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COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 17 Distorção Linear Na Seção 2-6 foram encontradas as condições gerais para transmissão sem distorção. Para filtros passa-faixa lineares (canais), um conjunto menos restritivo de condições será apresentado como sendo satisfatório. Para transmissão sem distorção de sinais passa-faixa, a função transferência do canal, H(f) = |H(f)| ejq(f), necessita satisfazer os seguintes requisitos: · A resposta de amplitude é constante. Isto é, |H(f)| = A (4-27a) onde A é uma constante real, positiva. · A derivada da resposta de fase é uma constante. Isto é, gTdf )f(d 2 1 = q p - (4-27b) onde Tg é uma constante chamada de “retardo da envoltória complexa” ou, mais resumidamente, “retardo de grupo” e q(f) = ÐH(f) Isto está ilustrado na figura 4-4. Note que (4-27a) é idêntico ao requisito geral de (2-150a), mas (4-27b) é menos restritivos do que (2-150b). Isto é, se (2-150) for satisfeita, (4-27b) será satisfeita, neste caso Td = Tg; entretanto, se (4-27b) for satisfeita, (2-150b) não será necessariamente satisfeita porque a integral de (4-27b) é: q(f) = -2p f Tg + q0 (4-28) onde q0 é um deslocamento de fase constante, como ilustrado na figura 4-4b. Se acontecer de q0 ser não zero, (2-150b) não é satisfeita. Agora será mostrado que (4-27a) e (4-27b) são requisitos suficientes para transmissão sem distorção de sinais passa-faixa. De (4-27a) e (4-28) a função de transferência do canal (ou filtro) é COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 18 goog fT2jj)fT(-2 e)Ae(e A)f(H p-qq+p == (4-29) através da largura de faixa do sinal. Se a entrada ao canal passa-faixa for representada por: v1(t) = x(t) cos wct – y(t) sen wc t Figura 4-4 – Características de transferência de um canal passa-faixa sem distorção. Então, usando (4-29) e percebendo que gfT2je p causa um atraso de Tg, a saída do canal é v2(t) = A x(t – Tg) cos[wc(t – Tg) + qo] – A y(t – Tg) sen [wc(t – Tg) + qo] Usando (4-28), obtemos COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 19 [ ] [ ])f(tsen)Tt(Ay)f(tcos)Tt(Ax)t(v ccgccg2 q+w--q+w-= onde, pelo uso de (2-150b) tomado em f = fc, q(fc) = - wc Tg + qo = -2p fc Td Portanto, o sinal passa-faixa de saída pode ser descrito por V2(t) = A x(t – Tg) cos[wc(t – Td)] – A y(t – Tg) sen[wc(t – Td)] (4-30) onde a modulação na portadora (isto é, as componentes x e y) foram atrasadas pelo retardo de tempo de grupo, Tg, e a portadora foi atrasada pelo atraso de tempo de portadora, Td. Td é também chamado de retardo de fase, porque q(fc) = -2p fc Td, onde q(fc) é o retardo de fase da portadora. A equação (4-30) demonstra que o filtro passa-faixa retarda a envoltória complexa de entrada (isto é, a informação de entrada) por Tg segundos, enquanto a portadora é retardada por Td segundo. Isto é uma transmissão sem distorção, que é obtida quando (4-27a) e (4-27b) são satisfeitas. Note que Tg diferirá de Td, a menos que qo seja zero. Em resumo, os requisitos gerais para transmissão sem distorção de sinais banda-básica ou passa-faixa são dados por (2-150a) e (2-150b). Entretanto, para o caso passa-faixa (2-150) é excessivamente restritivo e pode ser substituído por (4-27b). Neste caso Td ¹ Tg a menos que qo = 0. Isto é, para transmissão passa-faixa sem distorção, é somente necessário ter uma função transferência com um módulo constante e uma derivada da fase constante através da largura de faixa do sinal. 4.6. Teorema da Amostragem Passa-faixa Simulação em computador é freqüentemente utilizada para a análise do desempenho de complicados sistemas de telecomunicações, especialmente quando são usados esquemas de codificação. Isto requer que o sinal de RF e o ruído, para o sistema sob teste, sejam amostrados, tal que possam ser obtidos dados para o processamento da simulação pelo computador. Se a amostragem for obtida na taxa de Nyquist, ou superior (fs > 2B, onde B é a maior frequência envolvida no espectro do sinal de RF), a taxa de amostragem pode ser absurda. Por exemplo, considere um sistema de comunicação via satélite com uma frequência de portadora de fc = 6 GHz. