendo o timbre ou quando distinguimos o latido de um cachorro, um gato miando, um pássaro cantando, estamos reconhecendo seus timbres. Pensando nas vozes humanas, podemos dizer que o timbre é a nossa identidade sonora, cada pessoa tem um timbre de voz, que é única
PROPOSTAS DE MUSICALIZAÇÃO - Se o professor deseja realizar atividades de musicalização, precisa ter o conhecimento do público alvo, aqui no caso, crianças da faixa etária da educação infantil. Conhecer o desenvolvimento cognitivo de cada idade e as potencialidades proporciona uma direção para que o educador escolha determinada atividade e que esta venha de encontro com seus objetivos.
O quadro abaixo adaptado por Ilari (2002) apresenta características do desenvolvimento musical de crianças de 0 à 6 anos.
Quadro 2 - Conteúdos de música
	Idade
	Acontecimento
	0-6 meses
	- Memória de música ouvida durante a gestação
- Reconhecimento da voz materna
- Preferênciapor sons muda do grave ao agudo no final da etapa
- Procura de fontes sonoras, inicialmente com um movimento de olhos e depois com virada de cabeça
- Diminuição do movimento corporal quando há música
- No final desse período, respostas corporais generalizadas aos sons musicais
	7-12 meses
	- Balbuciar musical
- Movimentos corporais não necessariamente sincronizados à música
- Percepção de contornos melódicos, padrões rítmicos, forma, timbre, vozes, modos de cantar
- Modulação de comportamento em resposta aos tipos de música
- Preferência por consonância, música a capella
- Reconhecimento de música conhecida, ouvida repetidamente.
	13-18 meses
	- Vocalizações: experimentação vocal
- Jogos musicais – aprendendo a vez de cada um (Cadê?)
- Fala as primeiras palavras
	19-24 meses
	- Aumento de vocabulário
- Experimentação livre com canções
- Surgimento de canções espontâneas curtas, consistindo, geralmente, em pequenos intervalos melódicos, com padrão rítmico flexível
	2 anos de idade
	- Uso de padrões melódicos de canções conhecidas em cantos espontâneos
- Surge a habilidade de cantar partes de canções
- Imitação de partes de canções, embora sem acertar todas as notas
- Movimentos de braços e pernas; sincronização temporária com o pulso (10%)
- Ritmos constantes porém nem sempre corretos
- Nenhuma evidencia da consciência de forma
	3-4 anos de idade
	- Imitação de canções melhora
- Aprendizado de canções na seguinte seqüência: movimento, palavras, ritmo, frase
- Variedade dos movimentos corporais diminui, crianças se tornam mais seletivas com relação aos movimentos
- Período de prática e exploração de movimentos conhecidos
- Coordenação motora melhora sensivelmente
- Padrões rítmicos aparecem.
- Ritmos corretos / Ostinato
- Senso de tonalidade começa a emergir
- Representações inventadas – rabiscos que seguem o curso do ritmo musical
	5-6 anos de idade
	- Senso de tonalidade mais estável, estável no final da etapa
- Consegue cantar a maioria das canções aprendidas de maneira cuidadosa
- Resposta mais comum ao ritmo: palmas/movimentos curtos são mais fáceis de controlar
- Pulso correto e firme
- Repetições rítmicas e melódicas são comuns nesta fase
- Senso de forma e padrão na improvisação
- Representações inventadas – uso de figuras e símbolos abstratos para mostrar estruturas musicais ou elementos de forma
- Aos 6-7 anos: uso de primeiras representações figurativas, agrupando unidades de duração em notações inventadas; abertura para música de outras culturas
Fonte: ANDRADE, Klésia Garcia e CAVA, Laura Célia S. Cabral. Fundamentos e metodologias do ensino das artes e da música. In: UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Curso de pedagogia: módulo 4. Londrina: Unopar, 2007.
