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Trabalho O caso dos exploradores de caverna - Acórdão sentenciando o caso

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACÓRDÃO – O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA 
ADMINISTRAÇÃO– NOITE – TURMA I 
 
 
 
 
 
 
AMANDA AMORIM R.A 8159680 
NATHALIA DAS NEVES R.A 8102646 
EVANDRO MACIEL R.A 7983292 
ANDRÉ RIBEIRO R.A 8145881 
MAYARA MOREIRA R.A 8215555 
SIDNEI CARDOSO R.A 8232059 
REGIVALDO JUNIOR R.A 8064358 
AGATHA ALESSANDRA R.A 8210436 
 
 
RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO DOS MEMBROS DO GRUPO. 
 
Assim que o trabalho foi sugerido, foi esperado de cada membro atitudes positivas. 
Como líder do grupo, expus minhas expectativas e as fixei como metas. São elas: 
 Análise crítica do livro, 
 Disponibilidade; 
 Atenção; 
 Cooperação para com os membros do grupo; 
 Compromisso 
 Iniciativa 
 
Informo que todos os membros do grupo (Mayara Moreira, Nathalia das Neves, 
Evandro Maciel, André Ribeiro, Sidnei Cardoso, Regivaldo Junior, Agatha 
Alessandra) atingiram os pontos: Analise crítica do livro, disponibilidade, atenção e 
cooperação. 
Os quesitos compromisso e a iniciativa de todos foram parciais, pois tive que cobrar 
muito de todos, não observei autonomia e iniciativa de ninguém. 
O trabalho teve desempenho homogêneo. 
Sem mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação nº 000000-00.000.00, em que são 
apelantes MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO DE ESPELUNCOLOGIA, e apelado 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO; 
 ACORDAM, por maioria de votos, em 2ª Câmara de Direito Criminal do 
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "A reclusão máxima de 
20 anos por homicídio simples, prevista no Art. 121 do Código Penal, será revista e 
reduzida em um terço, totalizando quatorze anos de reclusão em regime fechado", 
de conformidade com o voto da Relatora, que integra este acórdão. 
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores AMANDA 
AMORIM (Relatora do Acórdão), NATHALIA DAS NEVES, MAYARA 
MOREIRA, SIDNEI CARDOSO, REGIVALDO JUNIOR, ANDRÉ RIBEIRO, 
EVANDRO MACIEL e AGATHA ALESSANDRA, sendo vencido(s) um (1) voto(s). 
 
São Paulo, 19 de maio de 2016. 
AMANDA AMORIM 
RELATORA 
 
 
 
 
 
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
Reconhecida a responsabilidade da morte de Roger Whetmore 
pelos apelantes – Negada a exclusão de ilicitude - Reconhecido 
Estado de necessidade – Reclusão reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os quatro membros da Associação de Espeluncologia, foram condenados pelo 
MM. Juiz de Direito da 2ª Vara do Júri a pena de 20 anos de reclusão, no regime inicial 
fechado, por infração ao artigo 121 do Código Penal: 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Irresignados, os quatro réus pleiteiam a redução da pena, sustentando que a 
decisão do tribunal foi iníqua, pois os apelantes encontravam-se em estado de 
perturbação em virtude da situação encontrada e não poderiam tê-la evitado. 
É O RELATÓRIO. 
Os cinco membros da Sociedade Espeluncologia (organização amadorística de 
exploração de cavernas) adentraram no interior de uma caverna rochosa. Quando 
estavam distantes da entrada, ocorreu um desmoronamento da terra, que obstruiu, 
completamente, a única saída da caverna. Não voltando dentro do tempo normal, os 
familiares dos exploradores advertiram a organização que encaminhou uma equipe de 
socorro ao local. 
No local, havia diversos tipos de profissionais: peritos, engenheiros, médicos, 
padres, pastores, figuras públicas e autoridades. 
 O trabalho de resgate foi extremamente difícil. A libertação da caverna só foi 
possível no trigésimo dia, contado a partir do início dos trabalhos de resgate. 
Com o auxílio de rádio a pilhas pertencente a Roger, foi possibilitada a comunicação 
com os profissionais lá presentes. Os apelados levantaram duas questões: 
 
I) Poderiam viver mais dez dias sem alimento? 
II) Se caso se alimentassem de carne humana, aumentariam as expectativas de 
sobrevivência? 
 O primeiro questionamento recebeu uma resposta relutante, mas, 
negativa. A segunda, também relutante, foi respondida que haveria grandes 
chances de sobrevivência na hipótese de consumo de carne humana. 
 
