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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - CAMPUS DIADEMA FARMÁCIA – NOTURNO FÍSICO-QUÍMICA – PROFS. RICARDO A. GALDINO, NORBERTO S. GONÇALVES E LUCIA K. NODA EXPERIMENTO 2: DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PARTIÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA ENTRE DOIS LÍQUIDOS IMISCÍVEIS GRUPO: Gabriella Lisboa Nº MATRÍCULA: 121311 Mariana Teixeira 121404 Marina Rosseto 123426 RESUMO A partir da Lei de Distribuição de Nernst aplicada para moléculas que se associam a um dos solventes imiscíveis (e que resulta em uma equação da reta), foram determinados e avaliados o coeficiente de partição (K) do ácido benzoico (C7H6O2) em água e hexano e seu grau de associação (n) em hexano, representado pelo coeficiente angular da equação. A distribuição de ácido benzoico entre as fases aquosa (B) e hexânica (A) foi analisada mediante titulação com hidróxido de sódio (NaOH) e plotagem de um gráfico contendo os valores de lnCsA (concentração do soluto na fase A) em função de lnCsB (concentração do soluto na fase B). O grau de associação obtido foi 0,08791 e indica a formação de dímeros entre as moléculas do ácido benzoico quando em hexano, o que torna complicada a atribuição do valor padrão do coeficiente de partição (calculado pela forma simples da Lei de Distribuição de Nernst) pelo fato de haver duas espécies químicas diferentes em solução. O coeficiente linear obtido foi 0,2774 e representa -ln(K/n), e, a partir deste valor, foi quantificado um K de 0,6661 para o ácido benzoico em água-hexano, indicando que este possui maior afinidade pelo hexano, devido ao seu anel benzênico (apolar). OBJETIVOS Os objetivos do experimento realizado foram determinar o coeficiente de partição do ácido benzoico em dois solventes imiscíveis entre si, no caso, água e hexano, e seu grau de associação em hexano. PARTE EXPERIMENTAL Em um balão preso em suporte universal foram colocados 25 mL de água destilada, 25 mL de hexano e 0,0497 g de ácido benzoico triturado. O balão foi tampado e retirado do suporte para agitação manual, tomando-se o cuidado de equalizar a pressão abrindo a torneira inferior (sempre segurando o balão pelas extremidades). Em seguida, aguardou-se 5 minutos com o balão novamente preso ao suporte para que as fases se separassem e o soluto se distribuísse entre elas. A fase inferior, aquosa, foi transferida para um béquer e, com uma pipeta graduada, foi retirada uma alíquota de 8 mL para um Erlenmeyer. Adicionou-se 25 mL de água destilada e duas gotas de fenolftaleína e efetuou-se titulação usando solução de NaOH a 0,0199 M: o Erlenmeyer foi posicionado abaixo da abertura de uma bureta contendo NaOH, que foi gotejado aos poucos até que a solução de água-ácido benzoico atingisse seu ponto de viragem (neutralização). A titulação foi feita em duplicata e a média dos dois volumes de NaOH utilizados foi 2 mL. A fase hexano-ácido também foi transferida do balão para um béquer e dela foram retirados 5 mL para um Erlenmeyer. Tal como a fase aquosa, foram adicionados 25 mL de água destilada e duas gotas de fenolftaleína e a solução submetida à titulação em duplicata com NaOH. A média dos volumes de NaOH utilizados foi 3,1 mL. Ambos os procedimentos foram realizados para massas distintas de ácido benzoico. Tanto as massas quanto suas respectivas médias de volume de NaOH necessários para a neutralização se encontram na tabela abaixo. Massa de ácido benzoico (g) Fase aquosa Fase orgânica Volume médio de NaOH (mL) Volume médio de NaOH (mL) 0,0497 2,0000 3,1000 0,1050 4,6000 6,2000 0,1512 6,4500 9,8500 0,2040 7,9000 10,2000 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Lei de Distribuição de Nernst relaciona a quantidade de soluto distribuída entre duas substâncias imiscíveis no momento do equilíbrio: K = CsB/CsA (para soluções diluídas ideais; caso contrário, utiliza-se a atividade do soluto em cada uma das fases), com A indicando a fase orgânica e B a fase aquosa. A partir disso, pode-se inserir o soluto como passível de se associar a uma das fases. Isso modifica a lei, que, após manipulada apresenta a equação de uma reta: lnCsA = -ln(K/n) + nlnCsB Por meio desta equação é possível inferir o valor do coeficiente de partição K e do grau de associação n por meio da plotagem de um gráfico de lnCsA em função de lnCsB. Traçando uma reta média dos pontos, atribui-se o valor do coeficiente angular da reta que corresponde a n, e, através do coeficiente angular e de um dos pontos é obtido o valor do coeficiente linear, -ln(K/n) – o método de prolongamento da reta em direção ao eixo lnCsA não se mostrou eficiente pelo fato do gráfico plotado não se iniciar em 0 em ambos os eixos. Com os valores de n e -ln(K/n) facilmente determina- se o valor de K. As