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Resumo - SUS (Sistema Único de Saúde)

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O Sistema Brasileiro de Saúde 
RESUMO 
 
Marília de Lima | Medicina 
 
 
 
 
Caso 1 - Evolução da assistência à saúde no Brasil Marília de Lima 
 
Período colonial e Império 
 Quando os portugueses chegaram ao nosso país, tinham um único interesse de exploração, 
de ganhos, e nossa terra era vista, apenas, como alvo de riquezas. Os índios eram considerados 
desconhecedores de todas doenças que existiam e, por isso, a saúde era vista como algo 
hegemônico. A partir disso, percebe-se que desde o período colonial, existe uma exclusão das 
camadas sociais mais pobres, mostrando, portanto, a raiz histórica da doença no Brasil. 
 Com a chegada dos portugueses, os cuidados com a saúde foram decididos baseando-se no 
modelo sanitário da metrópole, uma vez que éramos colônia de Portugal. Sendo assim, o 
atendimento das tropas militares que aqui chegavam era feito pelo cirurgião-mor (encarregado do 
controle das cirurgias) do exército de Portugal. Havia outra função que era a de físico-mor, esse, 
por sua vez, era o encarregado do controle da medicina e, como exemplo, respondia pela 
profilaxia de doenças epidêmicas e questões relativas ao trabalho de médicos, boticários, etc. 
Esse controle da Medicina poderia ser feito diretamente pelo físico-mor ou pelos delegados das 
capitanias. 
 A higiene era responsabilidade das autoridades locais. Sendo assim, as câmaras municipais 
ficavam com o dever de cuidar das sujeiras das cidades, comércio de alimentos, etc. É 
interessante salientar que os moradores das cidades poderiam solicitar a presença de um 
médico, através de cartas ao rei, no entanto, era difícil encontrar um médico que estivesse 
disposto a sair da metrópole e vir para cá. Ainda assim, quando existiam médicos aqui no 
território, a população colonial resistia ao uso de sangria e purgantes (métodos usados pelos 
médicos lusos). Por isso, faziam muito uso de remédios ensinados pelos curandeiros, boticários, 
negros, índios, etc. 
 Em 1543, foi criada a primeira Santa Casa. Surgiu em Santos e foi nomeada de Irmandade da 
Misericórdia e o Hospital de Todos os Santos. A saúde da população mais pobre ficou sob 
reponsabilidade da caridade cristã. Os militares, logo no início da chegada dos portugueses, 
foram atendidos por famílias ricas e, só depois, pelos cirurgiões militares das santas casas. É 
válido salientar que depois de um tempo, houve a criação de Santas Casas em outros locais, 
como, por exemplo, Olinda e Belém. 
 Com a chegada da família real, em 1808, os cargos de físico-mor e cirurgião-mor foram 
reestabelecidos, voltando, assim, a seguir o modelo de Portugal. Em 1828, a responsabilidade da 
saúde pública foi concedida aos munícipios. Assim, os serviços de inspeção de saúde dos portos 
passou para a esfera do ministério do império e, em 1850, com o aumento dos casos de febre 
amarela no RJ, criou-se a Junta da Higiene Pública. 
 Mais tarde, houveram outras reformas nos serviços sanitários. Criaram-se a Inspetoria Geral 
de Higiene, Inspetoria Geral de Saúde dos Portos e o Conselho Superior de Saúde Pública. 
Foram adotadas medidas para proteção de crianças e adolescentes nas fábricas, assim como 
medidas para higiene escolar. Em anos de epidemia, a população se organizava e combatia os 
problemas sociais. Porém, em casos extremos, o controle era feito por decisões do governo 
central. Quem dispunha de recursos financeiros era cuidado por médicos particulares, enquanto 
os indigentes eram atendidos pelas Santas Casas, caridade e filantropia. 
Período Republicano 
 Com a proclamação da república, foi concedida aos estados a responsabilidade de decidir as 
ações para a saúde. No âmbito federal, reuniu-se os serviços de saúde terrestres e marítimo na 
Diretoria Geral de Saúde Pública (1897), que atuava onde os governos estaduais não poderiam 
agir, como nos casos de vigilância sanitária dos portos. Durante a república velha, existia uma 
espécie de não-sistema de saúde, onde o poder público só atuava quando o indivíduo sozinho ou 
a iniciativa privada não fosse capaz de responder. 
 As epidemias colocaram o país numa situação comprometedora, onde o poder público teve 
que tomar algumas atitudes, como saneamento dos portos, adoção de medidas sanitárias nas 
cidades, etc. Em 1910, ocorreu um movimento, formado por autoridades políticas e intelectuais, 
que pediam uma mudança na organização sanitária. Esse movimento foi importante porque criou 
o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP)*. Diante das epidemias, foram feitas 
campanhas sanitárias e criados códigos sanitários. No entanto, tais ações eram episódicas e 
voltadas para doenças específicas, sendo a saúde tratada como caso de polícia e não como 
questão social. Desse modo, as epidemias/endemias sempre estavam presentes. O órgão que 
cuidava da saúde pública estava vinculado ao Ministério da Justiça. 
* Era função do DNSP responsabilizar-se pela profilaxia, saneamento, propaganda sanitária, 
controle de endemias, etc. 
 Percebe-se, então, que no início da República, o país estava em um quadro caótico devido ao 
fato de não ter um modelo sanitário. Muitos navios estrangeiros recusavam-se a atracar no porto 
do RJ em função da situação sanitária. Rodrigues Alves, o presidente da época, vendo a 
situação, nomeou Oswaldo Cruz como diretor do Departamento Federal de Saúde Pública. 
Oswaldo, por sua vez, comprometeu-se a erradicar a epidemia de Febre-amarela, junto com 
pessoas que o ajudariam na missão. 
 Os "guardas-sanitários" (Oswaldo e seu exército), tomavam atitudes que não agradavam a 
população. Usavam um modelo autoritário e militarista como o poder de polícia dado aos agentes 
de saúde, que, na maioria das vezes, usava da força para intervir no processo saúde-doença da 
população. Esse movimento ficou conhecido como campanhista. Além disso, com a instituição 
obrigatória da vacina anti-varíola, ocorreu a revolta da vacina. Gradativamente, com o controle 
das epidemias nas grandes cidades brasileiras, o modelo campanhista deslocou a sua ação para 
o campo e para o combate das denominadas endemias rurais, dado ser a agricultura a atividade 
hegemônica da economia da época. Este modelo de atuação foi amplamente utilizado pela 
Sucam no combate a diversas endemias, sendo esta posteriormente incorporada à Fundação 
Nacional de Saúde. 
 No início do século XX, a economia brasileira era basicamente exportadora, o que atraia 
muitos imigrantes para cá, principalmente italianos. Com os imigrantes, vieram as histórias do 
movimento operário europeu e os direitos trabalhistas já conquistados. Chegando aqui, eles 
estranharam o fato de não existir tais direitos e acabaram por "contaminar" a população local com 
a ideia. Assim, houveram greves gerais que buscavam por tais direitos, surgindo, a partir daí, 
alguns direitos sociais. 
 Em 1923, através da Lei Eloy Chaves, o Congresso Nacional instituiu as Caixas de 
Aposentadoria e Pensão (CAPs). 
 Aqui, cabe algumas informações sobre os CAPs: 
1- Só era direito do operariado urbano. Esse fato se estendeu até a década de 70, quando foi 
criado o FUNRURAL. 
2- As caixas deveriam ser criadas pelas empresas. 