 Após isso, a comunicação foi interrompida e os exploradores decidiram 
sacrificar um dos cinco homens, para que a sobrevivência os outros quatro 
fosse garantida. Roger Whetmore propôs um sorteio para a escolha daquele 
que seria sacrificado. Antes do início do jogo, Whetmore desistiu de 
participar e sugeriu que aguardassem mais uma semana, para refletir tal 
decisão. Seus companheiros o acusaram de traição e procederam ao 
lançamento dos dados e, quando Roger jogou os dados, foi sorteado. Assim, 
Roger foi sacrificado e sua carne serviu de alimento para os quatro homens. 
 
Estes são os fatos. 
VOTO 
Acredito que não podemos ser restritos à nossa legislação e observar o direito 
meramente como norma, mas sim, vê-lo como direito que transcede a lei em busca de 
justiça, que não se contenta apenas em caracteres legais, e sim como os princípios e 
fatos ligados ao homem. 
Gostaria de pontuar sobre a finalidade das leis penais. A lei tem um caráter 
preventivo, ou seja, a penalidade tem o fim de evitar delitos para que a sociedade viva 
em harmonia. Mas a situação relatada teria alguma forma de prevenção? 
Veja. O direito positivo pressupõe a coexistência humana, ou seja, molda as leis 
considerando que seja possível a convivência harmônica entre as pessoas. Os acusados 
encontravam-se presos na caverna, fora de sociedade e sem fonte alimentícia, e a única 
fonte possível seria o consumo da carne humana, conforme questionado pelos 
exploradores e respondido pelos profissionais ali presentes. Assim, a possibilidade de 
convivência harmônica entre as partes tornou-se remota. 
 O fato é que o indivíduo não possui na sua essência o verdadeiro altruísmo. Este 
figura apenas no imaginário de cada um, mas na prática, e, sobretudo, nos momentos 
em que a solidariedade deve ser aflorada as pessoas não pensam duas vezes em se 
proteger seus bens (vida), ainda que para isso tenham que sacrificar um inocente, 
mesmo que seja possível, por um lapso de tempo, pensar em uma alternativa. 
Destarte, posso afirmar que não se trata de um caso ordinário de homicídio, é um 
caso especial com fulcro na lei natural, e carece de uma análise além de nossas leis 
positivas para que possamos aplicar justa e corretamente as penalidades. 
Primeiro ponto. 
Houve um acordo estabelecido entre as partes, e a condição seria o sacrifício de 
algum dos cincos acordados. Eles estabeleceram uma “lei” própria deles, na ausência de 
qualquer autoridade para orientar o rumo de qualquer um. Whetmore sugeriu o jogo de 
dados para sortear o sacrificado, e na hora que eles iriam jogá-los, Whetmore desistiu, 
rogando mais uma semana para reflexão, mas os acusados não aceitaram a quebra do 
acordo e o mesmo não se manifestou quando jogaram os dados por ele. Assim, sendo 
ele o sorteado, foi executado. 
A suposição de ilegalidade no acordo por eles feito deve ser descartada. Pois as 
regras ali estavam estabelecidas por eles apenas e não houve nenhum ente soberano que 
pudesse intervir, e tampouco oficializaram o acordo por algum contrato escrito. 
Portanto, seria inválido julgarmos o caso embasando-se nesse argumento. 
Segundo ponto. 
Os réus encontravam-se em estado de necessidade, determinado pelo art.24 do 
código penal: 
“Considera-se emestado de necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se. 
I) Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
II) Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços.” 
Como supracitado acima, os réus não tinham nenhuma fonte alimentícia e 
alternaram por sacrificar Whetmore pelo acordo feito. 
Mas, antes do acordo ter sido consolidado, interrogaram aos médicos se seria 
possível sobreviver mais ao consumir carne humana. Relutantemente eles tiveram uma 
afirmação. 
Já conscientes de que demorariam dias até serem resgatados, consideraram a 
possibilidade do sacrifício. Questionaram religiosos, médicos e autoridades do estado 
em busca de uma resposta sobre a legalidade do ato cogitado, mas ninguém pôde ou 
quis intervir. 
Acredito que não houve um estudo sobre a situação, houve tanto omissão da 
parte do Estado e tanto omissão de todos ao procurarem outra solução ao caso. Portanto, 
não seria razoável a exceção ao direito de Roger Whetmore (sua vida), e conforme 
previsto no artigo acima, a pena apenas poderia ser reduzida. 
Por meu voto, destarte, provisiono a redução da pena em um terço da sentenciada, 
totalizando 14 (quatorze) anos de reclusão em regime fechado. 
 
FOI (FORAM) VENCIDO(S) 1 (UM) VOTO(S). 
 
 
AMANDA AMORIM 
RELATORA 
Assinatura Eletrônica

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