Joly (2003, p.124-125) destaca que a música é fator preponderante no processo de ensino e aprendizagem e que alguns fatores podem ser considerados importantes para o sucesso do professor:
A aula deve ser iniciada com atividades simples e pequenas. Uma pequena canção, uma dança ou uma atividade rítmica podem auxiliar o professor a organizar a sala de aula e tornar o ambiente alegre e propício para outras atividade musicais (ou não);
uma atividade que esteja perfeitamente ao alcance da criança pode aumentar a auto-estima e ser um fator importante para a construção da confiança em si mesmo e na escola;
repetir freqüentemente cada atividade e apresentar um conceito de diferentes maneiras e estilos poderá ampliar as chances de compreensão do aluno;
repetir muitas vezes as músicas que as crianças já conhecem e gostam de cantar ou dançar, pois isso cria um clima de segurança e relaxamento, já que as crianças estão participando de uma atividade familiar;
o silêncio deve ser sempre valorizado;
usar todo o material que foi trazido para a sala de aula, de forma a não criar expectativas e frustrações desnecessárias;
as instruções para o desenvolvimento das atividades devem ser claras e diretas;
repetir as regras do jogo pode garantir uma melhor compreensão delas;
cantar em vez de falar, fazer gestos para se comunicar, usar dramatizações e expressões faciais podem ser recursos criativos na sala de aula. A criança aprende melhor quando há alegria envolvida nisso;
os comandos sonoros podem ser utilizados como recurso criativo. Por exemplo: sentar sempre que ouvir o sino, fazer silêncio toda vez que o professor cantar uma canção etc;
usar materiais variados como gravuras, bonecos, instrumentos musicais, máscaras, diferentes tipos de papéis, pedras, panos, massa de modelar, brinquedos, materiais sonoros e coloridos etc. Todo esse material pode ser manipulado e o contato com ele envolve diferentes tipos de sensações;
o planejamento deve incluir capacidades específicas de cada um dos alunos. Isso poderá encorajar sua independência e criatividade;
participar das atividades com os alunos é importante para se criar vínculos afetivos. O professor também aprende quando faz junto com o aluno;
planejar mais atividades do que se imagina necessário pode permitir que o professor seja flexível e que atenda melhor às necessidades e preferências de seus alunos;
a dança, o canto e o instrumento são elementos que deveriam estar sempre presentes no planejamento do professor;
o professor precisa buscar constantemente uma renovação no que diz respeito ao seu repertório, aos métodos e materiais didáticos que tem disponíveis. É importante que a alegria do contato com a música seja sempre renovada por meio de um ensino criativo, dinâmico e atual (JOLY, 2003, p.124-125).
WEB 2
Webaula 1
Unidade 2 – Leitura de Imagens e a Possibilidade que esta Oferece para o Trabalho Interdisciplinar
Todos os seres humanos deveriam ter uma experiência artística, pois a arte tem o poder de fazer com que o ser humano se conheça melhor, seja mais sensível, perceptível, imaginativo, crítico, criativo e tem também, a magia de provocar em outros seres humanos emoções diversas.
Vamos iniciar nossa leitura com a leitura de algumas imagens!
Curiosidade
O termo Ilusão de óptica ou Ilusão de ótica aplica-se a todas ilusões que "enganam" o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um modo errôneo. Algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter cognitivo.
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano. Imagens que causam ilusão de ótica são largamente utilizados nas artes, por exemplo, nas obras gráficas de M. C. Escher. 
Fonte: Ilusão de óptica: 
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_de_%C3%B3ptica
Esta imagem a seguir, é uma imagem estática ou em movimento?
Figura 1 - Um pouco de Ilusão de Ótica
 Fonte: Ilusões optica. Disponível em: http://ensinarevt.com/ilusoes_optic/
Como vocês podem perceber, nossa conversa estará em torno das artes visuais e das possibilidades que suas modalidades nos permitem. Desta forma, nosso assunto será sobre imagens, com maior ênfase nas obras de arte. A leitura e o trabalho com obras de arte possibilitam muitas propostas artísticas.
Convido vocês a brincarem com as imagens, em seguida apresentarei exemplos de um trabalho interdisciplinar a partir da leitura de uma obra de arte.
Link - Agora confira ao vídeo Ilusão ótica:
http://ilusoesoptica.blogspot.com/
Ao levar uma imagem ou obra de arte, para a sala de aula, habilidades de percepção, intuição, raciocínio e imaginação atuam. É bom que desde cedo os alunos tenham contato com obras artísticas, conhecendo certos artistas, suas obras, a técnica e os materiais utilizados, o contexto em que foram produzidas, os sentimentos e lembranças que ela provoca. Em suma, inseri-los em um contexto cultural, por intermédio da leitura e também releitura de obras. De acordo com Martins (1998, p. 74):
Da mesma forma que paraler os livros precisamos decodificar as letras, sílabas, dominar a gramática, enfim, ser alfabetizados nessa língua, o mesmo acontece com a arte. Quanto mais uma pessoa entra em contato com as formas artísticas, mais se aprofunda nessa linguagem, enriquece seu repertório, conhece autores/artistas, tem acesso à compreensão da produção estética da Humanidade.
Quando falamos em leitura de imagens diversas, muitas pessoas ficam confusas sobre o que realmente seja, pois não concebem as imagens como textos, muito menos para serem lidos. Mas nós lemos, fazemos constantemente nossas leituras, não só de textos escritos ou verbais como também de outros. Mesmo que essas leituras não sejam conscientes, nós lemos. Lemos o mundo a nossa volta e tudo o que ele nos oferece. Lemos as cores, as formas, as texturas, os sons, as imagens e as pessoas. Para Rezende (2007) “a leitura implica em tramitar por tudo isso, as coisas são vistas em conjunto”.
