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Mariana Márcia Rezende da Costa ● ● ● O Movimento Modernista no Brasil ● ● ● 2 1 O MOVIMENTO MODERNISTA – contexto econômico, social e político No Brasil, o século XX foi um período de grandes transformações. No seu início, a economia brasileira ainda se apoiava nas atividades agrárias, sustentada principalmente pelo cultivo de café (cerca de 80% da produção mundial), além da extração da borracha. Vigorava a política do “Café com Leite” (eixo econômico São Paulo – Minas Gerais), que fortalecia as oligarquias rurais e as mantinha no poder. O desenvolvimento do país era ditado pelas necessidades dessas fontes de riqueza e foi assim que surgiram as ferrovias para facilitar o seu escoamento, o urbanismo e o trabalho assalariado. As primeiras fábricas começaram a ser instaladas no país e pertenciam aos grandes fazendeiros. Houve grande preocupação com as políticas de saúde pública, como as lideradas por Oswaldo Cruz, cujo objetivo era acabar com os focos de transmissão de doenças, como ratos e mosquitos. Sistemas de esgoto e abastecimento de água foram criados. A energia elétrica foi instalada e o tráfico foi modernizado por bondes. Muitas casas e cortiços foram derrubados e foi proibida a circulação de porcos e vacas nas cidades. (BRAICK; MOTA, 2012): É nesse período que os grandes edifícios públicos e avenidas foram construídos, visando embelezar e dar a cidade, o ar de moderna e cosmopolita. No Rio de Janeiro foi construído o Theatro Municipal (1909) e diversos palacetes e em São Paulo, a Avenida Paulista (1900), o atual edifício da Estação da Luz (início do século) e também seu Theatro Municipal (1911). As construções tinham o estilo art nouveau (“arte nova”) da Belle Époche. Era artística e cultural desenvolvida na França e copiada no Brasil, que valorizava os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas, dos animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa. 3 Figura 1 – Inauguração do Teatro Municipal de São Paulo (1911) O país tinha um percentual de aproximadamente 75% de analfabetos no início do século e mantinha uma dependência cultural de modelos europeus, importando e valorizando apenas modelos de conduta e artes internacionais, já que o governo buscava se distanciar de tudo o que lembrava a época do Império. A sociedade era fortemente moralista e repressora, principalmente com as mulheres. O progresso do país fez crescer a demanda por mão de obra, o que atraiu imigrantes europeus e asiáticos, já que faltava trabalho em seus países devido às guerras vivenciadas, à automação do trabalho provocada pela Revolução Industrial e o ideal dos próprios de colonizar terras, no intuito de se tornar donos delas. Eles trabalhavam nas zonas rurais, no cultivo de café e/ou nas áreas urbanas, como operários. O governo brasileiro fez grande propaganda sobre a possibilidade de prosperidade no país e a elite acreditava que a vinda dos mesmos ajudaria a embranquecer a sociedade, o que ajudou a fortalecer mais ainda a discriminação social e racial com negros e índios. (CORK; FARTHING, 2011) A cidade de São Paulo foi a que recebeu o maior número de imigrantes e consequentemente, diversificou muito a sua população, porém de forma Fonte: Site São Paulo para curiosos 4 segregadora. De um lado os “barões do café”, os comerciantes e os burgueses e de outro, os estrangeiros, negros e nordestinos, que formavam a classe operária. Figura 2 – Cartaz da propaganda prometendo terra e abundância no Brasil, entre 1880 a 1930 Apesar do progresso no país, a participação política era restrita às elites e à população mais pobre era marginalizada e excluída. Surgiram às favelas, as jornadas de trabalho variam de 10 a 14 horas por dia, sem férias, aposentadoria e descanso semanal. O ambiente de trabalho era insalubre, com pouca iluminação e ventilação, as crianças trabalhavam e assim como as mulheres, recebiam menos que os homens. Fonte: Blog História de São Paulo “Na América – Terras no Brasil para os italianos Navios em partida todas as semanas do porto de Gênova. Venham construir os seus sonhos com a família. Um país de oportunidade. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês poderão ter o seu castelo. O governo dá terras e utensílios a todos.” 