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COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 43 Na característica de pre-ênfase, a segunda frequência f2 ocorre muito acima do espectro da banda básica do sinal modulado (digamos 25 kHz para modulação de áudio). Em radiodifusão FM a constante de tempo t1 é usualmente 75ms, tal que f1 ocorre em 2,12 kHz. A resposta em frequência resultante para o sistema total, usando-se pre-ênfase no transmissor e de- ênfase no receptor é plana através da faixa do sinal de modulação. É interessante notar que em radiodifusão FM com 75ms de pre-ênfase, o sinal transmitido é um sinal FM para frequências de modulação até 2,1 kHz, mas é um sinal “modulado em fase” para frequências de áudio acima de 2,1 kHz porque a rede de pre-ênfase atua como um diferenciador para frequências entre f1 e f2. Então, FM com pre-ênfase é realmente uma combinação de FM e PM, e combina as vantagens de ambos em relação ao desempenho na presença de ruído. No Capítulo 7 será demonstrado que a pre-ênfase e de- ênfase melhora a relação sinal-ruído na saída do receptor. 5.7 Multiplexação por Divisão em Frequência e FM Estéreo Multiplexação por divisão em frequência (FDM) é uma técnica para transmissão de mensagens múltiplas simultaneamente através de um canal de faixa larga pela modulação dos sinais de mensagem em várias sub- portadoras e formação de um sinal banda-básica que consista da soma destas sub-portadoras moduladas. Este sinal composto pode então ser modulado numa portadora principal, como ilustrado na figura 5-16. Qualquer tipo de modulação, tal como AM, DSB, SSB, PM, FM, e assim por diante, pode ser usada. Os tipos de modulação usados nas sub- portadoras, assim como o tipo de modulação usado na portadora principal, podem ser diferentes. Todavia, como ilustrado na figura 5-16b, o espectro do sinal composto deve consistir de sinais modulados que não possuam espectros sobrepostos; caso contrário, ocorrerá linha cruzada entre os sinais de mensagem na saída do receptor. O sinal banda básica composto modula um transmissor principal para produzir o sinal FDM que é transmitido através do canal de faixa larga. O sinal FDM recebido é primeiramente demodulado para reproduzir o sinal banda básica composto que depois passa por filtros para separar as subportadoras moduladas individuais. As subportadoras são então demoduladas para reproduzirem os sinais de mensagem m1(t), m2(t), e assim por diante. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 44 Figura 5.16 – Sistema FDM O sistema de radiodifusão FM estéreo que foi adotado nos EUA é um exemplo de um sistema FDM. Este sistema é compatível com o sistema FM mono que já existia desde os anos 1940. Isto é, um ouvinte com um receptor FM mono ouvirá áudio mono (que consiste da soma dos canais esquerdo e direito), enquanto o ouvinte com um receptor estéreo receberá o áudio do canal esquerdo no alto falante esquerdo e o áudio do canal direito no alto falante direito (figura 5-17). COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 45 Figura 5-17 – Sistema FM estéreo Para se obter a compatibilidade, os áudios dos canais esquerdo e direito são combinados (somados) para produzirem o sinal mono, e o áudio da diferença é usado para modular um sinal de 38 kHz em DSB-SC. Um tom piloto de 19 kHz é adicionado ao sinal banda básica composto mb(t) para prover um sinal de referência para a demodulação de subportadora coerente (produto) no receptor. Como pode ser visto a partir da figura 5-17c, este sistema é compatível com receptores de FM mono já existentes. No Prob 5- 44 chegamos que uma técnica de chaveamento (amostragem) relativamente COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 46 simples pode ser usada para se implementar a demodulação da subportadora e a separação dos sinais esquerdo e direito em uma operação. A emissora de FM pode também fornecer SCA (“subsidiary communications authorization”) pelo FCC. Isto permite que a estação adicione uma subportadora FM para a transmissão de música funcional (música ambiente) para assinantes usarem em lojas e escritórios. A frequência de subportadora FM SCA é de 67 kHz, apesar desta frequência não ser especificada pelas normas do FCC. Além disso, até quatro subportadoras SCA são permitidas pelo FCC, e cada uma delas pode conter material de dados ou áudio para assinantes particulares. 