concentrações de ácido benzoico em ambas as fases foram calculadas para cada massa do soluto utilizada. Para isso, admite-se que 1 mol de ácido requer 1 mol de NaOH para sua neutralização, seguindo as proporções estequiométricas da reação: C7H6O2 + NaOH → C7H5Na + H2O Ou seja: CNaOH.VNaOH = Các.Vác Os valores das concentrações e os respectivos ln são dados a seguir: Os resultados destas considerações estão apresentados abaixo Massa de ácido benzoico (g) Fase aquosa Fase orgânica Concentração de ácido benzoico (mol/L) lnCSB Concentração de ácido benzoico (mol/L) lnCSA 0,0497 0,0049 -5,3185 0,0123 -4,3981 0,1050 0,0114 -4,4741 0,0246 -3,7050 0,1512 0,0160 -4,1351 0,0392 -3,2390 0,2040 0,0196 -3,9322 0,0405 -3,2064 O coeficiente de partição é dado para um soluto em determinado solvente, e indica o quanto do soluto estará presente quando esse for submetido à presença de dois solventes que não se misturam. Contudo, o grau de associação infere que há duas espécies químicas diferentes, já que o ácido formará dímeros quando em contato com o hexano devido à sua parte polar, que não interage com o solvente, mas sim entre si mesmo, formando ligações de hidrogênio. Isso dificulta que seja atingido o valor padrão de K para ácido benzoico em água-hexano, calculado simplesmente por K = CsB/CsA e que resulta, em média, em 0,4384. Um relatório apresentado no XLVI Congresso Brasileiro de Química da Associação Brasileira de Química (ABQ) apresentou, para o mesmo experimento, valor do coeficiente de partição para o ácido benzoico no sistema água-hexano de 0,398. Em comparação ao obtido, são discutíveis como justificativa da disparidade as condições nas quais ambos os experimentos foram feitos, como a temperatura, pressão e etapas de preparação da fase aquosa, por exemplo, que nesse caso foi submetida a aquecimento. Variações no valor de K não deveriam acontecer por se tratar de uma constante, mas não se pode excluir a influência dos fatores experimentais nesse resultado. A diluição das alíquotas com 25 mL de água antes da titulação é feita para que a fração se aproxime o máximo possível de uma solução ideal; desta forma, pode-se utilizar nos cálculos a concentração do soluto ao invés de sua atividade. CONCLUSÃO A Lei de Distribuição de Nernst relaciona a distribuição de um soluto entre duas fases imiscíveis através da quantidade de soluto em cada fase ao atingir o equilíbrio. Se modificada de forma a indicar que o soluto se associa a uma das fases, torna-se uma equação de reta, permitindo a utilização de um gráfico para determinar os valores do grau de associação do soluto (n) e do coeficiente de partição (K). Utilizando este conceito, a distribuição de ácido benzoico, em diferentes quantidades, entre as fases aquosa (B) e hexânica (A) foi analisada mediante titulação (permitindo saber o número de mols de ácido presentes na fração e, consequentemente,a concentração desta fração) e plotagem de um gráfico contendo os valores de lnCsA em função de lnCsB. O coeficiente angular da reta obtida é 0,08791 e representa n, que indica a formação de dímeros entre as moléculas do ácido benzoico quando em hexano, tornando complicada a atribuição do valor padrão de K, proveniente da Lei de Distribuição de Nernst, pelo fato de haver duas espécies químicas diferentes em solução. O coeficiente linear é 0,2774 e representa -ln(K/n), e, com isso, foi possível descobrir o valor de K para o ácido benzoico em água-hexano: 0,6661, indicando que o ácido benzoico possui maior afinidade pelo hexano devido ao seu anel benzênico, logo, às interações intermoleculares presentes nas moléculas. REFERÊNCIAS MAGRIOTIS, Z. M.; RAMALHO, T. C. de. Práticas de Físico-Química. Lavras: UFLA, 2008. Alunos: SILVA, F. J. M. da; ALVARENGA, G. M. de; ANHESINE, N. B.; COSTA, R. C; BOTERO, W. B. Professor: MARQUES, R. F. C. UNESP. 2014. Experimento: Solubilidade. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgy_sAE/solubilidade>. LIBERATTI, L. Experimento: Determinação do coeficiente de partição de uma substância em dois líquidos imiscíveis. Bacharelado em Química – UEL. Disciplina: Físico-Química Experimental. 2013. Disponível em: <https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Servi%C3%A7o- Social/Determina%C3%A7%C3%A3o-Do-Coeficiente-De-Parti%C3%A7%C3%A3o- De-Uma-Subst%C3%A2ncia-56569.html>. SILVA, N.P. - UNA; MARTINS, D.F.C. - UNA; VIEIRA, C.A. - UNA, UNIFENAS, UNINCOR, UIT. Determinação do coeficiente de partição do ácido benzoico em diferentes solventes orgânico. XLVI Congresso Brasileiro de Química – Área: Educação em Química – Associação Brasileira de Química. 2006. Disponível em: <http://www.abq.org.br/cbq/2006/trabalhos2006/6/122-203-6-T1.htm>. http://www.abq.org.br/cbq/2006/trabalhos2006/6/122-203-6-T1.htm
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