Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

A conjuntura da Política
Parágrafos 19 a 24
Compreendeu-se que efervescência democrática em curso especialmente á partir de 1961, tenha despertado uma vigorosa resposta das forças e organizações políticas que viam sob ameaça os interesses e privilégios. A alternativa concreta de uma transformação qualitativa no regime democrático brasileiro – era exatamente isto que estava ocorrendo: os limites de uma democracia restrita estava sendo forçados, para abrir a passo a uma democracia de participação ampliada, horrorizava as classes produtoras. Jango defendia uma proposta de reforma de víeis nacionalista e democrática, procurando uma via menos elitista e concentradora para o desenvolvimento do capitalismo no país (até mesmo Brizola, um dos lideres mais á esquerda na época não se identificava com um projeto explicitamente socialista. Mas era exatamente esta via nacionalista e democratizante que as forças da direita e do conservadorismo extremado temiam. E também elas se ativaram se mobilizaram. Seu porta-voz mais evidente foi chamado “grande imprensa” (ou, como se dizia naquele tempo, a “imprensa sadia”, isenta de influências comunizantes).
As agências eram municiadas por verbas estrangeiras, por empresas estrangeiras norte-americanas, e capitalistas brasileiros. As imprensas apresentavam o governo de Jango como corrupto, incompetente, e, sobretudo como operador de maquinações sindicalistas, comunista, violador dos valores da civilização cristã e ocidental. No êxito São Paulo/ Rio de janeiro, jornais como O Estado de S. Paulo, família Mesquita, O Jornal da então tentacular cadeia dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, O Globo, da família Marinho, A Folha de S. Paulo, da Família Frias, entre outros. Participavam ativamente da campanha para desestabilização do governo de Jango. Este por seu lado contava apenas com respaldos das emissoras governamentais, umas das quais Rio Mayrink Veiga, controlada por Brizola desde 1962.
Operando ativamente o já citado Instituto Brasileiro de Ação Democrática/IBAD, o papel desta agencia orientada pela CIA largamente financiada pelo empresariado brasileiro e estrangeiro foi marcante no processo eleitoral de 1962. Sendo bancada por vários partidos anti-Jango, não pode ser mantida tamanha ingerência causando grande escândalo que acabou criando uma comissão Parlamentar de Inquérito/ CPI, para apurar as atividades do IBAD, onde houve a suspensão temporária causando o fim do seu funcionamento por decisão do governo federal o IBAD foi fechado em 1963.
O Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais/ IPES, não foi uma entidade episódica construída somente para destabilizar o governo Jango: estruturada com rigor, operando planejadamente, pretendia ser e foi uma espécie de “Estado- maior” das classes produtoras, como Centro das Indústrias do Estado de S. Paulo/ ACESP, Associação Comercial do Estado/ACESP e entre outros. Composto também por vários intelectuais de muitas áreas como literatos, Rubem Fonseca, Raquel de Queiroz, Odylo Costa filho e vários outros que contribuíam e faziam parte deste grupo. Mais havia outra face conspirativa oculta: através do IPES, os segmentos empresariais começaram a estabelecer vínculos estáveis estratégicos com setores militares. Recrutando oficiais golpistas na reserva, mas que conservava relações nos quartéis, especial, mas não exclusivamente no Exercito. O IPES construiu uma rede nacional de relação com as Forças Armadas. O próprio IPES, já a partir de 1962, dispunha de um serviço de informações, naturalmente secreto, listando milhares de cidadãos suspeitos de comunistas – listas muito úteis aos que empalmaram o poder no 1º de abril de 1964.