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Aula 02 TUTELA PROVISORIA INCIDENTAL NO NCPC

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PROCESSO CAUTELAR E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
ROTEIRO PARA AULA 02
TUTELAS DE URGÊNCIA - INCIDENTAIS
ESPÉCIES:
Antecipatória: satisfativa – o que se antecipa são os efeitos práticos do pedido do autor – assim, cabe antecipação mesmo em pretensões constitutivas (e.g. separação de corpos em divórcio) ou declaratórias (e.g. suspensão de efeitos de protesto de “duplicata fria”).
Cautelar: assecuratória (risco a bens e pessoas) e preparatória (antecipações probatórias).
CARACTERÍSTICAS COMUNS:
Referibilidade/instrumentalidade: referem-se a uma tutela definitiva a ser concedida em momento posterior.
Provisoriedade: 296 do NCPC - possibilidade de alteração pelo próprio juiz que a concedeu, desde que haja alteração do estado dos fatos ou das provas (aprofundamento da cognição – cláusula rebus sic standibus) – para Didier Júnior, depende de requerimento de alguma das partes, a não ser que a revogação se dê por ocasião da sentença.
OBS: Eficácia ex tunc da revogação: regra geral, já que seu cumprimento se dá pelas regras da execução provisória (520, II, NCPC)�-�.
Responsabilidade pela revogação: civil e objetiva – deve a parte derrotada indenizar o réu nos prejuízos que este sofreu com a indevida concessão da tutela de urgência, independente de culpa (teoria do risco�) – 302, NCPC – indenização liquidada e executada nos mesmos autos – daqui também a necessidade de caução como medida de garantia de futura indenização (300, §1º, NCPC).
Fungibilidade: se o juiz entender que a tutela nominalmente requerida tem natureza de outra, pode determinar a conversão, com eventual ordem de adaptação do procedimento (305, parágrafo único, NCPC).
Universalidade: cabimento, na modalidade incidental, em todo e qualquer procedimento (318, NCPC) – em se tratando de procedimentos especiais, porém, pode haver requisitos específicos� e, se não preenchidos, cabe a concessão da tutela provisória genérica�.
REQUISITOS COMUNS�: 300, NCPC
Urgência: risco de dano� grave ou de difícil� ou incerta reparação – infungibilidade – prova do fato ameaçador (mesmo que indiciária) – risco ao resultado útil do processo - periculum in mora – para Didier Júnior, há três requisitos a serem demonstrados pelo autor quanto ao perigo: concretude (não basta mero temor hipotético da parte); atualidade (dano iminente); gravidade (aptidão para prejudicar irremediavelmente a fruição do bem jurídico).
Plausibilidade: demonstração, in status assertionis, de viabilidade da tutela definitiva� – para HTJ, deve a parte demonstrar a ausência de motivos para indeferimento da petição inicial em relação ao pedido principal – aqui, na ausência de elementos de prova direta, vale a utilização de prova indiciária e das máximas de experiência (375, NCPC – juízo de “normalidade”) como meios de demonstração - fumus boni juris.
OBS: Reversibilidade: 300, §3º, NCPC - requisito específico da tutela provisória de urgência – possibilidade de desfazimentos dos efeitos da concessão da tutela – pode ser substituída pela prestação de caução (garantia de indenização dos prejuízos – 300, §1º, NCPC) – cabe, porém, sua concessão, mesmo se irreversível, se há direito fundamental do autor que será sacrificado (irreversibilidade recíproca) – fundamentação deve seguir as regras da proporcionalidade, analisando elementos do caso concreto (489, §2º, NCPC).
LEGITIMIDADE: partes, terceiros intervenientes e MP� – só o autor pode requerer tais tutelas em pedido antecedente (303, §1º, I e 305, NCPC - Didier). 
COMPETÊNCIA:
Incidental: para o mesmo juiz do processo, por mera petição nos autos (299, NCPC).