Voltando à sala de aula e a leitura de imagens, é aconselhável que essa leitura seja oral, para que o educador possa saber como os alunos estão observando e interpretando a obra, para provocá-los, caso seja necessário, a perceberem maiores detalhes e fazerem perguntas, deixando dessa forma, a aula mais dinâmica e completa.
Em uma proposta de leitura de obra, o professor deverá iniciar fazendo alguns questionamentos, mas é bom lembrar que neste tipo de proposta, o professor é o mediador, que deverá fazer suas intervenções apenas nos momentos oportunos, quem mais deverá falar sobre suas percepções e sensações são os alunos. Estas intervenções, se necessárias, serão uma forma de instigar o olhar de seu aluno, levantando questões que não foram percebidas.
Quando o aluno faz a leitura de uma obra de arte, geralmente ele cria uma história sobre o que está vendo, o professor deve deixá-lo dar asas à imaginação, isto contribui para mais tarde, quando ele for produzir um texto. Quanto mais o aluno exercitar a imaginação, mais facilidade terá em produzir textos.
Depois da leitura de obra, o educador pode contextualizá-la da seguinte forma: tal imagem foi produzida por um sujeito, em um determinado contexto, em uma época determinada, segundo sua visão de mundo. As informações relativas às obras trabalhadas deverão ser breves, pois é fora de propósito dar uma aula de história da arte nos moldes da escola tradicional, com memorização de datas e locais a alunos do ensino fundamental (anos iniciais). A contextualização histórica deverá ser breve, de acordo com a idade dos alunos, com seu tempo de concentração e também com a sua curiosidade.
Segundo Pillar (2008), ler uma obra seria perceber, compreender, interpretar esta trama de cores, texturas, volumes, formas, linhas que constituem uma linguagem. Perceber objetivamente os elementos presentes na imagem, sua temática, sua estrutura. Seria saboreá-la em diversos significados. A leitura de uma obra de arte é uma aventura onde cognição e sensibilidade se interpenetram na busca de significados, na leitura de mundo.
Ao sugerirmos leitura de imagens, dentre elas obras de arte, faz-se necessário lembrar, que esta leitura poderá acontecer tanto em sala de aula, como também em aulas extraclasse, com visita a museus, galerias, exposições, etc.
Até então falamos de leitura de imagens diversas, dentre elas a de obras de arte. Vamos agora abordar a releitura, uma pratica difundida por todo o Brasil, mas que muitas vezes é entendida de forma equivocada. A releitura poderá acontecer após, ou antes, da leitura de obra de arte. Releitura é uma das possibilidades de um trabalho a partir de uma imagem, mas temos muitas outras propostas artísticas muito interessantes também, que apresentaremos no decorrer deste texto.
Muitos professores acreditam ser a releitura a cópia fiel do quadro original e quanto mais próximo do quadro, quanto melhor for a cópia, julgam ser melhor o trabalho. Esta concepção é totalmente equivocada. Cópia é aprimoramento técnico, sem transformação, sem interpretação, sem criação. Na releitura, há transformação, interpretação, criação com base num texto visual.
A releitura de uma obra de arte é, reinterpretação é fazer algo, “por a mão na massa”, diferente da leitura. Leitura e releitura são, no entanto, criações. Reler é ler novamente, é reinterpretar, criar novos significados. Ao interpretarmos, através da pintura ou de qualquer outra linguagem artística, uma imagem ou obra, com a ideia de recriá-la, reconstruí-la em outro contexto, estamos fazendo uma releitura dela.
Fazer a releitura de uma obra de arte não é copiá-la, é refazê-la, segundo o olhar e estilo de quem a refaz, na releitura há criação. Reler uma obra é fazer uma nova composição, fazendo referência ou citação à obra original, porém, do jeito de quem a refaz, de quem a reinterpreta. Numa releitura a essência da obra, o principal elemento persiste, porém a composição é elaborada novamente por outra pessoa, no nosso caso, o aluno, em outro contexto, segundo seus critérios e talvez com outra técnica. Para Barbosa (1991, p. 107):
Quando o aluno observa obras de arte e é estimulado e não obrigado a escolher uma delas como suporte de seu trabalho plástico a sua expressão individual se realiza da mesma maneira que se organiza quando o suporte estimulador é a paisagem que ele vê ou a cadeira de seu quarto [...].
O importante é que o professor não exija representação fiel, pois a obra observada é suporte interpretativo e não modelo para os alunos copiarem.
Veja o exemplo de uma releitura de obra de arte. Esta é a obra “Pássaro” de Aldemir Martins, pintada em 1999.
Figura 2 - Pássaro
 Fonte: 50. Pássaro 1999 Aldemir Martins. Disponível em: http://www.4shared.com/photo/7cvT6c2Q/50_Pssaro_1999_Aldemir_Martins.html
Os trabalhos a seguir são releituras da obra de Aldemir.
