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IED PROCESSUAL - Paula Sarno

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IED – PROCESSUAL
Noções Fundamentais
1- Conflito de interesse. lide. mérito.
- O bem é todo o ente capaz de satisfazer a necessidade humana com suas utilidades. 
ex: medicamento, pensão alimentícia, desagravo público
- Toda vez que um ser humano tem uma necessidade, e se vê diante de um bem apto a satisfazê-lo, surge o interesse, e o interesse é a situação favorável à satisfação da necessidade. Ocorre que, muitas vezes, os bens são limitados, e as necessidades humanas não, isso pode fazer com que nasçam os conflitos de interesse, e as vezes os bens podem estar disponíveis, mas podem surgir interesses que chocam entre si (ex: meio ambiente). Esses conflitos de interesse, se não se diluírem na sociedade, na vida social, eles podem acabar sendo marcados pela adoção de condutas de pretensão e resistência. A pretensão é uma atitude de vontade de fazer prevalecer seu próprio interesse em detrimento ao interesse do outro, podendo o outro resistir a isso ou não. A pretensão é por si só uma admissão de subordinação do outro, e é a partir dai que surge o conceito clássico Carmelutiano de lide.
- Na lição de Carmeluti a lide é o conflito de interesse marcado por uma pretensão que é resistida. Tradicionalmente a lide era vista e colocada como o conteúdo do processo jurisdicional, como mérito do processo. No CPC de 73, na exposição de motivos feito por Alfredo, eles deixam claro que o conceito de lide é utilizado no sentido de mérito do processo jurisdicional, e isso não perdura no CPC de 2015, que sofreu uma varredura no seu conceito, substituindo genericamente o conceito lide pelo conceito mérito. A razão para essa substituição é que de um lado nem todo processo tem por objeto uma lide, ele pode ter por objeto situações jurídicas que não são litigiosas (ex: situações jurídicas unipessoais), além disso o processo também pode versar sobre direitos que não foram lesados, eles tão em ameaça de sofrer uma lesão, querendo então, com esses processos, prevenir essa ameaça, essa lesão, são as ações preventivas (ex: pedir ao juiz para que não escreva o nome no serasa, pois a dívida foi paga, evitando assim a lesão ao direito). O processo também pode versar sobre o direito potestativo, que não corresponde a uma pretensão a ser resistida, e não pressupõe tanto o comportamento da outra parte para ser realizado (ex: direito de anular um contrato, direito de divórcio). Nem todo processo tem como objeto a lide, por outro lado, nem toda lide vem a ser objeto de processo, pois ela é um fenômeno sociológico da nossa vida social, e muitas vezes ela se dissipa na nossa vida social, mas se a lide for levada a um processo, ela será o mérito do processo. A relação jurídica material controvertida que se está se discutindo como conteúdo no processo pode ser litigiosa, a lide quando levada no processo compõe o mérito dele. Essa ideia de lide é formada numa época em que a gente só visualiza os conflitos individuais, mas isso já está desconstruído pois já se enxerga conflitos de massa, e fica menos palpável a ideia de alguém titularizando uma pretensão e alguém resistindo.
aula 02 - 02/03
2- Funções do direito
- Já é um senso comum que o homem é um animal social, "onde há homem há sociedade, onde há sociedade há direito". 
2.1- direção de condutas
- Primeira função do direito.
- A direção de condutas é o fato do direito estabelecer normas de direção de condutas que são aquelas que vão firmar pautas de comportamentos que são considerados socialmente desejadas. Essas normas nem sempre são simplesmente cumpridas, nem sempre tão facilmente observadas, há casos que elas são desrespeitadas pelo seu destinatário que não adota o comportamento desejado, esperado, e há casos em que seu cumprimento depende da intervenção do Estado (ex: normas relativas a interdição, não se pode interditar alguém sem que o Estado intervenha). É em razão do descumprimento que surgem problemas e conflitos que devem ser tratados e resolvidos pelo Estado.
EX: ideia de que o pai que pode deve pagar alimentos ao filho que precisa; a ideia de que o proprietário de um carro deve pagar o IPVA.
2.2- tratamento de conflitos
- O direito também tem que ter a preocupação de determinar quando e como serão geridos e solucionados os problemas causados pelo descumprimento das normas, e para tanto ele estabelecerá 2 tipos de normas. A norma material que vai estabelecer o critério do julgamento do conflito, e a norma processual que definirá a forma como irá se resolver esse conflito. No final das contas, o grande x da questão é o fato de que o direito nessa sua função de tratamento aos conflitos acabará dando efetividade às normas de direção de conduta que não foram espontaneamente respeitada, ou conflitos servirão como critério para julgamento do próprio conflito, que acabam se confundindo com as normas materiais. 
ex: o pai não pagou o alimento, surge o conflito, e o critério de resolução do conflito é essa norma que não foi obedecida.
ex: o contribuinte que não paga o IPVA, a solução são as normas de processo que tratam de execução fiscal do IPVA que busca o pagamento do IPVA.
3- modo de tratamento 
- Historicamente, no período mais primitivo da história da humanidade, na antiguidade, não existia o ente soberano, como o Estado, que tomasse para si o poder de resolver os conflitos. Por isso normalmente os conflitos eram resolvidos pelas próprias partes litigantes, as vezes com o uso de força ou violência, como duelos, disputas privadas, ou as vezes de forma pacífica, chegando a conciliação.
obs: essa é a realidade dos conflitos internacionais. Não existe um ente soberano que possa tomar pra si o poder de resolver os conflitos internacionais, devendo as partes litigantes resolverem o problema.
- O poder de resolver os conflitos pode ser dado aos próprios litigantes ou a um terceiro desinteressado e imparcial. É por isso que classificamos os modos ou formas de tratamento de conflitos a partir da titularidade de poder de resolvê-los.
3.1- autonomia (autocomposição em sentido lato)
- Se o poder de resolver os conflitos é das partes, conjunta ou isoladamente, estamos diante da autonomia, que comumente é chamada de autocomposição em sentido lato. 
- Os modos autônomos de resolução do conflitos são a autotutela ou auto-defesa ou então a autocomposição em sentido stricto também chamado de conciliação. A autotutela ou autodefesa é um meio egoísta de solução dos conflitos pois é a parte mais forte, mais astuta, mais sagaz que fará prevalecer o seu próprio interesse em detrimento do interesse do outro, a partir do uso de força (física ou psicológica), ocorre impositivamente, é a chamada vingança privada, é o fazer justiça com as próprias mãos. A autodefesa nos ordenamentos mais "civilizados" foi considerada crime nos artigos 345 e 350 no CPP, ela é vedada no nosso ordenamento jurídico, mas existem casos excepcionais em que ela é admitida em razão da relevância do direito que está em jogo ou então, simplesmente, porque o Estado nem sempre tem como defender o direito do próprio cidadão, no tempo esperado, na rapidez necessária, então ele abre espaço para o cidadão se defender (ex: direito de greve, legítima defesa, estado de necessidade, desforço incontinente), cabe ao Estado posteriormente controlar se houve um exercício correto do poder de autodefesa.
- A conciliação ou autocomposição em sentido stricto, é um meio abnegativo de solução de conflito ou truísta, pois ambas as partes topam, voluntariamente, abrir mão do seu próprio interesse, no todo ou em parte, em prol do interesse do seu adversário, e essa atitude pode ser unilateral ou bilateral. A atitude é unilateral quando se configura uma renúncia de uma pretensão do seu titular ou quando o seu adversário se submete a ela, reconhecendo a procedência dessa pretensão. A atitude bilateral é a transação em que ambas as partes fazem concessões mutuas, aceitando abrir mão, em parte, do seu próprio interesse, sendo que a conciliação não só é um meio legítimo, como é um meio muito estimulado para a solução dos conflitos
e dos problemas.
- Artigos 2º, 139, V, 165 a 175, artigos 334 e 335 estimulam ou valorizam a conciliação civil.
obs: o cpc de 2015 no artigo 3º §2º consagra um princípio de estímulo a solução consensual de conflitos, e não bastando isso há uma resolução do STJ 125/2010 e também a lei 13.140/15, e desse arcabouço normativo, se institui uma verdadeira politica de tratamento adequado dos conflitos em que o foco é garantir a participação do cidadão na construção da solução do conflito, prestigiando a autonomia, liberdade, uma atuação democrática e popular no contexto da atividade de solução dos conflitos. O objetivo visado com isso é garantir que o cidadão participe da construção da solução do conflito, da decisão que vai resolver o conflito, mediante dialogo. Não cabe a nenhum magistrado pressionar ou intimidar ninguém a fazer um acordo, pois o objetivo dessa atividade conciliatória é trazer o individuo pro dialogo e viabilizar a participação dele na construção de uma solução do problema.
- As vezes é possível que um terceiro entre em cena, estimulando as partes a chegar a uma solução do conflito, funcionando como um catalisador para a solução do conflito, sendo que esse terceiro é chamado de mediador ou conciliador. A mediação e a conciliação são tratadas pelo CPC pela resolução do STJ 125/2010 e a lei 13.140/15, esse arcabouço deve ser lido conjuntamente para conseguirmos estabelecer o que é mediação e conciliação. O artigo 3º §3º institui um dever de estimular a conciliação e a mediação, inclusive no processo judicial, pois a mediação e a conciliação pode ocorrer judicialmente ou extrajudicialmente, apesar do nosso foco ser sua realização no contexto de um processo judicial, e no âmbito do processo judicial, é que o CPC traz a disciplina sobre a matéria, que tem que ser lida conjuntamento com a resolução do STJ e com a lei. O legislador no artigo 165 a 175 CPC, trata das figuras do mediador e do conciliador sendo que o mediador e conciliador são inseridos no quadro de sujeitos processuais e se enquadram na categoria dos auxiliares de justiça, tanto que todo regramento previsto aos auxiliares de justiça vão ser submetidos aos mediadores e conciliadores.