3- Não era algo obrigatório para a empresa. Os trabalhadores deveriam se organizar e reivindicar 
a criação. 
4- O custeio das caixas era feito pelo trabalhador + empresa + consumidores dos serviços das 
mesmas. * 
* Apesar de existir 3 vias de financiamento das CAPs, essa caixa era considerada bipartite, uma 
vez que os consumidores contribuíam de forma indireta. 
 A primeira CAP criada foi a dos ferroviários. 
 As CAPs proviam os serviços funerários, médicos, pensão e aposentadoria. Além disso,arcavam com os acidentados no trabalho. 
 Sob o governo de Vargas, em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho e Ministério da 
Saúde e Educação. Posteriormente, é homologada a Consolidação das Leis Trabalhistas 
(CLT). Essa lei procurou estabelecer um contrato capital-trabalho, garantindo direitos sociais ao 
trabalhador. Ao mesmo tempo, cria-se a estrutura sindical do estado. Estas ações transparecem 
como dádivas do governo e do estado, e não como conquista dos trabalhadores. O fundamento 
dessas ações era manter o movimento trabalhista contido dentro das forças do estado. 
Observação: é válido salientar que, com a criação do Ministério da Saúde e da Educação o DNSP 
foi transferido para esse, não sendo mais vinculado ao Ministério da Justiça. Até a criação do 
Ministério da Saúde, que só viria a surgir em 1953, muitas campanhas sanitárias acabaram por se 
tornar em órgãos/serviços responsáveis por doença específicas, além de ter ocorrido a criação do 
Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp), que foi um convênio entre o governo brasileiro e 
norte-americano durante a II guerra mundial. Acredita-se que os americanos investiam na 
educação no intuito de explorar a borracha na Amazônia. Em troca da exploração, eles cuidavam 
da parte sanitária dos lugares explorados. 
 Um pouco mais para frente, para abranger uma maior quantidade de trabalhadores, as CAPs 
foram transformadas em Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP). Esses, por sua vez, são 
institutos em que os trabalhadores eram organizados por categoria profissional, e não 
empresas como os CAPs. Assim como as CAPs, não era algo obrigatório e dependiam da 
força de mobilização das categorias. Fornecia aposentadoria, pensão e assistência médica. 
 Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, o que na verdade limitou-se a um mero 
desmembramento do antigo Ministério da Saúde e Educação sem que isto significasse uma nova 
postura do governo e uma efetiva preocupação em atender aos importantes problemas de saúde 
pública de sua competência. 
 Em 1960, os IAPs foram unidos num único sistema*, o Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS). O INPS abrangia todos os trabalhadores sujeitos ao regime da CLT, exceto 
trabalhadores rurais, empregados domésticos, servidores públicos e de autarquias e pessoas que 
tivesse regime próprio de previdência. O INPS deveria receber uma contribuição tríplice: 
empregado + empregador + união geral. No entanto, o governo federal não cumpriu a sua 
parte, o que fez com que o sistema se tornasse instável. 
* O processo de unificação foi previsto para ocorrer em 1960, no entanto, só ocorreu efetivamente 
em 1967, durante o Movimento Militar. 
 Com essa unificação, o governo militar teria que garantir todos os direitos dos cidadãos, 
inclusive à assistência médica. O grande problema é que o número de contribuintes havia 
crescido, porém, o sistema médico previdenciário não tinha condições de atender toda população. 
Com isso, foi preciso destinar recursos públicos para algo que atendesse as necessidades (ou 
seja, a necessidade de ampliar o sistema de saúde) e o governo militar acabou por direcionar 
verbas para a iniciativa privada. O governo pagava aos médicos e hospitais para realização de 
serviços. Com o crescente aumento de atendimentos, acabou-se por criar um complexo sistema 
médico-industrial. Esse sistema tornou-se cada vez mais complexo e acabou culminando na 
criação de uma instituição própria, o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência 
Social (INAMPS), em 1978. 
Observação: em 1970, o FUNRURAL havia sido criado. Através dele, em 1971, o funrural 
financiou e criou o PRORURAL, que garantia benefício previdenciário para trabalhadores rurais. 
 Em 1975, é criado o Sistema Nacional de Saúde. Esse sistema diz que a medicina curativa 
seria responsabilidade do Ministério previdenciário, e a preventiva de responsabilidade do 
Ministério da Saúde. No entanto, o governo federal destinou poucos recursos ao Ministério da 
Saúde que, dessa forma, foi incapaz de desenvolver as ações de saúde pública propostas, o que 
significou, na prática, uma clara opção pela medicina curativa, que era mais cara e que no 
entanto, contava com recursos garantidos através da contribuição dos trabalhadores para o INPS. 
Depois de um tempo, o modelo econômico implantado acaba por entrar em crise e gera alguns 
problemas: 
- Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto foi incapaz de solucionar os principais 
problemas de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias, e os indicadores de saúde 
(mortalidade infantil, por exemplo); 
- Aumentos constantes dos custos da medicina curativa, centrada na atenção médico-hospitalar 
de complexidade crescente; 
 - Incapacidade do sistema em atender a uma população cada vez maior de marginalizados que, 
sem carteira assinada e contribuição previdenciária, se viam excluídos do sistema; 
- Desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores e para 
realização de obras por parte do governo federal; 
- O não repasse pela união de recursos do tesouro nacional para o sistema previdenciário, visto 
ser esse tripartite (empregador, empregado, e união). 
 Vivendo um grande de instabilidade, a população começou a cobrar. A reforma sanitária surgiu 
no contexto dramático do quadro da saúde que a população vivia. O movimento começou a 
surgiu em 1960, mas, com a reforma militar de 1964, houve um enfraquecimento. As lutas 
continuaram e, durante a 8ª conferência Nacional de saúde, em 1986, foi obtido o melhor 
resultado que antes não havia sido alcançado. Nessa conferência, muitas pessoas se reuniram 
para discutir o melhor modelo de saúde para toda população. Foi considerada um marco 
democrático porque diversas classes sociais puderam participar. Buscava-se um tipo de modelo 
que abrangesse a todos. Foi consolidado o reconhecimento de que a saúde era direito de todos e 
que era dever do estado garantir isso. Também, foi discutido que era preciso garantir o acesso da 
população, seja no cunho preventivo ou curativo. Afinal, de nada adiantava ter um bom sistema 
se a população não pudesse usufruir. Assim, as ações que garantiriam o acesso deveriam estar 
unidas em um único sistema. Além disso, a saúde passou a ser relacionada com um conjunto de 
coisas, não sendo, apenas, o estar doente ou não, mas sim estar relacionada com moradia, 
transporte, educação, lazer, etc. 
 Antes do SUS ser instaurado, foram implantados programas que facilitasse a travessia para a 
outra margem do rio (margem do rio = SUS). Entre as iniciativas, estão as Ações Integradas de 
Saúde (AIS) e os Sistemas Unificados e Descentralizados da Saúde (SUDS) 
 
