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Bacias Sedimentares

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BACIAS SEDIMENTARES
INTRODUÇÃO
As bacias sedimentares são um tipo de estrutura geológica caracterizada pela sua presença em áreas de depressão relativa ou absoluta resultantes do acúmulo de sedimentos (partículas de rochas), formando várias camadas de rochas sedimentares. 
Essa composição estrutural é importante por tornar possível a formação de fósseis e combustíveis como o petróleo e o gás natural.
INTRODUÇÃO
São áreas de crátons ou plataformas com tendência a concavidade (a ter forma de bacia) que, através do tempo geológico, foram e continuam sendo preenchidas por detritos ou sedimentos, inclusive com matéria orgânica (vegetal ou animal).
ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
Os detritos ou sedimentos, podem ter diferentes origens: fluvial, marinha, glacial, eólica (vento), lacustre (lago), vulcânica ou orgânica.
Recobrem a maior parte das áreas cratônicas, ocupando cerca de 75% da superfície das terras emersas.
Há bacias sedimentares cujas camadas de sedimentos ultrapassam 5.000m, o que demonstra a intensidade dos processos da erosão, construção, deposição ou sedimentação de materiais que ocorrem na dinâmica terrestre. 
São exemplos de grandes bacias sedimentares:
a Amazônica, do Meio-Norte e do Paraná, no Brasil;
ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
Então, com o passar dos milhões de anos, os sedimentos acumulados vão sendo sobrepostos por mais e mais conjuntos de novos sedimentos, que vão exercendo um “peso” cada vez maior. Assim, as camadas mais inferiores vão sendo “esmagadas” por uma pressão que está sempre aumentando, fazendo com que as partículas de rochas unam-se, formando as rochas sedimentares.
À medida que esse processo vai se repetindo ao longo das eras geológicas, mais e mais camadas de rochas sedimentares vão se formando. Quando elas ocupam grandes áreas e significativas profundidades, temos a formação das bacias sedimentares. Confira o esquema explicativo a seguir:
Quando as rochas se desgastam em função da ação dos agentes externos ou exógenos de transformação do relevo, elas dão origem aos sedimentos. Um exemplo de sedimento é a areia da praia, formada a partir do desgaste das rochas litorâneas pela água do mar. Outro exemplo é o pó que se forma a partir do desgaste de rochas pela ação da água das chuvas e dos ventos.
Esses sedimentos são “carregados” pelas movimentações do ar e, principalmente, pela água, tanto dos rios quanto das chuvas. Assim, pela força da gravidade, eles tendem a ser levados para as áreas mais baixas e acumularem-se ali, geralmente em regiões oceânicas.
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ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
As formadas durante as eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica são chamadas de bacias fanerozóicas.
Como apontamos no início, o processo de sedimentação ou deposição de detritos (inorgânicos e orgânicos) não cessou, dando-se conjuntamente com o de erosão, causados por agentes externos como a água (dos rios, lagos, oceanos, das enxurradas etc.), o vento, as ocilações de temperatura, as geleiras, os seres vivos (onde se inclui o homem). 
ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
Todos esses agentes realizam o desgaste (erosão) mas também são responsáveis pela deposição de materiais (construção do relevo). 
Por exemplo, quando ocorre a enchente da bacia hidrográfica do Paraguai, as águas depositam nas áreas inundadas os sedimentos que elas transportam em suspensão, dando prosseguimento à formação da bacia sedimentar do Pantanal.
 
Nas bacias sedimentares podem ser encontrados os combustíveis fósseis, o petróleo, o carvão mineral, o gás natural, o xisto betuminoso. 
Os sedimentos aí depositados são ótimos indicadores da idade dos terrenos, dos climas do passado (paleoclimas), da fauna e da flora que existiam, além de muitos outros dados de determinada área ou região.
Fonte: Melhem Adas
ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
TIPOS DE BACIAS
As bacias sedimentares preservam um registro detalhado do ambiente e dos processos tectônicos que deram forma à superfície da Terra através do tempo geológico. 