Obs: mediador x conciliador: a diferença entre os dois é a seguinte, o conciliador trabalha com o conflito que não decorre de um vínculo prévio entre as partes, elas praticamente só se conheceram na hora de entrar em conflito, e por conta disso o conciliador vai trabalhar diretamente com a solução do conflito, propondo soluções possíveis para ver se consegue chegar a uma conciliação entre as partes (ex: acidente de veículos). O mediador vai trabalhar com um conflito que decorre do vínculo prévio entre as partes, trabalhando o conflito, não indo direto à solução, vai estimular as partes para que as partes proponham a solução (ex: problema de família, problema de societário, problema com um contrato prévio).
- O mediador ou conciliador deve ser imparcial, desinteressado (princípio da imparcialidade), deve haver um dialogo, pois é uma atividade extramente oral, deve haver uma imediatidade (princípio da oralidade), a atividade deve ser informal, para que os litigantes não se assustem, e consigam firmar um acordo (princípio da informalidade), para que os litigantes se sintam à vontade, os litigantes devem ter espaço para agir com autonomia e liberdade na discussão do problema e na solução dele, não cabendo pressão ou intimidação (princípio da autonomia e liberdade), tudo que ocorre numa sessão de conciliação ou mediação é sigiloso, até para que tenha uma liberdade no que se vai falar (princípio da confidencialidade), a decisão das partes deve ser informada, as partes devem ser informadas de tudo que está sendo discutido, o caminho a ser trilhado e o ponto de chegada(princípio da informação). Os princípios extras são o princípio da independência do mediador ou do conciliador, a exigência da ética e da boa-fé na solução do conflito, além do princípio da isonomia entre as partes, para que estejam a pé de igualdade na discussão, e esses princípios têm alguns desdobramentos. 
* O princípio da autonomia e da liberdade: exigência da autonomia da vontade e, portanto voluntariedade, na submissão das partes a um procedimento de conciliação e mediação, a ideia não é obrigar ninguém. O legislador estabelece uma ressalva, se a conciliação ou a mediação já foi previamente estabelecido pelas partes em contrato, e a parte convidada não comparece a sessão, ela vai sofrer as consequências da sua omissão, da sua infração contratual. Vai arcar com 50% das custas e dos honorários de um advogado que decorra de um processo posterior.
* A autonomia da vontade das partes na construção do procedimento da conciliação e da mediação, a vontade das partes pode interferir na construção do procedimento, pois esses processos têm uns ritos em lei, e eles podem alterar algumas coisas.
* A autonomia da vontade na construção da decisão do conflito, não há espaço para a pressão ou intimidação.
* O princípio da confidencialidade: no que tange à extensão subjetiva ela é exigida de todos aqueles que participem, direta ou indiretamente, da sessão de conciliação e mediação. Não se admitindo que o que foi ouvido seja posteriormente divulgado ou seja objeto de depoimento em juízo (nova hipótese de recusa a depor, de dever de silêncio). Na extensão objetiva, o objeto do sigilo são todos os dados e informações decorrentes da sessão de conciliação e mediação (o objeto será quaisquer direitos disponíveis ou indisponíveis desde que passível de autocomposição, sendo que se o direito for indisponível, o legislador exige que o acordo daqui decorrente seja objeto de homologação judicial, mediante prévia oitiva do MP).
- A mediação e a conciliação pode se dar tanto no âmbito público, quanto no âmbito privado, pode-se ter câmaras públicas de mediação e conciliação vinculadas aos tribunais. O CPC prevê no artigo 165 que a necessidade de criação de um centro judiciário de soluções consensuais de conflitos dentro dos tribunais, e na verdade existe um dever para que todos os tribunais criem esse centro. O centro vai realizar a sessão de conciliação e mediação, orientando o cidadão a chegar a uma solução consensual do seu conflito, a audiência passa a ser um dos primeiros passos do processo jurisdicional, e esse será administrado por um juiz coordenador, que pode contar com um juiz adjunto, que também ficará responsável pela homologação de acordos (aqueles que versam sob os direitos indisponíveis) e vai fiscalizar a atividade dos mediadores e conciliadores. No âmbito privado, a conciliação e a mediação também pode existir nos tribunais de arbitragem, nos escritórios de advocacia. O artigo 164 no CPC de 2015 prevê que a União, os Estados, os Municípios e o DF criarão câmaras administrativas voltadas para a conciliação e mediação para a resolução dos conflitos que envolvam órgãos e entidades da administração pública.
3.2- heteronomia (heterocomposição)
- Se o poder de resolver é conferido a um terceiro imparcial e desinteressado, estaremos diante da chamada heteronomia.
- Na antiguidade, a titularidade de resolver os conflitos eram dados aos sacerdotes, pois estavam mais próximos às divindades, senão aos anciões, pois seriam aqueles que teriam mais experiências e conhecimentos sobre os costumes das tribos, dando então uma decisão que estivesse de acordo com esse direito consuetudinário. Não existe uma evolução linear na resolução dos conflitos, fazendo essa organização linear apenas para fins didáticos. No direito romano arcaico, já surgem formas de heteronomias diferentes, ocorrendo em primeiro lugar a arbitragem facultativa (as partes que estão em litígio se dirigem a um pretor, que é um agente estatal, e firmam perante o pretor a chamada “lites contestatio” e aceitam submeter o litígio a um árbitro, escolhido por elas mesmas), em segundo lugar há a etapa de arbitragem obrigatória (pretor escolhe quem é o arbitro), por fim o “cognisio extra ordinem” (próprio pretor assume o poder de resolver o conflito,
sendo o embrião da figura do juiz). Tudo isso caminha rumo a juridição, sendo a jurisdição estatal até hoje o método por excelência de resolução dos conflitos, é essa função estatal exercida por um terceiro imparcial e desinteressado para dizer uma solução pacífica.
- A jurisdição é um monopólio do Estado, e exatamente por isso, o Estado pode, por lei, delegar o exercício da jurisdição a atores privados, como no caso dos chamados árbitros, e é isso que a lei de arbitragem faz (lei 9307/97). A arbitragem é uma jurisdição privada.
MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS = MEIOS NÃO JURISDICIONAIS
EQUIVALENTES JURISDICIONAIS = VIAS NÃO JURISDICIONAIS DE SOLUÇÃO 
ARBITRAGEM = PRÓPRIA JURISDIÇÃO
4- Direito Material e Direito Processual
- Direito Material: conjunto de normas que vem disciplinar as relações jurídicas que tem por objeto os bens da vida, como as relações tributárias, relações de família, relações sucessórias. Esse direito nem sempre é cumprido, o que faz surgir os conflitos, e a partir dai surge a segunda função estatal, que é a função jurisdicional. É necessário que se discipline o exercício da jurisdição para se manter a ordem social, sabendo como o Estado vai exercer essa função jurisdicional, e esse é o papel do direito processual, que abrangerá o conjunto de normas que disciplinará o exercício da jurisdição através do processo, sendo que é tradição em doutrina dizer que o direito processual abrangeria o aspecto interno e externo da disciplina do processo. No âmbito interno regulamentaria a relação jurídica processual, que é complexa e dinâmica, travada entre partes e juiz, pois abrange uma profusão de situações jurídicas processuais que se sucedem em juízo que precisam ser disciplinadas pelo direito processual, e no âmbito externo ele estaria focado na disciplina do procedimento propriamente dito, ou seja, da sucessão de atos que são praticados em juízo que precisam ser definidos.
- O processo seria definido como procedimento que é animado por uma relação jurídica processual travada entre as partes e juiz. 
- Paula não concorda pois não existe no plano do fato jurídico a ideia de uma relação jurídica complexa e dinâmica, pois na origem a relação jurídica é vista de forma estática, e também porque não se dá pra conceituar o processo como relação jurídica nem que seja no aspecto interno, pois a realidade do processo é uma sucessão de atos, e a relação jurídica são só efeitos desses atos. Paula prefere definir o processo como procedimento, e as relações jurídicas são os elos de cada ato, são os efeitos.
- O processo na sua perspectiva mais ampla é um procedimento de produção de norma, que no nosso ordenamento brasileiro se dá de forma contraditória, se dá pela participação direta ou indireta daqueles que vão ser atingidos pelas normas. O processo pode ser no âmbito público ou privado. No âmbito público temos processos legislativos (produção da lei, contando de forma indireta com a participação daqueles que vão seguir a lei) e administrativos.
- O Estado no exercício da função legislativa cria o direito material e o direito processual. 
- A melhor forma de você conceituar o direito material e o direito processual, a mais abrangente possível, é aquela que enxerga que muitas vezes o processo jurisdicional não tem como objeto um bem da vida material, as vezes, há casos, que o processo tem como objeto um bem da vida processual, um bem jurídico estritamente processual, e seu objetivo é dar efetividade a uma norma processual.
- Norma material: critério de julgamento de um conflito, determinando o conteúdo da decisão que vai resolver o conflito. Norma processual: define a forma como o conflito vai ser resolvido, o procedimento de resolução dele. É perfeitamente possível que o que atuou como norma processual em um processo pode atuar como norma material em outro processo.