5.8 Normas de FM e de Redução de Ruído Padrões Técnicos de Radiodifusão FM A Tabela 5-4 apresenta alguns dos padrões técnicos do FCC que têm sido adotados para sistemas FM. Nos EUA, as emissoras FM estão classificadas em três categorias maiores que dependem da área de cobertura pretendida. As emissoras Classe A são emissoras locais. Elas têm uma potência irradiada efetiva (ERP) máxima de 6 kW e um altura máxima da antena de 100 metros acima do nível do terreno. A ERP é a potência média de saída do transmissor multiplicada pelos ganhos de potência da linha de transmissão (um número menor do que 1) e da antena (ver seção 8-9 para alguns cálculos da ERP de TV). As emissoras classe B tem uma ERP máxima de 50 kW, com uma altura máxima da antena de 160 metros acima do nível do terreno. As emissoras classe B são destinadas à parte nordeste do EUA, sul da Califórnia, Porto Rico e Ilhas Virgens. As emissoras Classe C destinam ao restante dos EUA. Elas têm uma ERP máxima de 100 kW e uma altura máxima da antena de 650 metros acima do nível médio do terreno. Como mostrado na tabela 5-4 as emissoras de FM são também classificadas como comerciais e não-comerciais. As emissoras não- comerciais operam no segmento de faixa de 88,1 até 91,9 MHz da faixa de FM e apresentam programas educativos sem comerciais. As emissoras Classe D estão limitadas a 10 W de saída do transmissor e são apenas para serviços não-comerciais. No segmento comercial da faixa de FM, 92,1 até 107,9 MHz, algumas frequências estão reservadas para as emissoras Classe A e o restante se destina às emissoras Classe B ou Classe C. Uma lista COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 47 destas frequências e designações de emissoras específicas para cada cidade encontra-se disponível [Broadcasting, 1995]. Tabelas 5-4 – Normas de FM, FCC COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 48 Sistemas de Redução de Ruído Dolby e DBX Como já descrito anteriormente, a pre-ênfase e a de-ênfase são usadas em radiodifusão FM para redução do ruído. São também usadas em gravações em fita de áudio para redução de ruído. Outras técnicas de redução de ruído, mais sofisticadas, têm sido desenvolvidas e nesta seção serão descritas algumas. Na gravação de áudio em fita cassete, o ruído ocorre predominantemente nas frequências altas e é comumente chamado de “hiss” (chiado). Estas técnicas de redução de ruído usam uma combinação de filtragem de pre- ênfase e compressão da faixa dinâmica no codificador antes da gravação. O circuito decodificador de reprodução usa uma combinação de de-ênfase e expansão da faixa dinâmica. Se isto for feito adequadamente, um sinal de áudio de alta qualidade pode ser recuperado com baixo ruído. Todavia se o codificador e o decodificador não estiverem “casados”, um efeito de “assopramento” pode resultar mais inconveniente do que o chiado de um sinal não processado. Outra desvantagem destas técnicas é que se uma fita com um sinal processado for reproduzida em um sistema amplificador normal sem a decodificação, a reprodução será pobre, com excessiva resposta em alta frequência. Os Laboratórios Dolby desenvolveram algumas técnicas de redução de ruído designadas por Dolby-A, Dolby-Be Dolby-C. A técnica Dolby-A destina-se ao uso comercial e, consequentemente, é um sistema relativamente caro. O processador Dolby-A divide o espectro de áudio em quatro faixas de frequência: passa-baixas, abaixo de 80 Hz; passa-faixa, 80 Hz até 3kHz; passa-altas, acima de 3 kHz; e passa-altas, acima de 9 kHz. No codificador, o ganho de cada uma destas faixas é adaptativamente aumentado quando o nível do sinal na faixa correspondente for diminuído. Isto provê uma característica de compressão total para o codificador. Um reforço máximo de 10 até 15 dB é usado em cada uma das faixas se o nível do sinal estiver 45 dB abaixo do nível máximo de gravação (0 dB). Para a reprodução o decodificador apresenta a expansão apropriada do sinal em cada uma das faixas tal que a resposta em frequência total é plana e a faixa dinâmica do sinal de áudio original é preservada. Se os níveis de gravação e reprodução forem ajustados adequadamente, o sistema Dolby-A apresenta um aumento de 10 a 15 dB na relação sinal-ruído. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 49 Os sistemas Dolby-B e Dolby-C são projetados para gravações de consumidores de cassetes de áudio e gravações cassete para cassete. São relativamente baratos para implementar e usam um sistema de duas faixas, ao invés de quatro faixas, como no Dolby-A. Figura 5-18 – Resposta em frequência de baixo nível para os codificadores Dolby-B e Dolby-C Como apresentado na figura 5-18, o codificador Dolby-B pre-enfatiza as frequências maiores e apresenta um reforço de até 10 dB quando o nível na faixa de alta frequência for 45 dB abaixo do nível de referência. O codificador Dolby-C apresenta mais do que 20 dB de reforço para as componentes de alta frequência quando seu nível for baixo. O codificador Dolby-C usa dois estágios de compressão em cascata, um ativado a níveis de sinal alto e um outro a níveis de sinais baixos. No geral, o sistema Dolby- B reduz o chiado por volta de 20 dB para frequências acima de 1 kHz. Na radiodifusão FM o sistema Dolby-B com um filtro passa-altas em 6,4 kHz (25ms) é frequentemente usado para uma melhoria adicional da relação sinal-ruído em relação ao sistema padrão de pre-ênfase e de-ênfase. A DBX, Inc. of Watham, Massachusetts, desenvolveu um sistema de redução de ruído que processa todo o sinal de áudio em uma única faixa de áudio. O sistema DBX usa amplificadores controlados por tensão com faixa dinâmica de 130 dB no codificador e no decodificador para apresentar as características de compressão e expansão. O codificador também usa uma rede de pre-ênfase de 1,6 kHz que provê um reforço de 20 dB na parte alta. O decodificador tem uma rede de de-ênfase casada. O sistema DBX provê COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 50 uma melhoria de 20 a 30 dB na relação sinal-ruído e pode lidar com grandes sobrecargas de sinal (acima do nível de 0 dB) sem produzir distorção. Todavia este sistema tem a desvantagem do processamento em uma única faixa. Isto é, componentes de alto nível localizadas em qualquer lugar da faixa de frequências controlarão o nível de compressão do sinal todo. 5.9 Sinalização Passa-faixa Modulada Binária Sinais passa-faixa modulados digitalmente são gerados usando-se as envoltórias complexas para sinalização AM, PM, FM ou QM (modulação em quadratura) que já foram apresentadas nas seções anteriores. Para sinais modulados digitais, o sinal de modulação, m(t), é um sinal digital dado por códigos de linha binários ou multinível, que foram desenvolvidos no Capítulo 3. Nesta seção serão apresentados detalhes de sinais modulados binários. Nas seções 5-10 e 5-11 serão descritos os sinais modulados digitalmente, multinível e MSK (“minimum-shift-keyed”). As técnicas de sinalização passa-faixa binária mais comuns estão ilustradas na figura 5-19. Figura 5-19 – Sinais modulados digitalmente passa-faixa. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 51 As técnicas são: · OOK (“on-off keying”), também chamado de ASK (“amplitude shift keying”), o qual consiste do chaveamento de uma senóide portadora entre ligado e desligado através de um sinal binário unipolar. É idêntico à modulação binária unipolar em um sinal DSB-SC, (5-13). A transmissão de rádio em código Morse é um exemplo desta técnica. Consequentemente, OOK foi uma das primeiras técnicas de modulação a serem usadas e precederam os sistemas de comunicações analógicas. · BPSK (“binary-phase shift keying”), que cosniste no deslocamento da fase de uma portadora senoidal de 0o ou 180o comandado por um sinal binário unipolar. É equivalente à sinalização PM com uma forma de onda digital e é também equivalente à modulação de um sinal DSB-SC com uma forma de onda digital polar. · FSK (“frequency-shift keying”), que consiste do deslocamento da frequência de uma portadora senoidal a partir de uma frequência de marca (correspondente, por