5 Figura 3 – Morro da Providência - RJ (início do século XX) – Primeira Favela do Brasil No início dos anos 20 a política do “Café com Leite” começava a ser questionada por vários setores da população, principalmente pelas camadas médias, operários, grupos ligados a indústria e jovens oficiais do exército (Movimento Tenentista). Esses grupos desejavam o voto secreto, o incentivo a indústria, a ampliação da educação pública e o fim da corrupção na política. Com a crise de 1929, as exportações de café caíram drasticamente, já que a renda e o consumo do produto diminuem em todo o mundo. Quase já não existe demanda, os estoques aumentam e os preços despencam. O país contrai novos empréstimos internacionais para que o governo compre a produção excedente de café, que apesar de ajudar a minimizar os prejuízos dos fazendeiros, não consegue recuperar a economia, a conta não é paga e a dívida externa não para de crescer. O proletariado luta pelos seus direitos e por melhores condições de vida, diversas greves irromperam em busca por melhores salários, carga horária de trabalho reduzida e reconhecimento dos direitos trabalhistas. Fortaleceram-se as posições socialistas e anarquistas. Os primeiros defendiam a união dos trabalhadores em torno de um partido político e os anarquistas propunham a extinção imediata do estado e da propriedade privada. O partido Comunista é criado. Fonte: Site A História 6 Houve um levante de movimentos sociais como o Tenentista, o Cangaço no Nordeste, o Movimento Operário em São Paulo, Revoluções, dentre outros. O enfraquecimento da oligarquia cafeeira somado as pressões e conflitos populares deslocaram o foco do poder do eixo SP-MG, elegendo em 1930, o presidente gaúcho, Getúlio Vargas, encerrando assim o período da República Velha. (CORK; FARTHING, 2011) 1.2 O Movimento Modernista: definição e características O Modernismo no Brasil foi um conjunto de tendências artísticas do século XX que buscou lançar um novo olhar para a realidade do país, reinterpretando-a a fim de criar uma autêntica identidade nacional, fiel ao seu povo, costumes e características. O movimento resulta da quebra de paradigmas e dos valores tradicionais. No Brasil, o Modernismo equivale ao Futurismo Italiano e ao Expressionismo Alemão. Com o movimento nasce o desejo de redescobrir o Brasil pobre, ignorado, doente e esquecido, há uma resignificação da miséria e do atraso social pela arte, que se propôs a abordar os problemas sociais através da denúncia, do protesto, da documentação e crítica da desigualdade social, dos conflitos, da pobreza e exclusão política e social do povo. Buscou-se a expressão livre e a tendência em transmitir, sem embelezamentos tradicionais do academicismo, a emoção e a realidade do país. A linguagem utilizada era coloquial, mais próxima do falar brasileiro para que a arte também se aproximasse dele. 7 Os dois “Brasis” Foi um movimento que se propôs a romper com o passado, com o status quo das coisas, com o conhecido. Ele busca se libertar esteticamente, experimentaro novo e fazer uma arte independente. A grande proposta do movimento era “ver com olhos livres”, ou seja, sem limitações e/ou fórmulas pré-fabricadas. Isso foi feito através da valorização das culturas regionais, pela marcação da estética literária do Naturalismo, pela mistura de estilos e pelo recurso crítico da valorização do prosaico e do humor, que tornava mais leve a atmosfera sobrecarregada dos acadêmicos. Vários campos das artes (literatura, pintura, arquitetura, escultura, dentre outros) promoveram um intercâmbio de ideias e técnicas. Como principais características do Modernismo, temos: Civilizado Politizado Refinado O negro O funcionário público Os excluídos Brasil Urbano Brasil da Marginalização Urbana 8 2 FASES DO MOVIMENTO MODERNISTA O Modernismo se dividiu entre três fases, cada uma com suas peculiaridades e contribuições para a diversificação da arte e rompimento com os padrões estéticos e sociais de sua época. Mas antes de seu surgimento, houve um período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo do século XIX e o Modernismo, denominado de “Pré-Modernismo”. Esse período não pode ser considerado uma escola literária, mas sim um precursor das ideias modernistas no país, que incorporaram muitos conceitos do Futurismo, este já um movimento literário e artístico iniciado em 1909 por Felippo Marinetti, poeta italiano, cujas principais características foram: Desvalorização da tradição e do moralismo; Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico; Defesa de uma ligação entre as artes plásticas e o mundo moderno; Propaganda como principal forma de comunicação; - Rompimento com as estruturas do passado - Caráter anárquico e destruidor - Sem enfeites e rebuscamento; a simplicidade - Tipos humanos marginalizados: nordestino, caipira, suburbano - Nacionalismo - Pesquisa através da volta as origens - Liberdade formal - Consciência nacional - Tentativa de criar uma língua brasileira: a