OBS: em grau recursal: em se tratando de processo em tramitação no tribunal regional, o pedido deve ser dirigido a seu relator, se o feito já foi distribuído, ou a seu presidente, se o feito ainda não foi distribuído – se o processo estiver, porém, suspenso para julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), o requerimento deve ser dirigido ao órgão em que tramita o processo suspenso (982, §2º) - em se tratando de recurso especial e extraordinário, enquanto pendente sua admissibilidade, deve ser dirigido ao presidente do tribunal local (Súmulas 634 e 635, STF); entre a publicação da admissibilidade do recurso e sua distribuição no STF ou STJ, para o presidente destes tribunais e, após sua distribuição, ao relator (1.029, §5º, I a III, NCPC, com redação da Lei 13.256/2016).
Antecedente: juízo em que seria distribuído o pedido completo (cumulado) se este tivesse sido formulado – gera prevenção, a não ser nos casos de produção antecipada de provas (299, NCPC)�.
DECISÃO: a decisão que concede ou nega a tutela provisória deve ser fundamentada, sob pena de nulidade (298, NCPC) – regra geral tem natureza de decisão interlocutória, a não ser que seja capítulo da sentença – assim, a ela são aplicados os requisitos da fundamentação estruturada� previstos no art. 489, §1º, do NCPC – pode ser concedida:
Liminarmente: despacho inicial - urgência� concomitante ao ajuizamento da ação (cumulação de pedidos – 300, §2º, NCPC) ou tutela antecedente – se houver necessidade de produção de prova oral sobre a urgência, cabe ao juiz designar, antes da concessão, audiência de justificação� (a qual pode ser bilateral – com citação e participação do réu – ou unilateral – com participação somente do autor, em casos de extrema urgência ou em que o risco de ciência do réu possa impedir a eficácia da medida – 300, §2º, NCPC) – a decisão que indefere a liminar pelo entendimento de ausência de urgência deve ser justificada (E. 30, FPPC) – da decisão cabe agravo de instrumento (1.015, I, NCPC).
No saneamento: urgência surgida no iter procedimental – na verdade, pode ser analisada a qualquer tempo, considerando que o saneamento deve ser contínuo (dever de prevenção do julgador).
Na sentença: objetivo de suprimir efeito suspensivo de eventual recurso de apelação ou reexame necessário (e.g. causas previdenciárias) – 1.012, §1º, V, NCPC – de tal capítulo da sentença, sob cabe o recurso de apelação, o qual não possui efeito suspensivo automático (1.012, §1º, V e 1.013, §5º, NCPC).
Em grau recursal: urgência surgida após a prolatação da sentença, quando a concessão da medida importa em sua imediata eficácia ou imediata suspensão da decisão anterior – se concedida pelo relator ou presidente, cabe agravo interno (1.021, NCPC e E. 142, FPPC) – se concedida em acórdão, não cabe RE (S. 735, STF), mas cabe REsp�.
CONTRADITÓRIO:
Diferido (postecipado): após concessão da liminar – em se tratando de tutela incidental, se dá nos próprios autos – em se tratando de liminar, deve ser o prazo da defesa (Bermudes) – em se tratando de tutela de urgência posterior, deve ser fixado pelo juiz para o caso concreto (prazo judicial) e, se silente, 05 dias úteis (218, §3º, NCPC).
Antecipado: casos em que, justificadamente, o juiz entender que a urgência não comprometa o contraditório – cabe oitiva anterior da outra parte (princípio da proporcionalidade) – prazo judicial especial (pode ser de 72 horas, por aplicação analógica da Lei 8.437/1992 - Zavaski).
EXECUÇÃO: 297 e 301, NCPC – efetivação, regra geral, se dá nos próprios autos�, com a utilização de medidas de apoio definidas de ofício pelo juiz, de acordo com as peculiaridades do caso concreto – o rol do artigo 301 é meramente exemplificativo� e pode ser aplicado, também, para a antecipação de tutela – poder geral de cautela (proteção)� e efetivação da tutela provisória concedida – assim, há responsabilidade objetiva pela revogação da tutela efetivada, bem como necessidade de prestação de caução� para levantamento de valores bloqueados (e.g. astreintes) – 520, IV, NCPC.