exemplo ao envio do binário 1), para uma frequência de espaço (correspondente ao envio do binário 0) de acordo com o sinal digital banda-básica. É idêntico à modulação de uma portadora modulada em frequência, FM, com um sinal digital binário. Como indicado na Seção 3-6, usualmente a largura de faixa de um sinal digital necessita ser minimizada para que se obtenha proteção do espectro juntamente com a transmissão de informação através de um canal. Isto pode ser conseguido usando-se um filtro de pré-modulação do tipo cosseno levantado, para se minimizar a largura de faixa do sinal digital sem a introdução de ISI (“intersymbol interference”). A conformação do sinal digital banda-básica produz uma forma de onda banda básica analógica que modula o transmissor. A figura 5-19f ilustra o sinal DSB-SC resultante quando é usado um filtro de pre-modulação. OOK (on-off keying) O sinal OOK é representado por: s(t) = Acm(t)coswct (5-70) onde m(t) é um sinal de dados banda-básica unipolar, como ilustrado na figura 5-19a. Consequentemente, a envoltória complexa é COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 52 g(t) = Acm(t) para OOK (5-71) e a PSD desta envoltória complexa é proporcional à PSD do sinal unipolar. Usando-se (3-39b), encontramos que esta PSD é rg(f) = ú ú û ù ê ê ë é ÷÷ ø ö çç è æ p p +d 2 b b b 2 c fT fTsen T)f( 2 A para OOK (5-72) onde m(t) tem um valor de pico de 2, tal que s(t) tem uma potência normalizada de 2cA /2. A PSD para o sinal OOK correspondente é então obtida substituindo-se (5-72) em (5-2b). O resultado está ilustrado para frequências positivas na figura 5-20a, onde R = 1/Tb é a taxa de bit. Pode-se ver que a largura de faixa nulo a nulo é 2R. Isto é, a largura de faixa de transmissão do sinal OOK é BT = 2B onde B é a largura de faixa banda básica já que OOK é uma sinalização do tipo AM. Figura 5-20 – PSD de sinais digitais passa-faixa COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 53 Se filtragem cosseno levantado for usada (para se preservar a largura de faixa), a largura de faixa absoluta do sinal binário filtrado está relacionada à taxa de bit R por (3-74), onde D = R para sinalização digital binária. Portanto, B = R)r1( 2 1 + (5-73) onde r é o fator de “rollof” do filtro. Isto nos dá uma largura de faixa absoluta de transmissão. BT = (1 + r)R (5-74) para sinalização OOK. OOK pode ser detectado usando-se ou um detetor de envoltória (deteção não coerente) ou um detetor de produto (deteção coerente) porque o OOK é uma forma de sinalização AM. (Nos receptores de rádio frequência, onde o sinal de RF de entrada é pequeno, é usado um circuito receptor super- heterodino,Figura 4-29, onde um destes circuitos detetores é usado após o estágio de saída de FI). Estes detetores estão ilustrados na figura 5-21a e 5-21b. Para detecção de produto, a referência de portadora, cos(wot), deve ser fornecida. Isto é usualmente obtido a partir de um circuito PLL (estudado na seção 4-14), onde o PLL é amarrado em um termo de portadora discreto (ver figura 5- 20a) do sinal OOK. Para detecção ótima do OOK – isto é, para se obter a menor BER quando o sinal OOK de entrada estiver corrompido por ruído Gaussiano branco aditivo (AWGN) – requer-se de detecção de produto com processamento de filtro casado. Isto está ilustrado na figura 5-21c, onde formas de onda em vários pontos do circuito estão ilustradas para o caso de recepção de um sinal OOK que corresponde ao fluxo de dados binários 1101. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 54 Figura 5-21 – Deteção do OOK COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 55 Detalhes sobre a operação, desempenho e a realização do filtro casado estão dados na seção 6-8. Observe que o filtro casado também requer um sinal de relógio que é usado para ressetar o integrado no início de cada intervalo de bit e para determinar o tempo para o circuito de amostragem-retenção no fim de cada intervalo de bit. Este sinal de relógio é fornecido por um circuito sincronizador de bit (estudado no Capítulo 4). O detector OOK coerente ótimo da Figura 5-21c é mais caro para ser implementado do que o detetor OOK