língua falada nas ruas pelo povo - Valorização do índio-autêntico brasileiro - Abstenção de uma postura sentimentalóide - Literatura brasileira repensada através da parodia e do humor - Nacionalismo crítico x utópico - Preocupação com a observação e análise crítica da sociedade Características do Modernismo 9 Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias; Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade; Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo; 2.1 Primeira fase (1922-1930) Inicia-se com a Semana de Arte Moderna em 1922 e também é chamada de “Fase Heroica”. Essa fase se caracteriza por ser a mais radical, com tentativas de solidificar o movimento, divulgar as obras e ideias modernistas e por um grande compromisso dos artistas com a renovação estética e a ruptura com o passado. Os artistas se inspiram nas grandes vanguardas europeias como o futurismo, o surrealismo e o cubismo. Existe uma forte postura Nacionalista, que se apresenta em duas vertentes: Nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade, identificado politicamente com a esquerda; Nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes de extrema direita. Busca-se nessa fase, romper com o tradicionalismo, principalmente na linguagem, através da liberdade formal, da valorização do cotidiano, reescritura de textos do passado, dentre outros. Foi também nesse período que surgiram os grupos de movimento modernista, as publicações de revistas e os manifestos. Revistas São Paulo capital: Klaxon (1922), Terra Roxa e Outras Terras (1927), Revista de Antropofagia (1928); Rio de Janeiro capital: Estética (1924); 10 Minas Gerais: A Revista (Belo Horizonte - 1925), Verde (Cataguazes - 1927) Manifestos Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) Criado por Oswald de Andrade, esse movimento propunha uma poesia construída com base numa revisão crítica de nosso passado histórico e cultural, com valorização das riquezas do país e de suas diversas realidades. Propõe a criação de uma língua brasileira, a síntese, o equilíbrio e a surpresa. Manifesto Regionalista (1926) O grupo do Recife pregava a reabilitação da cultura regional nordestina e seu aproveitamento como motivo artístico. Manifesto Antropófago (1928) Construído por Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Raul Bopp pregava a assimilação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações. O nome remete aos rituais antropofágicos dos índios. Manifesto Nhenguaçu Verde-Amarelo (1929) Lançado por Plínio Salgado, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo, defendia um nacionalismo ufanista, valorizando os elementos nacionais sem qualquer influência europeia. Originou a escola da Anta, que tinha inclinações nazistas. Grupos São Paulo: Pau-Brasil, Antropófago, Verde-amarelo; Rio Grande do Sul: Grupos de Porto Alegre. 11 Pernambuco: Grupo Modernista-Regionalista de Recife. Exemplo das características nas criações Figura 4 - Preocupação do autor em valorizar nossas tradições e cultura Figura 5 - Referência à busca de uma linguagem brasileira Fonte: Fonte: Olympio: 1974, Rio de Janeiro, 13ª edição 12 Figura 6 - Quadro “Abaporu” (Aba = Homem / Poru = que come) – 1928 - de Tarsila do Amaral Técnica: óleo sobre tela Dimensões: 85 x 73 cm Localização: Acervo do Museo de Arte Latino Americano de Buenso Aires, Fundación Constantini, Argentina Semana de Arte Moderna A Semana de Arte moderna ocorreu na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922 (mas na verdade, durou apenas três dias), tendo como palco o Theatro Municipal de São Paulo. Contou com a participação de diversos escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos. Fonte: Site Prefeitura de São Paulo 13 Figura 7 – Catálogo e cartaz da Semana de Arte Moderna (autoria de Di Cavalcanti) A semana representou o ponto alto da insatisfação com a cultura vigente, submetida a modelos importados e a reafirmação da busca de uma arte verdadeiramente brasileira, marcando a emergência do Modernismo. O evento foi aberto ao público, que durante toda a semana pôde visitar o saguão do teatro e conferir uma exposição de artes plásticas com obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret, Ferrignac e Antonio Moya. Além da exposição, foram realizados saraus com apresentação de conferências, leitura de poemas, dança e música, participação dos escritores Graça Aranha, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, com execução de músicas de Ernâni Braga e Villa-Lobos. Entre os organizadores da Semana, estavam Mário e Oswald de Andrade. Fonte: Site Prefeitura de São Paulo 14 Figura 8 – Grupo organizador da