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aula 16. Dos defeitos do negócio jurídico lesão e fraude contra credores

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Direito Civil I – Parte Geral
 Prof. Joanna Cardoso Gonçales
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lesão
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Situação de extrema necessidade ou inexperiência
“conduz a pessoa a concluir negócio jurídico, assumindo obrigação desproporcional e excessiva por extrema necessidade ou inexperiência.”
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Vicia o negócio jurídico desde a sua formação;
Implica na regra do § 1º do 157 – apreciação da desproporção segundos os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado
Independe do conhecimento e má-fé da outra parte;
Pode fazer-se presente em todo contrato bilateral e oneroso;
Nos contratos aleatórios somente se ultrapassar o risco normal do contrato
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OBSERVAÇÃO
Não se aplica à lesão o Princípio da onerosidade excessiva ou clausula rebus sic stantibus para a invocação da teoria da imprevisão.
Esta depende do surgimento de fato superveniente (extraordinário e imprevisível)
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ANULAÇÃO do NJ celebrado em Estado de perigo (CC, 178,II)
Previsão de conservação do negócio com redução do aproveitamento. (CC, 157)
1. ser oferecido suplemento suficiente
2. o favorecido concordar com a redução do aproveitamento.
Conclusão: o lesionado pode optar pela ANULAÇÃO ou pela REVISÃO do contrato (pedido alternativo)
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Fraude contra credores
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No CC/16
Fraude contra credores
 						vícios sociais
Simulação				nulidade 								relativa
No CC/02
Simulação 
deslocada para o capítulo da invalidade como causa de nulidade absoluta
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PORQUE NÃO EXISTE VÍCIO DE CONSENTIMENTO?
A vontade declarada é igual ao desejo íntimo
PORQUE EXISTE VÍCIO SOCIAL?
O negócio jurídico é para prejudicar credores
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Definição de ato fraudulento
“todo ato suscetível de diminuir ou onerar o patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente ou por ele reduzido à insolvência (passivo superando ativo)”
O patrimônio do devedor responde por suas dívidas (Princípio da responsabilidade patrimonial-CC, 957)
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Elemento objetivo ou eventus damni
é o prejuízo decorrente da insolvência.
Elemento subjetivo ou consilium fraudis
É o conluio fraudulento;
Basta que o adquirente saiba da insolvência do alienante. Não precisa estar com este mancomunado para lesar credor.
Devem ser provados pelo credor na ação pauliana ou revocatória
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1. atos de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida;
Hipóteses regulamentadas no artigo 158 CC
Ex: doação; renúncia de herança; renúncia de usufruto; perdão de dívida;
A Fraude contra credores é presumida
Basta a prova da insolvência ou eventus damni
- o credor não precisa provar o consilium fraudis
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2. atos de transmissão onerosa;
Hipóteses regulamentadas no artigo 159 CC
Fraude contra credores exige
Prova da insolvência		prova do conhecimento 	ou eventus damni		do adquirente ou 						consilium fraudis
 					
