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1 A Estratégia e Tática no futebol: Categorias de Base _____________________ Fábio de Faveri Esteves1 Rodrigo Araújo do Nascimento2 Alcides José Scaglia3 ________________________ RESUMO O objetivo desta pesquisa se concentrou em contribuir, para metodologias pedagógicas do ensino dos Jogos Coletivos, em especial o futebol, através de revisão de literatura, em destaque com alunos/atletas do período entre 12 a 16 anos. Nesta fase os adolescentes adquiriram, por amadurecimento biológico de suas capacidades cognitivas, a capacidade de criar hipóteses, o pensamento abstrato sobrepõe o concreto, assim sendo o momento da introdução do ensino-aprendizagem da estratégia e tática com o contexto do jogo. Portanto, pautada em propostas inovadoras, as tendências metodológicas do ensino/aprendizagem dos Jogos Coletivos, têm o intuito de ser coerente com os propósitos educacionais, estando o aluno na condição de agente de seu conhecimento. Este trabalho reconhece os importantes avanços trazidos ao ensino dos Jogos Coletivos, a partir as pesquisas de Júlio Garganta, João Batista Freire e Alcides José Scaglia, entre outros, esperando contribuir nas linhas teóricas para acadêmicos, em Educação Física e aqueles que pretendem trabalhar com esportes coletivos. E fazer uma análise das atividades inerentes ao jogo contextual e identificar os conhecimentos estratégicos e táticos através dos jogos propostos por Freire, em especial escolhemos a modalidade esportiva coletiva futebol, por ser o esporte considerado um fenômeno sócio-cultural de grande importância entre os brasileiros. Portanto concluímos que seu ensino-aprendizagem vai além da prática fragmentada e mecanizada. Palavras chaves: Jogos Coletivos, Estratégia e tática, Futebol. INTRODUÇÃO Ao elaborar esta pesquisa temos como estrutura o trabalho de conclusão de curso de licenciatura, seguindo assim as novas tendências metodológicas dos jogos coletivos, no trabalho anterior fizemos uma proposta de ensino- 1 Fabio de Faveri Esteves – Licenciado e Bacharelando do Curso de Educação Física – FAEF- UNASP campus Hortolândia. 2 Rodrigo Araújo do Nascimento – Licenciado e Bacharelando do Curso de Educação Física – FAEF-UNASP campus Hortolândia. 3 Alcides José Scaglia – Docente da FAEF – UNASP campus Hortolândia. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 2 aprendizagem dos jogos coletivos em especial a modalidade (futebol), nesta atual pesquisa apresentará uma analise através de atividades inerentes ao jogo, capazes de identificar a transferência dos conhecimentos dos conceitos, de estratégia e tática que são indissociáveis ao jogo. Esteves e Nascimento (2008), afirmam que há muito tempo, a metodologia usada no futebol de campo em escolinhas e clubes esportivos da modalidade, sustenta-se em uma forma de ensino-aprendizagem mecanicista de soluções pré-estabelecidas. O ensino desta modalidade vem freqüentemente consistindo em fazer aos praticantes adquirir sucessões de gestos técnicos, empregando- se muito tempo no ensino da técnica isoladamente e muito pouco no ensino no jogo contextualizado com as técnicas. Assim o ensino destes conceitos apresenta-se de forma fragmentada, o conceitual (estratégia), e o ato (tática). O ensino de um esporte é um ato de responsabilidade, no qual não se limita apenas à transmissão de um conhecimento puramente técnico, e nem tão pouco o aprendizado em meio a um ato de passividade do aluno, mas considerando um indivíduo inserido em um ambiente sócio-cultural integralmente. Em que, ele (o aluno) é parte integrante, interagindo, influenciando e sendo influenciado. E nesse aspecto, ensinar tem o comprometimento com o formar, com o lapidar, indivíduos críticos e autônomos, capazes de compreenderem e transformarem de forma consciente sua prática esportiva. (SCAGLIA, 1999, 1999b). Pois através de desafios, táticos e estratégicos os jogadores são levados a refletir e compreender as estruturas de ensino, durante todo o processo de ensino-aprendizagem do jogo, sentindo-se competente a resolver as situações problemas decorrentes do jogo/esporte (futebol). O professor pode e deve modificar os jogos, alterando suas regras e equipamentos, criando um ambiente desafiador que leve os jogadores a melhorarem suas habilidades e a rapidez nas tomadas de decisões no momento de solucionar um problema exigido por uma situação de jogo qualquer. Com isso sem ignorar as fases anteriores de ensino-aprendizagem do futebol e todo seu conhecimento contextual do futebol-sociedade, objetivo deste presente trabalho é contribuir para a definição, no plano conceitual, Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 3 procedimental e atitudinal, das noções de estratégia e de tática no futebol de campo, recorrendo a uma revisão de literatura no domínio do mesmo. Nesta pesquisa concentramos nossos estudos em contribuir, para novas metodologias pedagógicas do ensino-aprendizagem do futebol. E ainda neste trabalho sugerimos uma pedagogia que valoriza a interação dos alunos na construção do conhecimento e o processo pedagógico. Uma metodologia de ensino dos jogos coletivos contextualizada com a realidade do jogo, com o propósito de romper o paradigma do ensino por partes isoladas. No primeiro tópico apresentaremos as características do futebol