Caso 2 – SUS na Constituição de 1988 Marília de Lima 
 Em Outubro de 1988, o SUS foi instituído pela Constituição, através da seção que trata da 
saúde, que vai do art. 196 ao 200. A criação do SUS trouxe a necessidade de novas leis para sua 
regulamentação, que ocorreu pelas leis 8.080/90 e 8.142/90, que, juntas, formam as Leis 
Orgânicas de saúde, ambas editadas em 1990. O SUS foi criado para alterar a situação de 
desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a 
qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto. Tem como meta 
torna-se um importante mecanismo de promoção da equidade no atendimento das necessidades 
da população, ofertando serviços com qualidade adequada, independente do poder de aquisição 
do cidadão. 
Artigo 196 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravose ao acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” 
Através desse artigo, a saúde passou a ser um direito do cidadão e dever do estado. Assim, o 
estado deve promover a saúde através de políticas sociais (lazer, cultura) e econômicas 
(emprego, salário). 
Artigo 197 
“São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos 
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.” 
Artigo 198 
“As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. “ 
Artigo 199 
“A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.” 
Esse artigo fala sobre o fato da iniciativa privada poder complementar as ações do SUS, no 
âmbito de pesquisa e transplante. Além disso, é imprescindível saber que as empresas privadas 
não podem receber auxílio financeiro do sistema público. 
Artigo 200 
“Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e 
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a 
inovação; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como 
bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.” 
A leis orgânicas regulamentam o SUS. São elas: 
Lei 8.080/90 
Aborda as condições para promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e 
funcionamento dos serviços também relacionados à saúde. Por meio dessa lei, as ações de 
saúde passaram a ser regulamentadas em todo território nacional. 
Princípios e diretrizes → universalidade, integralidade, equidade, participação da comunidade, 
descentralização político-administrativo. 
Objetivos e atribuições → identificar e divulgar a saúde, assistência a pessoas por promoção, 
proteção e recuperação. 
Organização, direção e gestão → organização regionalizada e hierarquizada em níveis de 
complexidade crescente. 
Gestão financeira → dinheiro em conta especial de cada esfera de atuação nos respectivos 
conselhos. 
Lei 8.142/90 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências 
intragovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Em relação aos recursos 
financeiros do SUS, explicita em seu artigo 33 que tais recursos serão depositados em conta 
especial (os fundos de saúde), em cada esfera de atuação e deverão ser movimentados sobre o 
controle e fiscalização dos conselhos de saúde. 
Decreto nº 7508/11 
Esse decreto regulamentou a lei 8.080/90. A partir dela, algumas coisas foram definidas: 
Região de saúde → espaço com municípios limitados em extensão, delimitado a partir de 
identidades culturais, econômicas, sociais e redes de transporte compartilhadas. 
Comissão de intergestores → espaços intergovernamentais, políticos e técnicos em que ocorrem 
o planejamento, negociação e a implementação de políticas de saúde pública. As decisões se 
dão por consenso, estimulando a negociação e o debate entre as partes. 
Mapa de saúde → descrição geográfica de recursos, serviços e ações levando em consideração 
a capacidade, investimentos e desempenhos dos locais. É importante porque possibilita a análise 
de cada território. 
Rede de atenção à saúde → conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de 
complexidade crescentes, com o objetivo de garantir a integralidade da assistência à saúde. 
Serviços especiais de acesso aberto → são serviços de saúde específicos para o atendimento da 
pessoa que, em situação laboral ou em razão de agravo, necessita de atendimento especial. 
Normas operacionais básicas (NOB) 
O foco central da NOB é a redefinição do modelo de gestão, o que representa um importante 
macro no processo de consolidação do SUS e, por consequente, no efetivo cumprimento dos 
princípios e diretrizes que o orientam. 
 Induzir e estimular mudanças 
 Aprofundar e orientar a importância do SUS 
 Definir novos objetivos, prioridades e diretrizes 
 Regular relações entre gestores 
 Normalizar o SUS 
NOB 01/91 
Criado pelo INAMPS em 1991. 
Criou o AIH → Significa Autorização de Internação Hospitalar. 
Criação do SIH → Sistema de Informações Hospitalares. Tem o objetivo de deter informações 
e realizar o processamento de produção relativo as internações hospitalares no âmbito do SUS. 
Criação do UCA → Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial. Reajustou os valores a 
serem repassados ao estado, distrito federal e municípios. 
Criou o SIA/SUS → Modificou o sistema de pagamento aos prestadores de serviços (entidades 
filantrópicas, hospitais universitários, etc) com a implantação desse sistema. 
NOB 01/92 
Criação do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (CONASS), criação do Conselho 
Nacional de Secretários Municipais da Saúde (CONASEMS). 
NOB 01/93 
Criou a transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da assistência para 
municípios em gestão semiplena. 
Habilitou municípios como gestores. 
Definiu o papel dos estados em forma frágil; mas, esses ainda assim, passaram a assumir o 
papel de gestor do sistema estadual de saúde. 
Possibilitou a constituição das Comissões Intergestores Bipartite (do âmbito estadual) e Tripartite 
(Nacional), como espaços importantes de negociação, pactuação, articulação, integração entre 
gestores (União, estado e municípios). 
NOB 01/96 
Criou o PAB (Piso Assistencial Básico), repassando fundo a fundo de forma regular e automática, 
e com base em valor nacional per capita para a população coberta. 
Definiu o papel de cada gestor 
Incorporou ações de epidemiologia e controle de doenças. 
Redefiniu as responsabilidades do estado. 
NOA/SUS/2011 
Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR)*** em cada estado e no Distrito Federal, 
baseando nos objetivos de definição das prioridades: planejamento mais preciso e fácil. 
 *** objetiva direcionar a descentralização com vistas à promoção de maior e mais adequada 
acessibilidade dos usuários considerados os princípios da integralidade, equidade e economia de 
escala 
NOAS/SUS/01/2002 
Integrou os sistemas municipais 
Organização dos casos de média e alta complexidade 
Ampliação das ações básica 
 