Preste atenção, a essência da obra, o pássaro e as cores fortes, permaneceu como principal elemento, no entanto, os alunos não a copiaram, eles a recriaram, mas do jeito ou estilo deles, escolhendo outras cores, outra posição para o pássaro, mas permanecendo as cores fortes. Sendo assim, podemos dizer que eles fizeram uma referência, uma citação à obra original, mas não a copiaram, no trabalho deles houve um exercício de criação, de organização espacial, de qualidade estética. No quadro do pintor a técnica utilizada foi tinta acrílica sobre tela, já na dos alunos foi mosaico de papel sobre papel.
Ao olharmos uma obra de arte, vemos o mundo, por intermédio do olhar do artista. Ao apreciá-la, podemos descobrir o que o artista imaginava, o contexto da época, como ele usava as formas, cores, texturas, etc.
A leitura de imagens propicia o trabalho interdisciplinar, portanto um ótimo recurso para o professor, além das contribuições que este exercício traz ao desenvolvimento do aluno.
O trabalho interdisciplinar é de extrema relevância, pois as áreas do conhecimento dialogam entre si, elas têm pontos de interseção e o professor não pode perder esta oportunidade de propor atividades interdisciplinares.
Não podemos pensar de forma fragmentada, precisamos ter uma visão do todo e possibilitar esta mesma visão a nossos alunos, articulando um diálogo entre as diferentes disciplinas, para que o conhecimento do aluno aconteça. O aluno que sempre aprende de forma fragmentada, que durante toda a sua escolaridade e processo de aprendizagem, toma contato com as disciplinas sempre divididas em segmentos, forçosamente desenvolverá uma percepção igualmente fragmentada dos conhecimentos de cada área. Isso, sem dúvida, acaba moldando uma forma de pensar que dificilmente incluirá a síntese e, um dos fatores que auxilia o aluno aprender a sintetizar é ter uma visão global dos fatos.
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não é suficiente, de acordo com Fazenda (1993), precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso,reciprocidade diante do conhecimento.
Vejam como realizar um trabalho interdisciplinar a partir da obra de Andy Warhol, um artista da Pop Art, mas antes vamos saber um pouco mais sobre ele e sua arte.
Vamos refletir!
Andy Warhol (nasceu em Pittsburgh em 6 de agosto de 1928, com o nome de Andrew Warhola e faleceu em Nova Jersey no dia 22 de fevereiro de 1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento pop art.
Os anos 1960 marcam uma guinada na sua carreira de artista plástico e passa a se utilizar dos motivos e conceitos da publicidade em suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes e tintas acrílicas. Reinventa a pop art com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos são temas do cotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos serialmente com variações de cores.
Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
Veja a seguir um trabalho de serigrafia que são reproduções das latas de sopas Campbell.
Figura 5 – Lata de Sopa Campbell’s II
Fonte: MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de Arte e Educação para professores do Ensino Fundamental e Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003.
Proposta de um trabalho interdisciplinar - Há sugestões de trabalho tanto para educação infantil, como também para o ensino fundamental.
Conceitos a Explorar
Artes Visuais 
Aprender sobre a técnica da serigrafia;
Realizar desenhos sobre bandejas de isopor (destas que vem com frios), este desenho deverá ser feito com um prego ou a ponta da tampa da caneta, deixando vincos, cortes nos contornos do suporte, em seguida o aluno deverá pintar sobre o desenho com tinta guache ou outra, e utilizar a bandeja como se fosse um carimbo, semelhante à técnica da gravura ou mesmo da serigrafia, que a partir de uma matriz, imprime várias cópias, como se fosse um carimbo;
Fazer um trabalho de colagem utilizando produtos de consumo;
Fazer uma instalação utilizando embalagens industrializadas;
Fazer um trabalho de construção com sucatas;
Fazer a releitura do trabalho utilizando um produto brasileiro e mais próximo do nosso contexto.
Ciências
Pesquisar sobre os alimentos enlatados;
Pesquisar alguns nutrientes de alguns vegetais;
Estudar o processo industrial que passa um determinado alimento enlatado;
Fazer a pirâmide dos alimentos.
Fazer uma pesquisa sobre alimentação saudável;
Perceber que somos diferentes com características diferentes como (cor de olhos, cabelos, estrutura do corpo, altura, peso, sexo, etc.) e que devemos respeitar o outro, seja ele como for, em seguida fazer uma pesquisa sobre o bullying.