- Sobre a teoria geral do processo, essa desconhecida - FREDDIE DIDIER
- O processo jurisdicional estatal: inicialmente, é costume em doutrina enquadrar o direito processual como um ramo do direito público, pois ele disciplinaria a relação jurídica processual que tem como sujeito o Estado juiz, que está ali no exercício de uma função pública, que é a jurisdição. Isso pode ser relativizado se pensar que existem processos privados. Em que pese esse caráter público no regime do CPC de 2015 dá-se uma enfatização na autonomia pois pode-se mudar os procedimentos, dando um poder muito grande as partes de negociar mudanças no procedimento, afastando regras de lei e elas mesmo estabelecendo como querem que o procedimento tramite. Também se costuma dizer que o direito processual tem os seus pilares firmados sob o direito constitucional, pois na CF estariam estabelecidas regras básicas para o direito processual e pro funcionamento deste. Também diz que o direito processual tem algumas semelhanças com os ramos do direito material como, por exemplo, direito penal, o direito administrativo, e o mais importante é o fato do direito processual ter uma relação genérica de instrumentalidade com o direito material, pois tradicionalmente costuma-se dizer que o processo é um instrumento a serviço do direito material pois ele tem com um dos seus grandes fins a efetivação das normas materiais, a realização das normas materiais. A instrumentalidade do processo, tal como é inicialmente concebida, é criticada por 2 razões básicas: parte-se da premissa de que o processo é distinto do direito material, e o processo só estaria ali para declarar um direito material preexistente, pra dar cumprimento a normas materiais preestabelecidas, e isso acaba colocando o processo numa posição de subserviência ao direito material, e o direito material fosse independente dele.
Calmon de Passos diz que o processo e o direito material são indissociáveis entre si, pois todo direito é construído processualmente, e todo processo visa a produção de direito, não podendo então visualizar um separado do outro.
5- Instrumentalidade circular (Carmelutti)
- Se o processo serve ao direito material, o direito material é por ele servido, um depende do outro, pois o processo dá existência ao direito material, e o direito material dá a ele utilidade. Sem o processo o direito material não existe, e sem o direito material o processo não tem o motivo de existir, não tem utilidade. Muitas vezes existe um direito material antes do processo, e é por isso que se pode dizer que com o processo, o que se faz é uma reconstrução do direito material, pois o direito material entra num processo de uma forma, e sai de outra forma. Processo, como instrumento, transforma o direito, o processo é essencialmente criativo. Hoje já se chegou a um momento de que se afirma que todo processo é um momento criativo, o magistrado quando chega na sua decisão ele cria 2 normas, na parte decisória ele cria a norma individualizada que disciplina a conduta das partes no caso concreto, e na parte da fundamentação ele também constrói normas gerais para resolver no caso concreto, pois quando ele olhar no ordenamento jurídico ele vai encontrar um monte de texto, e vai interpretar esses textos, e na sua interpretação ele vai extrair o sentido que é dado a norma, se a norma tiver um texto aberto, sua criatividade será ainda mais intensa.
- A partir da atividade cognitiva e hermenêutica da interpretação das normas, ele vai construir uma norma geral que vai ser utilizada na fundamentação da decisão, que é a “ratio decendendi”, e é ela que pode ser invocada como precedente no julgamento de um caso futuro que se assemelhe a outro. Se o precedente repetido vira jurisprudência, e se a jurisprudência for dominante no tribunal pode até se tornar enunciado de súmula, tendo força vinculante.
OBS: essa ideia de instrumentalidade do processo é importante para que se enxergue que já que o processo é aquele instrumento que dá a vida ao direito material, todo processo deve ser estudado à luz do direito material. Deve-se construir processos que se adéquem ao direito material, visando sempre que ele seja apto a tutelar os
mais diversos tipos de direito material (ex: mandato de segurança que visa assegurar o direito líquido e certo, que é aquela prova já construída, e o seu processo então não vai ter fase de produção de provas, se adequando ao direito de mandato de segurança). 
NORMA PROCESSUAL:
Conceito;
Espécies;
Competência legislativa;
Natureza jurídica;
Fontes formais concretas;
- Constituição Federal
- Tratados e convenções
- Lei Federal
- Constituições e lei estaduais
- Medida provisória
- Precedente, jurisprudência e súmula
- Negócio
- Costume
- Regimento interno
Lei processual no espaço;
Lei processual no tempo;
A teoria geral do processo é uma disciplina jurídica que elabora, articula e desenvolve os chamados conceitos jurídicos fundamentais. Os conceitos jurídicos fundamentais processuais são aqueles que buscam compreender o fenômeno processual, independentemente de onde e quando ele ocorra, sem que esteja situado em um ordenamento jurídico específico, definindo pretensão de universalidade, daí se diz que é uma teoria geral.
Tem como exemplo o conceito de ação, jurisdição, processo, procedimento e decisão, que se constroem pela doutrina com essa pretensão de universalidade. A teoria geral do processo não é atemporal, ou seja, qualquer conceito pode se tornar obsoleto, pois o pensamento evolui ao longo da história. A TGP é uma parte da teoria geral do direito, porque essa última trabalha com conceitos fundamentais jurídicos em geral, como ato, fato, direito e norma, isto é, aqueles conceitos que lidam com o fenômeno jurídico como um todo. A TGP é uma parte disso, porque trabalha com conceitos fundamentais, voltada apenas para o direito processual. O estudo da TGP deve ser feito `a luz da teoria geral do direito.
O direito processual jurisdicional é um conjunto de normas, que visa disciplinar o exercício da jurisdição através do processo; e a sua linguagem é normativa e seu conteúdo são as normas processuais. A ciência do direito processual está voltada para a compreensão do direito processual. Nada mais é do que uma disciplina que vai tentar estabelecer diretrizes, fundamentos e subsídios que viabilizem a aplicação do direito processual. A ciência do direito processual trabalha com outro tipo de conceito, chamados direitos jurídicos positivos. São aqueles elaborados para a compreensão do direito processual, dentro de determinado ordenamento jurídico.
A ciência do direito processual tem uma linguagem doutrinária, voltada para a compreensão do direito processual, que é, portanto seu objeto. A ciência do direito processual é uma metalinguagem, porque é uma linguagem doutrinária que se elabora em cima de uma linguagem normativa. A TGP vem antes de tudo isso, porque seus conceitos fundamentais são pressupostos necessários para a compreensão do direito processual. 
A TGP se aproxima do direito processual porque também é uma linguagem doutrinária. A TGP seria uma terceira camada de linguagem, porque os seus conceitos fundamentais são construídos `a luz da observância do direito processual de diversos ordenamentos. TGP > ciência do direito processual > direito processual.
HISTÓRICO
Existiram 3 grandes marcos evolutivos: 1) Direito processual se confunde com direito material; 2) Antítese em que o direito processual se diferencia, o qual se isola do direito material para viabilizar a construção de uma ciência do direito processual; 3) Síntese em que se mantém a diferença entre direito processual e direito material, entretanto se reconhece que é uma relação de instrumentalidade entre eles. 
A primeira grande fase é a sincretista, que vem desde o período primitivo até meados do século XIX e nela o direito processual se confundia com o direito material, visto como um mero capítulo, tanto que todo conhecimento construído sobre o direito processual era meramente empírico, baseado na experiência. Não havia método, princípios nem conceitos, ou seja, não havia preocupação em se construir ciência. O processo é visto como uma realidade meramente física, isto é, o que ocorria perante o juiz. Dizia-se, nessa época, que o direito de ação seria o próprio direito material em movimento, sendo exercido pelo magistrado.
Em meado do século XIX, entra-se na fase científica, autonomista, conceitual, do direito processual, ou processualismo científico, em que o direito processual passa a ser objeto de uma ciência autônoma. O marco zero dessa fase é a publicação da obra TEORIA DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E DAS EXCEÇÕES PROCESSUAIS, de Oskar Von Bullow. Neste livro, o autor tenta diferenciar a relação material que é discutida em juízo, da relação processual. Para ele, a relação processual tem sujeitos, objeto e pressupostos próprios, de existência e invalidade, como por exemplo a imparcialidade do juiz. Oskar acha que o processo é a relação jurídica processual. A ideia de procedimento é completamente afastada.
No século XX, os processualistas começam a perceber que processo não é neutro em relação ao direito material, pelo contrário, o processo tem um vínculo de instrumentalidade com o direito material, e portanto deve ser estudado `a luz do direito material, e assim é inaugurada a fase instrumentalista ou teleológica do direito processual. A proposta maior é lançar um olhar sociopolítico sobre o direito processual, enxergando o processo como um instrumento de justiça social e verificando se o processo era apto para tender `as necessidades da população destinatária.
O escopo social primário do processo é a pacificação social, ou seja, resolver os conflitos e com isso harmonizar a sociedade. O escopo social secundário seria a educação, porque espera-se que um processo bem construído e bem realizado eduque o jurisdicionado, para o exercício dos seus próprios direitos e respeito ao direito alheio.
Há também o escopo político: efetivando o direito material está também estabilizando o ordenamento jurídico construído pelo Estado. O direito processual também deve fornecer ao jurisdicionado remédios jurídicos, que permitam que ele interfira nos assuntos políticos do Estado, como habeas data, habeas corpus e mandado de segurança.