Caso 3 – Princípios, diretrizes e funcionamento do SUS Marília de Lima 
Conceitos de: Princípios → valores que escolhemos para orientar ações e políticas de saúde em 
nosso país. 
Diretrizes → buscam a garantia de um melhor funcionamento do sistema. 
Os princípios podem ser: Doutrinários → ideias filosóficas que permeiam a criação e 
implantação do SUS. São a universalidade, equidade e integralidade. 
Organizativos → orientam o funcionamento do sistema. São a descentralização, hierarquização 
e participação/controle social. 
UniversalidadeÉ garantido a toda população os serviços de saúde, em todos os níveis de assistência, sem 
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. O acesso a saúde vai além da assistência 
médica, pois envolve a estrutura da sociedade. 
Equidade 
Assegura ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que o caso 
requeira. Existe a equidade em saúde (desigualdades sociais que tem determinantes mais 
complexos no modo de adoecer e de viver) e equidade no consumo dos serviços de saúde 
(refere-se ao acesso à saúde). 
Integralidade 
Ações e serviços curativos e preventivos em todos os níveis de complexidade do sistema. Pode 
ter duas dimensões: horizontal (ação de saúde em todos os campos) e vertical (ver o ser humano 
como único e indivisível). 
Descentralização 
É uma redistribuição de responsabilidades quanto as ações e serviços de saúde entre os 3 níveis 
de governo (federal, estadual e municipal). Destaque para transferência de recursos para 
municípios que assumem um papel importante, uma vez que conhecem a realidade local. A 
descentralização, com ênfase na municipalização, foi proposto pelo movimento de reforma 
sanitária. A municipalização implica na transferência de recursos para as cidades, de modo que 
os gestores municipais possam exercer com autonomia e de forma plena. 
Hierarquização 
Organizam-se por níveis de complexidade crescente com fluxos assistenciais estabelecidos entre 
os serviços, de modo a garantir assistência integral e resolutiva à população. 
Participação e controle social 
A população, por meio de entidades, participará do processo de formulação das políticas públicas 
de saúde, do controle e da sua execução. Esse controle social foi criado com a aprovação da 
carta magna, na lei 8.080/90. No entanto, o presidente Fernando Collor de Mello vetou essa lei e, 
só depois, com a lei 8.142/90, a participação da sociedade no SUS foi regulamentada. Para 
participação social, podem ocorrer Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. 
 
Conselhos de saúde → 50% dos usuários, 25% dos trabalhadores de saúde e 25% dos gestores 
e prestadores de serviços. 
→ 3 esferas 
→ Formulam estratégias, controle e fiscalização da execução de políticas de saúde. 
Conferências de Saúde → Ocorre a cada 4 anos 
→Participação de usuários, trabalhadores e gestores. 
→ Avaliam a situação de saúde e propõe diretrizes para formulação das políticas de saúde. 
→ Pode ser convocada pelo poder executivo ou pelo próprio conselho de saúde, e devem ser 
precedidas pelas conferências de estado e municípios. 
 
 
 
 
 
 A lei 8.080/90 garante que os recursos financeiros do SUS serão depositados em uma conta 
especial, ou fundos de saúde, em cada esfera (federal, estadual e municipal) e serão 
movimentados sob fiscalização dos Conselhos de Saúde. 
 Quanto a porcentagem dos recursos do financiamento, a normatização deu-se a partir da 
Emenda Constitucional nº 29 de 2000**. Assim, ficaram definidos: 
Municípios: 15% das suas receitas 
Estados: 12% das suas receitas 
União: Valor aplicado no ano anterior, acrescido da variação nominal do PIB, destacando-se que, 
em caso do PIB ter variação negativa em relação ao ano anterior, o valor vigente do ano não 
poderá ser reduzido. 
** A Emenda Constitucional nº 29 só foi regulamentada pela Lei complementar no ano 
2001. 
O repasse dos recursos dá-se por 2 critérios: 
1- 50% dos recursos é com base no número de habitantes. 
2- Os outros 50% levam em consideração o perfil demográfico e epidemiológico, características 
quantitativas e qualitativas da rede de serviços, desempenho técnico e financeiro do serviço 
anterior, níveis de participação no setor de saúde nos orçamentos estaduais e municipais, etc. 
A Conferência Nacional deve ter periocidade semelhante a estadual. A municipal 
deve ser bianual. 
Podem participar o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e 
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) 
 A execução dos recursos nacionais é realizada sob a gestão dos estados e municípios, os 
quais recebem os recursos transferidos do gestor nacional aos seus respectivos fundos de saúde. 
A gestão dos recursos cabe ao gestor de cada esfera, sob o controle e fiscalização dos 
Conselhos de Saúde e com a prestação de contas ao poder legislativo. 
 A resolução 322/2003 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) definiu os recursos mínimos a 
serem aplicados em saúde. Ou seja, ela organizou/firmou a emenda nº29. Além disso, orientou 
sobre as referências que devem ser tomadas para apuração da aplicação mínima com a saúde 
anualmente. 
 O investimento é feito em blocos de financiamento para o custeio: 
 Atenção Básica – PAB 
 Atenção média e alta complexidade (ambulatório e hospital) 
 Vigilância em Saúde 
 Assistência farmacêutica 
 Gestão do SUS. 
 
Pacto pela saúde 
 É uma ferramenta de responsabilização pública de cada esfera governamental na 
consolidação do SUS. Divide-se em pacto pela vida, pacto em defesa do SUS e Pacto da gestão 
do SUS. 
 Pacto pela vida 
 Compromisso firmado entre gestores em relação as prioridades que apresentam impacto sobre 
a saúde da população brasileira. 
 Saúde do idoso (envelhecimento saudável e ativo, implantação de serviços de atenção 
domiciliar, acolhimento preferencial em unidades de saúde respeitando os critérios de 
risco, etc.) 
 Controle do câncer de mama e colo de útero 
 Fortalecimento da capacidade de as doenças emergentes e endemias, com ênfase na 
dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza. 
 Redução da mortalidade infantil e materna. 
 Promoção da saúde com ênfase na atividade física regular e alimentação saudável 
 Fortalecimento da atenção básica (adotou-se a estratégia da saúde da família/Garantir 
infraestrutura necessária ao funcionamento das UBS) 
 Saúde do trabalhador 
 Saúde mental 
 Saúde do homem 
 Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde as pessoas com 
deficiência 
 Risco de violência 
 Hepatite e AIDS 
 Saúde bucal 
Foram adicionados em 2008 
Foram adicionados em 2011 
 
 Pacto em defesa do SUS 
 Expressam os compromissos com a consolidação da reforma sanitária e 
desenvolvem/articulam ações que visem qualificar/assegurar o SUS como política pública. 
Firmam o pacto: repolitização da saúde, promoção da cidadania e garantia do financiamento de 
acordo com as necessidades do sistema. 
 Pacto da gestão do SUS 
 Estabelecer o compromisso de gestão e definir o compromisso de cada setor. Tem como 
objetivos organização, planejamento, redução das desigualdades, ampliação do acesso 
qualificado e existência de um sistema que respeite a todos. 
Planejamento → as esferas do governo são responsáveis por elaborar um plano de saúde, 
atualizando e definindo uma proposta orçamentária. 
 