CONCESSÃO DE OFÍCIO: impossibilidade� (princípio da congruência – 2º, 141 e 492, NCPC) – depende de requerimento da parte (295, NCPC)�- �.
TUTELA ESPECÍFICA: 
Objeto: obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa (497 e 498, NCPC).
Pedido: tutela específica (cumprimento “espontâneo” da obrigaçãopelo réu) ou resultado prático equivalente (realização de ato por terceiro que assemelha-se à tutela específica�).
Medidas de apoio: medidas coercitivas utilizadas para “convencer” o réu a cumprir com sua obrigação – são definidas, de ofício, pelo juiz no caso concreto – EXEMPLOS: multa diária (astreites), busca e apreensão, prisão civil – o objetivo é o resultado mais próximo da satisfação espontânea da obrigação, pelo que devem ter caráter coercitivo (princípio da efetividade) – a multa fixada, se incidente sobre o réu inadimplente, cumula-se com a indenização devida.
OBS: Incidência da multa: a partir da intimação pessoal da parte – S. 401, STJ.
Conversão em perdas e danos: somente nos casos de pedido do autor ou de impossibilidade (física ou jurídica) de cumprimento da obrigação (499, NCPC).
Antecipação de tutela contra Fazenda Pública: possibilidade�, mas com as restrições legais contidas na L. 9.494/1997 (art. 1°)� – art. 1.059, NCPC – não se aplicam as restrições à tutela de evidência (E. 35, FPPC):
Hipóteses:
Compensação de créditos tributários�
Entrega de mercadorias ou bens provenientes do exterior�
Reclassificação ou equiparação de servidores públicos:
Concessão de aumento, extensão de vantagens ou pagamentos de qualquer natureza: a interpretação dá a entender a impossibilidade de concessão de antecipação de tutela em casos de obrigação pecuniária contra o Estado (2º-B, L. 9.494/1997).
Concessão em primeiro grau de liminar contra ato de autoridade cuja competência seria do tribunal em caso de mandado de segurança: art. 1º, §1º, da Lei 8.437/1992 (situação de burla da competência por prerrogativa de função) – exceções: ação popular e ação civil pública.
Antecipações que esgotem o objeto da ação (art. 1º, §3º, L. 8.437/1992) – irreversibilidade� (300, §3º, NCPC).
Compensação de créditos previdenciários (art. 1º, §5º, L. 8.437/1992)
Medidas que importem em: art. 4º, caput, L. 8.437/1992
a) Ofensa ao interesse público; 
b) Flagrante ilegitimidade;
Dano grave aos seguintes interesses públicos: ordem; saúde; segurança; economia.
Execução: mandamentalidade, já que incabível a expedição de precatório antes do trânsito em julgado (art. 100, §5º, CF)� – utilização de medidas de apoio – INCONSTITUCIONALIDADE, porque a restrição genérica fere o princípio da isonomia – corrente majoritária defende, ainda, a possibilidade de fixação de astreintes contra a Fazenda Pública, mas não contra o agente público, já que este não é parte no processo� - possibilidade de bloqueio de verbas públicas para garantia da eficácia da decisão�.
