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Trabalho de fisio – apresentação Via direta normal: A via direta é caracterizada pela liberação dos movimentos voluntários do corpo, ou seja, ela favorece a execução dos movimentos pela própria vontade do indivíduo. É uma via de precisão e suavidade dos movimentos. Nesta via: o córtex manda um sinal/informação excitatório para o putâmen ou o núcleo caudado que fazem parte do estriado e que são os núcleos para a entrada da informação, localizados nos núcleos da base. Assim, o córtex manda a informação para o (sinal excitatório) putâmen e este faz o seu papel de inibir o GPI. O GPI é o núcleo de saída da informação dos núcleos da base. Com o GPI inibido, ele deixa de inibir o tálamo, assim o tálamo fica livre para fazer o seu papel de liberar o movimento para o córtex novamente. Via indireta normal: A via indireta é caracterizada pela trava do movimento, uma vez que promove uma inibição da liberação do movimento para o córtex. Nesta via o córtex envia a informação (sinal excitatório) para o putâmen, assim, o putâmen irá inibir o GPE. Quando o GPE está inibido, ele deixa de inibir o GPI e o subtalâmico. Assim, o GPI fica livre para inibir o tálamo. O tálamo inibido, não conseguirá liberar o movimento para o córtex, assim, o movimento trava. O subtalâmico também fica livre, ele envia sinais excitatórios para o GPI, acentuando ainda mais a inibição do tálamo, ocasionando ainda mais trava do movimento. OBS: Ambas ocorrem simultaneamente. De forma a liberar um pouquinho o movimento e travar um pouquinho o movimento, para que o movimento seja suave, preciso, delicado, refinado. Uma vez que o movimento precisa de máxima coordenação/controle para que seja executado de maneira adequada. Liberando enquanto está tudo ok e travando para que seja ainda melhor elaborado a sua forma de execução. Doença de Parkinson: (problema nos neurônios da substância negra). É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, devido a degeneração dos neurônios na parte compacta da substância negra que fica nos núcleos da base no SNC. A dopamina é um neurotransmissor que possibilita a comunicação entre os neurônios, facilitando a execução dos movimentos voluntários, sendo, portanto, na falta de dopamina o controle motor do indivíduo é extremamente prejudicado, ocasionando tremor constante dos membros e da mandíbula, diminuição da força muscular em partes que não estão em ação ou mesmo quando em resistência, com propensão a inclinar o tronco para frente e distúrbios do equilíbrio e da marcha, pois, passa da marcha para passos corridos. Também apresentam lentidão nos movimentos. Essa diminuição da produção de dopamina geralmente é consequência do envelhecimento, logo, todos os indivíduos apresentarão morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Embora ocorra em alguns jovens (30, 45 anos) devido a genética e hereditariedade do indivíduo. Apesar da diminuição da dopamina acontecer em todas as pessoas, em algumas, ela ocorre de forma muito mais acelerada, aparecendo assim os sintomas da doença de Parkinson. O tratamento, inclui medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional, sendo o objetivo principal a redução dos prejuízos causados pela doença. No tratamento do Parkinson é usado a L- Dopa ou levodopa ou L- diidroxifenilalanina): É o medicamento mais importante para amenizar os sintomas da doença. A L- Dopa se transforma em dopamina no cérebro e supre parcialmente a falta do neurotransmissor dopamina que antes era produzido e liberado pelos neurônios da substância negra, que fica localizada nos núcleos da base. No início da doença, o indivíduo ainda produz alguma dopamina, sendo assim, o medicamento serve como um auxílio para que ele tenha um aumento maior de dopamina, logo, os sintomas tornam-se menos percebidos. Porém, quando já não a mais neurônios na substância negra, apenas o medicamento não é o suficiente para que ocorra a produção de dopamina necessária, assim, os sintomas são percebidos, porém, em menor grau quando comparado a alguém que não faz uso do medicamento. A L - Dopa é transformada em dopamina no cérebro através de descarboxilações, pela enzima dopa-descarboxilase restabelecendo assim os níveis em deficiência daquele neurotransmissor. Mas mesmo assim apenas 1 a 5% da L-Dopa entra nos neurónios dopaminérgicos e é convertida a dopamina. Resultando, portanto, em uma melhora dos sintomas, mas não o desaparecimento deles. O que ocorre? A perda da dopamina leva ao aumento da atividade na Via Indireta e uma diminuição da Via Direta. O córtex irá enviar sinais excitatórios para o putâmen, enquanto os neurônios da substância negra enviarão pouca dopamina, (devido a degeneração dos neurônios). Caracterizando na dificuldade para iniciar o movimento (acinesia) e pela redução