enquanto um jogo coletivo, quais as atividades necessários para o processo de compreensão da modalidade esportiva. No segundo tópico será o momento de conceituar e definir o que vários autores identificam o que é estratégia e tática. E por fim uma análise das atividades semelhantes ao jogo formal, que transmite o ensino destes conceitos aliado as fases anteriores de aprendizagem e de modo contextual com o jogo de futebol, aliada as teorias inovadoras dos jogos coletivos ao desenvolvimento cognitivo do aluno, esta pesquisa propõe um projeto de ensino, que compreenda que esse fenômeno sócio-cultural, o futebol, seja ensinado de forma com que o aluno entenda os aspectos que acercam o ambiente, a prática esportiva, o contexto cultural, as relações com a sociedade, o poder de transformação e, acima de tudo, o gosto pelo esporte. 1 As Características do futebol enquanto um Jogo Coletivo. Segundo Bota e Colibaba-Evulet (2001), o jogo desportivo é “um conjunto de exercícios físicos praticados sob a forma de jogo com certo objeto (bola, disco, etc.) de dimensões diferentes, mediante o qual duas equipes ou dois adversários competem entre eles sob certas regras de organização e desenvolvimento”. O modelo do jogo propriamente dito (original) é construído com as seguintes componentes (subsistemas): · 1) Tática; Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 4 · 2) Técnica; · 3) Capacidade física; · 4) Capacidade psíquica; · 5) Conhecimentos teóricos. Ao apresentar definições sobre estratégica e tática de jogo, identificamos aspectos essências para a compreensão do jogo, quando os mesmos são indissociáveis aos jogos coletivos. Portanto ao identificarmos as características para a definição do jogo, pensamos no sentido do autor Epuran (1986 apud BOTA e COLIBABA- EVULET, 2001), considera que as mais importantes características do jogo são: - A atividade natural: fonte de necessidades lúdicas;- A atividade livre: a participação benévola isenta de constrangimento; - A atividade espontânea: o ser humano este sempre disposto a brincar; - A atividade atraente: provoca estados afetivos positivos (prazer sensorial, estados tensionais, satisfação do sucesso, etc.); - A atividade total: mobiliza todas as componentes do ser humano (físicas, psíquicas, sociais, etc.); - A atividade desinteressada: diferente do trabalho, tendo uma finalidade em si, a alegria da atividade autônoma e gratuita; - A atividades criativo-compensativas: que se estendem também sobre as atividades recreativas dos adultos, sobre as atividades de lazer com que a pessoa procura o alívio, o divertimento, a recuperação, ou compensação de certos estados determinados pelo processo de trabalho. Ao analisar os estudos de Bota e Colibaba-Evulet (2001), destacamos três elementos distintos para a definição sobre jogos desportivos, elementos estes apresentados pelos autores através de estudos de Bayer (1987): · A atividade do jogador pode ser apresentada, acompanhada com atenção, o que faz? E como se comporta? Um desportista durante o jogo. O jogo facilita o desencadeamento de realidades psicossociais Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 5 entre duas ou mais pessoas obrigadas a colaborar, com vista ao comprimento de um certo objetivo; a alternância entre o esforço e os períodos de interrupção (a pausa), é determinada pelos princípios e pelas regras de jogo – que por seu turno permitem aos desportistas manter a sua liberdade de ação, no sentido de que estes decidem eles próprios a modalidade de ação, pela interpretação e exploração correta das regras de jogo (dos princípios inclusive) visando o aumento da eficiência das ações. · As idéias do jogo são reunidas sob a denominação de concepção de jogo, isto pressupõe o estabelecimento segundo critérios eficientes, das mais adequadas ideais de jogo (meios de combate, modalidades de ação, etc.) capazes de valorizar a plena disponibilidade dos desportistas (equipe) para o alto rendimento, compensar (mascarar) as carências próprias, e explorar as do adversário. As fontes de elaboração das idéias de jogo são: as tendências de desenvolvimento do jogo em plano mundial, o nível de preparação e a capacidade de criatividade do treinador. A concepção de jogo deve ser considerada como um sistema abstrato de planejamento e aplicação na prática do comportamento dos jogadores (equipe). As idéias do jogo alcançam a uma dada altura um estatuto standardizado de ação, que todos os jogadores observam estritamente. Esta standardização consta na combinação de vários princípios e regras de ação que estabelecem o que devem fazer e como devem atuar os jogadores, para que a idéia de jogo possa ser aplicada na prática eficientemente. A estandardização das ações assente em princípios, não cai na armadilha das ações rotineiras pelas seguintes razões: a idéia de jogo escolhida é racional (pensada), a visto representar a mais eficiente solução de atuação; as idéias e as correlações entre as idéias, levam ao controle do jogo e a ações sinérgicas por parte de todos os jogadores; ao respeitar os princípios e as regras, os jogadores conservam a liberdade das ações próprias e a criatividade. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 6 · O regulamento do jogo – a dependência de regras ou a observância das mesmas é já um fenômeno social que regulamenta a liberdade de ação dos jogadores. Podemos atuar como desejarmos, mas só dentro dos limites do regulamento. Esta circunstância pressupõe não só o conhecimento das regras, como também a sua estrita observância. Porém, as regras do jogo diferenciam-se das normas sociais habituais, porque permitem tipos de comportamento não admitidos na vida quotidiana. As regras de jogo estão estritamente ligadas à estrutura motora de cada jogo desportivo. Neste sentido, elas estipulam como devem ser executadas corretamente (conforme o regulamento) os modelos técnicos e as ações táticas, quais os erros e as infrações a sancionar. Bota e Colibaba-Evulet (2001), atualiza e completa uma lista das características dos jogos coletivos elaborada por Teodorescu (1975), indicando como principais características dos jogos desportivos: - A existência de um objeto de jogo (bola, disco, etc.); - O caráter de competição complexo (individual e, sobretudo coletivo); - Regras de jogo unitárias e obrigatórias conformes com o regulamento internacional; - Arbitragem oficial neutra; - A delimitação da duração do jogo (tempo, prolongamentos); - O estabelecimento dos critérios de avaliação (ponto, gols, etc.); - A standardização do inventário de jogo, de aparelhagem técnica e das dimensões do campo; - A técnica e tática característica para cada jogo desportivo; (especificidade e contextual da modalidade); - O sistema competitivo bem determinado; - A beleza do espetáculo desportivo; - A estrutura motora particular, para cada jogo desportivo, que determina solicitações físicas e psíquicas diferenciadas; - Gestão desportiva especifica; Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 7 - Teoria e metodologia geral válidas para todos os jogos desportivos e especificas para cada jogo desportivo; - A implementação da pesquisa cientifica; - A utilização preponderamente na atividade de lazer; - O lançamento do conceito metódico de preparação pelo jogo ou, o método lúdico que entram em correlação com os métodos clássicos de treino. Analisando estas características dos jogos coletivos, queremos apresentar nesta pesquisa uma metodologia que possa abordar o jogo e seu contexto como ferramenta de ensino-aprendizagem do mesmo. Como ensinar? Scaglia (1999, 1999b), delineia sua construção metodológica para o ensino dos esportes coletivos – planejada e elaborada – partindo dos fundamentos de uma abordagem interacionista, onde o conhecimento/aprendizado é permitido através de desafios adequados e oportunos aos alunos, segundo suas fases de desenvolvimento. O autor parte do seguinte princípio: Uma boa metodologia, respaldada por uma inovadora pedagogia, não é aquela que demonstra um gesto para ser imitado, automatizado, mas é aquela que permite ao educando vivenciar um processo de ensino aprendizagem, em que por meio da possibilidade de exploração, a criança constrói não um gesto motor apenas, mas uma conduta motora, fruto de sua competência interpretativa. (SCAGLIA e SOUZA, 2004, p. 10). Para compreender esse processo o autor busca inicialmente por uma compreensão do jogo a partir de sua complexidade. Segundo Scaglia (1999, 2003) e Scaglia e Souza (2004), o jogo é uma unidade complexa – dinâmica/sistêmica, onde o todo não pode ser compreendido a partir das partes isoladas, e nem tão pouco o todo ser compreendido sem que haja a compreensão de suas partes. (Capra, 1996 e Morin, 2003 apud Scaglia 1999,2003). O jogo não se reduz as partes isoladas e quando o faz dessa forma perde seu contexto funcional sistêmico, de imprevisibilidade, cooperação, organizacional, autoregulação. (SCAGLIA, 2003). Traz também os princípios Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 8 estabelecidos por Morin, apud Scaglia (1999, 2003) de ordem, desordem, interação e organização para analisar a inter-relação estabelecida no jogo a partir de sua unidade complexa. Com isso Teodorescu (2003), afirma que o valoreducativo dos jogos desportivos coletivos é notável, dada a sua acção positiva e multilateral sobre a personalidade do homem e especialmente, sobre os jovens. Devido a estas qualidades, ao seu valor educativo, os jogos desportivos constituem não só um maravilhoso meio de educação física tradicional, mas também de educação e cultura desportiva, valências modernas daquilo que até não há muito tempo era conhecido sob a designação de educação e cultura física. Se a tudo isto juntarmos também a característica de recreação, encontraremos a razão pela qual eles são praticáveis e praticados em todas as idades e por ambos os sexos. O jogo como um fenômeno social como uma forma de atividade humana específica, atrativa e recreativa (independentemente das solicitações físicas e psíquicas) e, ao mesmo tempo, educativa. Dizemos educativa uma vez que constitui também meio de integração social através da atividade lúdica. (TEODORESCU, 2003, p. 22). Teodorescu (2003) define o jogo desportivo coletivo, como forma de atividade social organizada, uma forma específica de manifestação e de prática, com caráter lúdico e processual, do exercício físico, no qual os participantes (jogadores) estão agrupados em duas equipes numa relação de adversidade típica não hostil (rivalidade desportiva) – relação determinada pela disputa através de luta com vista à obtenção da vitória desportiva, com a ajuda da bola (ou