Quadro 1 – Figura 5 - PIRÂMIDE ALIMENTAR
Fonte: Arte Brasilis: PIRÂMIDE ALIMENTAR: PREVINA O CÂNCER DE INTESTINO - Alimentação: a pirâmide alimentar. Disponível em: http://artebrasilis.blogspot.com.br/2010/02/piramide-alimentar-previna-o-cancer-de.html
Matemática 
Aprender e fazer trabalhos de geometria;
Fazer uma pesquisa na sala de aula para saber quais as frutas e vegetais mais consumidos pelos alunos. Confeccionar um gráfico com o resultado da pesquisa (Tratamento da informação). 
Língua Portuguesa 
Pesquisar receitas de sopa e cada aluno trazer uma receita para a sala de aula, para posteriormente trocarem as receitas e fazerem alguma, caso seja possível;
Escolher uma das receitas para encontrarem e circularem nela (verbos ou adjetivos ou substantivos ou ocorrências ortográficas) conteúdos de acordo com a série ou ano do aluno;
Fazer uma produção de texto sobre vida saudável;
Produzir um texto falando sobre a obra de Andy Warhol, as impressões que ela lhe causou, sobre o consumismo.
Geografia 
Fazer uma pesquisa sobre a reciclagem. Que efeitos causam no solo determinados produtos industrializados como: papelão, plástico, latas, etc.;
Localizar no mapa, onde surgiu a Pop Art;
Pesquisar qual o produto alimentício mais produzido no seu estado ou cidade.
História 
Fazer uma entrevista com os avós e em seguida com os pais. Perguntar aos avós como eles alimentavam seus filhos (no caso os pais dos alunos) quando eram bebês e começaram a comer alimentos sólidos. Em seguida fazer a mesma entrevista aos pais, em relação à alimentação deles (os alunos), por fim comparar, se houve mudanças no tipo de alimentação, na papinha, se os alimentos eram os mesmos, no que mudou;
Fazer uma pesquisa sobre o movimento artístico Pop Art.
Música 
Ensinar a cantar e apresentar o clip da Palavra Cantada “Sopa”;
Perceber os instrumentos que constam na canção, se reconhecem algum;
Perceber se é cantada por vozes masculinas, femininas ou mistas, por adultos ou por crianças.
Educação Física 
Conhecer o que seja IMC (índice de massa corpórea) ver como é feito o cálculo e aprender os cuidados que deverá ter com a alimentação, para ter um peso adequado ao seu tamanho e qualidade de vida.
Para Refletirmos no Fórum
Você que já está em sala de aula, já trabalhou com imagens? Com que frequência?
E você que em breve iniciará sua carreira de educador, pretende trabalhar com imagens em sala de aula?
Vocês concordam sobre a importância do desenvolvimento da criança no trabalho a partir de imagens?
Imaginem a quantidade de comerciais que as crianças vêm por dia, as propagandas são ótimos materiais didáticos, dá para mostrar diversas coisas sobre elas. O comercial do cigarro cria um mundo fantasioso, aparecem pessoas bonitas, saudáveis e que se dão bem. Os comerciais dos carros nos induzem a achar que, se os compramos, nos tornaremos mais bonitos e poderosos.
Sugestão de Leitura
 Jandira Mansur Fonte: Mansur, Jandira. O frio pode ser quente? São Paulo: Ática, 1985
A preocupação no âmbito educacional em torno do processo de fragmentação do conhecimento escolar não é recente, por este motivo, desde o início do século XX, teóricos vem pesquisando e propondo o trabalho interdisciplinar. Apesar dos esforços destes teóricos, paira uma dúvida em relação à aplicabilidade do trabalho interdisciplinar, a dúvida é se os professores realmente sabem elaborar e aplicar uma aula interdisciplinar.
O processo de fragmentação do conhecimento escolar manifesta suas características de diversas formas e em várias instâncias educativas, praticadas de forma consciente ou inconscientemente pelos educadores. Há professores que se dizem interdisciplinares, no entanto não são, por outro lado, há professores que tem uma postura interdisciplinar, conseguem articular alguns conteúdos de diferentes disciplinas, porém, não tem consciência de que estão trabalhando interdisciplinarmente.
LINK
Já que o assunto é interdisciplinaridade, assista ao clip de dança flamenca  que faz uma junção de duas linguagens artísticas dança e pintura:
http://www.youtube.com/watch?v=wW5vu07hpNo
arte conjugada flamenco pintura
Para Carvalho (1998, p.23), “[...] interdisciplinaridade traduz o desejo de superar as formas de aprender e de transformar o mundo, marcadas pela fragmentação do conhecimento organizado nas chamadas disciplinas”.
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos é suficiente, de acordo com Fazenda (1979:8), precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.
Carvalho (1998, p. 21) afirma que o trabalho interdisciplinar exige estar aberto para mudança:
[...] uma postura interdisciplinar em educação vai exigir muita abertura para mudanças que podempassar, por exemplo, pela construção de novas metodologias, pela reestruturação dos temas e dos conteúdos curriculares, pela organização de equipes de professores que integrem diferentes áreas do saber e pelas instituições de ensino que tenham abertura para experimentar novas formas de organizar os profissionais, os currículos e os conteúdos, a estrutura formal das séries, [...]
