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* * Direito Civil I – Parte Geral Prof. Joanna Cardoso Gonçales * * lesão * * Situação de extrema necessidade ou inexperiência “conduz a pessoa a concluir negócio jurídico, assumindo obrigação desproporcional e excessiva por extrema necessidade ou inexperiência.” * * Vicia o negócio jurídico desde a sua formação; Implica na regra do § 1º do 157 – apreciação da desproporção segundos os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado Independe do conhecimento e má-fé da outra parte; Pode fazer-se presente em todo contrato bilateral e oneroso; Nos contratos aleatórios somente se ultrapassar o risco normal do contrato * * OBSERVAÇÃO Não se aplica à lesão o Princípio da onerosidade excessiva ou clausula rebus sic stantibus para a invocação da teoria da imprevisão. Esta depende do surgimento de fato superveniente (extraordinário e imprevisível) * * ANULAÇÃO do NJ celebrado em Estado de perigo (CC, 178,II) Previsão de conservação do negócio com redução do aproveitamento. (CC, 157) 1. ser oferecido suplemento suficiente 2. o favorecido concordar com a redução do aproveitamento. Conclusão: o lesionado pode optar pela ANULAÇÃO ou pela REVISÃO do contrato (pedido alternativo) * * Fraude contra credores * * No CC/16 Fraude contra credores vícios sociais Simulação nulidade relativa No CC/02 Simulação deslocada para o capítulo da invalidade como causa de nulidade absoluta * * PORQUE NÃO EXISTE VÍCIO DE CONSENTIMENTO? A vontade declarada é igual ao desejo íntimo PORQUE EXISTE VÍCIO SOCIAL? O negócio jurídico é para prejudicar credores * * Definição de ato fraudulento “todo ato suscetível de diminuir ou onerar o patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente ou por ele reduzido à insolvência (passivo superando ativo)” O patrimônio do devedor responde por suas dívidas (Princípio da responsabilidade patrimonial-CC, 957) * * Elemento objetivo ou eventus damni é o prejuízo decorrente da insolvência. Elemento subjetivo ou consilium fraudis É o conluio fraudulento; Basta que o adquirente saiba da insolvência do alienante. Não precisa estar com este mancomunado para lesar credor. Devem ser provados pelo credor na ação pauliana ou revocatória * * 1. atos de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida; Hipóteses regulamentadas no artigo 158 CC Ex: doação; renúncia de herança; renúncia de usufruto; perdão de dívida; A Fraude contra credores é presumida Basta a prova da insolvência ou eventus damni - o credor não precisa provar o consilium fraudis * * 2. atos de transmissão onerosa; Hipóteses regulamentadas no artigo 159 CC Fraude contra credores exige Prova da insolvência prova do conhecimento ou eventus damni do adquirente ou consilium fraudis real presumido* * Em face da notoriedade ou motivos como preço vil e parentesco * * 3. Pagamento antecipado da dívida Hipóteses regulamentadas no artigo 162 CC Garante tratamento igualitário entre credores quirografários - Sua única garantia é o patrimônio do devedor) Credor privilegiado Tem direito a receber antes frente a garantia especial que possui O privilégio é limitado ao valor da garantia A Fraude contra credores é presumida Basta a prova da insolvência ou eventus damni * * 4. Concessão fraudulenta de garantia Hipótese regulamentada no artigo 163 CC Inibe favorecimento de credor em prejuízo dos demais Trata-se de garantia real: - de penhor: gera crédito pignorátício (bem móvel); - anticrese: gera crédito anticrético (frutos de bem imóvel) - hipoteca: gera crédito hipotecário (bem imóvel) Obs: Garantia fidejussória (fiança, aval, caução) não prejudica os credores em concurso. A Fraude contra credores é presumida Basta a prova da insolvência ou eventus damni * * Ação de natureza jurídica desconstitutiva do negócio fraudulento Diferente da fraude à execução que tem natureza jurídica declaratória de ineficácia relativa do negócio jurídico. Legitimidade ativa Credores quirografários ao tempo do ato fraudulento e seus sucessores; (CC, 158, § 2º) Credores com garantia no credito excedente (CC, 158, § 1º) * * Legitimidade passiva (CC, 161) o devedor insolvente; a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta; terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé; É caso de litisconsórcio passivo necessário; A ação pauliana deve ser movida contra todos; O juiz pode ordenar a integração da lide de ofício * * Fraude não ultimada – CC, 160 Nos negócios de execução diferida. Serve para evitar a anulação do negócio Serve para elidir eventual má-fé Procedimento O adquirente que ainda não pagou deposita o preço em juízo e cita por edital todos os interessados - por ação de consignação em pagamento (CC 335, V) - em defesa na ação pauliana O preço deve ser o de mercado/real pago; Preço inferior pode ser complementado (§ único) * * Os que resultam de gastos ordinários do devedor para (CC, 164) 1. manutenção do estabelecimento mercantil, rural ou industrial 2. subsistência do devedor e sua família; São negócios onde presumem-se a boa-fé - admite-se contraprova sendo juris tantum Trata-se de rol exemplificativo, admitindo outras hipóteses * * SEMELHANÇAS Alienação fraudulenta de bens; Desfalque do patrimônio do devedor; Eventual consilium fraudis com o adquirente; O prejuízo do credor (eventus damni) DIFERENÇAS * * Fraude contra credores Fraude à execução 1. É vício social /defeito do negócio jurídico / regulado pelo direito civil (CC, 158 a 165) 2. não pressupõe ação, embora possam existir alguns protestos É incidente processual / regulado pelo processo civil (CPC, 593) 2. Pressupõe demanda (de conhecimento ou execução) em andamento capaz de levar à insolvência (CPC, 593, II) * * Fraude contra credores Fraude à execução 3. Depende de ação pauliana ou revocatória 4. Acarreta a anulação da alienação fraudulenta 3. Independe de ação revocatória /basta alegação incidental com simples petição nos próprios autos 4. Acarreta a ineficácia da alienação fraudulenta * * Fraude contra credores Fraude à execução 5. Aproveita a todos os credores 6. A má-fé é presumida nos atos gratuitos e deve ser provada nos atos onerosos 5. Aproveita somente ao exequente; 6. Corrente tradicional: A má-fé é sempre presumida; Posicionamento atual Presunção absoluta de fraude depende do registro no RI da penhora ou arresto judicial * * 1. Defina lesão 2. Explique porque diante da lesão que “ataque” o negócio jurídico não será aplicada a teoria da imprevisão, que é baseada no princípio da onerosidade excessiva ou clausula rebus sic stantibus 3. Quais as soluções judiciais poderão ser buscada pelo prejudicado diante de um negócio jurídico viciado pela lesão? * * 4. Defina fraude contra credores 5. Explique porque diante da fraude contra credores existe vício social e não vício de consentimento? 6. Quais os elementos configuradores da fraude contra credores? 7.Aponte as hipóteses de fraude contra credores reconhecidas na lei destacando as características de cada uma delas * * 8. Qual o procedimento judicial para se reconhecer a fraude contra credores? 9. Quem possui legitimidade ativa para mover a que visa reconhecer a fraude contra credores? 10. Contra quem deve ser movida a ação que visa reconhecer a fraude contra credores? 11. Aponte a hipótese legal onde a fraude contra credores não será ultimada discorrendo sobre o seu procedimento. 12. Quais as diferenças entre a fraude contra credores e a fraude à execução. *