de outro objeto de jogo) manobrada de acordo com regras pré- estabelecidas. Freire (2006) identifica a integração das habilidades para o jogo, todas as ações corporais, desde a mínima contração muscular, orientadas por um objetivo, precisam estar organizadas no tempo e no espaço. Essa organização no tempo e no espaço, do corpo humano e dos objetos manipulados por ele, atribuem à ação uma ordem. A constituição dessa ordem é movida por intenções, acionadas por emoções, controladas por raciocínios e por julgamentos morais e limitadas pelas relações com outras pessoas. O autor Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 9 afirma que uma habilidade motora é um conjunto integrado por muitos fatores, desde os chamados físicos até os intelectuais, afetivos sociais e morais. Ainda Freire (2006), o futebol é um jogo coletivo, inteligente, tático. As habilidades individuais se perdem, tornam-se inúteis quando esse todo do jogo coletivo não é percebido pelo jogador (estado de jogo). Se suas habilidades individuais puderem ser utilizadas no contexto geral do jogo, elas serão úteis, caso contrário, ele será apenas um malabarista, mais indicado para exibições que desempenhar um papel relevante no jogo de futebol. No próximo tópico apresentaremos definições de estratégias e táticas segundo autores que nos apresentam estudos e propostas de ensino- aprendizagem destes dois conceitos dos Jogos Coletivos. 2 Conceitos e Definições Estratégicas e Táticas nos Jogos Coletivos. Garganta e Oliveira (1996) identificam que a estratégia e tática são conceitos que julgam um papel importante no domínio do desporto, embora o seu grau de importância varie em função das atividades desportivas a que respeitam. Assim nos jogos desportivos coletivos (JDC), as dimensões estratégicas e táticas assumem um papel determinante, na medida em que estas modalidades se caracterizam por um complexo de relações de oposição e cooperação. Ainda Garganta e Oliveira (1996) além destes aspectos sobre os quais se pode exercer um maior controle, existem outros, como a aleatoriedade, a imprevisibilidade, e a variabilidade de comportamentos e ações, que concorrem para conferir a este grupo de desportos características únicas, alicerçadas na inteligência e na capacidade de decisão. Assim corroborando para o ensino-aprendizagem de estratégia e tática nos jogos coletivos, em especial a modalidade futebol, buscaremos as idéias sobre os jogos desportivos coletivos (JDC) assim definidas por Loureiro dos Santos (1982 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996): 1. Conflitos nos quais os contendores mantêm um controle racional sobre os seus movimentos, mas não necessariamente sobre o seu resultado; Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 10 2. Cada jogador ou equipe tem uma escala de interesses de acordo com o qual prefere alguns resultados; 3. Cada jogador ou equipe dispõe de uma gama de ações ou movimentos diferentes e tem um leque de expectativas correspondentes ao resultado provável da ação que escolhe. 4. A qualidade do jogo depende do conhecimento que os jogadores têm do que querem, do que sabem daquilo que não sabem, do que podem ou não podem fazer; 5. O resultado é incerto já que o resultado das ações próprias depende das ações que o adversário realizar; 6. Em muitos casos os jogadores não conhecem completamente o que os adversários podem fazer (possibilidades) ou que o adversário decide ou planeja fazer (as intenções) dado o número elevado de variáveis que tem influência nas decisões; 7. Os jogadores ou equipes face à incerteza realizam as ações apoiada na conjuntura ou estimativa a mais racional possível. Sobre a origem destes conceitos Garganta e Oliveira (1996) identificam que no domínio do desporto as noções de estratégia e de tática sempre tiveram contornos pouco claros e imprecisos. E que os mesmos se apresentam em fenômenos sociais que se caracterizam pela conflitualidade de interesses e objetivos. Para Clausewitz (1963 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), a estratégia forma o plano da guerra, e nesse sentido liga a série de atos que devem conduzir à decisão final, ou seja, faz os planos para as campanhas isoladamente e regula os combates que em cada uma deverão ser combatidos. Para o mesmo autor, a tática identifica-se com a formação e condução dos combates, ou seja, com a utilização das forças militares em combate, levando em conta a ação recíproca, bem como a natureza dos objetivos e dos meios. Corroborando sobre as idéias de estratégia e tática nos jogos coletivos (JC), Morin (1973), Teodorescu (1977), Larose (1982), Gréhaigne (1992), Moreno (1993), (apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), identificamos algumas definições de estratégia e tática por diferentes autores. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 11 Para Morin (1973 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), estratégia – Combinação de um conjunto de decisões-escolhas em função de um fim. Teodorescu (1977), estratégia – plano tático especial e outras medidas anteriores ao jogo, portanto, que precedem a tática (esta tem um caráter aplicativo e operativo), tática – totalidade das ações individuais e coletivas dos jogadores de uma equipe, organização e coordenadas racionalmente e de uma forma unitária nos limites do regulamento do jogo, com vista à obtenção da vitória. Ainda Larose (1982 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), identifica que estratégia – arte de coordenar os meios para atingir os objetivos e tática – Apelo à manipulação mecânica dos recursos dos atletas no sentido de atingir os objetivos impostos pela estratégia. Complementando a idéia Gréhaigne (1992 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), estratégia – representa o que está determinado previamente para permitir a organização e tática – método de ação próprio do sujeito em situação de jogo através do qual este utiliza ao máximo os constrangimentos, a incerteza e a imprevisibilidade do jogo. Moreno (1993 apud GARGANTA e OLIVEIRA 1996), afirma que tática – ações de ataque e de defesa que se podem realizar para surpreender ou contrariaro adversário, durante uma partida e com a bola em jogo. As definições apresentadas permitem inferir que a estratégia é um processo que, partindo de um conjunto de dados, definem cenários, balizam os meios, os métodos e institui regras de gestão e princípios de ação. E assim são as situações de jogo que determinam a direção dos comportamentos a adotada pelos jogadores, pelo que a estes é reclamada uma atitude tática permanente. Consideramos que, pautado nestes parâmetros o ensino-aprendizagem dos conhecimentos estratégicos e táticos dos jogos coletivos, vão além do conhecimento somente técnico, e assim a compreensão desses aspectos dos jogos coletivos levarão o atleta a uma prática melhor da atividade. E definimos estratégia: como a forma de disposição da equipe, para diminuir ou aumentar espaço estrutural, podendo atacar e defender com êxito, utilizando-se da inteligência de espaço-temporal. E tática: como a forma de ação decorrente durante situações imprevistas pelo o jogo, a capacidade de leitura do jogo, a inteligência das ações, para resolver problemas decorrentes do jogo. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 12 Na ultima parte deste trabalho concentramos nossos esforços para identificar uma proposta de projeto de ensino-aprendizagem dos conhecimentos estratégicos e táticos do futebol partindo de uma abordagem interacionista, sendo o aluno/atleta ele próprio agente do seu conhecimento e nos professores/técnicos, estimuladores de perguntas e desafios. 3 Proposta de Projeto para o Desenvolvimento dos Conhecimentos Estratégicos e Táticos do futebol. Bota e Colibaba-Evulet (2001) identificam que o ensino-aprendizagem de tática e estratégia deve ser composto da seguinte maneira: A tática de jogo da equipe deve assentar primeiro nas forças próprias da equipe que deve se impor em quaisquer condições ou situações de jogo. Um papel importante na aplicação eficiente da tática de jogo tem o pensamento tático a ser cultivado/ educado pelo treinador. Nos jogos desportivos coletivos, o pensamento tático pertence primeiro ao jogador que atua mediante as decisões alternativas, com base num plano mental ou num esquema operacional bem determinado. Em segundo lugar, as decisões próprias (individuais) devem ser obrigatoriamente relacionadas com as dos parceiros de jogo, marcando assim as ações táticas de colaboração com os outros desportistas. No terceiro lugar, o pensamento tático torna-se um traço da personalidade da equipe a partir do momento quando todos os jogadores atuam em conformidade com os princípios táticos de realização das seqüências de jogo, dos sistemas e das formas de ataque e defesa. O mais importante critério de sistematização da tática de jogo é o que estabelece a estrutura e a funcionalidade do jogo, preparando a mesma para o processo de instrução. Neste sentido, os elementos importantes que devem ser captados em qualquer esquema de sistematização são: -os compartimentos de jogo: ataque-defesa; -o caráter das ações: individuais e coletivas; -os grupos de ações: sem bola, com bola, entre 2-3 ou com toda equipe; -a variante de ação e regime de solicitação: várias soluções para a mesma situação de jogo, soluções variáveis em função do comportamento do adversário. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 13 Ainda Bota e Colibaba-Evulet (2001) subdividem o conteúdo da tática em três ações de simplificação dos jogos constituintes para formação e elaboração dos sistemas táticos de jogos da equipe. -Ações táticas individuais: A inteligência operacional (tendência mencionada também para os jogos desportivos individuais) ou a capacidade universal de cada jogador de resolver com facilidade e eficiência qualquer situação de jogo em qualquer posto. Esta tendência alcança peculiar importância, tendo em vista que toda a tática de jogo da equipe é finalizada por um só jogador. Todos os jogadores do campo (o guarda-redes, inclusive) têm acesso à ação decisiva. Ao mesmo tempo, nos jogos desportivos não se podem obter resultados excepcionais sem inteligência operacional e capacidade de criação (portanto, não aos jogadores robotizados). -Ações táticas de dois ou vários jogadores: A qualidade e a eficiência destas ações vão aumentar com o valor individual dos desportistas que entram em combinação que entram em combinação e, sobretudo, com a habilidade destes de harmonizar permanentemente as decisões pessoais com as do parceiro, com vista á solução com êxito das tarefas de ataque ou de defesa