Semana de Arte Moderna Por ser tão inovador, o evento recebeu duras críticas, pois no país ainda vigorava uma cultura conservadora,que respaldava o Parnasianismo. A Semana de Arte Moderna não teve grande repercussão, tampouco recebeu a devida atenção dos jornais da época, que se limitaram a dedicar poucas colunas em suas páginas sobre o evento e ainda se referindo de forma pejorativa. Figura 9 – Críticas dos jornais da época a Semana de Arte Moderna Fonte: Site Jornal GGN Fonte: Site Slide Share 15 A Semana de Arte Moderna significou o marco inicial do movimento modernista no Brasil. Embora influenciada pelas vanguardas europeias, o movimento estimulou escritores e artistas a criarem uma cultura com características nacionais, valorizando as raízes brasileiras e renovando o cenário cultural do país. 2.2 Segunda Fase (1930 a 1945) Nessa fase, o país ainda passa por uma recessão econômica causada pelo impacto das duas guerras mundiais, pela queda da bolsa de Nova Iorque e pelo avanço do nazifascismo. O Brasil passava por uma grande crise de desemprego, fábricas paralisavam, bancos faliam e a população estava assolada pela miséria e fome. Foi o início da Era Vargas e o fim da hegemonia política do café-com-leite. Getúlio incentivou à industrialização e a entrada de capital norte-americano no país, mas houve uma tentativa de Revolução, chamada Constitucionalista, em oposição ao governo de Vargas, formada praticamente pela oligarquia cafeeira, frustrada pela política econômica do governo, a qual apoiava a industrialização. (CORK; FARTHING, 2011) Em meio à instabilidade do país e o grande descontentamento das oligarquias rurais e o temor da burguesia quanto às agitações político-sociais e as constantes manifestações contrárias ao seu governo, Vargas resolveu iniciar a ditadura militar no Brasil, em 1937. Foi implantado o Estado Novo que permaneceu até 1945, quando Getúlio diante de pressões populares, renunciou ao cargo. O Brasil chegava à população de 41,1 milhões de habitantes em 1940, dos quais 56,2% eram analfabetos e o pessimismo estava presente em toda a sociedade, o que gerou uma inquietação que se refletiu nas expressões literárias, nessa fase os problemas sociais foram o foco da preocupação dos artistas. A literatura se voltou para a realidade social brasileira e sua prosa dividiu-se em três vertentes: a prosa regionalista que retratava o descaso do estado com o nordeste, a prosa urbana que mostrava os conflitos sociais e a relação do homem com o meio e com a sociedade e a prosa intimista, que se baseava em teorias freudianas, que refletiam sobre os conflitos íntimos dos homens. 16 Como principais características dessa fase, temos: Influência do realismo e romantismo; Nacionalismo, universalismo e regionalismo; Denúncia da realidade social, cultural e econômica (literatura politizada); Influência da psicanálise de Freud (Interpretar o Eu no mundo); Temática cotidiana e linguagem coloquial; Uso de versos livres e brancos (poesia) Exemplo das características nas criações Figura 10 – Verso livre e poesia sintética Figura 11 – Regionalismo e denúncia social na pintura e literatura Fonte: Site Kd Frases Fonte: Site Slide Share 17 Figura 12 - A poesia continuou adotando o verso livre, mas resgatou também formas como o soneto ou o madrigal sem que isso fosse necessariamente um retorno às estéticas do passado Principais autores e obras literárias da época em prosa Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Érico Veríssimo. Principais autores da época em poesia Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Mário Quintana, Murilo Mendes, Vinícius de Moraes (1913-1980), compositor, diplomata, dramaturgo e poeta. Fatos importantes Fonte: Site Slide Share – mostra cultural 18 Surgimento da editora José Olympio (1902-1990), que publicou os romancistas inovadores do Nordeste; Entre 1936 e 1944, o número de editoras brasileiras cresceu 50%; Em 1934 foi inaugurada a Universidade de São Paulo (USP), a primeira do Brasil, em 1935 a Universidade do Distrito Federal; 2.3 Terceira Fase (1945 a 1960) Essa fase começa a se instalar a partir de 1945 e dá novos rumos principalmente para a literatura brasileira. O grande marco desta data foi o término da 2ª guerra mundial e a morte de Mário de Andrade, um dos precursores do Modernismo no Brasil. Com sua morte, enceram-se também simbolicamente, as primeiras vanguardas do movimento. Uma nova constituição no ano de 1946 estabeleceu pactos sociais tidos como modernizantes e mais justos para o país, vivia-se um período democrático, cujo ápice ocorreu nos anos de governo do presidente Juscelino