 						real	 presumido*
* Em face da notoriedade ou motivos como preço vil e parentesco
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3. Pagamento antecipado da dívida
Hipóteses regulamentadas no artigo 162 CC
Garante tratamento igualitário entre credores quirografários - Sua única garantia é o patrimônio do devedor)
Credor privilegiado 
Tem direito a receber antes frente a garantia especial que possui
O privilégio é limitado ao valor da garantia
A Fraude contra credores é presumida
Basta a prova da insolvência ou eventus damni
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4. Concessão fraudulenta de garantia
Hipótese regulamentada no artigo 163 CC
Inibe favorecimento de credor em prejuízo dos demais
Trata-se de garantia real:
- de penhor: gera crédito pignorátício (bem móvel);
- anticrese: gera crédito anticrético (frutos de bem imóvel)
- hipoteca: gera crédito hipotecário (bem imóvel)
Obs: Garantia fidejussória (fiança, aval, caução) não prejudica os credores em concurso.
A Fraude contra credores é presumida
Basta a prova da insolvência ou eventus damni
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Ação de natureza jurídica desconstitutiva do negócio fraudulento
Diferente da fraude à execução que tem natureza jurídica declaratória de ineficácia relativa do negócio jurídico.
Legitimidade ativa
Credores quirografários ao tempo do ato fraudulento e seus sucessores; (CC, 158, § 2º)
Credores com garantia no credito excedente (CC, 158, § 1º)
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Legitimidade passiva (CC, 161)
o devedor insolvente;
a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta;
terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé;
É caso de litisconsórcio passivo necessário;
A ação pauliana deve ser movida contra todos;
O juiz pode ordenar a integração da lide de ofício 
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Fraude não ultimada – CC, 160
Nos negócios de execução diferida.
Serve para evitar a anulação do negócio
Serve para elidir eventual má-fé 
Procedimento
O adquirente que ainda não pagou deposita o preço em juízo e cita por edital todos os interessados
- por ação de consignação em pagamento (CC 335, V)
- em defesa na ação pauliana
O preço deve ser o de mercado/real pago;
Preço inferior pode ser complementado (§ único)
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Os que resultam de gastos ordinários do devedor para (CC, 164)
1. manutenção do estabelecimento mercantil, rural ou industrial
2. subsistência do devedor e sua família;
São negócios onde presumem-se a boa-fé
- admite-se contraprova sendo juris tantum
Trata-se de rol exemplificativo, admitindo outras hipóteses 
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SEMELHANÇAS
Alienação fraudulenta de bens;
Desfalque do patrimônio do devedor;
Eventual consilium fraudis com o adquirente;
O prejuízo do credor (eventus damni)
DIFERENÇAS
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Fraude contra credores
Fraude à execução
1. É vício social /defeito do negócio jurídico / regulado pelo direito civil (CC, 158 a 165)
2. não pressupõe ação, embora possam existir alguns protestos
É incidente processual / regulado pelo processo civil (CPC, 593)
2. Pressupõe demanda (de conhecimento ou execução) em andamento capaz de levar à insolvência
(CPC, 593, II)
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Fraude contra credores
Fraude à execução
3. Depende de ação pauliana ou revocatória
4. Acarreta a anulação da alienação fraudulenta
3. Independe de ação revocatória /basta alegação incidental com simples petição nos próprios autos
4. Acarreta a ineficácia da alienação fraudulenta
 
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Fraude contra credores
Fraude à execução
5. Aproveita a todos os credores
6. A má-fé é presumida nos atos gratuitos e deve ser provada nos atos onerosos
5. Aproveita somente ao exequente;
6. Corrente tradicional: A má-fé é sempre presumida;
Posicionamento atual
Presunção absoluta de fraude depende do registro no RI da penhora ou arresto judicial 
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1. Defina lesão
2. Explique porque diante da lesão que “ataque” o negócio jurídico não será aplicada a teoria da imprevisão, que é baseada no princípio da onerosidade excessiva ou clausula rebus sic stantibus
3. Quais as soluções judiciais poderão ser buscada pelo prejudicado diante de um negócio jurídico viciado pela lesão?
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4. Defina fraude contra credores
5. Explique porque diante da fraude contra credores existe vício social e não vício de consentimento?
6. Quais os elementos configuradores da fraude contra credores?
7.Aponte as hipóteses de fraude contra credores reconhecidas na lei destacando as características de cada uma delas
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8. Qual o procedimento judicial para se reconhecer a fraude contra credores?
9. Quem possui legitimidade ativa para mover a que visa reconhecer a fraude contra credores?
10. Contra quem deve ser movida a ação que visa reconhecer a fraude contra credores?
11. Aponte a hipótese legal onde a fraude contra credores não será ultimada discorrendo sobre o seu procedimento.
12. Quais as diferenças entre a fraude contra credores e a fraude à execução.
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