Também servem como importante repositório de recursos naturais, tais como água subterrânea, petróleo e recursos minerais diversos. Estas podem ser de vários tipos, de acordo com as causas da sua formação:
Classificação das Bacias Sedimentares
Os critérios utilizados para a classificação das bacias sedimentares são essencialmente tectónicos, tais como a localização relativamente aos limites das placas, à natureza do substrato da crosta, à evolução tectónica e ao grau de deformação. Assim, podem-se considerar os seguintes tipos:
Fossas de afundamento (grabens), riftes
Bacias intracratónicas
Bacias oceânicas
Margens continentais
Bacias frontais
Bacias de retroarco
Bacias intramontanhosas
Bacias de pull-apart
Fossas de afundamento (grabens), riftes
São normalmente estruturas estritas e alongadas, limitadas por falhas normais conjugadas. As dimensões das fossas de afundimento podem ser muito variáveis, entre um e várias centenas ou milhares de quilômetros. 
Estas estruturas são geradas em ambientes tectônicos distensivos, tanto em locais situados no interior das placas tectónicas como nos bordos construtivos entre elas. 
Muitas vezes as fossas situadas ao longo de riftes continentais estão preenchidas por lagos compridos, estreitos e bastante profundos.
Ponte sobre o vale de rifte de Alfagja, na Islândia, na fronteira entre as placas Eurasiática e Norte-americana.
As bacias intracratónicas
localizam-se no interior de regiões tectonicamente estáveis. São vastas depressões ovais ou arredondadas, onde se depositam sedimentos numa relação profundidade/diâmetro que varia entre 1/100 1/50. 
Esses sedimentos são normalmente provenientes da erosão dos relevos situados na sua periferia. A taxa de sedimentação em bacias situadas a baixa altitude, depende dos movimentos de transgressão e regressão marinhas, relacionados com a subsidência do substrato e com variações eustáticas do nível dos mares. A distribuição e o tipo de depósitos sedimentares é controlada pelo clima. 
Nas bacias situadas nos bordos dos cratões, sujeitas aos efeitos das transgressões marinhas, surgem ambientes favoráveis à formação de petróleo.
As bacias oceânicas
Situam-se no interior de uma placa tectônica, mas na qual o substrato é constituído por crusta oceânica. Situam-se nos grandes fundos abissais e, de acordo com o movimento das placas e com a expansão dos fundos marinhos, este tipo de bacias tende a permanecer como bacias oceânicas durante um longo período de tempo geológico. 
A crusta oceânica do substrato vai-se renovando constantemente a partir dos riftes das dorsais oceânicas e sobre ela se vão depositando sedimentos pelágicos em camadas tabulares. A idade dos materiais sedimentares é compreendida entre a atualidade e a crusta infrajacente, a qual será progressivamente mais moderna em direção à dorsal e mais antiga em direção à margem continental ou à fossa oceânica.
Bacias de Margens continentais
Este é o mais amplo e diverso tipo de bacias. O processo inicia-se após a fragmentação de uma placa continental, respectivo adelgaçamento e intrusão de crusta oceânica. Esta fase corresponde ao que se passa atualmente no Mar Vermelho, após o rompimento da Arábia relativamente à África. 
A continuação da distensão da bacia leva a uma nova fase que corresponde a uma margem continental madura ou passiva. Esta fase é vulgarmente designada por tipo atlântico, porque é o tipo mais frequente de bordos continentais deste oceano, nomeadamente as plataformas continentais da Terra Nova, do Brasil e da África ocidental. 
A sedimentação, lenta e progressiva, dá-se especialmente nos sectores subsidentes próximos dos bordos dos continentes, sobre a zona de transição entre a crusta continental e a crusta oceânica.
Imagem de satélite mostrando a Península Arábica e o Mar Vermelho. Fonte: NASA.[2]
Bacias frontais 
Nas zonas de convergência interplacas é normal formarem-se
bacias sedimentares, associadas à subducção de uma das placas, à frente da cadeia montanhosa ou do arco de ilhas vulcânicas que resultam desses fenômenos convergentes. 