� As regras são aplicadas, inclusive, em se tratando de direito previdenciário. Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. RECEBIMENTO VIA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA POSTERIORMENTE REVOGADA. DEVOLUÇÃO. REALINHAMENTO JURISPRUDENCIAL. HIPÓTESE ANÁLOGA. SERVIDOR PÚBLICO. CRITÉRIOS. CARÁTER ALIMENTAR E BOA-FÉ OBJETIVA. NATUREZA PRECÁRIA DA DECISÃO. RESSARCIMENTO DEVIDO. DESCONTO EM FOLHA. PARÂMETROS. 1. Trata-se, na hipótese, de constatar se há o dever de o segurado da Previdência Social devolver valores de benefício previdenciário recebidos por força de antecipação de tutela (art. 273 do CPC) posteriormente revogada. 2. Historicamente, a jurisprudência do STJ fundamenta-se no princípio da irrepetibilidade dos alimentos para isentar os segurados do RGPS de restituir valores obtidos por antecipação de tutela que posteriormente é revogada. 3. Essa construção derivou da aplicação do citado princípio em Ações Rescisórias julgadas procedentes para cassar decisão rescindenda que concedeu benefício previdenciário, que, por conseguinte, adveio da construção pretoriana acerca da prestação alimentícia do direito de família. A propósito: REsp 728.728/RS, Rel. Ministro José Arnaldo da Fonseca, Quinta Turma, DJ 9.5.2005. 4. Já a jurisprudência que cuida da devolução de valores percebidos indevidamente por servidores públicos evoluiu para considerar não apenas o caráter alimentar da verba, mas também a boa-fé objetiva envolvida in casu. 5. O elemento que evidencia a boa-fé objetiva no caso é a "legítima confiança ou justificada expectativa, que o beneficiário adquire, de que valores recebidos são legais e de que integraram em definitivo o seu patrimônio" (AgRg no REsp 1.263.480/CE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 9.9.2011, grifei). Na mesma linha quanto à imposição de devolução de valores relativos a servidor público: AgRg no AREsp 40.007/SC, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 16.4.2012; EDcl nos EDcl no REsp 1.241.909/SC, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 15.9.2011; AgRg no REsp 1.332.763/CE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 28.8.2012; AgRg no REsp 639.544/PR, Rel. Ministra Alderita Ramos de Oliveira (Desembargador Convocada do TJ/PE), Sexta Turma, DJe 29.4.2013; AgRg no REsp 1.177.349/ES, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe 1º.8.2012; AgRg no RMS 23.746/SC, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 14.3.2011. 6. Tal compreensão foi validada pela Primeira Seção em julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, em situação na qual se debateu a devolução de valores pagos por erro administrativo: "quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público." (REsp 1.244.182/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 19.10.2012, grifei). 7. Não há dúvida de que os provimentos oriundos de antecipação de tutela (art. 273 do CPC) preenchem o requisito da boa-fé subjetiva, isto é, enquanto o segurado os obteve existia legitimidade jurídica, apesar de precária. 8. Do ponto de vista objetivo, por sua vez, inviável falar na percepção, pelo segurado, da definitividade do pagamento recebido via tutela antecipatória, não havendo o titular do direito precário como pressupor a incorporação irreversível da verba ao seu patrimônio. 9. Segundo o art. 3º da LINDB, "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece", o que induz à premissa de que o caráter precário das decisões judiciais liminares é de conhecimento inescusável (art. 273 do CPC). 10. Dentro de uma escala axiológica, mostra-se desproporcional o Poder Judiciário desautorizar a reposição do principal ao Erário em situações como a dos autos, enquanto se permite que o próprio segurado tome empréstimos e consigne descontos em folha pagando, além do principal, juros remuneratórios a instituições financeiras. 11. À luz do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) e considerando o dever do segurado de devolver os valores obtidos por força de antecipação de tutela posteriormente revogada, devem ser observados os seguintes parâmetros para o ressarcimento: a) a execução de sentença declaratória do direito deverá ser promovida; b) liquidado e incontroverso o crédito executado, o INSS poderá fazer o desconto em folha de até 10% da remuneração dos benefícios previdenciários em manutenção até a satisfação do crédito, adotado por simetria com o percentual aplicado aos servidores públicos (art. 46, § 1º, da Lei 8.213/1991. 12. Recurso Especial provido. (REsp 1384418/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013, DJe 30/08/2013)
� Fredie Didier Júnior ainda defende a possibilidade de, em obediência ao princípio da confiança e segurança jurídica, modulação de efeitos na revogação da tutela antecipada, em casos excepcionais, com adoção de medidas compensatórias a favor do réu.
