Buscar

Fraudes na Execução

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Direito Processual Civil II
Fraudes na execução
O patrimônio do devedor é a garantia dos credores, portanto, segundo o princípio da
limitação da disponibilidade, o devedor só pode dispor de seus bens enquanto não
prejudicar o credor. Se o devedor faz desaparecer a garantia, tais atos são qualificados de
fraudulentos.
A fraude contra credores ofende o direito dos credores; a fraude à execução atenta contra
o bom funcionamento do Poder Judiciário. Em ambas, o devedor desfaz-se de bens do seu
patrimônio, tornando-se insolvente. A diferença é que, na fraude contra credores, a
alienação é feita quando ainda não havia ação em curso, ao passo que a fraude à execução
só existe se a ação já estava em andamento.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real
ou obrigação reipersecutória;
A hipótese é de alienação da coisa litigiosa. Se, no curso do processo que
versa sobre direito real ou obrigação reipersecutória, o devedor aliena a
coisa a um terceiro, a sentença estende os seus efeitos a ele, nos termos do
art. 109, § 3º, do CPC. Obrigação de entrega de coisa.
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
As alienações de bem em fraude à execução são ineficazes perante o credor,
que pode postular que ele continue sujeito à execução, ainda que em mãos
do adquirente ou cessionário. No caso da fraude à execução, o adquirente
ou cessionário não responderá pela dívida, mas o bem a ele transferido
ficará sujeito à execução. Obrigação de pagar quantia.
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
1
● Fraude contra credores: Hipótese de fraude menos gravosa, referente sempre a
obrigação de pagamento de quantia, em que o credor deliberadamente desfalca
seu patrimônio (atos de disposição) e entra em estado de insolvabilidade
econômico (não confundir com insolvência civil, que somente é declarada por juiz).
○ Natureza: é um instituto de Direito material (CC, Arts. 158 a 171), não é de
natureza processual, porque a fraude acontece anteriormente à instauração
do litígio, onde ainda não há processo.
○ Prejuízo: do credor e interesse deste
○ Pressuposto:
■ Prejuízo decorrente da insolvência, eventus damnis (elemento
objetivo). São atos que tornam o devedor insolvente ou agravam sua
insolvência
● Art. 158 do Código Civil. Os negócios de transmissão gratuita de
bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente,
ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos
dos seus direitos.
■ Conhecimento pelo contratante, scientia fraudis (elemento subjetivo),
é um conluio para praticar a fraude. A legislação dispensa provar que
o terceiro que tenha adquirido os bens estivesse ciente da situação
somente em casos de disposição não onerosa. Em casos de
disposição onerosa, necessita provar que o terceiro tivesse
conhecimento de que se estava tentando fraudar a garantia do credor
○ Remédio jurídico: Ação Pauliana - busca anular os atos de disposição
patrimonial fraudulentos
○ Consequência da sentença: Anulação do negócio jurídico por vício social.
■ Art. 159 do Código Civil. Serão igualmente anuláveis os contratos
onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou
houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
● Fraude à execução: Hipótese de gravidade média, ocorre durante o processo de
execução, e não antes dele.
2
○ Natureza: instituto de direito processual, a fraude à execução atenta não só
contra o credor, como contra o bom funcionamento do Poder Judiciário
Art. 792 do CPC. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à
execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no
respectivo registro público, se houver;
obrigação de entrega de coisa com base em direito real (direito de
propriedade) ou pessoal (direito de transmissão da propriedade), ação
reivindicatória (fundada em direito real) ou reipersecutória (fundada em
direito pessoal)
(...)
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor
ação capaz de reduzi-lo à insolvência; - obrigação de pagamento de quantia
○ Prejuízo: Interesse do credor e da prestação jurisdicional (atentatório à
dignidade da justiça)
○ Pressupostos:
■ Obrigação de entregar coisa:
● Ação fundada em direito real ou pessoal (direito de sequela)