Sobretudo, há uma preocupação muito grande de se estudar o direito processual `a luz da Constituição, com preocupação na realização dos princípios constitucionais. Preocupação com acesso efetivo `a justiça, meios alternativos de resolução de conflitos, tutela de direitos coletivos, etc.
A partir do novo milênio, já há quem comece a defender uma quarta fase metodológica do direito processual, que seria a chamada neoprocessualista ou do formalismo valorativo, que nada mais é do que uma síntese da fase científica e instrumentalista, porque ainda há preocupação de se construir uma ciência do direito processual, de se manter seu caráter científico, mas a ideia é fazer uma releitura científica de todos os institutos e categorias que foram construídos até então, para lançar um novo olhar sobre o assunto.
Por outro lado, preserva-se a preocupação tipicamente instrumentalista de estudar o processo `a luz da Constituição, entretanto este estudo se dá sobre as novas bases constitucionais, `a luz de um pensamento contemporâneo. Isso implica que o processualista reconheça a forma normativa da Constituição, e faz uso da teoria dos direitos fundamentais em preocupar-se em harmonizar diretos fundamentais processuais que estejam, eventualmente, em choque, com base em uma hermenêutica constitucional contemporânea, fazendo controle difuso de constitucionalidade, quando necessário, reconhecendo a existência de textos normativos abertos, que enfatizam a criatividade judicial. Há uma preocupação muito grande com a boa-fé objetiva no processo civil, sob o paradigma ético. 
NORMA PROCESSUAL
É estudo da norma processual jurisdicional, numa perspectiva objetiva e estática, isto é, considerando seu objeto estaticamente analisado. A norma processual é um preceito jurídico que disciplina o exercício da jurisdição através do processo, sendo que a doutrina usualmente identifica 
3 espécies de normas.
A primeira
espécie seriam as normas de organização judiciária, que são aquelas que criam, estruturam e organizam os órgãos jurisdicionais. A professora discorda que seja norma processual, porque acha que são normas administrativas, ligadas `a estrutura da justiça e não ao seu exercício.
Diz a doutrina que as normas processuais em sentido estrito são quelas que disciplinam a relação jurídica processual, e que tratam portanto de toda aquela sucessão de situações jurídicas processuais, disciplinando direitos, poderes, deveres, ônus e faculdade, atribuídas aos sujeitos do processo. As normas procedimentais, dizem os doutrinadores, são aquelas que disciplinam o procedimento e, portanto a sucessão de atos que são praticados em juízo. A professora não consegue enxergar diferença. O constituinte faz essa distinção ao distribuir competência para legislar sobre o direito processual. Arts, 22 a 24 da CF. 
NATUREZA JURÍDICA
A norma processual costuma ser definida como norma de direito público, por disciplinar o exercício da jurisdição estatal, a partir do seu método de trabalho, que é o processo. Também seriam normas cogentes, porque não podem ser afastadas pela vontade das partes. No novo código, há uma ampliação significativa da dispositividade das normas processuais brasileiras. Isso se dá, sobre tudo, porque o legislador, no art. 190, permite que as partes celebrem convenções que alterem dispositivos dos negócios, afastando o que está previsto em lei sobre o assunto. O que é passível de convenção será decidido no caso concreto, por decisão judicial.
FONTES
Na Constituição, há muitas normas em que o constituinte estabelece toda a estrutura básica do judiciário. O constituinte também trabalha a chamada tutela constitucional do processo, que abrange todo um conjunto de princípios e regras fundamentais de direito processual. Essa categoria pode ser chamada de direito processual fundamental.
As normas de jurisdição constitucional são todas aquelas que regram remédios constitucionais, atribuídos ao jurisdicionado, para o exercício das suas liberdades públicas: mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus, etc. A base está na Constituição Federal.
Tratados e convenções que têm sido incorporados ao nosso ordenamento também são fontes de direito processual. No art. 13 do CPC de 2015, o legislador prevê isso. São fontes de normas de cooperação internacional, mais especificamente aquelas que tratam da colaboração jurisdicional entre países diferentes. No art. 26, diz que além de tratar do regime de princípios consagrados na Constituição, considera-se outros previstos em tratados e convenções, que o Brasil seja membro. 
Em termos de lei federal complementar, se destacariam o estatuto da magistratura, lei orgânica da advocacia e dos defensores públicos. Basicamente, leis complementares que disciplinam carreiras jurídicas e sua atuação.
O que mais se utiliza como fonte são as leis ordinárias, principalmente o código de processo civil e as leis de juizados especiais. Leis processuais extravagantes disciplinam procedimentos específicos. Leis ninchas são aquelas que agregam equilibradamente normas processuais e materiais, que têm igual relevância, como o Código de Defesa do Consumidor. Normas processuais heterotópicas são aquelas estranhas ao diploma em que estão inseridas; normas processuais que se encontram num diploma material. Os institutos bifrontes têm duas faces, uma para o direito material e outra para o direito processual.
A professora acha que normas que dispõem sobre prova não são bifronte, como a doutrina classifica. A face processual de uma norma que dispõe sobre a prova é aquela que dispõe sobre a forma como ela vai ser produzida em juízo; de resto, o instituto ainda é material.
Outra fonte concreta de norma processual são as constituições e leis estaduais. As constituições estaduais criam os tribunais estaduais de justiça, e organizam os tribunais internamente, que a professora acha que é norma administrativa, não processual. As leis estaduais podem fazer a divisão do Estado em comarcas. Também são divididas em suplementares e supletivas de procedimento ou de processo de juizados.
A medida provisória também é fonte de norma processual. O art. 62 CF dá ao presidente o poder de editar medidas provisórias com força de lei, em caso de urgência e de relevância, que são requisitos necessários para a produção desse tipo normativo. No exercício deste poder, chegaram a ser editadas medidas provisórias em matéria processual, em especial, voltadas para criar benefícios injustificados para a fazenda pública, enquanto parte de um processo. Ex.: prazo maior para desconstituir coisa julgada.
Essas medidas provisórias têm sua constitucionalidade questionada, pois não atendiam aos requisitos da urgência e relevância, e em relação `a violação da igualdade, dá privilégios `a fazenda pública, enquanto parte de um processo. Independente disso, a emenda 32/2001 vedou a edição de medida provisória em matéria processual, mas também estabeleceu uma norma de transição, definindo que as medidas provisórias até então produzidas continuariam vigendo, até que viessem a ser objeto de uma deliberação definitiva do Congresso Nacional, que as revogue ou as transforme em lei. Há anos, foi editada uma medida provisória que interferia nas despesas processuais, sendo reconhecida pelo STF como inconstitucional. Artigo sobre o assunto: Wilson Alves de Souza, juiz federal e professor da UFBA - medida provisória em matéria processual.
Regimento interno dos tribunais podem ser colocados como fontes de norma processual. Todo tribunal tem regimento interno, que ele mesmo produziu, no exercício da competência que é conferida pelo art. 96A da CF. O regimento interno é o diploma normativo que vai disciplinar questões internas, criando órgãos administrativos e jurisdicionais, dentro do tribunal, definindo a competência destes órgãos ou atribuições do presidente e vice, por exemplo. Há casos em que até se disciplina recursos internos.
Este regimento não tem forca de lei, não podendo, portanto, contrariar a lei. O máximo que se admite é que o regimento interno supra lacunas que existam na lei. A respeito disso, existe um precedente relativamente antigo do STF, em que o regimento interno do próprio supremo teria força de lei, pois entende-se recepcionado pela CF com força de lei. A Constituição, porém sé reconhece com força de lei os regimentos do poder legislativo. Artigo: Berenice Soubhie - Regimento interno dos tribunais.
O negócio jurídico-processual também é fonte de norma processual. Em TGP, há polêmica sobre o negócio jurídico ser fonte de norma, mas, na verdade, uma coisa não exclui a outra. As leis e decisões administrativas são atos normativos como fonte de norma, e o negócio jurídico não foge dessa regra. O ordenamento processual brasileiro admite isso aos processuais negociais, pois há campo de escolha para definir a categoria para enquadrar aquele ato ou os efeitos que ele deve produzir. Na cláusula de foro de eleição, que está presente em qualquer contrato, escolhe-se qual a comarca que vai ajuizar aquele negócio.
O legislador estabelece que cabe ao autor da causa provar o que alegou, mas o legislador também permite que as partes definam em quem vai recair o ônus da prova. É nítida a existência de negócios jurídicos processuais, desde 1973. Com o advento do CPC de 2015, há um aumento considerável no número de negócios típicos que admitem organização processual dos negócios ou escolha consensual do perito. Além disso, se consagra a cláusula geral de negociação. Art. 190: dentro dos seus limites, as partes podem selar negócios jurídicos atípicos. Artigo: Convenções em Matéria Processual - José Carlos Barbosa Moreira; Primeiras reflexões da Teoria do fato jurídico-processual, revista dos tribunais - Paula Sarno.
Precedente, jurisprudência e súmula, como fontes de norma processual. Por muito tempo, havia uma imensa polêmica sobre estas fontes. Até 10 ou 15 anos atrás, a polêmica era intensa. Muitos doutrinadores entendiam que
a jurisprudência mal era fonte da norma, que sá da norma processual. Nos últimos anos, o magistrado não se limita a aplicar norma no caso concreto, e sim criar norma geral, analisando circunstâncias fáticas do caso concreto, buscando enunciados normativos pertinentes, interpretando e atribuindo-lhe sentido (que já é uma espécie de criação), sistematicamente `a luz de outros enunciados ,sobretudo constitucionalmente, preenchendo textos normativos abertos. A partir de tudo isso, ele vai criar e conceber a norma geral, que vai utilizar para resolver aquele caso concreto.