� Essa é a posição majoritária da doutrina (conferir Didier Júnior, Zavaski). Em sentido contrário, admitindo a responsabilidade subjetiva: Ovídio A. Baptista da Silva, Fábio Gomes, Daniel Mitidiero e Leonardo Greco. Em posição intermediária, Zavascki defende a responsabilidade subjetiva para a tutela de evidênciapunitiva. O STJ adotada a posição majoritária: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INTERDIÇÃO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL LOCALIZADO EM SHOPPING CENTER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONCEDIDA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELOS DANOS CAUSADOS PELA EXECUÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA. ARTS. 273, § 3º, ART. 475-O, INCISOS I E II, E ART. 811, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. INDAGAÇÃO ACERCA DA MÁ-FÉ DO AUTOR OU DA COMPLEXIDADE DA CAUSA. IRRELEVÂNCIA. RESPONSABILIDADE QUE INDEPENDE DE PEDIDO, AÇÃO AUTÔNOMA OU RECONVENÇÃO. [...] 2. Recurso especial interposto por Mozariém Gomes do Nascimento: 2.1. Os danos causados a partir da execução de tutela antecipada (assim também a tutela cautelar e a execução provisória) são disciplinados pelo sistema processual vigente à revelia da indagação acerca da culpa da parte, ou se esta agiu de má-fé ou não. Basta a existência do dano decorrente da pretensão deduzida em juízo para que sejam aplicados os arts. 273, § 3º, 475-O, incisos I e II, e 811 do CPC. Cuida-se de responsabilidade objetiva, conforme apregoa, de forma remansosa, doutrina e jurisprudência. 2.2. A obrigação de indenizar o dano causado ao adversário, pela execução de tutela antecipada posteriormente revogada, é consequência natural da improcedência do pedido, decorrência ex lege da sentença e da inexistência do direito anteriormente acautelado, responsabilidade que independe de reconhecimento judicial prévio, ou de pedido do lesado na própria ação ou em ação autônoma ou, ainda, de reconvenção, bastando a liquidação dos danos nos próprios autos, conforme comando legal previsto nos arts. 475-O, inciso II, c/c art. 273, § 3º, do CPC. Precedentes. 2.3. A complexidade da causa, que certamente exigia ampla dilação probatória, não exime a responsabilidade do autor pelo dano processual. Ao contrário, neste caso a antecipação de tutela se evidenciava como providência ainda mais arriscada, circunstância que aconselhava conduta de redobrada cautela por parte do autor, com a exata ponderação entre os riscos e a comodidade da obtenção antecipada do pedido deduzido. 3. Recurso especial do Condomínio do Shopping Conjunto Nacional não provido e recurso de Mozariém Gomes do Nascimento provido. (REsp 1191262/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 25/09/2012, DJe 16/10/2012).
� EXEMPLOS: ações possessórias (558, 561 e 562, NCPC – posse prévia do autor, turbação ou esbulho a menos e um ano e um dia, continuação ou perda da posse pelo ato do réu) e ações de despejo (59, §1º, L. 8.245/1991 – despejo liminar com prestação de caução de três meses de aluguel e alguma das situações do referido parágrafo como, por exemplo, falta de pagamento e garantias – inciso IX).
� EXEMPLO: ações possessórias com força velha e mandado de segurança.
� E. 145, FPPC.
� Para Fredie Didier Júnior, com toda razão, cabe também para evitar a ocorrência (tutela inibitória) ou desfazimento (tutela reintegratória) de um ato ilícito, sendo irrelevante, neste caso, se ocorrerá ou não um dano (art. 497, NCPC).