Kubitschek. (BRAICK; MOTA, 2012) A terceira geração modernista teve grande preocupação em consolidar a Literatura nacional através de elementos que reforçavam a identidade brasileira nas diferentes manifestações artísticas. Com o contexto político relativamente tranquilo em relação às gerações anteriores, o trabalho estético e linguístico ficou mais aflorado, os artistas, agora menos exigidos social e politicamente puderam explorar com maior afinco a forma literária, tanto na prosa quanto na poesia. Surgiu um novo princípio literário na poesia, alterando assim a antiga concepção sobre o gênero: a poesia era a arte da palavra, rompendo assim com o caráter social, político, filosófico e religioso, muito explorado pela poesia da geração de 1930. Muitos retomaram a estética parnasiana, outros buscaram uma linguagem sintética e precisa, dando continuidade à estética Na prosa nos deparamos com duas distintas vertentes: uma de denso vasculhar psicológico em que se mergulha em busca de profundezas do ser, representada na obra de Clarice Lispector e de Lygia Fagundes Telles e outra de 19 profunda reinvenção da linguagem, ambientada no espaço do Sertão, central na produção de Guimarães Rosa. (Nascimento, 2014). As características principais dessa fase são: Conhecida como a fase da “reflexão”; Volta ao passado: revalorização da rima, da métrica, do vocabulário erudito e das referências mitológicas; Passadismo, academicismo; Introdução de uma nova cultura internacional nas letras brasileiras; A prosa tanto no romance quanto nos contos busca uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva. A qual busca se fixar na crise do próprio indivíduo, em sua consciência e inconsciência; O regionalismo adquire uma nova dimensão, com Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja; Os poetas de 45 buscam uma poesia mais “equilibrada e séria”; A poesia fez até mais crítica social do que a prosa durante o período entre 1945 e 1965; Muitos poetas fazem uso insistente da metalinguagem, que se manifesta junto com a preocupação social e política. Exemplo das características nas criações Clarice Linspector: eclosão de uma prosa poética que reinventa os limites da produção literária Sim, quero a palavra última que também é tão primeira que já se confunde com a parte intangível do real, ainda tenho medo de me afastar da lógica porque caio no instintivo e no direto, e no futuro: a invenção do hoje é o meu único meio de instaurar o futuro. Desde já é futuro, e qualquer hora é hora marcada. Que mal porém tem eu me afastar da lógica? Estou lidando com a matéria-prima. Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estouem um estado muito novo e verdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo. Água Viva, Clarice Lispector (fragmento) 20 Guimarães Rosa: prosa regionalista, onde o poeta recria os costumes do sertanejo e a fala dos personagens por meio da linguagem regionalista, popular, coloquial “Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros - porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo - podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam. E estávamos conversando, perto do rego -bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor. Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma bris-brisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas.” (Grande Sertão: Veredas, 1956) Principais autores da época João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, João Guimarães Rosa, Ariano Suassuna, Lygia Fagundes Telles. 3 SEGMENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS EM QUE O MOVIMENTO MODERNISTA FOI MAIS ABRANGENTE Literatura (prosa e poesia); Pintura; Escultura; Música. 21 4 SEGMENTOS ARTÍSTICOS – Destaques Victor Brecheret (1894-1955) - escultor Nasceu em Farnese, Itália, no dia 15 de dezembro de 1894. Ficou órfão de mãe com dez anos de idade. Foi abrigado pelo tio materno Enrico Nanni e com sua família, veio para o Brasil, instalando-se em São Paulo, quando tinha dez anos de idade. Em 1912, Victor entrou para o Liceu de Artes e Ofício onde estudou desenho e modelagem. No ano seguinte viajou para Roma para aprender escultura. Permaneceu na Itália durante cinco anos, onde entrou em contato com os artistas de vanguarda. De volta ao Brasil, em 1919, montou seu ateliê no Palácio das Indústrias, num espaço cedido pelo arquiteto Ramos de Azevedo. No ano seguinte entrou em contato com Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, artistas do movimento modernista. Em 1921, Victor Brecheret recebeu a encomenda do governo de São Paulo para executar a escultura “Monumento às Bandeiras” para o Parque