 
Caso 4 – Programas de atenção básica à saúde Marília de Lima 
 Atenção Básica: A Atenção Primária à Saúde no SUS 
 A relevância da Atenção Básica é uma tendência mundial e esse comportamento é confirmado 
no Brasil com a estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF) e do Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS). 
 A atenção primária é o mais importante componente do sistema de saúde, pois é a estratégia 
organizativa da atenção, definida pelos princípios e diretrizes da atenção generalizada, sem 
restrição a grupos de idade, gênero ou problemas de saúde; atenção acessível, integrada e 
continuada; trabalho em equipe; atenção centrada na pessoa e não na enfermidade; atenção 
orientada á família e à comunidade; atenção coordenada, incluindo o acompanhamento do 
usuário nos outros níveis de atenção, e apoio constante aos usuários nos aspectos relacionadosá saúde e bem estar. 
 As principais características da atenção primária à saúde (APS) são: 
 Constituir a porta de entrada do serviço; 
 Continuidade do cuidado; 
 Integralidade; 
 Coordenação do cuidado. 
 No Brasil, a organização da atenção básica está delegada à gestão municipal e os repasses 
dos recursos federais são automáticos, por meio do Piso da Atenção Básica (PAB), fixo e 
variável. Alguns Estados instituíram repasses específicos para o PSF e para o PACS, sejam de 
recursos diretos fundo a fundo, sejam pela da contratação de profissionais e cessão deles aos 
serviços instalados e geridos pelos municípios. É importente ressaltar que o crescimento e a 
consolidação do PSF estão intimamente ligados ao relevante papel dos municípios no processo 
de sua implantação. 
Os fundamentos da Atenção Básica: 
I. Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, 
caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com território 
adscrito de forma a permitir o planejamento e a programação descentralizada, e em 
consonância com o princípio da equidade; 
II. Efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: a integração de ações 
programáticas e demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, 
prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma 
interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de serviços; 
III. Desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população 
adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado; 
IV. Valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante 
de sua formação e capacitação; 
V. Realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte 
do processo de planejamento e programação; 
VI. Estimular a participação popular e o controle social. 
 
 
 
 O Histórico do PACS e do PSF 
 O Programa de Saúde da Família teve sua implantação iniciada em 1994, como um avanço no 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Naquela época realizava-se o repasse de recursos 
do PSF por meio de convênio entre a Fundação Nacional de Saúde e as secretarias municipais 
de Saúde. 
 A falta de um financiamento fixo justificou a inclusão de códigos específicos para o PSF, com 
valores diferenciados, na tabela do SAI/SUS, para alguns procedimentos realizados pelas 
equipes do PSF, como consultas médicas e visitas dos agentes comunitários de saúde. 
 Em 1998, com a implantação da NOB/SUS 01/96 e do Piso de Atenção Básica, institui-se a 
lógica de financiamento per capita para o PACS e o PSF, por meio do PAB variável. 
 A publicação do “Manual para Organização da Atenção Básica”, em 1998, foi outro passo na 
demarcação da importância da atenção básica para a organização dos sistemas de saúde. Para 
além do arcabouço jurídico legal, avançou-se na definição de responsabilidades e na estratégia 
organizativa. 
 Nesse documento, a Atenção Básica é destacada pela sua importância no processo de 
REORGANIZAÇÃO dos sistemas municipais de saúde, sendo definida como “um conjunto de 
ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de 
saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a 
reabilitação”. É importante destacar que o Manual contempla orientações sobre o repasse, 
aplicação, acompanhamento e controle dos recursos financeiros da Atenção Básica, repassados 
pelo MS. 
 Com a criação do Departamento de Atenção Básica (DAB), reforçou-se a importância 
É um modelo que privilegia o SER HUMANO EM RELAÇÃO À DOENÇA, E A 
COMUNIDADE EM RELAÇÃO AO INDIVIDUAL. Utiliza tecnologia de ALTA 
COMPLEXIDADE (muito conhecimento) e BAIXA DENSIDADE (equipamentos reduzidos 
com máxima resolubilidade). 
estratégica do Programa de Saúde da Família e buscou-se a integração de áreas técnicas e 
outros programas existentes relacionados à atenção básica. 
 Saúde da Família: uma estratégia de múltiplos objetivos 
 O PSF é colocado como uma alternativa para a organização de sistemas de saúde, segundo os 
princípios do SUS. A estratégia de Saúde da Família como forma de territorialização permite a 
demarcação de um espaço concreto de atuação da equipe de Saúde, tendo o núcleo familiar como 
base e unidade para o desenvolvimento de sua atuação. 
 Por sua capacidade de conhecer a realidade epidemiológica, utilizar as ferramentas 
informatizadas já disponíveis e traduzir temas para uma linguagem acessível à sua comunidade, é 
possível a construção de metas e pactos visando uma vida saudável e com saúde para os seus 
membros, com avaliação dos impactos produzidos a tempos determinados. 
 O PSF não é uma peça isolada do sistema de saúde, mas um componente articulado com todos 
os níveis. Dessa forma, pelo melhor conhecimento da clientela e pelo acompanhamento detido dos 
casos, o programa permite ordenar os encaminhamentos e racionalizar o uso da tecnologia e dos 
recursos terapêuticos mais caros. O PSF não isola a alta complexidade, mas a coloca 
articuladamente a disposição de todos. Racionalizar o uso, nesse sentido, é democratizar o 
acesso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O PSF representa tanto uma estratégia para reverter a forma que existia de prestação de 
assistência à saúde como uma proposta de reorganização da atenção básica como eixo de 
reorientação do modelo assistencial, respondendo a uma nova concepção de saúde não mais 
centrada somente na assistência a doença, mas, sobretudo, na promoção da qualidade de vida e 
intervenção nos fatores que a colocam em risco – pela interpretação das ações programáticas de 
uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações intersetoriais. Caracteriza-se pela 
sintonia com os princípios da universalidade, equidade da atenção e integralidade das ações. 
 Assim, ao encaminhar os pacientes com mais garantia de referência e menos desperdício, o 
Programa Saúde da Família amplia o acesso de todos aos benefícios tecnológicos. Por seus 
princípios, o PSF é, nos últimos anos, a mais importante mudança estrutural já realizada na saúde 
pública no Brasil. Junto ao Programa dos Agentes Comunitários de Saúde – com o qual se identifica 
cada vez mais – permite a inversão da lógica anterior, que sempre privilegiou o tratamento da 
doença nos hospitais. Ao contrário, promove a saúde da população por meio de ações básicas, 
para evitar que as pessoas fiquem doentes. Porém, se o programa restringir-se apenas à atenção 
básica, fracassará. 
 A aposta do Brasil é no SUS, na atenção integral e em todos os níveis de complexidade. Um 
dos principais objetivos é gerar novas prática de saúde, nas quais haja integração das ações 
clínicas e de saúde coletiva. Porém, não se pode conceber a organização de sistemas de saúde 
que conduzam a realização de novas práticas sem que, de forma concomitante, se invista em uma 
nova política de formação e num processo permanente de capacitação dos recursos humanos. 
 Para que essa nova prática se concretize, faz-se necessária a presença de um profissional com 
De acordo com a Portaria nº 7.508 de 2011 são as Portas de Entrada do SUS (PRIMEIRO 
CONTATO – serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS) os seguintes 
serviços: 
I. De atenção primária; 
II. De atenção de urgência e emergência; 
III. De atenção psicossocial; e 
IV. Especiais de acesso aberto. 
Vale a pena lembrar que essa Portaria também determinou os seguintes conceitos: 
Região de Saúde, Comissão Intergestores, Mapa de Saúde, Rede de Atenção à Saúde, 
Serviços Especiais de Acesso Aberto.visão sistêmica e integral do indivíduo, família e comunidade, um profissional capaz de atuar com 
criatividade e senso crítico, medialmente uma prática humanizada, competente e resolutiva, que 
envolve ações de promoção, de proteção específica, assistencial e de reabilitação. Um profissional 
capacitado para planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que respondam às reais 
necessidades da comunidade, articulando os diversos setores envolvidos na promoção da saúde. 
Para tanto, deve realizar uma permanente interação com a comunidade, no sentido de mobilizá-la, 
estimular sua participação e envolvê-la nas atividades – todas essas atribuições deverão ser 
desenvolvidas de forma dinâmica, com avaliação permanente, pelo acompanhamento de 
indicadores de saúde da área de abrangência. 
As atribuições básicas de uma equipe de Saúde da Família são: 
 Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas 
de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população está exposta; 
 Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância 
epidemiológica, nos diversos ciclos da vida; 
 Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso; 
 Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, 
buscando contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio 
da educação sanitária; 
 Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes 
na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas; 
 Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania, 
enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam; 
 Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho 
Municipal de Saúde. 
 