� Fredie Didier Júnior defende, por exemplo, a possibilidade de antecipação de tutela para evitar dispersão de clientela de empresa e nos casos em que o réu não possua patrimônio (insolvabilidade).
� A maioria da doutrina (e.g. Fredie Didier Júnior), trata o requisito como probabilidade de êxito na demanda. Exige-se um raciocínio de verossimilhança fática e plausibilidade jurídica. Como não se usa a ciência matemática para a construção da decisão, a idéia é extremamente subjetivista e com alto grau de discricionariedade, o que pode causar arbitrariedades.
� Para Fredie Didier Júnior e Antônio Cláudio da Costa Machado, em se tratando de demanda envolvendo incapaz, o MP atual com “assistente diferenciado”, o que lhe retira a legitimidade para requerer a tutela antecipada. Só pode sugerir sua concessão. A posição, porém, é minoritária.
� Para Daniel Neves, porém, em se tratando de medida de constrição de bens, a tutela provisória antecedente pode ser ajuizada onde se encontra o objeto da constrição judicial, em obediência aos princípios da celeridade e efetividade.
� Aplica-se também às decisões monocráticas dos tribunais (E. 141, FPPC).
� Este requisito é dispensado em algumas tutelas provisórias especiais (e.g. embargos de terceiro, despejo e ações possessórias de força velha).
� Vicente de Paula Ataíde Júnior, em posição interessante, defende, inclusive, a possibilidade de inspeção judicial prévia antes da análise da liminar.
� PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MEDIDA LIMINAR EM AÇÃO CAUTELAR. ANÁLISE DO MÉRITO DA DEMANDA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. Em recurso especial contra acórdão que nega ou concede medida cautelar ou antecipação da tutela, a questão federal passível de exame é apenas a que diz respeito aos requisitos da relevância do direito e do risco de dano, previstos nos artigos 804 e 273 do CPC. Não é apropriado invocar, desde logo, e apenas, ofensa às disposições normativas relacionadas com o mérito da ação principal. 2. Não viola o art. 535 do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.
3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido. (REsp 816.050/RN, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 10/04/2006, p. 163).
� Se o juiz entender conveniente, conforme Didier Júnior e Luiz Guilherme Marinoni, pode determinar a autuação em apartado da execução provisória, como incidente, para evitar tumultos no procedimento.
� ARRESTO: constrição de bem para garantir futura execução por quantia certa; SEQUESTRO: constrição de bens litigioso para garantir futura entrega em execução para entrega de coisa certa; ARROLAMENTO: constrição de universalidade, para garantir futura partilha, com descrição do conteúdo do conjunto; PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO: registro de notícia para terceiros da existência de processo, para evitar alegação de boa fé em indevida alienação do bem litigioso.
� E. 31, FPPC.
� Dispensada em casos em que a parte é beneficiária da gratuidade judiciária (300, §1º, NCPC).
� Posição de Fredie Didier Júnior e Leonardo Greco. Em sentido contrário, Daniel Neves defende a possibilidade de concessão de ofício. Para Luiz Guilherme Marinoni, o juiz não pode conceder de ofício, mas pode levantar a questão em face ao princípio da cooperação.
� Como exceções, porém, cita-se a fixação de alimentos provisórios (4º, L. 5.478/1968) e tutelas de urgência nos juizados especiais federais (4º, L. 10.259/2001) e da fazenda pública (3º, L.12.153/2009).
� PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TUTELA ANTECIPADA. NECESSIDADE DE REQUERIMENTO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. AUSENTE. 1. Ambas as espécies de tutela – cautelar e antecipada – estão inseridas no gênero das tutelas de urgência, ou seja, no gênero dos provimentos destinados a tutelar situações em que há risco de comprometimento da efetividade da tutela jurisdicional a ser outorgada ao final do processo.2. Dentre os requisitos exigidos para a concessão da antecipação dos efeitos da tutela, nos termos do art. 273 do CPC, está o requerimento da parte, enquanto 
que, relativamente às medidas essencialmente cautelares, o juiz está autorizado a agir independentemente do pedido da parte, em situações excepcionais, exercendo o seu poder geral de cautela (arts. 797 e 798 do CPC). 3. Embora os arts. 84 do CDC e 12 da Lei 7.347/85 não façam expressa referência ao requerimento da parte para a concessão da medida de urgência, isso não significa que, quando ela tenha caráter antecipatório, não devam ser observados os requisitos genéricos exigidos pelo Código de Processo Civil, no seu art. 273. Seja por força do art. 19 da Lei da Ação Civil Pública, seja por força do art. 90do CDC, naquilo que não contrarie as disposições específicas, o CPC tem aplicação. 4. A possibilidade de o juiz poder determinar, de ofício, medidas que assegurem o resultado prático da tutela, dentre elas a fixação de astreintes (art. 84, §4º, do CDC), não se confunde com a concessão da própria tutela, que depende de pedido da parte, como qualquer outra tutela, de acordo com o princípio da demanda, previsto nos art. 2º e 128 e 262 do CPC. 5. Além de não ter requerido a concessão de liminar, o MP ainda deixou expressamente consignado a sua pretensão no sentido de que a obrigação de fazer somente fosse efetivada após o Trânsito em julgado da sentença condenatória. 6. Impossibilidade de concessão de ofício da antecipação de tutela. 7. Recebimento da apelação no efeito suspensivo também em relação à condenação à obrigação de fazer. 8. Recurso especial parcialmente provido.(RESP 1.178.500).
� EXEMPLO: expedição de ofício ao DETRAN para lançamento de impedimento de circulação em veículo; expedição de ofício ao SERASA para retirada do nome do autor de seu banco de dados.
� Exemplo: art. 14, §3º, L. 12.016/2009.
� Não se aplicam, porém, as referidas restrições em matéria previdenciária, já que estas devem ser interpretadas restritivamente (Súmula 739 do STF). Também não se aplicam para verbas ilegitimamente descontadas de servidor (Rcl 2726). A constitucionalidade de tais restrições já foi reconhecida, de forma abstrata, pelo STF, que defende a prevalência do interesse público sobre o particular. Porém, no caso concreto, podem ser afastadas se houver situação de direito fundamental sob risco. Nesse sentido, conferir a ADC 4 e a ADI-MC 223-6. 
� Para Fredie Didier Júnior o que se veda é a decretação da compensação com extinção do crédito, mas não os efeitos práticos da compensação, como, por exemplo, expedição de certidão positiva com efeitos negativos (art. 151, IV, CTN).
� Para Fredie Didier Júnior o dispositivo é inconstitucional, em face da irreversibilidade recíproca (e.g. produtos perecíveis).
� Fredie Didier Júnior.
� Para Fredie Didier Júnior, a referida restrição, inserida pela EC 30/2001 é inconstitucional por ferir o princípio da efetividade do processo, bem como da isonomia.
� Para Daniel Neves, contra o agente público caberia a fixação de multa pelo ato atentatório ao exercício da jurisdição.
� PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. ADOÇÃO DE MEDIDA NECESSÁRIA À EFETIVAÇÃO DA TUTELA ESPECÍFICA OU À OBTENÇÃO DO RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE. ART. 461, § 5o. DO CPC. BLOQUEIO DE VERBAS PÚBLICAS. POSSIBILIDADE CONFERIDA AO JULGADOR, DE OFÍCIO OU A REQUERIMENTO DA PARTE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. ACÓRDÃO SUBMETIDO AO RITO DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLUÇÃO 08/2008 DO STJ. 1. Tratando-se de fornecimento de medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de suas decisões, podendo, se necessário, determinar até mesmo, o sequestro de valores do devedor (bloqueio), segundo o seu prudente arbítrio, e sempre com adequada fundamentação. 2. Recurso Especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 08/2008 do STJ. (REsp 1069810/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 06/11/2013).
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