do Ibirapuera. Nesse mesmo ano foi para Paris, onde estudou com o escultor Brancusi. Mesmo ausente, participou da Semana de Arte 22 Moderna de 1922 com a exposição de vinte esculturas no saguão e corredores do Teatro Municipal de São Paulo. Ainda na Europa realizou diversas exposições nacionais e internacionais. De volta a São Paulo em 1932 torna-se sócio fundador da Sociedade Pró Arte Moderna (SPAM). Em 1941, Victor Brecheret vence o concurso internacional de maquetes para o “Monumento a Caxias”. Em 1946 esculpe a “Via Crúcis” para a capela do Hospital das Clínicas. Em 1951 foi premiado na I Bienal de São Paulo, como melhor escultor nacional. No dia 25 de janeiro de 1953 é inaugurado o “Monumento às Bandeiras”, em São Paulo. Faleceu em São Paulo, no dia 17 de dezembro de 1955. Características de suas obras Geometrização das formas; Assimilação de temas e características formais relacionadas às culturas indígenas; Expressou sua obra com manifestações vindas do construtivismo, expressionismo e cubismo, mas nunca chegando à abstração pura; Obras de destaque Figura 13 – Monumento às Bandeiras (1953) Fonte: Site Gshow 23 Instalado na Praça Armando Salles de Oliveira, no Ibirapuera em São Paulo, foi inaugurada em 25 de janeiro de 1953 - durante as comemorações do 399º aniversário da cidade. Com 12 metros de altura, 50 de extensão e 15 de largura, representa uma expedição bandeirante subindo um plano, com dois homens a cavalo. Uma das imagens representa o chefe português e a outra, o guia índio. Atrás deles, há um grupo formado por índios, negros, portugueses e mamelucos, que puxa a canoa das monções, usada pelos bandeirantes nas expedições pelos rios. As raças podem ser identificadas por detalhes nas estátuas: os portugueses apresentam barbas; as figuras nuas, com uma cruz ao pescoço são os índios catequisados. Figura 14 – Cabeça de Cristo / Cristo de Trancinhas – (1920) Obra bastante polêmica, composta por uma cabeça de cristo lânguido, fora dos padrões clássicos. A escultura foi adquirida por Mario de Andrade e o inspira pela ousadia, a criar seus primeiros versos modernistas de Paulicéia Desvairada. Fonte: Site Instituto de Estudos Brasileiros 24 Figura 15 – Depois do banho (1932) Importância no Movimento Modernista Foi o responsável pela direção inovadora, atualizando assim a escultura brasileira em relação aos níveis internacionais contemporâneos, também pela recusa do academismo, com esculturas estilizadas e de tensão dramática considerável. Suas obras dialogavam com informações do cubismo e das vanguardas europeias. Fonte: Site Blog Educativo da Performance 25 Cândido Portinari (1903-1962) – pintor Nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária. Desde criança, manifesta vocação artística. Entre 1906 e 1918, seus pais deixaram a fazenda e se estabeleceram em Brodowski como comerciantes. Portinari passou então a frequentar a escola, mas não foi além do terceiro ano primário. (PROJETO PORTINARI, 2004). Desde cedo Portinari foi educado ao ar livre, tanto para as brincadeiras quanto para o contato com o duro trabalho de colono nos cafezais da terra roxa. A fase de criança em Brodowski marcaria a vida e a obra portinariana, que nutria uma simpatia pelo homem do povo, pelo trabalhador braçal e pela cidadezinha caipira. (PEDROSA, 1981). Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes. “Em suas obras, o artista conseguia retratar as questões sociais sem desagradar ao governo de sua época. Como viveu no momento de efervescência do modernismo brasileiro, Portinari se aproxima de suas técnicas, no entanto, sua principal influência será o modernismo europeu - sem deixar de criar uma obra expressivamente brasileira em suas temáticas. 26 Inicialmente, a pintura de Portinari é influenciada pelo espanhol Zuloaga e pelos italianos do século 15, sobretudo Piero della Francesca. Quando foi à Paris, foi extremamente influenciado pela arte obra de Chagall. Em 1931, Portinari faz uma exposição na qual apresenta seus trabalhos fortemente influenciados pelo movimento muralista mexicano, revelando uma tendência à simplificação. Essa influência fez de sua pintura um importante instrumento de denúncia social. O artistabuscou inspiração nas secas do nordeste, a dura realidade de famílias nordestinas e os retirantes, acentuando o sofrimento. A partir de 1948, Portinari começa a revelar trabalhos mais expressionistas, acentuando as cores em suas pinturas, mas seu estilo é simplificado, influenciado pelo Cubismo, sobretudo por Picasso. (Site Obvius) Candido Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, quando preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão (Itália), vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava. Características de suas obras Temática social brasileira (denúncia social); Temas históricos; Influência expressionista, cubista e de Picasso; Uso de muitas cores, porém não chamativas; Obras de destaque Figura 16 – “Café” (1935) 27 Figura 17 – “Mural São Francisco” (1944) Figura 18 – “Mural Via Sacra” (1944) Fonte: Portal do Professor MEC Tela em que obteve seu primeiro reconhecimento internacional: a segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos. A pintura retrata uma cena da colheita típica de sua região de origem. 