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 20 A taxa de amostragem requerida deve ser no mínimo de 12 GHz. Felizmente, para sinais deste tipo, sinais passa-faixa, pode se mostrar que a taxa de amostragem depende somente da largura de faixa do sinal, não das frequências absolutas envolvidas. Isto é equivalente a se dizer que podemos reproduzir o sinal a partir de amostras da envoltória complexa. Teorema: Teorema de Amostragem Passa-Faixa: Se uma forma de onda (real) passa-faixa tiver um espectro não-zero apenas sobre o intervalo de frequência f1 < | f | < f2 onde a largura de faixa de transmissão, BT, é tomada como sendo a largura de faixa absoluta BT = f2 – f1, então a forma de onda pode ser reproduzida de valores de amostras se a taxa de amostragem for fs > 2 BT (4-31) Este teorema pode ser demonstrado usando-se a representação passa-faixa em quadratura. v(t) = x(t) cos wc t – y(t) sen wc t (4-32) Seja fc o centro da faixa de passagem, tal que fc = (f2 + f1)/2. Então, a partir de (4-8) vê-se que x(t) e y(t) são sinais banda-básica e absolutamente limitados em faixa à B = BT/2. A partir do teorema de amostragem banda- básica, a taxa de amostragem requerida para representar estes sinais banda- básica é fb > 2B = BT. A expressão (4-32) fica: å ¥ -¥= ú ú ú ú ú û ù ê ê ê ê ê ë é ú û ù ê ë é ÷÷ ø ö çç è æ -p ïþ ï ý ü ïî ï í ì ú û ù ê ë é ÷÷ ø ö çç è æ -p ú û ù ê ë é w÷÷ ø ö çç è æ -w÷÷ ø ö çç è æ = n b b b b c b c b f n tf f n tfsen tsen f n ytcos f n x)t(v (4-33) Para o caso mais geral, onde as amostras ÷÷ ø ö çç è æ ÷÷ ø ö çç è æ bb f n y e f n x são independentes, duas amostras reais são obtidas para cada valor de n, tal que a taxa de amostragem total para v(t) é fs = 2 fb > 2 BT. Esta é a condição para a frequência de amostragem passa-faixa (4-31). Na maioria das aplicações de engenharia, fc >> BT. Portanto as amostras de x e y podem COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 21 ser obtidas amostrando-se v(t) em ÷÷ ø ö çç è æ » bf n t , mas ajustando-se t levemente, tal que cos wc t = 1 e sen wc t = 1 no tempo de amostragem exato para x e y, respectivamente. Isto é, para ÷÷ ø ö çç è æ =÷÷ ø ö çç è æ » bbs f n x f n v, f n t quando cos wc t = 1 (isto é, sen wc t = 0) e ÷÷ ø ö çç è æ =÷÷ ø ö çç è æ bb f n y f n v quando sen wc t = 1 (isto é, cos wc t = 0). Se fc não for grande o suficiente para as amostras x e y serem obtidas diretamente a partir de v(t), então x(t) e y(t) pode primeiro ser obtida pelo uso de dois detetores de produto em quadratura, como descrito por (4-76). Os sinais x(t) e y(t), banda-básica, podem então ser amostrados individualmente a uma taxa de fb, e é visto que a taxa de amostragem equivalente total permanece fs = 2 fb > 2 BT. Teorema: Teorema da Dimensionalidade Passa-Faixa Suponha que uma forma de onda passa-faixa tenha um espectro não-zero sobre um intervalo de frequência f1 < | f | < f2 onde a largura de faixa de transmissão BT é tomada como sendo a largura de faixa absoluta dada por BT = f2 – f1 e BT << f1. A forma de onda pode ser completamente especificadasobre um intervalo de To segundos por: N = 2 BT To (4-34) fragmentos independentes de informação. N é dito ser o numero de dimensões requeridas para especificar a forma de onda. Simulação em computadores é freqüentemente usada para analisar sistemas de comunicações. O teorema da dimensionalidade passa-faixa nos fala que um sinal passa-faixa de largura BT hertz pode ser representado sobre um intervalo de To segundos, cuidando-se para que no mínimo N = 2 BT To amostras sejam usadas. Maiores detalhes sobre o teorema da amostragem passa-faixa estão discutidos no problema de ajuda de estudo SA 4-5. 4.7. Sinal mais Ruído Recebido Usando-se a representação de sinais passa-faixa e incluindo-se os efeitos de filtragem de canal, um modelo para o sinal mais ruído recebido será agora obtido. Referindo-se a figura 4-1, o sinal de saída do transmissor é: COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 22 ( )[ ]tj cetgRe)t(s w= onde g(t) é a envoltória complexa para o tipo particular de modulação usada (ver tabela 4-1). Um bom modelo matemático para o sinal mais ruído recebido, r(t), pode ser ou não ser fácil de obter-se, dependendo da complexidade do canal. Se o canal for linear e invariante no tempo, então: r(t) = s(t) * h(t) + n(t) (4-35) Onde h(t) é a resposta impulsiva do canal e n(t) é o ruído na entrada do receptor. Além disso, se o canal for sem distorção, sua função transferência é dada por (4-29), e consequentemente, o sinal mais ruído na entrada do receptor é: ( ) ( )( )[ ])t(neTtARe)t(r cc ftjgg +-= q+w (4-36) onde A é o ganho do canal (um número positivo e usualmente menor do que 1), Tg o retardo