[...] Pode parecer simples, mas na verdade isso exige uma imensa coragem e disponibilidade para deixar o porto seguro de nossas certezas e conviver com as diferenças e a pluralidade de pontos de vista. (CARVALHO, 1998, p. 55)
O potencial de aprendizagem humano é uma característica inerente, entretanto ele deve ser estimulado e, para tanto, é primordial haver a integração com o mundo, a ação e a experimentação, a reflexão sobre a ação – que deve ser resultante da promoção de diálogos e trocas. Ora, a velha forma tradicional, na qual alunos ficavam fechados em si mesmos, produzindo sozinhos, deve ser modificada, abrindo espaço para o trabalho coletivo, para as ações significantes desses sujeitos.
O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma, através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os envolvidos nas ações, a interdisciplinaridade "devolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as" e evidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica. Portanto, o professor que trabalha de forma interdisciplinar, é aquele que sabe montar uma rede dialógica entre as diferentes áreas do conhecimento.
Interdisciplinaridade diz respeito à ação recíproca comum e a qualidade desta ação, frisando a interdependência, a interação, a comunicação existente entre as disciplinas e buscando a integração do conhecimento num todo harmonioso e significativo.
Fazenda (1988) caracteriza a interdisciplinaridade “pela intensidade das trocas entre os especialistas e pela integração das disciplinas em um mesmo projeto de pesquisa. (...) Em termos de interdisciplinaridade ter-se-ia uma relação de reciprocidade, de mutualidade, ou melhor dizendo, um regime de co-propriedade, de interação, que irá possibilitar o diálogo entre os interessados”.
A ideia também não é procurar um caminho para homogeneizar todas as ciências ou restringi-las a um enfoque. Para que haja a junção das partes, é fundamental que a objetividade de cada uma seja plenamente reconhecida e respeitada. Além de reconhecer as diferenças, é preciso saber identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre as áreas, ou seja, localizar os pontos que elas apresentam em comum. Para que isso aconteça é necessário abrir espaço de diálogo entre as disciplinas e identificar, onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições de cada uma. E assim, proporcionar que as disciplinas sejam solidamente articuladas.
É importante que os professores percebam os conhecimentos prévios de seus alunos sobre o conteúdo que está sendo aplicado e tenham em mente, que estes conhecimentos prévios não são obstáculos para a aprendizagem, mas o requisito indispensável a ela. De acordo com Ausubel (2003), a aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação adquirida “ancora-se” em conceitos relevantes previamente existentes na estrutura cognitiva do aprendiz.
Como na vida, as várias facetas se complementam, assim também acontece no conhecimento, afinal o processo de aprendizagem se dá através de associações com aquilo que já foi adquirido.
À medida que o ensino propiciar experiências afetivas positivas, essa interligação ocorrerá também positivamente e gerará, no aprendiz, uma maior predisposição para aprender. Sendo assim, essa predisposição, juntamente com a estrutura cognitiva adequada e o significado lógico dos materiais educativos do currículo, representa a condição indispensável para a aprendizagem significativa.
Aprender possui um caráter dinâmico, que exige ações de ensino direcionadas para que os alunos aprofundem e ampliem os significados elaborados mediante suas participações nas atividades. Nessa concepção o ensino é um conjunto de atividades sistemáticas, cuidadosamente planejadas, em torno das quais, conteúdo e forma articulam-se inevitavelmente, cujo professor e o aluno compartilham parcelas cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos do currículo escolar. O professor contemporâneo precisa constantemente pesquisar, se atualizar e, conseqüentemente, aprender: os ambientes, as pessoas, as relações e os diversos saberes.
Webaula 2
Unidade 2 – A Arte e suas Possibilidades de Ensino e Aprendizagem
Vamos Refletir! Iniciaremos esta nossa conversa com um vídeo que aborda a questão da igualdade e diferença, para que você possa refletir, pois o nosso assunto é sobre o ensino multicultural.
Link
Diversidade Étnico-Cultural
http://www.youtube.com/watch?v=vFXOnjuv0fA
Somos resultado de um hibridismo, pois o Brasil se caracteriza pela mistura de etnias e desta mistura de negros, brancos, indígenas dentre outros é que nós surgimos. Abrigamos diversas culturas, no entanto, não lidamos com naturalidade ou facilidade com as diferenças. Quando temos consciência das diferenças entre as pessoas, da individualidade de cada um, falamos de multiculturalismo.
