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REVISÃO asma

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Serviço Público Federal 
Ministério da educação 
Universidade Federal de Sergipe 
Campus Universitário “Professor Antônio Garcia Filho” 
Graduação em Medicina 
 
Sanni Silvino Parente 
 
Revisão: Asma 
Doença inflamatória das vias aéreas, 
caracterizada por hiper-responsividade das VA 
à estímulos irritantes, culminando em 
obstrução variável e temporária do fluxo. 
EPIDEMIOLOGIA: P= 20% entre 7 e 14 anos; 4° 
causa de hospitalização no SUS e 3° causa 
entre crianças. 
Aproximadamente 80% relatam início 
antes dos 6 anos, mas estes representam uma 
minoria de todos os pré-escolares com 
sibilância. 
QUADRO CLÍNICO: 
 Queixa: Episódios paroxísticos de sibilância 
que pode acompanhar dispneia ou 
episódios recorrentes de ttosse, cansaço 
aos esforços e dificuldade de realizar AVD. 
Crianças maiores relatam “falta de ar” e 
“pressão no peito”, crianças menores 
relatam “dor não localizada”. 
 Sintomas pioram à noite; 
 Ao exercício físico: apatia, desconforto ou 
tosse; 
 Muco; 
 Uso da musculatura acessória; 
CONDUTA DIAGNÓSTICA: Detectar fatores de 
piora (alérgenos, infecções virais, ambientais, 
etc.), questionar sobre comorbidades (riniite, 
sinusite, pneumonia, dermatite atópica, etc.) e 
histórico familiar. 
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓTICO CLÍNICO: 1 ou mais dos 
seguintes sintomas: 
 Dispneia; 
 Chiado no peito; 
 Dor torácica ou sensação de aperto; 
 Tosse crônica recorrente, com 
intensificação noturna ou no início da 
manhã; 
 Sintomas desencadeados por: 
o Alérgenos; 
o Infecções virais de VAS; 
o Choro ou riso; 
o Exercício. 
 HF + atopia; 
 Reversibilidade do quadro com 
medicações broncodilatadoras ou anti-
inflamatórias – Utiliza o beta- agosnista 
inalatório de ação curta (ABAC = 
salbutramol); 
 3 ou mais episódios de sibilância no último 
ano; 
 Exclusão dos diagnósticos diferenciais. 
NO LACTENTE: 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
 Hemograma; 
 IgE (maiores de 1 ano) para verificar atopia 
= aumentada; 
 RX tórax AP/perfil = exclusão de 
diagnósticos diferenciais, achados 
discretos de hiperinsuflação (retificação do 
diafragma) e espessamento peribrônquico; 
 Testes de alergia para leite de vaca e 
pesquisa de DRGE ou teste terapêutico; 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL: deve responder 3 
questões relacionadas ao quadro clínico: 
obstrução do fluxo aéreo, reversibilidade com 
o uso de broncodilatador e variabilidade 
diurna. 
ESPIROMETRIA: 
VEEF1 < 80% do previsto e VEF1/CVF < 
86%. 
OU 
VEF1 > 12 (ou 7%)% e > 200 mL após 
adm de broncodilatadores indica limitação 
reversível do fluxo aéreo, compatível com 
asma. 
OU 
VEF1> 20% ou > 250mL no decorrer de 
duas semanas utilizando predinisona 30 a 
40mg/dia VO por 2 semanas. 
OBS: Broncoprovocação = queda de 
VEF1 >= 20% após substâncias irritantes 
(histamina, carbacol, etc). Ou > 10 a 15% após 
exercício. 
PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE): Após 
broncodilatardo > 15% e diurna (manhã e 
tarde) > 20% por 2 a 3 semanas. 
Utilizado no acompanhamento, deve 
ser feito em material reciclado e portátil, 
presente nas UBS. 
DIAGNÓSTICO DE ALERGIA: Teste de puntura 
cutânea (ácaros) ou dosagem de IgE específico. 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: Em crianças 
menores de 5 anos será mais difícil distinguir 
asma de rinossinusites, bronquiolites ou 
outras síndromes sibilantes. Deve estar atento 
para malformações, doenças pulmonares da 
prematuridade e síndromes aspirativas. 
 Em crianças maiores, vale diferenciar 
de rinossinusites, síndrome da hiperventilação 
alveolar, síndrome do pânico, disfunção de 
cordas vocais, DPOC e obstruções (corpo 
estranho). 
TTO - ORIENTAÇÕES: Educação sobre a 
doença, estabelecimento do plano de ação 
para exacerbações e adesão. 
TTO – IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DOS 
FATORES DE RISCO: 
Com benefício clínico comprovado: 
 Evitar tabagismo; 
 Evitar alimentos, aditivos e medicações 
que piorem os sintomas; 
 Reduzir exposição ocupacional 
Sem benefício clínico comprovado: 
 Diminuir ácaros (roupa de cama, carpetes, 
etc); 
 Animal doméstico (remoção ou bloquear 
entrada no quarto); 
 Detetizaçao contra baratas; 
 Reduzir umidade para controlar mofo; 
 Evitar ambientes poluídos. 
TTO – MEDICAMENTOSO: Alcançar o nível de 
asma controlada, com verificações a cada 4 
semanas. Após isso, manter a medicação por 3 
meses de controle e reduzir os medicamentos, 
minimizando os efeitos colaterais. 
 