Por esse motivo, são designadas por bacias frontais ou de antearco. Estas bacias podem acumular pouca quantidade de sedimentos, sob uma grande espessura de água. 
Subducção de uma placa oceânica em uma margem continental, formando um cinturão de montanhas vulcânico na margem deformada do continente em vez de um arco de ilha.
Subducção de uma placa oceânica com outra placa oceânica, formando uma fossa profunda e um arco de ilha vulcânico
Bacias de retroarco 
Situam entre o continente e o arco vulcânico(AV). Resultam da migração desse AV causada pela sua distensão radial relativamente à margem continental. Desta migração radial resulta também a forma arqueada dos arquipélagos que constituem os arcos insulares vulcânicos. 
As principais situam-se então em redor do Oceano Pacífico, apresentando diferentes estágios de evolução. Assim, quando a bacia ainda tem como substrato crusta continental constituída por rochas gnaisso-graníticas, forma plataformas submarinas pouco profundas, tais como as que unem a Indochina ao arco Samatra-Java (Mar de Java), ou Timor à Austrália (Mar de Arafura). 
Bacias de retroarco 
Nos carbonatos que se incluem nos depósitos sedimentares destas bacias, têm grande importância os de origem recifal. Em outros casos, o processo distensivo provoca o adelgaçamento e a rotura da crusta continental da bacia de retroarco. Começa então a formar-se crusta oceânica jovem, dando origem a um mar marginal profundo. 
Bacias intra-montanhosas 
Após a colisão entre dois blocos tectônicos, e terminados os movimentos horizontais, podem formar-se áreas subsidentes delimitadas por cordilheiras montanhosas. Como estas bacias se formam no seio de orógenos intensamente deformados e erodidos, a sedimentação que nela ocorre assenta em discordância sobre formações mais antigas. 
A taxa de sedimentação nestas bacias (a par de uma elevada taxa de subsidência) pode ser muito alta, o que se traduz num cortejo sedimentar de alguns quilômetros de espessura.
Localização da planície Panónica entre os Alpes, os Balcãs e os Cárpatos.
Bacias de pull-apart 
Estas bacias romboédricas são depressões em fosso originadas pelo deslizamento antiparalelo de dois bordos ao longo de um eixo de desligamento em linha quebrada. Ao contrário dos casos anteriores, as bacias em pull-apart não formam num ambiente distensivo clássico, mas sim na passagem para um regime de compressão. 
No setor onde se forma a depressão, é comum haver duas falhas de desligamento quase paralelas. 
Resulta assim, do seu movimento relativo, uma distensão da crusta na região situada entre as duas falhas. Deste enquadramento tectônico resulta um bloco em forma de losango que se afunda. A crusta subjacente a estas bacias é sempre continental, embora mais delgada que o normal.
Imagem de satélite mostrando a falha do rio Jordão e a depressão do Mar Morto. (fonte: NASA).
Romboedro
Bacias sedimentares brasileiras 
 As bacias sedimentares do Brasil datam do Paleozóico, do Mesozóico e do Cenozóico. As maiores são a Amazônica, a do Parnaíba, a do Paraná  e a Central. As de menor extensão são a do Recôncavo, Tucano (produtoras de petróleo), do Pantanal Mato-Grossense, do São Francisco, e a Litorânea. 
Atualmente, nove das bacias sedimentares brasileiras, totalizando 1.645.330 km² (25,6% da área total), são produtoras de petróleo. 
Figura 4 – Classificação das principais bacias sedimentares brasileiras, segundo Szatmari & Porto (1982) , confrontada com a classificação de Asmus & Porto ( 1972) por Raja-Gabaglia & Figueiredo ( 1990)
Sistema Petrolífero Permo-Carbonífero do Jurássico Superior - Austrália
Sistema Petrolífero Permo-Carbonífero do Jurássico Superior - Austrália

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