de grupo do canal, e q(fc) é o deslocamento de fase da portadora, causado pelo canal. Na prática, os valores para Tg e q(fc) são freqüentemente não conhecidos, tal que se valores para Tg e q(fc) forem necessários para o receptor detectar a informação que foi transmitida, os circuitos receptores serão projetados para recuperarem (isto é, estimarem) a fase da portadora recebida, q(fc), e o retardo de grupo (por exemplo, um sincronizador de bits para o caso de sinalização digital). Uma análise detalhada do desempenho do receptor quando há erros devidos a pobres estimativas da fase da portadora e do retardo de grupo recebidos esta além do objetivo deste texto. Consequentemente assumiremos que os circuitos receptores sejam projetados para tornarem estes efeitos desprezíveis; portanto podemos considerar o sinal mais ruído na entrada do receptor como sendo: [ ] )t(ne)t(gRe)t(r tcj += w (4-37) Onde os efeitos da filtragem do canal, se existirem, são incluídos através de algumas modificações da envoltória complexa, g(t), e da constante Ac que estão implícitas dentro de g(t), que é ajustada para refletir o efeito da atenuação do canal. Detalhes desta aproximação são trabalhados na seção 8-6. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 23 Dado que (4-37) modela a entrada ao receptor, a saída do receptor, )t(m~ , depende dos tipos de blocos funcionais usados dentro do receptor, tal como filtros, limitadores, e detetores. Estes blocos estão descritos nas Seções 4- 8 até 4-14 e seus efeitos estão resumidos na tabela 4-5. 4.8. Classificação de Filtros e Amplificadores Filtros Filtros são dispositivos que tomam uma forma de onda de entrada e modificam o espectro de frequência para produzir a forma de onda de saída. Os filtros podem ser classificados de várias formas. Uma delas é pelo tipo de construção usado, tais como elementos LC ou elementos de cristal de quartzo. Outra é pelo tipo de função transferência que é efetuada, tal como resposta Butterworth ou Chebyshev, que serão definidas mais adiante. Estes dois tópicos, tipos de construção e características de função transferência, serão discutidos nesta seção. Filtros usam elementos que armazenam energia para obter discriminação de frequência. Em qualquer filtro físico, os elementos de armazenagem de energia são imperfeitos. Por exemplo, um indutor físico tem alguma resistência em série com a indutância, e um capacitor físico tem alguma resistência em paralelo (vazamento) com a capacitância. Uma questão natural é: Qual é a qualidade, Q, de um elemento de circuito ou filtro ? Infelizmente, duas medidas diferentes de qualidade de filtro são usadas na literatura técnica. A primeira definição diz respeito à eficiência da armazenagem de energia em um circuito, isto é: ciclopor dissipada energia ciclo) um durante armazenada máxima (energia 2 Q p = (4-38) [Ramo, Whinnery, and vanDuzer, 1967, 1984] Um maior valor de Q corresponde a um elemento de armazenagem mais perfeito. Isto é, um elemento L ou C perfeito devem ter Q infinito. A segunda definição diz respeito à seletividade de frequência de um circuito, isto é: B f Q o= (4-39) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 24 onde fo é a frequência de ressonância e B é a largura de faixa de 3 dB. Aqui quanto maior o valor de Q, maior será a seletividade de frequência, porque para um dado fo, a largura de faixa deve ser menor. Em geral, o valor de Q avaliado através de (4-38) e diferente do valor obtido a partir de (4-39). Entretanto estas duas definições apresentam valores idênticos para um circuito ressonante série RLC alimentado por uma fonte de tensão ou para um circuito ressonante paralelo alimentado por uma fonte de corrente [Nilsson, 1990]. Para aplicações de filtragem passa-faixa, a seletividade de frequência é a característica desejada, tal que (4-39) é usada. Também (4-39) é mais fácil de ser avaliados a partir de medidas de laboratório. Se estivermos projetando um filtro passivo (não necessariamente um circuito com uma única sintonia) de frequência central fo e largura de faixa de 3 dB igual a B, os elementos de circuito individual necessitarão ter cada um deles um Q muito maior do que fo/B. Portanto, para um projeto de filtro prático, primeiro necessitamos responder a questão: Quais são os Qs necessários para os elementos do filtro, e que tipo de elementos darão estes valores de Q ? Esta questão está respondida na tabela 