 A atenção básica e a NOAS/SUS 01/2001 
 A publicação da NOAS/SUS 01/01 reafirmou a priorização da Atenção Básica pelos gestores das 
três esferas de governo como essencial à organização dos sistemas de saúde e ao processo de 
regionalização, englobando um conjunto de ações que devem ser ofertadas em todos os municípios 
do país, independentemente de seu porte. 
 A ampliação da Atenção Básica proposta pela NOAS/SUS 01/01 definiu responsabilidades e 
ações estratégicas mínimas, de forma amplamente negociada entre os atores políticos e 
institucionais envolvidos na discussão, quais sejam: controle da Tuberculose, eliminação da 
Hanseníase, controle da Hipertensão, controle do Diabetes Mellitus, ações de Saúde Bucal, ações 
de Saúde da Criança e ações de Saúde da Mulher. Atualmente, acrescenta-se a eliminação da 
desnutrição infantil, a saúde do idoso, e a promoção da saúde as ações estratégicas. 
 Cobertura do PSF 
 
 1 médico da família. 
 1 enfermeiro. 
 1 auxiliar de enfermagem. 
 6 ACS. 
 Ampliada: + 1 dentista, 1 auxiliar de consultório dentário e 1 técnico de higiene bucal. 
 
 
 
 
Academia da saúde 
 O Programa Academia da Saúde foi instituído por meio da Portaria nº 719, de 7 de abril de 2011. 
Esse programa, inspirado por programas semelhantes em cidades como Recife, Curitiba, Aracaju 
e Belo Horizonte, que tiveram uma boa avaliação, surgiu como um meio para resolver ou, pelo 
menos, diminuir as questões de saúde vindas da Atenção à Saúde e da Vigilância da Saúde da 
época. Essas questões eram: 
- A necessidade de corresponsabilidade na produção do cuidado; 
- Importância da multiprofissionalidade; 
- Necessidade de ações de prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis. 
 Foi a partir dessas questões que o Ministério da Saúde viu a necessidade de se criar um 
Programa que estivesse focado em práticas corporais e atividade física, promoção da alimentação 
saudável, mobilização da comunidade, educação em saúde, práticas artísticas e culturais, 
produção do cuidado e de modos de vida saudável, práticas integrativas e complementares, e 
planejamento e gestão. Esses são os eixos norteadores da implementação dos polos da Academia 
da Saúde, que são espaços públicos dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais 
qualificados. 
SAMU 
 É um serviço que procura chegar precocemente às pessoas acometidas por agravos de urgência 
de natureza clínica, cirúrgica, traumática e/ou psiquiátrica, que posam levar ao sofrimento, sequelas 
e até mesmo à morte, acessado pelo número nacional gratuito de urgências médicas: 192. 
 Dependendo do nível de prioridade da urgência, o médico regulador pode determinar que se 
desloque até o local do evento uma ambulância com médico e enfermeiro ou uma ambulância com 
profissional técnico em enfermnagem. O SAMU foi escolhido como componente estratégico de 
implementação da Política Nacional de Atenção às Urgências. 
UPINHA 24H, UPINHA, UPAE 
 As unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h são estruturas de complexidade intermediária 
entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, onde em conjunto com 
estas compõe uma rede organizada de Atenção ás Urgências. São integrantes do componente pré-
hospitalar fixo e devem ser implementadas em locais/unidades estratégicos para a configuração 
das redes de atenção à urgência, com acolhimento e classificação de risco em todas as unidades, 
em conformidade com a Política Nacional de Atenção ás Urgências. 
Farmácia Popular 
 Trata-se de uma política pública com o objetivo de ampliar o acesso da população a 
medicamentos essenciais. O acesso aos benefícios é assegurado mediante apresentação de 
receituário médico ou odontológico. Quando não for possível a aquisição no meio público, deve se 
buscar a complementaridade no mercado privado, dando prioridade aos medicamentos genéricos. 
 A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) é o orgão do governo responsável pela execução do 
programa. 
 Campanha “A Saúde não Tem Preço” – foi lançada no dia 03/02/2011, pela Presidente Dilma 
Roussef, com o objetivo de disponibilizar, gratuitamente medicamentos indicados para o tratamento 
de hipertensão e diabetes nas farmácias e drogarias credenciadas no Programa “Aqui tem farmácia 
popular”. 
HumanizaSUS 
Tem o objetivo de efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, 
assim como estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção 
de saúde e a produção de sujeitos. Queremos um SUS humanizado, comprometido com a defesa 
da vida e fortalecido em seu processo de pactuação democrática e coletiva. 
Princípios: 
 Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde; 
 Transcersalidade; 
 Autonomia e protagonismo dos sujeitos. 
Objetivos: 
 Ampliar as ofertas da Política Nacional e Humanização aos gestores e aos conselhos de 
saúde, priorizando a atenção básica/ fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de 
urgência e universitários; 
 Incentivar a inserção de valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos 
conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil; 
 Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e 
produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições. 
Brasil Sorridente 
 As principais linhas de ação do Brasil Sorridente são a reorganização da Atenção Básica em 
saúde bucal (principalmente por meio da estratégia Saúde da Família), a ampliação e qualificação 
da Atenção Especializada (através, principalmente, da implantação de Centros de Especialidades 
Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias) e a viabilização da adição de flúor 
nas estações de tratamento de águas de abastecimento público. 
CAPSÉ o programa estratégico para Reforma Psiquiátrica Brasileira. Visam substituir os hospitais 
psiquiátricos. Tem como funções: 
 Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as interações em 
hospitais psiquiátricos; 
 Promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações 
intersetoriais; 
 Regular a porta de entrada de rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação 
e dar suporte à saúde mental na rede básica. 
Melhor em Casa 
 Foi um programa recentemente criado pelo Ministério da Saúde com a função de promover o 
atendimento domiciliar de pessoas com a necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes 
crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica, por exemplo. 
 O atendimento será feito por equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente por médicos, 
enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta. Outros profissionais (fonoaudiólogo, 
nutricionista, odontólogo, psicólogo e farmacêutico) poderão compor as equipes. Cada equipe 
poderá atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente. 
 O programa também ajudará a reduzir as filas nos hospitais de emergência, já que a assistência, 
quando houver a indicação médica, passará a ser feita na própria residência, desde que haja o 
consentimento da família. 
 É um programa 100% financiado pelo Ministério da Saúde. 
PMAQ 
 “O PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) 
tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção 
básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente de 
maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à 
Atenção Básica em Saúde. 
Resumidamente, o PMAQ tem por objetivo: 
 Induzir a Ampliação do Acesso. 
 Melhorar a Qualidade da Atenção Básica. 
 Criar um Padrão Nacional de Qualidade. 
 