Essa norma geral serve de precedente para julgamento de casos futuros. Se a norma geral for reiterada, surge uma jurisprudência. Se a jurisprudência for unânime, essa norma pode ser transformada em súmula, que é síntese da jurisprudência de um tribunal. Se for editada pelo STF, sobre matéria constitucional, ela é súmula vinculante, vinculando todos os tribunais. Portanto, é inquestionável que precedente, jurisprudência e súmula são fontes de norma processual. O CPC de 2015 confere forma vinculante a um número muito maior de precedente e súmulas presentes no ordenamento. Art. 927.
O costume também pode ser considerado fonte de norma processual. Há quem diga que não, porque todo o direito processual já tem sido exaustivamente regrado por outras fontes. Quem defende diz que há espaço para o costume, como no art. 4 da LINDB, que admite costume como fonte do direito em geral, autorizando-o como fonte do direito processual. O art. 13 do novo código de processo civil prevê que a jurisdição cível será disciplinada pelas normas processuais brasileiras, sem restringir as fontes possíveis, abrangendo as fontes consuetudinárias. Os costumes processuais seriam decorrentes de práticas forenses. Em doutrina, costuma-se apontar que, de acordo com a lei, quando a ação é proposta, deve-se apontar os nomes de todos os autores e réus, em todos os procedimentos. Na prática, depois da petição inicial, coloca-se só o nome do primeiro, acompanhado de "e outros", seguindo assim em todas as fases do processo.
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
Art. 16 CPC estabelece o princípio da territorialidade, de modo que o exercício da jurisdição brasileira só pode ser regido por lei brasileira. Entretanto, o art. 13 do CPC ratifica isso, mas, de certa forma, traz uma pequena ressalva, dizendo que a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas tratadas em convenções internacionais e que o Brasil seja parte. O dispositivo que faz com que os doutrinadores se questionem sobre uma exceção real é o art. 13 da LINDB, o qual admite a prova de fato ocorrido no estrangeiro, sendo regida por lei estrangeira, no que se refere a um meio de prova e ao ônus da prova.
No que se refere a meios de prova, essa é a técnica que se utiliza para extrair uma prova da sua fonte; a prova testemunhal é um meio de prova, extraindo a prova da sua fonte, que é a testemunha. O nosso legislador regra meios típicos de prova, mas o art. 369 do CPC consagra uma atipicidade dos meios de prova, admitido que sejam empregados, no Brasil, meios atípicos de prova, que estejam previstos na lei estrangeira, desde que seja lícito e produzido em contraditório, com a participação das partes.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
A princípio, não há nenhuma grande peculiaridade no que e refere a lei processual no tempo. Regida pelo princípio da aplicação imediata da lei, e também pelo princípio da irretroatividade. Não há dúvida de que a lei processual nova será aplicada, totalmente, aos processos que se iniciem na sua vigência, mas não poderá retroagir para atingir processos que findaram na vigência da lei anterior. A questão está voltada para os processos que estiverem pendentes, quando a lei nova começar a viger. Segundo o STJ, o novo CPC entra em vigor dia 18/03. Há quem diga que o processo é visto como atos isolados; há quem veja o processo dividido em fases, que agrupam atos que tenham finalidades semelhantes (postulatória, probatória e recursal); há quem veja o processo como um todo, uma unidade.
O primeiro sistema seria o da Unidade Processual, que vê o processo como um todo, podendo ser regido apenas por uma única lei. O sistema de Fases Processuais diz que cada uma das suas fases pode ser regida por leis diferentes. O sistema adotado, desde sempre, no ordenamento brasileiro, como regra, é o sistema de Isolamento dos Atos Processuais, em que estes são visualizados isoladamente, portanto a lei nova será aplicada aos atos processuais a praticar, e seus efeitos, mas não pode retroagir para os atos processuais já praticados, tão pouco seus respectivos efeitos. O sistema de Isolamento dos Atos Processuais aplica os princípios de aplicação imediata e irretroatividade.
A lei nova não pode ser aplicada `a admissibilidade e aos efeitos do recurso que você vai interpor contra a decisão que foi publicada na edge da lei antiga. Uma vez publicada a decisão, há o direito adquirido da interposição do recurso, de acordo com o regramento da lei antiga, que disciplina os seus efeitos. Os prazos iniciados sobre a edge da lei antiga serão disciplinados pela lei antiga. A lei nova não pode atingir a validade ou invalidade dos atos praticados na edge da lei antiga. Art. 489 do novo CPC exige uma fundamentação mais rigorosa e detalhada do juiz. Tem muitos processos conclusos, no gabinete do magistrado, esperando fundamentação. Se a fundamentação for dada na edge da lei nova, ela deverá ser rigorosa e detalhada, pois aplica-se o art. 489, porque a conclusão do processo, quando não fundamentada, nem publicada, não gera direito adquirido. Se um ato viciado for realizado na edge da lei antiga, medidas de correção poderão ser aplicadas `a luz da nova lei. 
O sistema de Isolamento dos Atos Processuais é uma regra que comporta exceções. Há julgados que recepcionam a exceção dessa regra, em nome de princípios e valores que se sobreponham ao caso concreto, como por ex.: o enunciado número 205 da súmula do STJ. De acordo com este enunciado, aquela nova lei, 8.009 sobre empenhorabilidade de bem de família, poderia retroagir para atingir penhoras realizadas sobre a edge da lei antiga. Além disso, existem situações específicas que o legislador ressalva a recepção de outras regras, como o art. 1046 I, que adota o sistema de fases processuais. Considera-se o fato de que o CPC de 2015 extinguiu alguns procedimentos, como o sumário e outros especiais. Quando código novo entrar em vigor, o procedimento sumário e os especiais, revogados, que não tivessem sido sentenciados, continuariam regidos pelo código de 73. Os que foram sentenciados, em sua fase recursal, poderão passar a ser regidos pelo CPC de 2015.
Existe um dispositivo, art. 1047, o qual tem a ideia de que, no CPC de 2015 não seria aplicável o direito probatório das provas que foram requeridas ou determinadas de ofício no regime do CPC de 73. A fase probatória deve ser regida por um único código. Se ela se inicia no regime antigo, ele deve ser aplicado. Se ela se inicia pelo regime novo, ele deve ser aplicado. Existem regras de direito probatório no novo código que se aplicam a provas produzidas no regime do CPC de 73. É apenas a data do requerimento que determina qual o regime a ser aplicado.
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Essas normas são todos aqueles princípios e regras fundamentais que são estruturantes e determinantes do modelo de processo civil adotado no nosso ordenamento. Essas normas fundamentais do direito processual compõem, sendo objeto, o que se tem chamado de direito processual fundamental. Servem de norte na compreensão e aplicação de todas as outras normas processuais.
As normas fundamentais do processo podem ser extraídas da Constituição, explicita ou implicitamente. Há também aquelas que contam com previsão infraconstitucional. O legislador inova ao prever, na parte geral, livro 1, um capítulo que é todo dedicado `as normas fundamentais do processo civil. dos arts. 1 a 12 há uma base infraconstitucional das normas
fundamentais do processo civil, sendo objetos de estudo, sobre tudo as portadoras de direitos fundamentais.
O princípio do devido processo legal é o mais importante. A origem mais frequente, apontada em doutrina, é a da magnacarta de 1215, no reinado do João Sem-Terra. Assumindo o trono inglês, ele ficou conhecido por ser um grande ditador, que abusava do exercício do seu poder, portanto muitos protestos foram realizados. A marcha sobre Londres reuniu o baronato e o clero, que reivindicavam que o rei estabelecesse a lei, a ordem pública e os bons costumes. João cede e produz os artigos do baronato, documento que serviu de base para a produção da carta de 1215, impondo limites ao seu poder. No cap. 39 da magna carta, é identificada a origem histórica do devido processo legal. Prevê que nenhum homem livre poderia ser preso ou privado dos seus bens, sem que antes tivesse um julgamento devido, de acordo com a lei.
Séculos mais tarde, os colonos ingleses aportam nas praias norte-americanas e levaram consigo a garantia do devido processo legal, muito recebida nos Estados Unidos. Quando se firma a supremacia norte-americana, a suprema corte dos Estados Unidos desenvolve uma nova faceta, a chamada faceta material. Essa seria baseada na ideia de controle do conteúdo das leis, não se admitindo que atos normativos impusessem, em seu conteúdo, restrições indevidas, abusivas, aos direitos fundamentais do homem. O devido processo legal ganha uma visão substancial.
No Brasil, o devido processo legal é considerado garantia fundamental há muitas constituições, mas surge expressamente na Constituição de 1988, art. 5, que prevê que ninguém será privado da sua liberdade e dos seus bens fundamentais sem o devido processo legal. Nasce e continua sendo uma garantia de limitação do exercício de poder, exigindo que atos estatais restritivos de direitos sejam produzidos a partir de um processo devido e legal, de acordo com o previsto no ordenamento jurídico. Se isso nasce no âmbito jurisdicional, com o tempo, se alastra para o exercício de qualquer poder estatal, tando legislativo, quanto executivo. É reconhecido em todos esses contextos, com duas diferentes dimensões: formal e material.