Falar de diferenças, quando muitos discursos abordam a igualdade, parece ser uma contradição. A igualdade tão falada nos discursos diz respeito à igualdade legal, relacionada à lei, aos direitos e deveres de cada um, por exemplo: todas as crianças têm direito a educação, a freqüentar a escola, neste momento, o que prevalece é a igualdade. Quanto à diferença mencionada, esta diz respeito ao multiculturalismo, que está relacionado à diferença de valores, de costumes, por exemplo: em uma sala de aula, todos têm o direito de estar lá, no entanto, cada aluno é único, é singular e espera-se que neste contexto, estas singularidades sejam respeitadas, ao abordar assuntos como: religião, costumes, classe social, gostos musicais, orientação sexual, dentre outros. O professor deve ser cuidadoso, imparcial e aberto a determinados assuntos e situações. De acordo com CANEN (2002), o multiculturalismo,
[...] busca respostas plurais para incorporar a diversidade cultural e o desafio a preconceitos, nos diversos campos da vida social, incluindo a educação. Procura pensar caminhos que possam construir uma ciência mais aberta a vozes de grupos culturais e étnicos plurais (Canen: 2002, 178).
A área que mais tem se preocupado com a questão multicultural é a da antropologia. Segundo os antropólogos Mukhopadhyay e Moses (1994) a educação multicultural deriva de dois conceitos antropológicos fundamentais: educação e cultura. Para eles a educação se refere aos processos formais e informais através dos quais a cultura é transmitida aos indivíduos. A escola é somente um desses processos. A educação é a experiência básica do ser humano aprender a ser competente na sua cultura.
A questão étnica é apenas uma das características do indivíduo, tendo em vista numerosas microculturas que existem em toda sociedade, baseadas em aspectos como religião, idade, gênero, ocupação, classe social, etc., Como essas microculturas ou subculturas estão presentes em qualquer sociedade, a educação sempre se relacionou com a aquisição de competências em muitas culturas. Educação multicultural, na visão antropológica, é uma experiência humana normal e não uma recente descoberta das sociedades modernas e etnicamente complexas.
A educação multicultural reconhece similaridades entre grupos étnicos ao invés de salientar as diferenças, promovendo o cruzamento cultural. De acordo com Mukhopadhyay e Moses (1994), a troca cultural, assim como a troca de códigos, não requer o abandono de identificações primeiras do seu grupo cultural, como é a preocupação de algumas minorias, nem levará inevitavelmente à ruptura da pessoa com seus sistemas de valores.
Os educadores devem criar ambientes de aprendizagem que promovam a alfabetização cultural.
A globalizaçãocada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes, desta forma, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio em relação a essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente.
É preciso reconhecer e respeitar as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se viva em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.
De acordo com Boaventura de Souza Santos, “Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”.
A diversidade étnico-cultural está presente diariamente no contexto brasileiro expressando-se na música, na religião, na dança, na culinária, na nossa língua portuguesa e entre inúmeras atividades, somos um povo com muitas caras! Diante desta realidade, espera-se que a escola configura-se como um espaço legítimo onde se dê o processo de socialização, o ambiente no qual mais se discute a questão da diversidade – cultural étnica e social e para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro.
PARA REFLETIR NO FORUM
Dê sua opinião: “Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”. Boaventura de Souza Santos.
Pensando nesta diversidade cultural, é que propomos a realização de composições artísticas a partir da arte africana:
Pesquisa sobre a música africana, a dança, a culinária e suas influências no Brasil;
Pesquisa sobre artistas  africanos, afro descendente ou brasileiros que valorizam a cultura africana e outras culturas: Keith Malet, Heitor dos Prazeres, Rubem Valentim, Debret, Di Cavalcanti etc;
Propostas a partir de histórias da literatura infantil cujo personagens são negros, indígenas ou que fogem do “Padrão Europeu”, propiciando assim a inclusão.
SUGESTÃO DE LEITURA
As Tranças de Bintou é uma linda história, escrita por Sylviane A. Diouf, que conta o sonho de Bintou, uma menina africana, de ter tranças como todas as mulheres mais velhas de sua aldeia. Mas, como ainda é criança, tem de se contentar com os birotes. A autora Sylviane A. Diouf, filha de pai senegalês e mãe francesa, criou uma delicada história sobre a angústia do rito de passagem e o aprendizado do crescimento. As ilustrações de Shane W. Evans reforçam beleza, tradição e encantamento da cultura africana. Um belo exercício de respeito à pluralidade cultural e ao amadurecimento.
Agora a nossa conversa é outra, iniciaremos analisando a ilustração a seguir:
Fonte: CAVA, Thiago S. Cabral – Londrina, 2008.
Vivemos rodeados por imagens. As imagens se encontram por toda parte. Para Camargo (apud REZENDE, 2005), a imagem foi o primeiro meio de comunicação com o outro, ela, a imagem, constrói significado e esse significado é simbólico. Esse mesmo autor nos diz que dialogamos com o mundo por intermédio das imagens, portanto, torna-se necessário a alfabetização visual.
