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Apostila Prof. Juarez - Capítulo 11 - AERAÇÃO DE GRÃOS ARMAZENADOS

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Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 269
Capítulo
11
 
 
 AERAÇÃO DE GRÃOS ARMAZENADOS 
 
 
Juarez de Sousa e Silva 
Adílio Flauzino de Lacerda Filho 
Ivano Alessandro Devilla 
Daniela de Carvalho Lopes 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Os grãos, como materiais biológicos vivos, estão sujeitos a transformações de 
naturezas distintas, oriundas da tecnologia aplicada ao sistema de pré-processamento. 
A armazenagem tem por objetivo preservar as qualidades físicas, sanitárias e 
nutricionais dos grãos, depois de colhidos. Durante essa fase, os fatores que influenciam 
a boa conservação desses produtos são a temperatura e a umidade relativa do ar 
intergranular e a temperatura e o teor de água dos grãos. Além desses, as características 
estruturais e de higiene das instalações são fatores indispensáveis para a obtenção de 
boas práticas de armazenagem. 
Assim que a célula de armazenamento estiver sendo carregada, os grãos 
variarão, provavelmente, em temperatura e conteúdo de umidade, por causa de 
variações em maturidade, condições climáticas e variações na secagem. Porções de 
grãos quentes e deterioradas podem ser criadas dentro do silo, mesmo que a condição 
média da massa de grãos possa ser considerada adequada. 
Ainda hoje, em unidades armazenadoras antigas, os operadores, ao verificarem 
problema que possam comprometer a qualidade do produto, fazem movimentar a massa 
de grãos através do ar ambiente. A esse procedimento denomina-se "transilagem". Essa 
operação, apesar de resolver parcial ou totalmente os problemas, na prática, resulta em 
vários inconvenientes, como: 
 a) Eleva o índice de danos mecânicos no produto durante a movimentação da 
massa de grãos; 
b) Necessita, na maioria das vezes, de mais tempo para a sua execução, 
considerando que com apenas uma circulação do produto pelo ar ambiente o problema 
pode não ser totalmente solucionado; 
c) Apresenta elevado custo de instalação, já que o processo exige uma célula de 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 270 
estocagem vazia na unidade armazenadora; 
d) Tem custo operacional mais elevado, não só pela maior demanda de tempo, 
mas também por envolver maior número de equipamentos e consumo de energia; e 
e) Durante a movimentação, o atrito entre grãos e componentes do sistema de 
transporte e entre os próprios grãos, provoca o aparecimento de pó orgânico, que é 
potencialmente explosivo. 
Para solucionar alguns desses problemas, sugerem-se o uso da técnica de aeração, 
que consiste na passagem forçada do ar, com fluxo adequado, através da massa de grãos, 
com o objetivo de prevenir ou solucionar problemas de conservação. A aeração apresenta 
vantagens, como a possibilidade de supervisionar tanto o sistema quanto o produto 
durante a operação de aeração. Além disso, é utilizada para melhorar a preservação das 
qualidades dos grãos, em sistemas de armazenagem a granel, objetivando-se igualar a 
temperatura da massa, minimizar as atividades dos fungos, diminuir a taxa de respiração 
do produto armazenado e, quando possível, reduzir a temperatura dos grãos. 
É possível que sucessivas aplicações de aeração resultem na formação de blocos 
compactados de grãos e na concentração de finos em pontos localizados, dificultando a 
passagem do ar. Neste caso, deve-se corrigir o problema com uma movimentação ou 
transilagem do produto e, se possível, passá-lo pelo sistema de limpeza. Sabe-se que a 
armazenagem a granel torna-se difícil, sem o uso da aeração, se for realizada por longo 
período, mesmo sabendo que o produto encontra-se devidamente limpo e seco. 
 