4-2. A tabela 4-2 apresenta uma lista de filtros classificados pelo tipo de elementos de armazenagem de energia usados na sua construção e nos dá valores típicos para o Q dos elementos. Filtros que usam elementos L e C concentrados (elementos do tipo discreto, R, L ou C quando comparados com elementos continuamente distribuídos, tais como os encontrados nas linhas de transmissão) tornam-se impraticáveis de serem construídos acima de 300 MHz porque as capacitâncias e indutâncias parasitas dos terminais afetam significativamente a resposta em frequência em altas frequências. Filtros ativos, que usam amplificadores operacionais com elementos de circuito RC, são práticos somente abaixo de 500 kHz porque os AO’s necessitam ter um grande ganho de malha aberta sobre toda a faixa de operação. Para filtros em frequências muito baixas, VLF, os filtros ativos são usualmente preferidos em relação aos filtros passivos, LC porque o tamanho dos componentes LC torna-se grande e o Q dos indutores torna-se pequeno nesta faixa de frequência. Os filtros ativos são difíceis de serem implementados dentro dos circuitos integrados porque os resistores e capacitores tomam uma parte significante da área dos chips. Esta dificuldade é reduzida usando-se um capacitor chaveado projetado para implementação em circuito integrado. Neste caso os resistores são substituídos por um arranjo de chaves e capacitores eletrônicos que são controlados por um sinal de relógio digital. [Schaumann e outros, 1990]. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federalde Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 25 Tabela 4-2 – Técnicas de Construção de Filtros. Os filtros à cristal são fabricados a partir de elementos de cristal de quartzo. Estes atuam como um circuito série ressonante em paralelo com uma capacitância shunt causada pela armadura (prendedor). Portanto são possíveis os modos de operação ressonante paralelo e ressonante série. Acima de 100 MHz os elementos de quartzo se tornam fisicamente muito pequenos de serem fabricados, e abaixo de 1 kHz o tamanho do elemento se torna proibitivamente grande. Os filtros à cristal têm excelente desempenho COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 26 uma série de discos espaçados ao longo de uma haste. Os transdutores são montados em cada extremo da haste para converter os sinais elétricos em vibrações mecânicas na entrada, e vice-versa na saída. Cada disco é o equivalente mecânico de um circuito ressonante paralelo elétrico de alto Q. Os filtros mecânicos têm, usualmente, uma alta perda de inserção resultante da ineficiência dos transdutores de entrada e de saída. Os filtros cerâmicos são construídos a partir de discos cerâmicos piezoelétricos com conexões de eletrodos chapeados nos lados opostos do disco. O comportamento do elemento cerâmico é similar ao do elemento do filtro à cristal, como discutido anteriormente, exceto que o Q do elemento cerâmico é muito menor. A vantagem do filtro cerâmico é que ele freqüentemente apresenta um desempenho adequado a um custo que é baixo quando comparado ao do filtro à cristal. Filtros de onda acústica de superfície (SAW, surface acoustic wave) utilizam ondas acústicas de superfície que são lançadas e viajam na superfície de um substrato piezoelétrico (chapa). Contatos entrelaçados, metálicos, são depositados no substrato. O sinal de tensão entre os contatos é convertido para sinal acústico (e vice-versa) como resultado do efeito piezoelétrico. A geometria dos contatos determina a resposta em frequência do filtro, assim como fornecem acoplamento de entrada e saída [Dorf, 1993, pag. 1073-1074]. A perda de inserção é um pouco maior do que para os filtros à cristal ou cerâmicos. Todavia, a facilidade de modelamento da função transferência e a ampla largura de faixa que pode ser obtida com características de atenuação controlada, faz com que os filtros SAW sejam muito atrativos. Esta tecnologia esta sendo usada para prover excelentes características de amplificadores de FI em modernos aparelhos de TV. Componentes SAW podem também possuir derivações (taps), tal que são úteis para configurações de filtros transversais operando na faixa de RF. Em baixas frequências, componentes de transferência de carga (CTD, charge transfer filter) podem ser usados para a implementação de filtros transversais [Gersho, 1975]. Filtros de linha de transmissão utilizam as propriedades