● Elemento objetivo: Litispendência configurada no momento
em que a ação é protocolada para o autor, e no momento em
que a o réu é citado, a citação induz a litispendência, que por
sua vez torna a coisa litigiosa
● Elemento subjetivo: conhecimento da demanda (verificável
pela existência de registro público - presunção de
conhecimento) pelo adquirente, através da certidão de ônus
■ Obrigação de pagar quantia:
● Ação capaz de reduzir o devedor à insolvência
● Elemento objetivo: Litispendência configurada no momento
em que a ação é protocolada para o autor, e no momento em
3
que a o réu é citado, a citação induz a litispendência, que por
sua vez torna a coisa litigiosa
● Elemento subjetivo: conhecimento do terceiro adquirente
sobre a demanda capaz de reduzir o devedor à insolvência. O
terceiro de boa-fé, não há fraude e o credor deve pleitear
perdas e danos
○ Remédio jurídico: Não precisa ajuizar ação, argui-se como incidente dentro
da própria execução, para reconhecimento incidental à execução
○ Consequência da sentença: Não desconstitui o negócio jurídico (nulidade).
A ineficácia do negócio jurídico é relativa, o ato de disposição só não produz
efeitos para o credor no plano da eficácia. O terceiro, caso prejudicado, pode
pedir ressarcimento, em perdas e danos, pela evicção.
● Alienação do bem constrito: Hipótese mais gravosa de fraude, pois é caso em que
um bem é penhorado (ato de constrição judicial), ou seja, o bem se torna garantia
específica da execução, e ainda assim o devedor se desfaz dele.
○ Natureza: Direito processual (CPC, Art. 792, II, III). Não se trata de
insolvência, não se trata do patrimônio como um todo, apenas de um bem
determinado que já estava destinado à execução e fora desfalcado
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
(...)
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de
execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro
ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
○ Prejuízo: interesse do credor e da prestação jurisdicional, através do
desfalque daquele bem específico que foi tornado garantidor da execução
no processo.
○ Pressuposto:
■ Elemento objetivo: Litispendência e ato de constrição judicial;
■ Elemento subjetivo: ciência da constrição.
4
○ Remédio: Reconhecimento incidental à execução.
○ Consequência: Ineficácia relativa.
Quanto à prova da ciência da fraude pelo terceiro adquirente do bem alienado.
Boa-fé e bens sujeitos a registro: Se o bem é sujeito a registro, o ônus da prova é do
exequente. O exequente deve provar que providenciou o registro da penhora, da demanda
ou de outro ato de oneração, sob pena de presumir-se a boa-fé do adquirente. Apenas se
tiver todos os registros e o adquirente tiver conhecimento, será caracterizado como fraude.
Boa-fé e bens não sujeitos a registro: Se o bem não está sujeito a registro o ônus da prova
é do adquirente, para provar a sua boa-fé.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente
tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição,
mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor
e no local ondese encontra o bem.
● Regras específicas:
○ Bens objeto de direito de retenção: O exequente que estiver, por direito de
retenção, na posse de coisa pertencente ao executado tem de indicar à
penhora na petição inicial a coisa retida, sob pena de se alegar a exceptio
excussionis realis, caso não o faça. Ex.: o hospedeiro pode reter bagagem; o
mecânico pode reter o carro, caso o devedor não pague.
■ Art. 793: a execução vai ser feita sobre o bem retido, preferencialmente,
para não caracterizar abuso.
○ Bens do fiador: O fiador tem responsabilidade patrimonial primária, ainda
que a obrigação seja acessória. Pode exercer o benefício de ordem, onde os
bens do devedor devem ser executados primeiramente, e se o fiador pagar a
dívida integral ou parcialmente, sub-roga nos direitos do exequente o seu
ressarcimento.
○ Bens do espólio: O espólio responde pelas dívidas transmissíveis do falecido;
feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que
na herança lhe coube.
5
■ Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a
partilha, cada herdeiro responde por eles dentro das forças da herança e
na proporção da parte que lhe coube.
6

Outros materiais