2. OBJETIVOS DA AERAÇÃO 
 
A aeração pode ter diferentes efeitos sobre a massa de grãos, dependendo das 
condições do ambiente e do próprio produto. Antes de colocar o sistema de aeração em 
funcionamento, é essencial fazer previsões sobre os possíveis resultados da operação. A 
utilização da técnica pode atender aos seguintes objetivos: 
a) Resfriar a massa de grãos. 
b) Uniformizar a temperatura da massa de grãos. 
c) Prevenir aquecimento e umedecimento de origens biológicas. 
d) Promover secagem, dentro de certos limites. 
e) Promover remoção de odores. 
 
2.1. Resfriar a Massa de Grãos 
O resfriamento da massa de grãos armazenados constitui o principal objetivo e a 
principal utilidade da aeração. 
O microclima formado dentro da massa de grãos poderá trazer vários benefícios 
ao processo de conservação. Até há pouco tempo, esses benefícios estavam relacionados 
à supressão do desenvolvimento de insetos, ácaros e fungos. Entretanto, sabe-se que 
grãos armazenados em temperaturas elevadas, 25 a 40 °C, como ocorre em muitas 
regiões brasileiras, têm a atividade respiratória intensificada, o que propicia incremento 
na perda de matéria seca, aumenta a umidade relativa do ar intergranular e produz calor. 
Na Tabela 1, observa-se que milho armazenado em temperaturas variando entre 
25 e 35 °C tiveram de 6 a 27 vezes mais perda de matéria seca, respectivamente, do que 
grãos refrigerados a 10 °C. 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 271
Além disso, na faixa de temperatura de 25 a 40 °C a oxidação de lipídios pode 
ser intensificada, o que contribui para a degradação da qualidade dos grãos, visto que a 
mesma é acelerada pela ação do calor, luz, reações de ionização, dentre outros. Durante 
esse processo degradativo, várias reações de decomposição podem ocorrer, levando à 
produção de hidrocarbonetos, aldeídos, álcoois e cetonas. Entretanto, a produção de 
ácidos graxos livres, resultante da degradação de lipídios, contribui significativamente 
para o aumento do custo de produção de óleos vegetais, causando significativos 
prejuízos às indústrias. 
 
TABELA 1 - Perda de matéria seca em 1.000 t de milho armazenado durante 30 dias 
 
Condições ambientes Temperatura (°C) Perda de matéria seca 
Temperatura ambiente - média 25 Perda de 0,12% (= 1,2 t) 
Temperatura ambiente - alta 35 Perda de 0,54% (= 5,4 t) 
Grãos refrigerados 10 Perda de 0,02% (= 0,2 t) 
Fonte: Brunner, citado por LAZZARI, (2007). 
 
2.2. Inibir a Atividade de Insetos-praga e Ácaros 
 A maioria dos insetos-praga que infestam os grãos armazenados é de origem 
tropical e subtropical e a faixa de temperatura adequada para o seu desenvolvimento está 
entre 27 e 34 °C, sendo consideradas ideais as temperaturas entre 29 e 30 °C. Depois de 
alguns meses de armazenagem, ou em ambientes com temperaturas acima de 27 °C, a 
massa de grãos poderá ter elevado nível de infestação se ações preventivas não forem 
tomadas. Os insetos-praga são sensíveis a baixas e a altas temperaturas, reduzindo seus 
desenvolvimentos em temperaturas inferiores a 16 e superiores a 42 °C. Podem-se 
estabelecer manejos adequados para o controle dos insetos-praga quando a temperatura é 
mantida entre 17 e 22 °C, para aqueles cujo ciclo de vida é da ordem de três meses ou 
mais. Isto porque a oviposição e fecundação dos mesmos é restrita em baixa temperatura, 
com baixo crescimento da população, o que lava a danos menos significativos aos grãos. 
A umidade relativa crítica para o seu desenvolvimento é da ordem de 30%. 
Entretanto, são capazes de sobreviverem obtendo água metabólica, do ar ambiente ou do 
próprio grão. A Tabela 2 contém informações sobre o comportamento de algumas 
espécies de insetos-praga, de importância econômica para o processo de armazenagem, 
em relação ao ambiente. 
Os ácaros são pragas de grande importância econômica, principalmentenas em 
regiões de clima tropical e temperado. Podem danificar o germem dos cereais, casca de 
leguminosas, contaminarem os produtos com fezes e odores indesejáveis. O produto 
infestado por ácaros, se destinado para a alimentação animal, poderá causar problemas 
nutricionais aos mesmos e alergia aos operadores durante o manuseio. É importante 
ressaltar que a presença de ácaros está relacionada a fungos, uma fez que os mesmos, 
também, se alimentam desses microrganismos. 
Desenvolvem-se em ambientes cuja temperatura varia entre 7 e 30 °C e umidade 
relativa acima de 60%. O ambiente ideal para o seu desenvolvimento é estabelecido por 
temperaturas entre 20 e 25 °C e umidade relativa entre 80 e 90%. Portanto, para o seu 
controle deve-se estabelecer, principalmente, umidade relativa de equilíbrio inferior a 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 272 
60%, o que se consegue por meio da redução do teor de água dos grãos, considerando-se 
determinada temperatura. Grãos com umidade superior a 14% (b.u.) devem ser mantidos 
em temperatura baixa (possível em climas temperados) ou por meio do resfriamento 
artificial do ar, evitando-se focos aquecidos na massa. Alguns pesquisadores consideram 
que, para infestações de pequena intensidade, o emprego dessa técnica poderá ser 
dispendioso. 
Na Tabela 3 contém informações sobre as temperaturas mínimas e ótimas para o 
desenvolvimento de algumas espécies de ácaros. 
 