28 Figura 19 – “Guerra e Paz” (1952-1956) – Expostos na sede da ONU Guerra O primeiro painel se refere à guerra e deixa claro os sentimentos das pessoas durante um período como esse. Com poucos pontos de cor e tons sóbrios e frios, a pintura dá ao observador a sensação de desconsolo. As expressões das figuras presentes no quadro revelam medo, tristeza e desespero. Paz O segundo painel da obra, referente à paz, contrasta com o primeiro em todos os sentidos. Os tons utilizados por Portinari são mais amenos e transmitem alegria e tranquilidade. A presença de cores vivas, como o vermelho chamam a atenção do observador para a felicidade que emana da pintura, assim como as figuras representadas nele. Esse é o caso, por exemplo, do coral de crianças cantando e das mulheres dançando enquanto os homens jogam capoeira. Fonte: Site G1 Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, iniciou as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), destacando-se o mural “São Francisco” e a “Via Sacra”, na Igreja da Pampulha. 29 Importância no Movimento Modernista O artista colaborou para a luta pelo reconhecimento da nova forma de expressão artística, livre das receitas acadêmicas, rígidas, elitistas e conservadoras. Ele tratou de destacar figuras bem brasileiras, cercadas de simbolismo, tradição e cultura popular. Além disso, suas obras revelavam sua alma, suas indignações e seus sentimentos. Os personagens de seus quadros lhe eram familiares. Sendo assim, pode se dizer que o artista de Brodowski fez uma leitura bem peculiar do modernismo, com cores e deformações que marcaram e consagraram sua pintura. (Ana Carolina Arêdes, 2007). 5 A ARQUITETURA NO MODERNISMO Cada época ou momento histórico tem características específicas de tratamento do espaço livre urbano, no Modernismo novas formas de uso e de organização do espaço são criadas pela Arquitetura Paisagística da época, que reordenava de forma racionalista e funcionalista os espaços da cidade, fixando-se na valorização da realidade do país. As obras tinham como características o uso de formas geométricas definidas, pouca ou nenhuma ornamentação – a própria obra é considerada um ornamento na paisagem; separação entre estrutura e vedação, uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício, panos de vidro contínuos nas fachadas ao invés de janelas tradicionais e integração da arquitetura com o paisagismo com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de azulejo decorados, murais e esculturas. Foram destaque no Movimento moderno brasileiro Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Attilio Correa Lima, os irmãos Marcelo, Milton e Maurício Roberto, Paulo Mendes da Rocha e outros. 30 Figura 20 – Museu de Arte moderna da Pampulha. Foi criado para ser um cassino, mas em 1946, por causa da proibição dos jogos no país foi fechado e só voltou a ser aberto em 1957 como museu de Arte. Niemeyer abandona o funcionalismo exagerado dos ideais modernos e utiliza em suas obras formas curvas mais livres, que buscam a beleza, não um resultado final com base somente em sua função. Figura 21 – Edifício Niemeyer em Belo Horizonte – (1954) Fonte: Site Mais do que mais um Fonte: Acervo pessoal da aluna 31 Niemeyer se inspirou nas montanhas mineiras para fazer as curvas do edifício. A impressão que passa, para quem vê o edifício da Praça da Liberdade é a de que o prédio tem mais de 15 andares, sendo que na verdade, possui oito, graças à arte barroca e o ilusionismo. 