bem precisa. O objetivo desta colaboração é simplificar as situações de jogo ou o jogo no seu conjunto, e de nenhuma maneira complicá-lo. -A tática da equipe: A tática da equipe entrelaça harmoniosamente todas as ações individuais e coletivas dos jogadores no campo. A tática da equipe continuará a ser elaborada de acordo com a composição da equipe e, sobretudo de acordo a estrutura de base da equipe (os jogadores) em função das quais estabelecemos: a colocação dos jogadores no campo; os sistemas de jogo, as combinações dos sistemas, as combinações nos momentos fixos, as tarefas de posto para todas as seqüências e fases de jogo que participam todos os jogadores; Ora nos JDC o problema fundamental que se coloca ao individuo que joga é essencialmente tático, trata-se de resolver em situação, várias vezes e simultaneamente, cascatas de problemas não previstos a priori na sua ordem de ocorrência, freqüência e complexidade. (GARGANTA, 1995, p. 14). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 14 Nestes parâmetros de ensino-aprendizagem a formação do aluno/atleta, passa a ser de forma com que ele seja capaz de uma maior compreensão do jogo, e também capaz de alterar e transpor um esquema estratégico-tático, aliando suas ações individuais com as ações coletivas da equipe, identificando o futebol como um todo, assim ele irá cumprir as funções e objetivos propostos em termos táticos da equipe, utilizando de todas as competências: gerais, especificas e contextuais do jogo. Portanto para Bota e Colibaba-Evulet (2001) tática (inclusive a estratégia de jogo) conserva permanentemente disponibilidades ou recursos importantes de desenvolvimento para cada jogo em parte. As principais fontes de diagnóstico e prognóstico das tendências de desenvolvimento da tática são as competições desportivas. Na prática corrente não há jogo sem que os adversários tenham estudado pormenorizadamente do ponto de vista tático. Até nos ciclos pré- competitivos de preparação e, sobretudo nos jogos de preparação (inclusive de verificação) de uma partida é experimentada, com êxito, a chamada modelação do adversário e das condições de jogo até aos menores detalhes (os sistemas de jogo, o campo de jogo, a hostilidade do público, etc). Os planos táticos de jogo são preparados e aplicados pormenorizadamente e seriamente analisados. Há treinadores que elaboram fichas de observação-referência para cada equipe encontrada nas competições, anotando as soluções táticas aplicadas, a eficiência das mesmas e o comportamento tático dos adversários. Com base nessas fichas são elaborados os planos táticos para os confrontos posteriores com o respectivo adversário. Para uma compreensão melhor do ensino-aprendizagem dos conhecimentos estratégicos e táticos buscamos apresentar neste trabalho o período de maturação biológica mais adequada que fica exposta aos conhecimentos destes conceitos, devido suas experiências anteriores sociais, cognitivas e coma cultura do esporte, é o momento em que se deve ter uma ênfase em conhecimentos estratégicos e táticos. Fazendo uma correlação sobre o ensino-aprendizagem do futebol, segundo Santana (2004), em seu trabalho sobre apontamentos pedagógicos na iniciação quanto à especialização do futsal, o aprendizado tático, vem de encontro com a fase da Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 15 adolescência momento em que o autor afirma ser o período adequado para que os técnicos de futsal privilegiem o aprendizado tático. Para isso Santana (2004), identifica que este é o período que despontam os futuros jogadores profissionais de futsal. É na adolescência, no decorrer das categorias transitórias, que os jovens poderão, por livre iniciativa, traçar objetivos e submeterem-se às exigências de performance. Pensar sobre a ação do jogo. Nesta perspectiva consideramos que a fase de início a aprendizagem dos conhecimentos estratégicos e táticos dá-se na adolescência, em função do alcance do pensamento abstrato o adolescente poderá não apenas se relacionar com as pessoas de seu ambiente imediato como com o próprio cosmo, dando vazão às angústias existências típicas desta fase de definições da identidade pessoal, de valores, de ideologias, de crenças religiosas etc. É no contato com os companheiros ou com os pais e outros adultos que o adolescente irá desenvolver a reflexão, a crítica e o seu posicionamento pessoal diante da realidade social. É na reflexão internalizada, individualizada, que o adolescente conseguirá, por atos cognitivos, a síntese indispensável à integridade do Ego e a definição de sua identidade pessoal. Scaglia (1999, 1999b) afirma que aos 13/14 anos, há maior ênfase no aprendizado dos posicionamentos táticos e estratégicos, assim como nas posições dos jogadores durante o jogo. Depois de adquirida a bagagem motora e dos fundamentos, é chegado o momento de se localizar dentro do contexto do jogo, aprendendo a usar cada fundamento de acordo com as exigências de cada posição. Estas asserções conduzem-nos à idéia de que a estratégia e a tática estão intimamente ligadas e concorrem para o mesmo fim. Freire (2006) apresenta um exemplo, entre tantos possíveis, de classificação por nível de desenvolvimento: · Iniciante I (6 e 7 anos); · Iniciante II (7,8,9 anos); · Básico I (9, 10, 11, anos); · Básico II (11, 12,13 anos); · Especial