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O TRATO GENITAL FEMININO Desenvolvimento 4º Sem. Gestação: Primeiro componente do desenvolvimento genital feminino: Células germinativas primordiais se originam na parede do saco vitelino. 5º/6ºSem. Gestação: Céls. Germinativas migram para a crista urogenital. Epitélio mesodérmico da crista urogenital prolifera para produzir o epitélio e estroma da gônada. As células germinativas em divisão, que tem origem endodérmica, são incorporadas no epitélio mesodérmico proliferativo para formar ovário. Segundo componente do desenvolvimento genital feminino: ducto de Müller 6ºSem. Gestação: Invaginação e fusão do epitélio de revestimento celômico formam os ductos de Müller. Ductos de Müller crescem em direção caudal para entrar na pelve, onde se desviam medialmente para se fundir com o seio urogenital no tubérculo de Müller. O seio urogenital forma a parte inferior da vagina e o vestíbulo. As porções não fundidas formam as tubas uterinas. Todo o revestimento do útero e das tubas e superfície ovariana são derivados do epitélio celômico (mesotélio). Essa relação embriológica próxima entre o mesotélio e o sistema mulleriano pode se refletido na vida adulta na forma de lesões benignas (endometriose) e malignas (neoplasia endometrioide serosa) que podem surgir tanto na superfície dos ovários quanto nas superfícies peritoneais. Epitélio da vagina, colo uterino e trato urinário: formado pela indução de células basais do estroma subjacente, que sofre diferenciação escamosa e urotelial. Sexo Masculino: substância inibidora mulleriana dos testículos em desenvolvimento causa regressão dos ductos de Müller, e os ductos de Wolff pareados formam o epidídimo e ductos deferentes. Ductos de Wolff regridem nas mulheres, porém vestígios podem existir na vida adulta. Anatomia Ovário é dividido em córtex e medula. -Córtex: Camada de céls. estromais e cobertura de tec. conjuntivo colágeno relativamente acelular. No córtex externo são encontrados folículos em vários estágios de maturação. Em cada ciclo mestrual, um folículo se desenvolve em um folículo de Graaf, que é transformado em corpo lúteo após a ovulação. -Medula: Formada em tec. mesenquimatoso em arranjo frouxo, contém céls. epitelióides (hílares) que produzem esteroides. Mucosa da tuba uterina: numerosas pregas papilares consistindo em 3 tipos celulares: céls. colunares ciliadas, céls. secretoras colunares não ciliadas e céls. intercaladas. Tamanho do útero varia com a idade e paridade. Peso: 50g após gestação 70g +ou- diminuindo após menopausa. Útero: 3 regiões anatômicas e funcionais: colo uterino, segmento uterino inferior e corpo. -Colo Uterino: é dividido na porção vaginal (ectocérvix) e endocérvix. O ectocérvix é visível ao exame vaginal e coberto por ep. escamoso estratificado não queratinizado. O endocérvix é revestido por ep. colunar secretor de muco. O ponto em que esses 2 epitélios se encontram é chamado de junção escamocolunar. A área do colo uterino que o ep. colunar é substituído por ep. escamoso é chamada zona de transformação. A metaplasia do ep. escamoso na junção escamocolunar produz um ep. de múltiplas camadas, inicialmente imaturo, conhecido como “metaplasia escamosa”. Essas céls. escamosas imaturas são suscetíveis à infecção pelo HPV. É na junção escamocolunar que as lesões pré-cancerosas e os carcinomas cervicais se desenvolvem. -Corpo: Consiste em endométrio cercado por miométrio. Infecções do Trato Genital Feminino Infecções do Trato Genital Inferior A infecção pelo vírus herpes simples é comum envolvendo, por ordem de frequência, o colo uterino, a vagina e a vulva. Existem 2 sorotipos, o HSV-1 e o HSV-2. O HSV-1 causa, tipicamente, infecção orofaríngea e o HSV-2, mucosa genital e pele. Porém, dependendo das práticas sexuais HSV-1 pode ser encontrado na região genital e HSV-2 na orofaringe. As lesões iniciais desenvolvem-se de 3 a 7 dias após a transmissão sexual e consistem em pápulas vermelhas que progridem para vesículas e então para úlceras coalescentes e dolorosas. As lesões de pele e mucosa cicatrizam espontaneamente em 1 a 3 semanas, porém, o vírus migra para os gânglios do nervo lombossacral regional, estabelecendo uma infecção latente. Devido a essa latência as infecções persistem indefinidamente e em qualquer redução da imunidade ela pode ser reativada. As infecções por HSV-2 tem maior probabilidade de recorrência. A transmissão pode ocorrer tanto nas fases ativas quanto latentes. A infecção prévia por HSV-1 parece reduzir a suscetibilidade a infecção por HSV-2. A consequência mais grave dessa infecção é a transmissão ao RN durante parto. Diagnóstico: achados clínicos, cultura do exsudato presente nas lesões, reação em cadeia polimerase, ensaios enzimáticos.. Indivíduos com infecção primária, em fase aguda não possuem anticorpos séricos anti-HSV. Os anticorpos são identificados somente na fase latente/recorrente. Não há um tratamento eficaz, mas agentes antivirais podem reduzir a duração da fase sintomática. O molusco contagioso é uma infecção por poxvírus da pele e membranas mucosas. Existem 4 tipos, sendo o MCV-1 é o mais prevalente e o MCV-2 o mais frequentemente transmitido por contato sexual. Período de incubação médio é de 6 semanas. O diagnóstico se baseia no aspecto clínico característico: pápulas peroladas com centro afundado. Infecções fúngicas são comuns, especialmente as causadas por leveduras (Candida), pois elas fazem parte da microflora vaginal normal e a candidíase é o resultado de uma perturbação no ecossistema microbiano vaginal da pct. Manifesta-se através de prurido, eritema, secreção vaginal e quando grave pode apresentar ulcerações da mucosa. Não é considerada sexualmente transmissível. Trichomonas vaginalis é um protozoário que pode ser transmitido por contato sexual e se desenvolve entre 4 dias a 4 semanas. Pode ser assintomático ou apresentar secreção vaginal amarelada e espumosa, desconforto, disúria, dispareunia, hiperemia mucosa. “colo uterino em morango”. Gardnerella vaginalis é um bacilo gram-negativo, principal causa de vaginose bacteriana, causa secreção vaginal acinzentada com odor desagradável, pode causar parto prematuro. Infecções Envolvendo o Trato Genital Inferior e Superior Doença inflamatória pélvica: É uma infecção ascendente que começa na vulva ou na vagina e se espalha para cima envolvendo a maioria das estruturas do sistema genital feminino, resultando em dor pélvica, sensibilidade dos anexos, febre e secração vaginal. Gonococo é a causa mais comum de DIP, sendo a complicação mais séria da gonorreia em mulheres. Infecção por clamídia e infecções pós abortos ou parto tbm podem causar DIP. Com o gonococo, as alterações inflamatórias começam em 2 a 7 dias após a inoculação, a mucosa cervical é o local mais comum de envolvimento inicial. Acredita-se que as infecções bacterianas não gonocócicas se disseminem a partir do útero para cima para os canais linfáticos ou venosos e não pela superfície mucosa. Quando a infecção atinge as tubas ocorre um salpingite supurativa aguda. Complicações da DIP: peritonite e bacteremia que resultam em endocardite, meningite e artrite. Nos estágios iniciais, as infecções gonocócicas são facilmente controladas com antibióticos. Quando a infecção é mais grave, algumas vezes é necessário a remoção cirúrgica dos órgãos.
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