A dimensão formal, procedimental, é aquela que exige que os atos estatais restritivos de direito decorram de um processo pautado em garantias mínimas previstas, no ordenamento e no Estado democrático de direito. A dimensão material limita os atos estatais restritivos de direito em seu conteúdo, pois exige que estas decisões e leis sejam justas, corretas e equilibradas, não impondo restrição abusiva aos direitos ou bens fundamentais do indivíduo. É exigência de razoabilidade e proporcionalidade (adequação, imprescimbilidade e proporcionalidade em sentido estrito). A razoabilidade e proporcionalidade estão com previsão inovadora no art. 8 do CPC de 2015. Estes princípios servem para o magistrado harmonizar direitos fundamentais que estão em choque, de modo a não aniquilar nenhum deles, mas sim fazendo justiça, no caso concreto. 
No âmbito do processo jurisdicional, o devido processo legal é considerado um príncipio mãe, que agrega e sedimenta em seu conteúdo, todos os outros princípios. Esse princípio tem uma interpretação abrangente, que varia a cada caso concreto, e pode sofrer mudanças ao longo da história da humanidade.
SEGUNDA UNIDADE
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (art. 5º, XXXV CF, art. 3º CPC)
O princípio da inafastabilidade da jurisdição, art. 5, inciso XXXV da CF. o CPC de 2015 entendeu por bem reiterá-lo, com algumas diferenças sutis no seu artigo 3º. Segundo este princípio, nenhuma lesão ou ameaça de lesão será excluída da apreciação do poder judiciário. Consagra-se, portanto, o que se costuma chamar de direito fundamental de acesso à justiça ou de provocar a jurisdição, ou o direito fundamental de ação.
Este direito fundamental de ação, de provocar o exercício da jurisdição, corresponde a um dever do Estado de prestar efetivamente esse serviço jurisdicional. Esse é um direito abstrato, que significa a possibilidade de alegar qualquer lesão ou ameça de lesão a direito, independentemente da procedência ou improcedência do que foi a alegação. Essa ação não será necessariamente acolhida.
A jurisdição é inafastável, mas é possível que o próprio constituinte exclua a apreciação de algum tipo de lesão ou ameça de lesão do judiciário, remetendo a outras vias. Os crimes de responsabilidade não são apurados pelo judiciário, mas sim pelo legislativo. Além disso, é possível que as partes excluam a ação de lesão ou ameça de lesão do judiciário, a remetendo a vias privadas, sendo apreciada pela arbitragem, mas não exclui inteiramente a jurisdição, pois arbitragem é uma jurisdição privada.
Esse direito, a princípio, parece oponível apenas ao legislador, mas o juiz também não pode se recusar a prestar o serviço jurisdicional. O direito de ação é um direito perfeitamente renunciável, e a arbitragem é prova viva disso, quando se diferencia ela da jurisdição pública. É um direito de acionar o judiciário, e não um dever.
Questiona-se se é possível afirmar que o direito de ação é um direito condicionado. Na Constituição, não há condicionamento genérico. A única hipótese é quando se está diante de uma ação desportiva, pois esta só pode ser levada ao judiciário depois de se esgotar as tentativas na própria justiça desportiva. Há lei que condicionam o direito de ação como, por exemplo, na utilização de habeas data. A tendência é se dizer que essas condições impostas por lei podem ser consideradas restrições legítimas para evitar a movimentação desnecessária do aparelho judiciário.
Apesar de se entender que essas restrições são legítimas e constitucionais, estas podem ser consideradas inconstitucionais, no caso concreto, se houver uma urgência. O supremo, em sede de ADIN, considerou inconstitucional a exigência de que as questões trabalhistas passem por uma comissão de conciliação prévia. Isso seria uma opção, mas não uma condição obrigatória e necessária.
Esse direito de ação também pode ser classificado como um direito universal. Isso significa que é um direto assegurado a todos, indiscriminadamente, irrestrito a pessoa física ou jurídica, e todos aqueles que podem figurar parte em um processo. O direito que se assegura ao indivíduo não é simplesmente o de acessar ao sistema judiciário para dele se obter uma prestação qualquer. O real objetivo é se obter uma prestação de qualidade: justa, adequada, tempestiva e efetiva. A Constituição nova assegura ao jurisdicionado, expressamente, o acesso a tutelas preventivas e de urgência, permitindo o combate a ameaças de lesão ao direito, e também o acesso às tutelas coletivas.
DURAÇÃO RAZOÁVEL (art. 5º, LXXVIII, art. 4º, CPC)
Duração razoável para um processo é um conceito jurídico indeterminado, sendo preenchido à luz das peculiaridades do caso concreto. Isso não quer dizer que nós não possamos exigir critérios que norteiem a definição do que será uma duração razoável para aquele processo.
Esse direito fundamental a um processo com duração razoável foi inaugurado na Convenção Europeia de Diretos Humanos. Foi a Corte Europeia de Direito Humanos que definiu estes critérios: nível de complexidade da causa e o comportamento dos sujeitos no processo. Este foram acolhidos no Brasil, acrescentando-se algo mais. O critério da estrutura do judiciário também vai influenciar na duração.
Há quem defenda a necessidade de se considerar uma doutrina para o prazo, e para isso é necessário que se considere também o fato de se definir prazos razoáveis para a prática de processos, ou para a sua duração. Esse princípio foi adotado em diversos ordenamentos, chamando atenção no direito brasileiro. Desde a década de 90, já havia a possibilidade de se reconhecer no Brasil a duração razoável como direito fundamental implícito, por causa do devido processo legal e do devido acesso à justiça, além do princípio da efetividade.
A emenda 45/2004 tornou este um direito fundamental explícito,
e o CPC de 2015 resolveu ratificá-lo. Não se espera que um processo seja célere e rápido a qualquer custo. O tempo é necessário para se garantir que o processo seja devido, e é por isso que se diz que a duração razoável jamais pode se fundir com a celeridade. A duração razoável existe para se garantir o devido processo legal em sua plenitude, mas com razoabilidade. É um jogo de ponderação, que exige muita cautela.
A EFETIVIDADE (art. 4º, CPC)
Um processo efetivo é aquele que assegura ao jurisdicionado um resultado correspondente ao do cumprimento voluntário da norma, que não foi observada. É exatamente aquilo que o resultado auferia se as normas tivessem sido espontaneamente respeitadas. É por isso que se diz que de nada adianta um direito ser reconhecido, se este não for efetivado, transformado em realidade. O processo efetivo é aquele que, mais do que reconhece um direito, garante que este vire realidade.
No sistema de tutela, deve haver todos os instrumentos necessários para que juiz garanta a pronta e integral satisfação do direito. Na Constituição, este não é um direito fundamental explícito, mas é extraído implicitamente dela pelos doutrinadores brasileiros. De um lado, ele pode ser considerado um direito implícito externo, extraindo da Convenção Americana. De outro, é considerado direito implícito interno, decorrente do devido processo legal e do próprio acesso à justiça.
O reconhecimento desse direto à efetividade como direto fundamental é importante pois traz consigo uma responsabilidade do magistrado de garantia a este direto fundamental, se valando todas as medidas necessárias para concretizá-lo, inclusive removendo obstáculos irrazoáveis que exista na sua realização. Isso é importante no âmbito do estudo da execução. Pode também ser extraído no CPC de 2015.
A EFICIÊNCIA (art. 8º, CPC)
De acordo com este, se espera que o magistrado, com o mínimo de recursos, alcance o maior resultado possível. Com o emprego de meios ótimos (menos dispendioso), ele consiga o maior resultado. Isso só é possível porque se visualiza o magistrado como um administrador, gestor, do processo, que tem que conduzi-lo eficientemente, usando o mínimo para obter o máximo. Essa é a eficiência jurisdicional.
É possível se falar de uma eficiência administrativa. Espera-se que os tribunais tenham uma eficiência na administração da justiça, mas isso foge um pouco do âmbito processual. Essa eficiência jurisdicional não conta com previsão expressa na Constituição, mas pode ser extraído do devido processo legal. Para o processo ser devido, ele tem que se conduzido eficientemente. O CPC prevê a eficiência no art. 8.
Essa ideia não é nova. Ela é considerada uma nova versão da antiga Economia Processual. O termo eficiência passou a ser utilizado pelo constituinte, colocando o juiz no posto de administrador do processo. São deveres importados ao magistrado, de condução eficiente do processo. A doutrina entende que para que o magistrado conduza efetivamente o processo, é necessário que faça uso de recursos satisfatórios em 3 aspectos: quantitativo, qualitativo e probabilístico.
Do aspecto quantitativo, espera-se que o magistrado faça uso daqueles recursos que não sejam os piores, para alcançar o resultado desejado. Se valendo o pior recurso, ele vai chegar a um resultado negativo. No aspecto qualitativo, o magistrado deve se valer de recursos que tenham a intensidade necessária para se chegar àquele resultado. Numa obrigação de entregar coisa o magistrado expede busca e apreensão, mas não se sabe onde está a coisa, esse recurso não tem intensidade para alcançar o resultado. Em termos probabilísticos, o magistrado não pode utilizar de um recurso duvidoso.
A diferença entre adequação e eficiência é que a adequação é uma imposição de ajuste das regras do processo em si, em abstrato e em concreto, às necessidades do direito material. A eficiência é sempre exigida dentro do processo em concreto. Também não se confunde eficiência com efetividade, pois um processo efetivo pode ser ineficiente. Um processo inefetivo dificilmente poderá ser considerado eficiente.
Isso significa que efetividade não pressupõe eficiência, mas a eficiência pressupõe a efetividade. Efetividade está ligada à satisfação integral do direito. A eficiência está ligada aos recursos utilizados para se chegar ao resultado, estando ligada ao meio. 
PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO (art. 4º, CPC)
utilizado, em especial, no âmbito de processos coletivos. No CPC de 2015 fica mais forte o reconhecimento deste princípio, no art. 4. A postura do magistrado brasileiro deve ser aquele que faz todo o possível necessário para dar uma decisão de mérito, e não fique preso em questões formais. Isso se aplica também aos recursos, e toda situação a ser enfrentada no processo.
Ha dispositivos que podem ser considerados desdobramentos desse princípio. Art. 6 e 139, CPC. Os sujeitos devem colaborara para que se alcance o mérito, e o juiz deve sanar os vícios e corrigir as irregularidades processuais. O magistrado deve superar uma nulidade processual para dar uma decisão de mérito favorável àquele que seria beneficiário com a interpretação da nulidade.
JUIZ NATURAL (art. 5º, XXXVII e LIII, CF)
Para o processo ser devido, ele tem que ser conduzido por uma autoridade que seja independente, imparcial e competente., cuja competência seja definida com base me critérios objetivo e abstratos, previamente estabelecidos em lei. Esse é o teor do princípio do juiz natural.
Consagrado na constituição. Para se ter uma visão completa, deve-se analisar duas dimensões: formal e material. Na dimensão formal, o juiz natural é aquele previamente constituído e individualizado na lei, cuja competência seja predefinida, com base nesses critérios objetivos e abstratos. Em razão disso, para se garantir essa dimensão formal, é vedado o poder de comissão.
Poder de comissão seria o poder de criar juízos extraordinários de exceção, só para julgar um determinado caso, pessoa ou fato. Isso seria uma violação frontal só juiz natural. É vedado também o poder de avocação ou evocação, que seria o poder de alterar regras predeterminadas de competência, sobretudo aquelas oriundas da constituição.
Pode-se considerar como subprincípio do juiz natura a indelegabilidade, porque todo poder conferido a um órgão jurisdicional, em especial pela constituição, é indelegável. Só se pode ressalvar as situações me que o próprio constituinte faz ou autoriza a delegação. Art. 109, III, permite que a lei infraconstitucional delegue competência de juiz federal para juiz estadual, se não houver vara federal naquele estado. É perfeitamente possível que tribunais maiores criem órgãos internos, delegando atribuições jurisdicionais e administrativas.
O que é vedado, a princípio, é a delegação de poder decisório, não ha vedação à possibilidade de delegação de outro poderes, como os instrutórios, ordinatórios ou executivos. Art. 972, CPC, delega poder de produção de provas para o juiz de primeira instância. Art. 102, CF, prevê que o supremo tem competência para executar suas próprias decisões, mas pode delegar a prática de atos executivos para juiz de primeira instância. 
É importante firmar que não há vedação ao chamado poder de atribuição. Este é o poder de criar órgãos especializados no julgamento de determinada matéria ou determinada pessoa (tipo de pessoa – fazenda pública). Isso garante mais qualidade das decisões.
A dimensão material do juiz natural é aquele que exige que o juiz seja imparcial. O juiz não pode ter interesse na causa, devendo ser isento. Não pode o magistrado não pode manifestar ódio a uma das partes em detrimento da outra.
Há quem questione se atentaria ao juiz natural o estabelecimento de uma competência com prerrogativa de função, e isso não é verdade. A prerrogativa de função tem a ver com o cargo, e não com a pessoa. Também não ofende o juiz natural a criação em um tribunal de uma câmara de férias. Ele é criada para julgar as causas naquele momento, e não de pessoas e matérias específicas. 
Não
viola o juiz natural a convocação de um juiz de primeira instância para integrar órgão colegiado em um tribunal. Este é convocado para substituir outra pessoa, com um critério objetivo, não discricionário. Não ofende o juiz natural o fato de um órgão do tribunal ser composto por maioria de juízes convocados. O que importa é garantir que a convocação seja feita de modo impessoal.
Há quem defenda o princípio do promotor natural, que este não deve ser escolhido de forma discricionária. A doutrina é a favor desse pensamento. Essa exigência é admitida em qualquer processo, inclusive nos administrativos. A lei de improbidade administrativa estabelece hipóteses de impedimento e suspeição. É ato de improbidade administrativa aquele que atenta contra o dever de imparcialidade dessa autoridade.
AUTORREGRAMENTO DA VONTADE
Da liberdade, enquanto direito fundamental, se extrai um direito ao autorregramento da vontade, de autodeterminação, de autonomia dos indivíduos como um todo. Seria o direito conferido a indivíduos de autorregulamentar a sua esfera de direito, de fazer as suas próprias escolhas jurídicas. É representado com o seu poder de negociação, de selar negócios jurídicos em geral.
Com o advento do CPC de 2015, tem se falado a incidência desse princípio no processo civil, preservando essa liberdade mínima, na esfera de direitos processuais. Como processo é um ambiente público, onde se exerce função pública, essa liberdade será mais regrada e contara com limites mais precisos. Art. 190 CPC, prevê o poder das partes de negociação atípica, em torno do procedimento e situações jurídicas processuais.
Este poder não pode ser exercido quando não passível de autocomposição, ou quando há posição de vulnerabilidade a uma das partes. As partes podem escolher o foro de jurisdição, desde que não seja vara especial, como a justiça do trabalho. Este poder ha no processo, mais é mais regrado, contando com limites mais precisos.
Não tem consagração expressa no direito civil mas pode ser extraído do princípio da liberdade, do devido processo legal (poder de escolha das partes) e do poder cooperativo do processo (se pauta num equilíbrio do exercício jurisdicional do juiz e do equilíbrio entre as partes). Ao longo do código, diversos dispositivos preveem a possibilidade de as partes celebrarem negócios típicos de matéria processual, portanto extrai-se deles o princípio do autorregramento. 
No regime do código, quem escolhe e delimita o objeto de julgamento do juiz são as partes. Elas que definem o objeto litigioso do processo.
PUBLICIDADE (art. 5º, LX e art. 93, IX e X, CF; art. 8º, II e art. 189, CPC)
Em regra, os atos processuais devem ser públicos, havendo dois tipos de publicidade a ser consideradas (interna e externa). A publicidade interna, para as partes e seus procuradores. É assegurada no ordenamento, sem exceção. A chamada publicidade externa ou popular assegura que esta seja destinada a terceiros, para o povo como um todos, tendo acesso às audiências, ao diário, etc. Isso garante uma fiscalização popular da garantia da jurisdição, pois este é um serviço público.
Há casos excepcionais em que o legislador permite que o processo ocorra em sigilo de justiça. Isso se justifica quando a causa envolver uma questão íntima (direito à intimidade das partes), quando houver interesse publico nesse sigilo, ou quando tiver sido anexada essa confidencialidade no âmbito arbitral.
Esse segredo de justiça implica que só as partes e seus procuradores terão acesso aos autos do processo, e que terceiro não terão, salvo que terceiros que demostrem ter interesse jurídico naquela causa, pedindo ao juiz uma certidão com a conclusão da sentença dada à causa.
Deve haver uma publicidade adequada dos precedentes, por isso o legislador tem a preocupação de estabelecer a necessidade que este sejam publicitados e organizados por questão jurídica e, de preferência, disponibilizados na internet. Art. 979 CPC traz regras dessa publicidade.
ART. 12 CPC
Estabelece a regra da obediência da ordem cronológica de conclusão dos processos, na hora de o juiz prolatar uma decisão. A conclusão é um ato do escrivão, pelo qual ele, quando constata que não há nenhuma providência pendente, coloca os autos disponíveis para que magistrado dê o seu pronunciamento.
Esse dispositivo pretende estabelecer que o juiz não deve dar uma decisão aleatoriamente, devendo respeitar uma ordem cronológica de conclusão, para despachar o processo. A lei 13.256 diz que o juiz preferencialmente vai respeitar a ordem cronológica, ferindo o dever que o art. 12 traz. Se alguma parte fizer qualquer requerimento nesses processos, sobretudo ardilosamente, isso não vai alterar a ordem da fila, salvo se o requerimento provocar a produção de provas.
Essa lista que estabelece a ordem cronológica é de domínio publico. Existem preferências legais, que o legislador estabelece, criando uma relação delas, quem comporão uma fila à parte. Essa mesma regra de ordem cronológica também é colocada para o escrivão, (art. 153 CPC).
Resumo manuscrito painéis 4,6 ou 7, de máximo uma página, mais o certificado da palestra. Vale 1 ponto na prova. Entregue com a segunda prova, simultaneamente. Trazer um clips ou grampeador.
HISTÓRICO
Primeira fase, com a colonização do Brasil, eram aplicadas as legislações portuguesas. O processo era extremamente formal, galgado no princípio do dispositivo. Não havia previsão de procedimentos orais, ou seja, tudo escrito. Não se preocupava com a celeridade e nem com a economia.
O procedimento penal permitia mutilações e tortura como penas. Essas ordenações foram aplicadas mesmo após a proclamação da independência e o fim do império. A constituição nova aboliu o livro do processo criminal, e essa nova previsão constitucional surgiu com a necessidade de novos códigos processuais, tanto civil quanto penal.
Inspirado nos modelos inglês e francês, existiu um capítulo denominado “disposições transitórias”, que simplificam o procedimento e extinguem procedimentos desnecessários, refletindo a realidade brasileira. Estes foram revogados logo depois, cortando o cunho liberal do código. O processo civil virou uma colcha de retalho, surgindo a necessidade de compilação da legislação processual.