da amplitude e da velocidade do movimento voluntário (bradicinesia). A dopamina pode agir em dois tipos de receptores, D1 e D2 que ficam localizados no putâmen. O receptor D1 ativa a via direta, enquanto o D2 ativa a via indireta, de forma a controlar o movimento. Como a via direta é menos acionada, o putâmen deixa de inibir o GPI, logo o GPI aumenta a sua atividade e inibe o tálamo, sendo assim, o tálamo não libera o movimento para o córtex. Como a via indireta é aumentada e caracteriza a trava do movimento, o indivíduo apresenta ainda mais dificuldade na sua realização, pois, como o putâmen inibe o GPE, este deixa de inibir o GPI e o NS, assim, GPI fica livre para inibir o tálamo, o tálamo inibido, não conseguirá liberar o movimento para o córtex, assim, o movimento trava. O subtalâmico também fica livre, ele envia sinais excitatórios para o GPI, acentuando ainda mais a inibição do tálamo, ocasionando ainda mais trava do movimento. OBS: tanto no balismo quanto no parkinson é realizado a Talidotomia onde o cirurgião destrói uma pequena parte do globo pálido, criando uma cicatriz. Isso reduz a atividade cerebral na área, o que pode ajudar a aliviar os sintomas de movimento, pois, o GPI fica com a sua resposta diminuída, o que resulta a umaumento da atividade do tálamo e liberação do movimento para o córtex. Coréia ou doença de Huntington: (problema nos neurônios do corpo estriado) É causada por um defeito no gene do cromossomo 4 que codifica uma proteína chamada de huntingtina. Essa proteína age no núcleo estriado induzindo apoptose, ou seja, induz a degeneração dos neurônios do corpo estriado, sendo do núcleo caudado e putâmen. É caracterizada por cinco aspectos: hereditariedade, coréia, distúrbios do comportamento e psiquiátricos, déficit cognitivo (demência) e óbito após 15 – 20 anos com a doença. Causa movimentos involuntários dos músculos proximais dos membros, irregulares e de forma indesejada, como os tiques. Esses movimentos não possuem nenhum objetivo, podendo ser de várias formas, lentos, movimentos distônicos de extremidades (anormais, até mesmo a postura), espasmos e que geralmente desaparecem no sono, pois, são inibidos ou não acionadas essas vias, devido ao sono demandar muita informação e tarefa ao SNC. Pode com o tempo ocasionar perda de memória, depressão ou ansiedade. O que ocorre? Apesar de acometer o putâmen que é o núcleo que recebe a informação e as envia para os outros núcleos das vias diretas e indiretas, o problema é mais evidente na via indireta. Como o putamên está prejudicado, a atividade do GPE é aumentada, assim, o GPE inibe o GPI e o NS, com os dois inibidores do tálamo inibido, o tálamo fica livre para liberar o movimento para o córtex. O avançoda doença, se projetaria também para o GPI na via direta, o eu resultaria na inibição do tálamo e consequentemente trava do movimento, pois, o tálamo não liberaria para o córtex. Balismo: (problemas nos neurônios do núcleo subtalâmico) Dentre as principais causas do balismo, está o AVC's hemorrágico e tumores cerebrais. Os sintomas do balismo são, movimentos involuntários dos músculos proximais dos membros de início e fim abruptos, como pernas e braços, onde mostram-se anormais, estereotipados, violentos e que não podem ser controlados pela vontade do indivíduo. Possuem uma grande amplitude dos movimentos e são parecidos com chutes ou arremessos. Se esses sintomas ocorrem dos dois lados do corpo é chamado de balismo e se ocorre em apenas um dos lados, é chamado de hemibalismo. A lesão está na degeneração dos neurônios do núcleo subtalâmico. O que ocorre? Como o problema está no NS, afeta a via indireta. Nesta via, o córtex envia a informação (sinal excitatório) para o putâmen, assim, o putâmen irá inibir o GPE. Quando o GPE está inibido, ele deixa de inibir o GPI e o NS. Assim, o GPI fica livre para inibir o tálamo. O tálamo inibido, não conseguirá liberar o movimento para o córtex, assim, o movimento trava. A função do NS é acentuar a resposta do GPI na inibição do tálamo, como estará afetado, não enviará sinais excitatórios para o GPI, o que diminui a resposta do GPI ao tálamo, resultando em uma desinibição do tálamo, ou seja, o tálamo libera o movimento para o córtex, levando a movimentos involuntários. OBS: tanto no balismo quanto no parkinson é realizado a Talidotomia onde o cirurgião destrói uma pequena parte do globo pálido, criando uma cicatriz. Isso reduz a atividade cerebral na área, o que pode ajudar a aliviar os sintomas de movimento, pois, o GPI fica com a sua resposta diminuída, o que resulta a umaumento da atividade do tálamo e liberação do movimento para o córtex. Referências: KANDEL, E. R. et al. Princípios de neurociências. 5° ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1499p
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