de ressonância de linhas de transmissão abertas ou em curto-circuito. Estes filtros são úteis em frequências de microondas ou UHF onde os comprimentos de onda são suficientemente pequenos tal que filtros com tamanhos razoáveis possam ser construídos. Similarmente, o efeito ressonante de cavidades é útil na COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 27 construção de filtros para frequências de microondas, onde o tamanho da cavidade, torna-se suficientemente pequeno. Os filtros também são caracterizados pelo tipo de função transferência que apresentam. A função transferência de um filtro linear com elementos de circuito concentrados, pode ser escrita como a relação de dois polinômios ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )kn221o k k 2 21o jajajaa jbjbjbb )f(H w++w+w+ w++w+w+ = L L (4-40) onde as constantes ai e bi são funções dos valores dos elementos e w = 2pf. O parâmetro n é dito ser a ordem do filtro. Ajustando-se as constantes a valores certos, características desejáveis de função transferência podem ser obtidas. A tabela 4-3 lista três diferentes características de filtros e o critério de otimização que define cada um. O filtro Chebyshev é usado quando uma característica de atenuação acentuada é requerida usando-se um número mínimo de elementos de circuito. O filtro de Bessel é freqüentemente usado em transmissão de dados quando o contorno do pulso deve ser preservado mantendo-se uma resposta de fase linear na faixa de passagem. O filtro Butterworth é freqüentemente usado como uma solução de compromisso entre as características Chebyshev e Bessel. O tópico “filtros” é imenso e todos os aspectos da filtragem não podem ser cobertos aqui. Por exemplo, com o advento dos microprocessadores de baixo custo, a “filtragem digital” e o “processamento de sinais digitais” estão se tornando muito importantes. [Oppenheim e Shafer, 1975, 1989]. Aqui a forma de onda analógica é amostrada e os valores das amostras são processados usando-se técnicas digitais. Equações diferença (em oposição às equações diferenciais) descrevem estes tipo de operação de filtragem. Mudando-se o software, podem ser obtidas diferentes características de filtragem. Esta técnica de implementação de filtros por programação de software ao invés de programação de hardware tem muitas vantagens. Para uma leitura adicional com ênfase em aplicações nos sistemas de comunicação, o leitor pode encontrar em Bowron e Stephenson, 1979. Amplificadores Para análise, os circuitos eletrônicos e, mais especificamente os amplificadores, podem ser classificados em duas categorias principais: · Circuitos não lineares COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 28 · Circuitos lineares Linearidade foi definida na Seção 2-6. Na prática todos os circuitos são não-lineares em algum grau, mesmo para pequenos níveis de sinal (tensão ou corrente), e tornam-se altamente não-lineares para níveis altos de sinais. A análise de circuitos lineares é freqüentemente usada para o caso de níveis baixos de sinais desde que a matemática é grandemente simplificada e nos dá respostas precisas se o nível do sinal for suficientemente pequeno. As principais categorias de análise linear e não-linear podem ser classificadas dentro de sub-categorias de circuitos: · com memória · sem memória Circuitos com memória contém efeitos indutivos e capacitivos, o que causa que o presente valor de saída seja uma função dos valores de entrada prévios, assim como o presente valor de entrada. Se um circuito não tem memória, o valor de saída atual é uma função somente do seu valor presente de entrada. Nos cursos introdutórios de engenharia, primeiro assume-se que os circuitos sejam lineares sem memória (circuitos resistivos) posteriormente, lineares com memória (RLC). Segue que os amplificadores lineares com memória podem ser descritos por uma função transferência que é a relação da transformada de Fourier do sinal de saída dividido pela transformada de Fourier do sinal de entrada. Como discutido na Seção 2-6, a função transferência de um amplificador sem distorção é dada por K e-jw Td, onde K é o ganho de tensão do amplificador e Td é o retardo entre as formas de onda de saída e de entrada. Se a função transferência do amplificador linear não for desta forma, o sinal de saída será uma versão linearmente distorcida do sinal de entrada.
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