6 O PAISAGISMO NO MODERNISMO O Paisagismo Moderno Brasileiro é regido por duas influências nítidas, a primeira – a obra isolada de Burle Marx e associados, com seu nacionalismo, representações geométricas e uso da vegetação nativa; a segunda – internacional, diretamente referenciada às obras da vanguarda paisagística norte-americana da costa Oeste, que sintetizadas pelos diversos profissionais resultam em obras de caráter extremamente particular, típicas da produção paisagística nacional da segunda metade do século XX. (Macedo, 2003) O processo de desenvolvimento do Paisagismo moderno no Brasil pode ser dividido em três etapas distintas, perpassadas em 53 anos. São elas: Etapa 1 (1937-1950): o projeto paisagístico moderno começa a se difundir no Brasil, com um tratamento inicial mais simples e tropicalista. A característica principal dos projetos residenciais buscam dar visibilidade as casas, pátios e jardim e por isso se utilizam da transparência. Neste momento, poucos são os projetos públicos, sobressaindo-se apenas o da Pampulha. Otávio Teixeira Mendes foi um grande paisagista da época, juntamente com Burle Marx. Destaque: Roberto Burle Marx 32 Enalteceu a utilização das espécies nativas e inovou o desenho dos jardins. Suas soluções incluem grandes manchas coloridas e outros recursos, como espelhos d'água, mosaicos portugueses, seixos e pedras. Imprime em suas criações um toque cênico, tirando partido da forma, cor, textura e luminosidade dos vegetais, com forte expressividade. Obras: Aterro do Flamengo - RJ Praça do Cristais - Brasília Pampulha – Belo Horizonte 33 Etapa 2 (1950-1960): o Paisagismo se expande com o crescimento e modernização urbana e arquitetônica do período, os projetos se tornam verticalizados e isolados no lote. Surge o primeiro parque urbano modernista do país – O Parque do Ibirapuera, em 1954 de Otávio Teixeira Mendes. Mostra-se como um projeto conservador, mas despojado de cenarizações e elementos pitorescos, ele mistura o bucolismo do passado com a simplicidade modernista. Surgem jovens arquitetos como Miranda Magnoli, Ayako Nishikawa, Rosa Liass em São Paulo e Fernando Chacel no Rio de Janeiro, que começam a conceber projetos de paisagismo para as residências e prédios. Destaque: O trabalho de Valdemar Cordeiro (artista plástico) em São Paulo, que apresenta uma visão tridimensional articulada, promovendo uma simbiose entreos planos vegetais arbóreos e arbustivos e um desenho de piso bastante geometrizado. (MACEDO, 2003). Os jogos cromáticos eram uma de suas marcas, assim como curvas e deslocamentos geométricos. Etapa 3 (1960-1989): Neste período, o projeto paisagístico de caráter europeu perde todas as atenções. Tanto em obras públicas como privadas, busca-se focar na atividade recreativa; a piscina se torna um ponto de referência, nos pátios aos poucos, vão sendo introduzidos plays grounds e quadras e nos espaços públicos também são introduzidos objetos de lazer. Destaque: Roberto Coelho Cardozo é considerado o fundador da "escola paulista de paisagismo", pois foi ele quem introduziu no curso de arquitetura da FAU/USP esta especialidade, visando consolidar a profissão. Adaptou-se a tropicalidade e exuberância da flora local, bem como às condições climáticas e ambientais. Para ele, o Paisagismo deve ser uma síntese entre a história natural e a reflexão artística. Entre seus traços peculiares estavam uma marcante geometrização - linhas retas, ângulos, polígonos e ainda semicírculos e curvas. 6 CONCLUSÃO O Movimento Modernista buscou através da renovação artística e cultural, reafirmar a identidade brasileira tal qual ela era, com todos os seus contrastes e 34 conteúdos, prezando pela demonstração da realidade vivenciada pelos que construíam o país. O movimento modernista rompeu com as normas e padrões dos modelos tradicionais da literatura e artes plásticas no século XIX, através da valorização da língua, do uso de temas de cunho nacional, folclórico e histórico, o que ocasionou uma oposição entre as classes sociais vigentes. Os ideais do período remetem ao desejo de autenticidade e essência do que é cotidiano e típico. A liberdade de criação e o rompimento com o passado cultural tradicionalista tanto promulgados e buscados pelos modernistas faziam parte do movimento subjetivo de ruptura do homem também com padrões sociais, políticos e psicológicos rígidos e conservadores da época, que segregavam e oprimiam a sociedade. Valores, posições sociais e comportamentos foram contestados. Esse movimento trouxe grandes legados para a sociedade brasileira, que repercutiram por muitas gerações e trouxeram conquistas significativas, como a permissão do voto feminino, o desenvolvimento intelectual no país com a criação de museus e jornais e o ativismo político com a criação de partidos e maior participação popular. REFERÊNCIAS A História: favelas do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.ahistoria.com.br/favelas-do-rio-de- janeiro/ Acesso em 21 de maio de 2016 AREDES, Ana Carolina M. Os traços modernistas da pintura de Candido Portinari. Revista de Artes e Humanidades. 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