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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE FISICO QUÍMICA I PROFESSOR: ROBERTO BATISTA CALOR DE DISSOLUÇÃO DO ÁCIDO BENZOICO Adones Almeida Rocha Alana Franca dos Santos Maria Catarina Oliveira Marques Cláudio José Martins Bittencourt Filho Rute Sayuri Kano São Luís – MA 2016 INTRODUÇÃO O calor de dissolução representa a variação de entalpia que resulta da formação de uma solução de concentração especificada, a partir de 1 g/mole do composto, e o número de g/mol de água líquida. Com estes dados pode calcular-se o calor total de formação de uma substância dissolvida. (HIMMELBLAU; DAVID, 1984) O estudo da medição do calor de dissolução indica que há dois calores de dissolução, sendo o calor integral de dissolução e o calor diferencial de dissolução. O calor integral de dissolução define-se como o valor absorvido ou libertado quando um mol de soluto se dissolve numa quantidade adequada de solvente para obter uma dissolução de determinada concentração. O calor diferencial de dissolução pode-se representado matematicamente por 𝛿(∆𝐻), e define-se como calor absorvido quando uma 𝛿𝑛 Mol de soluto se dissolve numa quantidade de dissolução tal que não produza modificação apreciável da concentração. (HOUGHEN, WATSON, RAGATZ; 1984) Desta forma, o calor total de uma determinada mistura é possível ser verificado experimentalmente. Denomina-se calor de solução a variação de energia, quando uma substância dissolve outra, sendo assim o próprio calor de dissolução. A variação de entalpia no processo de dissolução de um soluto para compor uma solução saturada é: (1) Uma solução saturada é aquela em equilíbrio com excesso de soluto, ou seria se estivesse presente excesso de soluto. O termo saturado denota a maior concentração de soluto que uma solução pode conter e estar em equilíbrio com alguma porção de soluto não-dissolvido com o qual está em contato. (ATKINS; JONES, 2006) Na condição de saturação entre solução e soluto, a condição de equilíbrio com- porta-se da seguinte maneira: (2) A titulação é um processo empregado em Química para se determinar a quantidade de substância de uma solução pelo confronto com uma outra espécie química, de concentração e natureza conhecidas. A substância de interesse em qualquer de- terminação recebe o nome de analíto. A espécie química com concentração definida recebe o nome de titulante, que é, em geral, uma solução obtida a partir de um padrão primário. A solução a ter sua concentração determinada recebe o nome de titulado. Neste processo faz-se reagir um ácido com uma base para que se atinja o ponto de equivalência. SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nesta prática será estudado o equilíbrio entre o soluto na solução e o soluto sólido puro: Soluto (sólido puro) Soluto (solução) Nesta condição a solução encontra−se saturada, com respeito ao soluto. A condição de equilíbrio requer que o potencial químico do soluto (µ2)s seja o mesmo em ambas as fases, isto é: µ2 (sólido,T,p) = µ2 (X2,T,p) Onde X2 é a fração molar do soluto na solução saturada e, portanto, a solubilidade do soluto (S) expressa em termos de fração molar. Se a solução for ideal, pode− se utilizar a seguinte relação: µ2 (X2,T,p) = µ2(S,T,p) = µ2º (T,P) +RT ln S Onde µ2ºé o potencial químico do soluto liquido puro. Rearranjando a Eq. (4.2), a seguinte expressão para a solubilidade é obtida: Onde 6H dissol. É a variação de entalpia envolvida na dissolução de um soluto formar uma solução saturada, ou: d lnS = 6H ˚ dT R . T 2 (7) Supondo que 6Hdissol.