Etapa 1: medicações de alívio 
 Broncodilatadores (BD) de curta duração 
nas exarcebações. 
Etapa 2: alívio + 1 medicação de controle 
 BD CD + corticoide inalatório (CI) em baixa 
dose; 
 
 BD CD + antileucotrienos. 
 
 
Broncodilatadores de curta duração (BDCD) 
- beta-2-agonistas: salbutamol, fenoterol e 
terbutalina. 
Inicio: 1 minuto/ ação: 4-6 horas. 
Indicação: alivio dos sintomas nas 
exacerbações aguda e pré-tto da obstrução 
brônquica induzida por exercício físico. 
O aumento da utilização é sinal de descontrole. 
Efeitos colaterais: tremores de extremidades, 
arritmias e hipocalemia. 
 
 
Corticoide Inalatório (CI) 
- beclometasona, budesonida, fluticasona e 
ciclesonida. 
Principal medicamento na manutenção, 
profilaxia e anti-inflamatório. 
Controle dos sintomas: 1 a 2 semanas de tto/ 
reversão da hiper-responsividade: meses ou 
anos. 
Efeitos colaterais: candidíase oral, rouquidão, 
tosse e irritação na garganta, osteoporose, 
catarata e glaucoma, equimose e 
desaceleração do crescimento em crianças 
(dose alta em períodos prolongados). 
 
 
Antileucotrienos 
- montelucaste e zafirlucaste 
Efeito broncodilatador lento e modesto. Efeito 
anti-inflamatório a longo prazo. 
Crianças > 6 meses. 
 
 
Etapa 3: alívio + 1 ou 2 medicações de 
controle adicional 
 BD CD + CI baixas doses + BD de longa 
duração (LABA); 
 
 BD CD + CI dose média ou alta; 
 BD CD + CI baixas doses + Teofilina de 
Liberação Lenta; 
Etapa 4: alívio + 2 ou mais medicações de 
controle 
 BD CD + CI dose média/alta + BD longa 
duração; 
 BD CD + CI dose média/alta + BD longa 
duração + antileucotrienos; 
 BD CD + CI dose média/alta + BD longa 
duração + teofilina de liberação lenta. 
Etapa 5: de alívio + medicação de controle 
adicional 
Tudo acima + C. oral + tratamento anti-IgE. 
 
 
 
 
MANEJO DA CRISME DE ASMA NA URGÊNCIA 
 Monitoração da FC e PA. 
 Evitar ventilação mecânica e intubação. 
 Francamente dispneicas 
o Jejum até melhora. 
 Graves / observação por muito tempo: 
o Hidratação venosa. 
o Monitoramento do potássio; 
 Oxigênio suplementar: se SaO2 < 95%. 
 BD CD: Via inalatória preferencialmente a 
cada 20m na 1° hora (3 doses); 
o Boa resposta: 2/6 horas; 
o Má resposta: a cada 20m + outras 
drogas. 
 Corticosteroides (IV / VO): pacientes 
córtico-dependente ou não resposta ao 
BD. 
 
BD de longa duração (LABA) 
- formoterol e salmeterol 
Crianças > 5 anos. 
Reduz o tempo necessário para controlar a 
doença; 
Efeitos adversos (pouco comuns): tremores de 
extremidade e hipocalemia. 
Utilizar em associação a CI. 
 
 
 
 
 
Teofilina de Liberação Lenta (Xantinas) 
Broncodilatora e anti-inflamatória. 
Associação a CI: apenas quando outras 
combinações não responderem. 
Efeitos (doses altas): arritmias e PCR 
 
 
 
 
Corticosteroides sistêmicos 
- prednisona ou prednisolona 
Indicações: exacerbaçõesagudas sem resposta 
satisfatória dos BD. 
Adm na 1° hora do atendimento. 
Efeitos (após 10 dias de uso/ doses elevadas): 
alterações no metabolismo da glicose, retenção 
de líquidos, osteoporose, ganho de peso, 
hipertensão e necrose asséptica da cabeça do 
fêmur. 
 
 
 
 
 
Anti-IgE 
- Omalizumabe 
Crianças >12 anos com asma alérgica de difícil 
controle. 
Subcutâneo a cada 2/4 semanas. 
Contra-indicações: peso>150kg ou IgE<30 ou 
>700UI/ml. 
 
 
 
 
 
 
 
Textos de base: 
- Tratado SBP; 
-Tratado Nelson; 
-MEDCEL; 
-MEDCURSO.

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