I (13, 14,15 anos); Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 16 · Especial II (15,16 anos). Freire (2006) afirma que é desejável que se estabeleçam níveis intermediários, estimulando a melhora do desempenho em futebol dos alunos através de promoções. Isso dependeria, contudo, de haver um número grande de alunos em cada nível aqui estabelecido. E observa que quando falamos de conhecimento de futebol, não falamos exclusivamente de práticas. Os alunos de uma escola de futebol devem receber também formação teórica, obedecendo ao seguinte critério: quanto menos idade tiver o aluno, menos teoria; quanto mais idade, mais teoria. Do particular para o geral, do autocentrismo para o heterocentrismo, Freire (2006), identifica que no início da formação em futebol, ou em qualquer outro esporte, deve-se, portanto, considerar que as habilidades que se constituirão com mais facilidade são aquelas habilidades voltadas para a própria pessoa. No futebol, são todas aquelas que podem ser exercidas isoladamente – condução, controle, finalização, cabeceio. Habilidades coletivas, não podem ser exercidas isoladamentes; precisam de uma outra pessoa para compartilhá-la, caso contrário não se exercerão, a não ser em simulações descontextualizadas – passe (passe comum, assistência, lançamento, cruzamento), desarme, drible, defesa. Dessas habilidades, algumas delas são habilidades de oposição: desarme, drible, defesa. Somente uma delas é de cooperação: passe. Nos esportes coletivos, somente o passe e suas modalidades derivadas (lançamento, cruzamento, assistência) são com o outro, e não contra o outro, portanto, o passe é o que torna o esporte cooperativo. Habilidades de atuação no jogo como um todo, referem-se as táticas, são habilidades para prever situações que poderão ou não ocorrer. Incluem os dois grupos anteriores de habilidades. Essas antecipações constituem hipóteses, planos mentais, lógicos, que serão testados posteriormente, durante o jogo. São habilidades que constroem um jogo virtual antes do jogo real. Constituem uma lógica formal, hipotética do jogo de futebol. Resumindo o jogador passa a ser capaz de jogar sem a bola, mentalmente, aplicando em seguida suas hipóteses na prática, que poderão confirmar ou não seu plano. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 17 Para isto Freire (2006), destaca as habilidades a serem ensinadas ao grupo que estão entrando na fase da adolescência, procedimentos a partir das experiências vivenciadas nas fases anteriores: - Básico II, os alunos deste nível estão entrando na adolescência, é este nível que poderão começar a definir suas posições, porém ainda serão colocados aprova suas preferências, pode-se iniciar a preparação física e técnica ao mesmo tempo, uma vez que todas as atividades envolverão, de preferência, a manipulação da bola. Outro elemento a tática é a lógica do jogo, a racionalidade do jogo, o elemento inteligente do jogo, no aspecto coletivo. Ao mesmo tempo, constitui, junto com o passe, a característica mais cooperativa do jogo. É em torno da tática que os jogadores se integram para superar a performance do adversário. Escolhemos este nível para iniciar o ensino da tática porque ela está de acordo com o modo de pensar do adolescente. Sem ignorar a importância das atividades lúdicas, haverá mais tempo dedicado às atividades de correção técnica. Com maior freqüência, os jogos serão interrompidos pelos professores para que eles possam efetuar as correções. - Especial I, neste nível, parte dos alunos procede dos níveis anteriores, neste caso, o trabalho será facilitado. Temos que admitir, porém, que muitos alunos procuram as escolas de futebol somente a partir desta idade, ou pouco antes. Um jogador nesta fase deve ser capaz de jogar em mais de uma posição. Preferencialmente, deve se capaz de dominar uma área grande de jogo. Os alunos deverão aprender a realizar, com muita velocidade, a transição entre os grandes espaços do campo, ou seja, uma vez perdida uma bola no ataque, a equipe deve se organizar na defesa imediatamente, de tal forma que um meio- campista deve se transformar, de atacante em defensor, e vice-versa, em curto espaço de tempo. Maior tempo de trabalho deve ser dedicado à preparação física, a qual deverá ser feita, preferencialmente, com a bola e de forma que dê, também, preparação técnica. As atividades lúdicas continuarão a exercer um papel importante, no entanto, serão escolhidas aquelas atividades que orientem mais especificamente para a técnica dos fundamentos do futebol. Neste nível, os alunos serão envolvidos mais intensamente em atividades competitivas e as aulas devem prever um aumento do conhecimento teórico dos alunos sobre futebol. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 18 - Especial II, ênfase nas questões táticas, todo o preparo técnico de cumprir as definições táticas. Os alunos devem demonstrar um ótimo conhecimento das regras e das táticas. Estas devem ser definidas em discussões entre professores e alunos. AindaFreire (2006) destaca que o rendimento, neste nível, depende bastante das condições físicas. No entanto, no futebol ou em qualquer outro esporte coletivo, recomenda-se que a preparação física seja também preparação técnica. Todas as atividades devem envolver a bola. Quanto às questões táticas, além das grandes definições, dos sistemas conhecidos, como 4-3-3, 4-4-2 etc., muitos podem ser criados pelos alunos. A amarração muito rígida de padrões torna a equipe facilmente marcável pelos adversários. Mais que ensaiarem quatro ou cinco jogadas, os jogadores devem exercitar a criatividade dentro de situações previamente delimitadas. Uma grande ênfase deve ser dada ao aperfeiçoamento das habilidades técnicas. Na aplicabilidade Freire (2006) apresenta exemplos práticos de jogos adaptados onde existe a necessidade de trabalhar a habilidade tática, e nesses jogos será de suma importância os alunos compreenderem a lógica do jogo, reconhecer as estruturas físicas, a comunicação nas ações e utilizar as táticas básicas, para o desenvolvimento do jogo: · Futebol cruzado – jogam, no mesmo campo, quatro equipes, duas delas em um sentido do campo, as outras duas em outro sentido. · Futebol de meio campo – em um jogo normal, o gol só será validado se todos os jogadores da equipe que o fizer estiverem no ataque, além do meio do campo. · Futebol por zonas – delimitar zonas de ocupação para cada jogador. O objetivo é auxiliar em sua organização espacial no campo de futebol. Devem-se fazer rodízios, de forma que os alunos ocupem, durante um jogo, diversas zonas de atuação. Para Garganta (1995), as capacidades de adaptação deverão ser solicitadas e estimuladas em situações ajustadas ao nível de desenvolvimento do praticante e às exigências do jogo. As estratégias mais adequadas para ensinar os JDC passam por interessar o praticante, recorrendo a formas Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 19 jogadas motivantes, implicando-o em situações problema que contenham as características fundamentais do jogo. Garganta e Oliveira (1996), afirmam que nos Jogos Desportivos Coletivos (JDC) os jogadores desenvolvem seqüências de ações e tomadas de decisão encadeadas, de acordo com as fases de ataque e defesa. O domínio das técnicas especificas e a capacidade de tomada de decisão, dependem da sua adequabilidade à situação de jogo. Estratégia/tática: a estratégia é a conjunção e a utilização de todos os parâmetros que configuram a estrutural funcional e dinâmica (regulamento, técnica, espaço, tempo, comunicação) em função do caráter acontecimental do jogo e da seleção tomada (no momento do jogo ou anterior a este). (REVERDITO e SCAGLIA, 2009, p. 181). Ao analisarmos os jogos propostos por Freire (2006), e as propostas de ensino-aprendizagem de estratégia e tática dos autores citados neste trabalho, concluímos que os alunos/atletas deverão ser eles mesmos, capazes de resolver as situações de imprevisibilidade do jogo, portanto utilizarão seus conhecimentos de ações táticas individuais, aliando as ações táticas de 2 ou 3 jogadores e conseqüentemente as ações táticas da equipe. Portanto o aluno/atleta terá uma relação ao jogo como um todo, uma interação completa de todos os fatores decorrentes do jogo, desenvolvendo a capacidade de identificação e compreensão do momento transitório de ataque-defesa, logo o porquê de um plano de posicionamento estratégico (pensar), e em que momento a tática (ação) da equipe irá transcender, os problemas decorrentes do jogo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim ao sintetizar este trabalho, buscamos sugerir princípios para uma proposta metodológica no ensino dos Jogos Coletivos, onde discutimos sobre estratégia e tática, pois constatamos que são aspectos presentes em todo o momento do jogo, por isso durante todo o jogo estamos fazendo planos, montando abordagens e formas de tentar atingir metas e objetivos. Com isso consideramos essenciais estas competências inerentes ao jogo para a compreensão do mesmo. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 20 A estratégia (pensar) é a definição do lugar de destino e a escolha dos caminhos básicos para se chegar lá. A tática (agir) inclui todos aqueles pequenos detalhes que aproximam ou afastam a meta final, que facilitam ou complicam realizar bem ou mal a estratégia, são as tarefas práticas que dão forma a teoria estratégica. Para funcionar uma estratégia precisamos estar dentro de alguns critérios, ela deve ter objetivos claros, decisivos e diretos, precisa manter a iniciativa, concentração na execução da solução do problema, ser flexível para poder adaptar-se as modificações e as correções do jogo, necessita de liderança coordenada e comprometida, surpresa, segredo, velocidade e absoluta segurança no que esta fazendo. Portanto o ensino da tática faz parte da implantação da estratégia, ou seja, fazer a apresentação correta em função da estratégia, para que possa atingir nossas expectativas, formando assim aluno/atleta inteligente para que no decorrer do ensino-aprendizagem de estratégia e tática não atuem individualmente, ensinando assim de modo com que o aluno possa compreender o esporte, que o mesmo possa construir suas reflexões, e mais importante, que ele mesmo possa criar meios para a resolução dos problemas surgidos no decorrer da prática especifica da modalidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BOTA Ioan / COLIBABA-EVULET, Dumitru. Jogos desportivos celectivos Coleção horizontes pedagógicos – instituto Piaget /2001. Rio de Janeiro ESTEVES, Fábio de Faveri; NASCIMENTO, Rodrigo Araújo. 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