Aprender a ler imagens vem primeiramente da necessidade de compreensão do próprio mundo natural e depois, da construção e compreensão do mundo da cultura.
Ver significa conhecer, perceber, apropriar-se de algo. Pela visão alcançamos as pessoas, os objetos, às formas, enfim, o mundo ao nosso redor. Ver também é um exercício de construção perceptiva, onde os elementos selecionados e o percurso visual podem ser educados.
Quando nos referimos às imagens, estamos falando de artes visuais que têm como objeto de estudo a imagem e nela encontramos as formas, as linhas, as cores, as texturas, entre outros que são elementos básicos do desenho. Imagem é tudo que se vê: imagem digital, computadorizada, televisiva, cinematográfica, placas e sinais, gravura, desenho, pintura, escultura, etc.
De acordo com Cava (2008), a junção entre os meios tecnológicos, os meios audiovisuais, mais as artes plásticas e os sinais visuais, pertence às artes visuais. Quando nos referimos às artes visuais, estamos falando de: desenho, pintura, colagem, gravura, construções tridimensionais (sucata, modelagem, escultura, instalação) imagens fotográficas, cinematográficas, televisivas, virtuais dentre outras.
Iniciamos nossa conversa abordando a questão da imagem, pois nosso assunto será sobre meios de comunicação, meios tecnológicos e mídia e a imagem está intimamente ligada a estes temas.
Quando falamos sobre os meios de comunicação, os meios tecnológicos, certamente não nos remetemos à escola, mas possivelmente pensamos na influência deles sobre os que ali freqüentam, ou seja, sobre as crianças, adolescentes e até mesmo os adultos, enfim, a influência da mídia na vida das pessoas.
Constantemente ouvimos professores reclamarem sobre a influência dos meios de comunicação nas atitudes, nos costumes, na moda, dentre outros, de seus alunos, e percebe-se que esta influência perturba a grande maioria dos educadores e estes vêem os meios de comunicação, como adversários, como algo ruim, que atrapalha suas práxis em sala de aula. Possivelmente algumas vezes eles têm razão, pois existem muitas coisas ruins sendo veiculadas pela mídia, no entanto, não podemos separar nossos alunos do mundo, colocá-los em invólucros, para “protegê-los” da vida lá fora.
Como educadores o que podemos fazer, é tirarmos proveito dessa situação, isto é, utilizá-la em prol da educação, como estratégia em sala de aula. Sendo assim, devemos oportunizar nossos alunos a ler e compreender as imagens e mensagens que os rodeiam, estimulando a reflexão, o olhar mais atento, pesquisador e, conseqüentemente, propiciando o desenvolvimento da criticidade e senso estético.
Reflita sobre a ilustração a seguir: Para nos aliarmos e tirarmos proveito da presença dos meios de comunicação e da mídia em sala de aula, nossa atitude, enquanto educador, não pode se assemelhar a de um professor apático, parado no tempo, precisamos ser flexíveis, inovadores, pois o interesse de nossos alunos se diferem dos interesses de alunos de quinze anos atrás, por exemplo. De acordo com (Kenski in Libâneo, 2002),
sabendo muitas coisas ouvidas no rádio, vistas na televisão, em apelos de outdoors e informes de mercado e shopping centers que visitam desde pequenos. Conhecem relógios digitais, calculadoras eletrônicas, vídeo-games, discos a laser, gravadores e muitos outros aparelhos que a tecnologia vem colocando à disposição para serem usados na vida cotidiana.
Estes alunos estão acostumados a aprender através dos sons, das cores, das imagens fixas das fotografias ou, em movimento, nos filmes e programas televisivos. (...) O mundo desses alunos é polifônico e policrômico. É cheio de cores, imagens e sons, muito distante do espaço quase que exclusivamente monótono monofônico e monocromático que a escola costuma lhes oferecer.
O medo de professores brasileiros em utilizar imagens é citado pela arte-educadora e pesquisadora Barbosa (1998). Comenta que os professores abrem mão da televisão, das obras de arte e imagens em geral, por temerem a sedução de seus alunos por elas, já que o mundo fora das quatro paredes de uma sala de aula é inundado por imagens e isso os seduz.
Existem escolas que não têm acesso aos meios tecnológicos, no entanto, nada impede que seus docentes utilizem materiais de apoio diversos, que não são tão “novos” assim, mas que não deixam de ser novidade, como televisão, retroprojetor, projetor de slides, aparelhos de vídeo e DVD. Em algumas situações, estes materiais, ficam guardados a sete chaves, dificultando assim, a ação do professor, mas este não deve se desanimar. Segundo Pimentel in Barbosa (2000, p. 116), o uso de mais de um meio pode gerar imagens muito interessantes e significativas, que levem o aluno a elaborar seu pensamento artístico e a trabalhar com ele de forma consistente.
Ao

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