 O PMAQ é um recurso financeiro em dinheiro que é repassado aos municípios e que é financiado 
pela modalidade PAB variável. O Governo Federal não obriga o Gestor Municipal a fazer a Adesão 
ao PMAQ, mas não há Gestor que não queira participar. 
S.O.S. Emergência 
 É um trabalho em conjunto do governo federal, estados, municípios e gestores hospitalares para 
enfrentar as principais necessidades dos hospitais de grande porte, que são referência regional e 
de grande demanda diária. Tem como objetivo melhorar a gestão, qualificar e ampliar o acesso aos 
usuários em situações de urgência, reduzir o tempo de espera, e garantir atendimento ágil, 
humanizado e com acolhimento. 
 
Caso 5 – Redes prioritárias de atenção à saúde Marília de Lima 
 A rede de atenção à saúde temática deve se organizar a partir da necessidade de 
enfrentamentos de vulnerabilidades, agravos ou doenças que acometam as pessoas ou as 
populações. 
 Após pactuação tripartite, em 2011, foram priorizadas as seguintes redes temáticas: 
 • Rede Cegonha, que tem um recorte de atenção à gestante e de atenção à criança até 24 
meses. 
 • Rede de Atenção às Urgências e Emergências. 
 • Rede de Atenção Psicossocial (com prioridade para o Enfrentamento do Álcool, Crack, e 
outras Drogas). 
 • Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas: iniciando-se pelo câncer (a partir da 
intensificação da prevenção e controle do câncer de mama e colo do útero). 
 • Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. 
 
 Todas as redes também são transversalizadas pelos temas: qualificação e educação; 
informação; regulação; e promoção e vigilância à saúde. 
 
Rede cegonha 
A Rede Cegonha é uma rede de cuidados que assegura: 
 
 • às mulheres: o direito ao planejamento reprodutivo, a atenção humanizada à gravidez, parto, 
abortamento e puerpério. 
 • às crianças: direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
 
Tem como objetivos: 
 • Novo modelo de atenção ao parto, nascimento e à saúde da criança. 
 • Rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade. 
 • Redução da mortalidade materna e neonatal. 
 
Diretrizes da Rede Cegonha: 
 1. Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da 
qualidade do PRÉ-NATAL. 
 2. Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro. 
 3. Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao Parto e nascimento. 
 4. Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade. 
 5. Garantia da ampliação do acesso ao planejamento produtivo. 
Rede de Atenção às Urgências e Emergências: Saúde toda Hora 
 Buscando sempre o acolhimento com classificação de risco e resolutividade, a organização da 
Rede de Urgência e Emergência (RUE) tem a finalidade de articular e integrar todos os 
equipamentos de saúde com o objetivo de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral 
aos usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e 
oportuna. 
 São componentes e interfaces da Rede de Atenção às Urgências e Emergências: 
 • Promoção e prevenção. 
 • Atenção primária: Unidades Básicas de Saúde; 
 • UPA e outros serviços com funcionamento 24h; 
 • SAMU 192; 
 • Portas hospitalares de atenção às urgências – SOS Emergências; 
 • Enfermarias de retaguarda e unidades de cuidados intensivos; 
 • Inovações tecnológicas nas linhas de cuidado prioritárias: AVC, IAM, traumas; 
 • Atenção domiciliar – Melhor em Casa. 
Rede de atenção psicossocial (RAPS) 
 São diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial: 
 • Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da 
cidadania. 
 • Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde. 
 • Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência 
multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar. 
 • Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado, 
com participação e controle social dos usuários e de seus familiares. 
 • Organização dos serviços em RAS regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais 
para garantir a integralidade do cuidado. 
• Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com transtornos 
mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas. 
 
 Buscando a construção de serviços diferentes para as diferentes necessidades, elenca-se 
como Eixos Estratégicos para Implementação da Rede: 
 1. Eixo 1: Ampliação do acesso à rede de atenção integral à saúde mental. 
 2. Eixo 2: Qualificação da rede de atenção integral à saúde mental. 
 3. Eixo 3: Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação. 
 4. Eixo 4: Ações de prevenção e de redução de danos. 
 
 A operacionalização da RAPS está sendo iniciada nas regiões priorizadas no Plano de 
Enfrentamento ao Crack (“Crack, é possível vencer”). As ações de saúde do Plano de 
Enfrentamento ao Crack, Álcool e Outras Drogas estão inseridas no âmbito da formação da 
RAPS. As ações de saúde (eixo cuidado) do Plano estão articuladas com ações de assistência 
social, prevenção, formação e segurança (polícia comunitária) coordenadas entre União, Estados 
e Municípios. 
 Em 2012, foram realizadas visitas do Ministério da Saúde a todos os estados da federação 
para pactuação da RAPS e instituição dos grupos condutores com gestores estaduais e 
municipais. 
 