Na segunda fase, foi atribuída ao conselheiro do império o dever de compilar a legislação processual civil. Em dezembro de 1876 ele consegue criar uma legislação. Com a proclamação da república, a compilação do conselheiro Ribas foi extinto, sendo aplicado apenas em caso de lacunas.
A terceira fase se resume com o uso da legislação antiga e a velha.
A quarta fase surge com a constituição republicana, inspirada no direito americano, com a dualidade para legislar sobre competência processual civil. O direito material é regulado pela federação e o direto processual também, mas convivendo com códigos estaduais que versam sobre a administração da justiça nas searas estaduais. Sistema híbrido de competência legislativa, criticado por juristas de peso da época.
As legislações estudais foram enriquecedoras, como as nordestinas, mas outros Estados ficaram limitados. O foco da constituição é adaptar os procedimentos às necessidades locais. O sistema ficou defasado, não se adaptando ao intuito inicial. Na seara federal, a competência legislativa continuou na União. 
A quinta fase se baseia na tentativa de unificação da legislação processual, em que os estados só podem legislar de maneira supletiva à legislação federal. É nessa fase que surge o código de processo civil de 1939, apesar de não regular muito bem as competências civis e os recursos. Foi um código que ficou defasado, com o passar do tempo.
Na sexta fase, Com a necessidade da melhora processual, o então presidente atribuía a elaboração de um novo projeto, originando o CPC de 73, que vingou até março desse ano. Ele sistematizou o processo. Ele é muito mais claro e completo que o código anterior. O processo de execução é muito mais claro. Seu avanço técnico é muito visível, principalmente quando se fala de competência
e recursos. Traz inovações como a revelia. A ideologia liberal se mantém a mesma.
Na sétima fase, a constituição de 88 permitiu uma mudança da ideologia do processo civil. A constituição vira a premissa do ordenamento, e não o direito civil, como entendia-se. Interpretação das normas com senso ético e de justiça, atendendo aos princípios constitucionais.
Ainda não existe uma oitava fase, pois esta se inicia em 2015, com o advento do novo CPC, que incorpora as garantias constitucionais. A professora entende que o novo CPC surge como uma manobra política, mas se transformou em um projeto sério. Quando passa pela câmara, há mais mudanças significativas e ideológicas. Surge uma fase neoprocessualista, com uma maior liberdade processal.
JURISDIÇÃO
Conceito variável, porque vai depender do tempo em que é colocado, em que época da história do direito processual se fala. Vai depender da sociedade a que ele se refere e ao próprio sistema adotado. O Objetivo é trazer um conceito de jurisdição que se encaixa no neoprocessualismo do ordenamento brasileiro.
CONCEITO
Na visão de Fredie, é função atribuída a um terceiro imparcial de realizar o direito, de modo imperativo e criativo, mediante a provocação do interessado, para tutelar processualmente diretos subjetivos concretamente deduzidos, por uma decisão insuscetível de controle externo, e é apta a se tornar imutável.
CARACTERÍSTICAS
IMPARTIALIDADE E IMPARCIALIDADE
A jurisdição é função atribuída a terceiro imparcial, por isso as suas características são a impartialidade e imparcialidade. A impartialidade é a condição de terceiro do julgador da causa. Poder a ele atribuído traz uma ampla gama de poderes jurisdicionais que permitam conduzir adequadamente a causa, sem que isso comprometa a sua isenção.
É necessário também a imparcialidade, que decorre da sua condição de desinteressado. Isso se revela sobre duas diferentes ópticas. Em primeiro lugar, por não ter interesse subjetivo, pessoal, o objeto da causa, por não ser parente ou amigo íntimo de ninguém. Não se configurando, inclusive, nenhuma hipótese de impedimento ou suspeição do magistrado. A imparcialidade pressupõe também que o julgador se mantenha distante das partes, assegurando tratamento isonômico e igualitário.
Para que a imparcialidade seja assegurada, diz-se que é necessário que se garanta, o juiz, a sua independência funcional, para que fique a salvo de qualquer tipo de pressão, no exercício da sua atividade, em especial, pressão política. Isso é muito assegurado com as prerrogativas de vitaliciedade, inamovibilidade, etc. Também deve ser assegurada a autoridade e coercibilidade da sua atuação, garantindo que suas decisões sejam respeitadas. Tudo isso com responsabilidade, sem espaços para abuso ou excesso no exercício do seu poder.
Imparcialidade não se confunde com neutralidade. O que se espera é que o julgador seja imparcial, mas jamis que ele seja neutro, o que não se pode esperar de um ser humano. Todo ser humano age imbuído de todos os valores acumulado e experiências que vivem, com base em premissas culturais, religiosas e filosóficas. Tem a tendência natural de beneficiar aquilo que lhe é simpático, e tudo isso vai para a mesa do julgamento.
O mito da neutralidade, muito mais presenta na fase liberal da história, esta ultrapassado. Para garantir a neutralidade, dizia-se que ele não podia se envolver na batalha judicial, com expectador passivo da causa. Superado o mito da neutralidade, exige-se que o juiz participe da causa, de modo cooperativo.
SUBSTITUTIVIDADE
A jurisdição é função de realizar direito, fazendo com que o juiz realize o direito no caso concreto. Nem sempre foi assim. Antigamente, a vontade das partes que determinava a solução do conflito. Gradativamente, o Estado foi tomando para si essa função. Isto se dá com o advento da jurisdição. No exercício da atividade jurisdicional, o estado substitui a vontade das partes na solução do conflitos pela solução criada na decisão do juiz. É por isso que se diz que a jurisdição e substitutiva.
Originariamente, na época liberal, o que se dizia é que a substitutividade significava a substituição da vontade das partes pela vontade da lei, partindo da premissa de que o juiz é o Boca da Lei, mas isso está superado. O juiz não aplica a lei previa do caso concreto, mas sim cria uma solução criada na sua decisão. A atividade das partes de solução do conflito é substituída pela atividade jurisdicional. A solução, que era parcial, passa a ser imparcial. Era autônoma e passa a ser heterônoma, sendo criada, portanto na decisão construída pelo órgão julgador. Essa é uma característica exclusiva da jurisdição, que a diferencia de qualquer outra atividade estatal. O órgão jurisdicional está resolvendo um problema no qual ele não está envolvido.
IMPERATIVIDADE E INEVITABILIDADE
A jurisdição é realizada de modo imperativo. Não adianta o juiz substituir a vontade das partes se estas não observarem a sua decisão, portanto esta deve ser autoritativa e coercitiva, dando ao magistrado todos os instrumentos necessários para se garantir o cumprimento da decisão. A jurisdição, além de ser imperativa, é inevitável pois, quando as partes resolvem provocar o exercício da jurisdição, elas, inevitavelmente se colocam num estado de sujeição ao poder do magistrado, sobretudo o réu. Isso torna inevitável a sua submissão à solução só juiz.
A jurisdição, enquanto manifestação de um poder estatal, é una e indivisível. Para fins didáticos, estudamos suas espécies. E para fim de efetividade, é dividida entre os órgãos em que cada um tem uma parcela de jurisdição. Enquanto poder, também é monopólio do Estado na titularidade, mas eu exercício é delegada a agentes privados, através da arbitragem. É preciso a investidura, para que o órgão esteja invertido desse poder estatal para exercê-lo. A sua aderência ao território diz que o seu poder é exercido dentro dos limites do território nacional, sendo que cada órgão jurisdicional só poderá exercer a jurisdição dentro dos limites territoriais impostos por lei. Essa é uma regra geral que deve ser observada por todos, em colaboração.
CRIATIVIDADE JUDICIAL
A decisão judicial pode ser vista como uma decisão duplamente criativa ou construtiva, pois na parte conclusiva desta decisão, sua parte final, o juiz vai criar uma norma jurídica individualizada que vai disciplinar a conduta das partes, no caso concreto. É norma jurídica porque disciplina conduta. É individualizada porque o juiz o faz no caso concreto.
Esse dispositivo da sentença precisa de uma fundamentação para se sustentar e lhe dá legitimidade democrática. Razoes de fato e de direito deste entendimento do juiz. É dever do magistrado motivar suas decisões. Ao fazer essa fundamentação, o juiz cria outra norma jurídica, que não é individualiza. É norma geral, elaborada ao caso concreto, podendo ser precedente de casos futuros.
Essa norma geral é criada a partir da premissa fática do caso concreto e dos enunciados normativos que são pertinentes. A interpretação destes enunciados, para lhe atribuir sentido, tem uma dose mínima de criatividade. Atribuindo, sistematicamente, significado aos enunciados, o juiz pode se deparar com textos normativos abertos, que exigem maior criatividade para lhes dar sentido. Ele vai interpretar toda as normas de acordo com a constituição, balanceando direitos fundamentais que, muita vezes, estão em jogo, com base nas regras da proporcionalidade e razoabilidade.
Toda essa hermenêutica criativa, o magistrado vai construir a norma geral que vai ser utilizada para fundamentar a sua decisão naquele caso concreto. A criatividade pode ser mínima, mas ela sempre será utilizada. Essa é a chamada ratio decidendi (americano) ou holdi (inglês), que é a razão de decidir. Ela pode se universalizar, de modo a ser invocada como precedente de casos futuros.
A ideia da dupla criatividade nem sempre foi clara como característica da jurisdição; este é um pensamento contemporâneo. No Estado liberal, predominava a ideia da supremacia da lei, bem

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