é constante as temperaturas T1 e T2, a equação pode ser facilmente integrada entre estes limites,ou seja: (8) Onde S1 é a solubilidade do soluto na temperatura absoluta T1 e S2 é a solubilidade do soluto em T 2. Se a solubilidade de uma substância é determinada em duas temperaturas diferentes o seu, o seu calor de dissolução (6H dissol.) pode ser calculado pela aplicação da eq. Um resultado mais preciso pode ser obtido se a solubilidade for determinada em várias temperaturas diferentes. Assim 6Hdissol. Pode ser obtido na inclinação de um gráfico de log Svs. 1ƒT, conforme a Eq. OBJETIVOS Determinar o calor de dissolução do ácido benzóico a partir das medidas de sua solubilidade em solução aquosa a diferentes temperaturas. MATERIAIS E REAGENTES Erlenmeyers; Termômetro; Pipetas volumétricas; Buretas; Provetas; Pissetas Béquer; Balões volumétricos; Hidróxido de Sódio Ácido benzoico; Fenolftaleina; Termostato. PARTE EXPERIMENTAL Adicionou-se 2 g de ácido benzoico em 100 ml de água destilada num erlenmeyer. Foi deixado num termostato e supervisionado a temperatura. No total, quatro termostatos foram usados, mas com diferentes temperaturas afim de se obter o objetivo da aula experimental. De cada erlenmeyer foi tirado 10 ml da solução e rapidamente feito titulação com hidróxido de sódio. Foi feito uma tabela com a temperatura de cada ácido e o respectivo volume da base usado. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os valores obtidos para os volumes usados de base para as temperaturas dos termostatos estão listados na tabela abaixo: FRASCO TEMPERATURA VOLUME DA BASE 1 27,1°C – 300,25 k 2,4 ml 2 36,7°C – 309,85 k 3,1 ml 3 46,6°C – 319,15 k 3,5 ml 4 63,5°C – 336,65 k 11,8 ml As concentrações obtidas para o ácido benzoico obtidas estão abaixo: Ca x Va = Cb x Vb Volume da base = 2,4 ml Ca x 10 = 0,1 x 2,4 Ca = 0,024 mol/ L Volume da base = 3,1 ml Ca x 10 = 0,1 x 3,1 Ca = 0,031 mol/L Volume da base = 3,5 ml Ca x 10 = 0,1 x 3,5 Ca = 0,035 mol/L Volume da base = 11,8 ml Ca x 10 = 0,1 x 11,8 Ca = 0,118 mol/L Volume da base Concentração do ácido 2,4 ml 0,024 mol/L 3,1 ml 0,031 mol/L 3,5 ml 0,035 mol/L 11,8 ml 0,118 mol/L Com estes resultados para as concentrações, procede-se para obter o valor de solubilidade para cada temperatura (assumindo as densidades unitárias e a massa molar do ácido benzoico como 112,12 g/mol): Temperatura Solubilidade (g/100g) 27,1°C – 300,25 K 0,269 36,7°C – 309,85 k 0,347 46,6°C – 319,15 k 0,392 63,5°C – 336,65 k 1,323 Plotando o gráfico lnSx1/T: Fazendo o cálculo pela equação, pode-se ser obtido: (lnS1 – lnS2).R = Hdis.(1/T1 – 1/T2) (-1,31-0,27).8,13 = Hdis.(0,0029-0,0033) Hdis = 3211,35 J/mol Que equivale, aproximadamente, ao valor da literatura convertendo para kJ. CONCLUSÕES Após determinar alguns parâmetros experimentais foi possível realizar o cálculo da fração molar do ácido benzóico na alíquota para posterior cálculo do coeficiente angular da reta através da equação de Van’t Hoff. Dessa forma, o objetivo da aula foi atingido e os erros obtidos podem ser provenientes de eventuais erros na leitura do ponto de viragem durante a titulação, entre outros. REFERÊNCIAS HALLIDAY, D. & RESNICK, R. Fundamentos da Física 2. 8ª edição Atkins, P. W. - Físico-Química – 6ª edição, vol. 1. Editora LTC. Rio de Janeiro, 2001. Atkins, P. W.; JONES, L. – Princípios de Química – 3ª edição. Editora Bookman. São Paulo, 2006.
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