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas 
 Diante do desafio de ampliar a promoção da saúde, a prevenção de doenças e de qualificar o 
cuidado às pessoas com doenças crônicas, o MS elaborou, entre outras ações, o Plano de Ações 
Estratégicas para o Enfrentamentodas Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, 
2011-2022. 
 Esse plano objetiva promover o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas 
efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o cuidado das 
DCNT e seus fatores de risco e fortalecer os serviços de saúde voltados às doenças crônicas. No 
terceiro componente do plano, cuidado integral, insere-se a construção da Rede de Atenção à 
Saúde (RAS) das Pessoas com Doenças Crônicas. 
 Ciente da necessidade de reestruturação da atenção às pessoas com doenças crônicas, 
instituiu-se a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS), a partir da publicação da Portaria MS/GM Nº 483, de 1º de abril de 2014 
 A Rede tem como objetivo fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o 
cuidado às pessoas com doenças crônicas; garantir o cuidado integral às pessoas com doenças 
crônicas; impactar positivamente nos indicadores relacionados às essas doenças; contribuir para 
promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento desses agravos e suas 
complicações. Dessa forma, a implantação dessa Rede pretende suscitar mudanças na atenção à 
saúde das pessoas com doenças crônicas, dentre elas, o câncer. 
 Nesse momento, o foco da Rede está em quatro temas, por serem epidemiologicamente mais 
relevantes, são eles: 
 - as doenças renocardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e 
insuficiência renal crônica), 
 - a obesidade, 
 - o câncer, 
 - as doenças respiratórias. 
 O elemento essencial para garantir a qualidade da atenção a essa população é a mudança no 
processo de trabalho das equipes em todos os pontos de atenção, desde a atenção básica 
passando pela especializada, pela urgência e pelo cuidado hospitalar e domiciliar. Esse processo 
implica a incorporação de tecnologias e de gestão do cuidado para atenção integral e longitudinal 
e também a articulação de ações e serviços para a constituição de linhas de cuidado em toda a 
rede. 
 As primeiras diretrizes de organização do cuidado dessas pessoas (finalidade, objetivos, 
composição, diretrizes clínicas gerais, indicadores, responsabilidades de cada ponto de atenção do 
sistema e suas pactuações) foram elaboradas considerando contribuições de setores 
especializados e da sociedade em geral. 
 
Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência 
 Objetivos da rede: 
 • Ampliar o acesso e qualificar atendimento às pessoas com deficiência no SUS, com foco na 
organização de rede e na atenção integral à saúde, que contemple as áreas de deficiência 
auditiva, física, visual, intelectual e ostomias. 
 • Ampliar a integração e articulação dos serviços de reabilitação com a rede de atenção primária 
e outros pontos de atenção especializada. 
 • Desenvolver ações de prevenção de deficiências na infância e vida adulta. 
 
Componentes da Rede de Reabilitação: 
 1. CER - Centro Especializado em Reabilitação. 
 2. Oficinas Ortopédicas: local e itinerante. 
 3. Centros-Dia. 
 4. Serviços de Atenção Odontológica para Pessoas com Deficiência. 
 5. Serviço de Atenção Domiciliar no âmbito do SUS. 
 6. Atenção Hospitalar. 
 Saúde suplementar no Brasil 
 Atualmente temos as seguintes categorias saúde suplementar (principais): As medicinas de 
grupo (mais frequente), autogestão, seguradoras, cooperativa médica e filantropia. 
Veja como elas funcionam: 
 Autogestão: são os planos próprios patrocinados ou não pelas empresas empregadoras, 
constituindo um segmento não comercial do mercado de planos e seguro. Os planos 
próprios das empresas tanto podem administrar programas de assistência médica 
para seus funcionários (autogestão), como podem contratar terceiros para administrá-
los (planos de administração); no primeiro caso, não existem intermediários entre o 
usuário (empregados e dependentes) e o prestador de serviços de saúde, e as empresas 
administram programas de assistência diretamente, ou via Caixas e Fundações. Estes 
planos adotam regimes de credenciamento (convênios) ou de livre escolha (reembolso). A 
empresa que implanta o sistema de autogestão, ou de planos administrados, estabelece o 
formato do plano, define o credenciamento dos médicos e dos hospitais, estabelece 
carências e as coberturas. 
 
 Cooperativas de trabalho médico – UNIMED’S: são organizadas segundo as leis do 
cooperativismo. Nessas, os médicos (e outros profissionais de saúde) cooperados são, 
simultaneamente, sócios da cooperativa e prestadores de serviço, e recebem pagamento 
proporcional ao tipo e ao volume do atendimento, acrescido de um valor que procede 
do rateio do lucro final das unidades de um dado município. A vinculação dos usuários 
se faz mediante pré-pagamento e planos individuais, familiares e empresariais. 
 
 Seguradoras: vinculadas ou não a bancos, representam a modalidade empresarial mais 
recente no mercado de assistência médica suplementar. Esse segmento utiliza-se do custo 
da saúde para o cálculo das prestações dos planos e realiza uma seleção de riscos mais 
rigorosa, dado que se referenciam na lógica securitária. 
 
 
 
 
 
O ponto principal da seguradora é que, se o usuário ultrapassar o 
limite de créditos e serviços estabelecidos, ele pagará pelo que foi 
gasto. Em resumo, a seguradora garante serviços e um 
determinado valor x, quando ultrapassado o limite, é 
responsabilidade do usuário quitar com a dívida. 
 As medicinas de grupo: essas empresas, em sua maioria, não dispõem de serviços 
próprios e, predominantemente, contratam serviços médicos de terceiros; sua estrutura inclui 
o credenciamento de médicos, de hospitais e de serviços auxiliares de diagnóstico e de 
terapêutica. O acesso dos segurados a estes serviços está vinculado ao pré-pagamento de 
planos de empresas, e de planos individuais e familiares, com diferentes níveis de 
cobertura e de qualidade de serviço. O contratante paga antecipadamente pelos serviços de 
assistência médica e tem direito à cobertura dos eventos dos eventos previstos no contato; 
a cobertura pode dar-se tanto por intermédio de serviços próprios do contrato quanto através 
de uma rede conveniada, caso em que o contratado remunera os serviços profissionais e 
hospitalares prestados ao segurado. 
 
 Filantropia: aqui lidamos com entidades sem fins lucrativos, mas que operam em planos 
privados de assistência à saúde. Para isso tem que ser certificadas como entidade 
filantrópica junto ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e declaradas de 
utilidade pública junto ao Ministério da Justiça ou junto aos órgãos dos Governos Estaduais 
e Municipais. 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
O que é o SUS – FioCruz 
SUS - Antecedentes, percursos, perspectivas e desafios – Zenaide Neto Aguiar 
Resumo de Marcela e Pedro, monitores da Faculdade Pernambucana de Saúde 
(FPS)

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