não-coerente da Figura 5-21a . Se o ruído de entrada for pequeno, o receptor não coerente pode ser uma solução melhor, considerando-se o custo e o desempenho com ruído. A relação custo-benefício quanto ao desempenho da BER entre a deteção coerente ótima e deteção não-coerente não-ótima está analisada na Seção 7-6. Chaveamento de Deslocamento de Fase Binário (BPSK) O sinal BPSK é representado por: s(t) = Ac cos[wct + Dpm(t)] (5-75a) onde m(t) é um sinal de dados banda-básica polar. Por conveniência, considere m(t) tendo valores de pico de + 1 e uma forma de pulso retangular. Mostraremos agora que o BPSK é também uma forma de sinalização tipo AM. Expandindo-se (5-75a) s(t) = Ac cos(Dpm(t)) coswct – Ac sen(Dpm(t)) sen wct Lembrando que m(t) tem valores de + 1 e que cos(x) e sen(x) são funções par e ímpar, respectivamente, de x, a representação do sinal BPSK se reduz a s(t) = (Ac cos Dp) coswct – (Ac senDp)m(t) sen wct (5-75b) termo de portadora piloto termo de dados COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 56 O nível do termo de portadora piloto é ajustado pelo valor do desvio de pico Dq = Dp. Para sinais modulados em ângulos digitais, o índice de modulação digital, h, é definido por h = p qD2 (5-76) onde 2Dq é o desvio de fase pico-a-pico máximo (radianos) durante o tempo requerido para o envio de um símbolo, Ts. Para sinalização binária, o tempo de símbolo é igual ao tempo de bit, Ts = Tb. O nível do termo de portadora piloto é ajustado pelo valor do desvio de pico, que é Dq = Dp para m(t) = +1. Se Dp for pequeno, o termo de portadora terá uma amplitude relativamente grande comparada com o termo de dados, consequentemente, haverá pouca potência no termo de dados (que contém a informação de fonte). Para se maximizar a eficiência de sinalização (baixa probabilidade de erro), a potência no termo de dados necessita ser maximizada. Isto é conseguido fazendo-se Dq = Dp = 90o = p/2 radianos, que corresponde ao índice de modulação digital h = 1. Para este caso ótimo de h = 1, o sinal BPSK fica s(t) = -Ac m(t) sen wct (5-77) No transcorrer deste texto será assumido que Dq = 90o, h = 1, seja usado para sinalização BPSK (salvo afirmação em contrário). A expressão (5-77) mostra que BPSK é equivalente à sinalização DSB-SC com uma forma de onda de dados banda-básica polar. A envoltória complexa para este sinal BPSK é: g(t) = jAc m(t) para BPSK (5-78) Usando-se (3-41), obtemos a PSD para a envoltória complexa, rg(f) = 2 b b b 2 c fT fTsen TA ÷÷ ø ö çç è æ p p para BPSK (5-79) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 57 onde m(t) tem valores de + 1, tal que s(t) tem uma potência normalizada média de 2/A 2c . A PSD para o sinal BPSK correspondente é prontamente avaliada transladando-se o espectro banda-básica até a frequência portadora, substituindo-se (5-79) em (5-2b). O espectro BPSK resultante está ilustrado na figura 5-20b. A largura de faixa nulo-a-nulo para o BPSK é também 2R, a mesma encontrada para OOK. Para a detecção do sinal BPSK, deve ser usada detecção síncrona, como ilustrado pela figura 5-22a. Já que não existe termo de portadora discreto no sinal BPSK, um PLL poderá ser usado para se extrair a referência de portadora somente se uma portadora piloto de baixo nível for transmitida juntamente com este sinal BPSK. Caso contrário um Costas Loop (figura 5- 3) poderá ser usado para sintetizar a referência de portadora a partir deste sinal DSB-SC (isto é, BPSK) e prover deteção coerente. Todavia a ambiguidade de fase 180o deve ser resolvida como discutido na seção 5-4. Isto pode ser conseguido usando-se codificação diferencial na entrada do transmissor e decodificação diferencial na saída do receptor, como ilustrado anteriormente na figura 3-17. Para deteção ótima de BPSK (isto é, menor BER para o caso de AWGN), o filtro passa-baixas na figura 5.22a é substituído por um processamento de filtro casado tipo integra-descarrega que foi ilustrado na figura 5-21c, onde VT é ajustado para 0 V para o caso de BPSK. A probabilidade de erro de bit resultante é dada na seção 7-3. Figura 5-22 – Deteção de BPSK e DPSK.
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