TABELA 2 – Valores das temperaturas ótimas e favoráveis para o desenvolvimento de 
insetos-praga em 100 dias e das umidades relativas mínimas para o 
desenvolvimento de algumas espécies. 
 
Temperatura (°C) 
Espécies Tolerância ao frio 
Tolerância à 
umidade 
relativa Ótima Segura
(1) 
Umidade 
relativa 
mínima (%)
Trogoderma granarium 33 - 37 22 1 
Cryptolestes ferrugineus 32 - 35 20 10 
Oryzaephilus surinamensis 
Resistente Tolerante a baixa UR 31 - 34 19 10 
Tribolium confusum Moderado Tolerante à baixa UR 30 - 33 21 1 
Tribolium cataneum Susceptíve
l 
Tolerante à 
baixa UR 32 - 35 22 1 
Rhyzopertha dominica Moderado Moderado 32 - 35 21 30 
Cryptolestes pusillus Susceptíve
l UR elevada 28 - 33 19 60 
Sitophilus granarius Resistente UR elevada 26 - 30 17 50 
Sitophilus oryzae Moderado UR elevada 27 - 31 18 60 
Fonte: Navarro et al. (2002). (1) da oviposição. 
 
Tabela 3 – Valores de temperaturas mínimas e ótimas para o desenvolvimento de algumas 
espécies de ácaros 
 
Temperaturas (°C) 
Espécies Mínimas Ótimas 
Tyrophagus putrescentiae 9 - 10 23 – 28 
Glycyphagus deestructor 10 - 15 15 – 25 
Cheyletus eruditos 12 25 – 27 
Carpoglyphus lactis 15 25 - 28 
Aleuroglyphus ovatus 22 23 – 25 
Rhizoglyphus echinopus 6 - 10 23 – 27 
Caloglyphus berlesei 16,5 22 - 30 
Acarus siru 7 23 - 30 
Fonte: Navarro et al. (2002). 
 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 273
2.3. Inibir o Desenvolvimento da Microflora 
 O teor de água do produto e a temperatura dos grãos e a temperatura e umidade 
relativa do ar intergranular influenciam o desenvolvimento da microflora. Sabe-se que 
grãos com teor de água de até 15% (b.u.) podem ser armazenados durante mais tempo, se 
a temperatura for baixa (8 a 10 oC) e a umidade relativa do ar intergranular, não 
ultrapassar 70%. Em regiões de clima tropical e subtropical é difícil estabelecer estas 
condições por meio de aeração com ar natural. 
Segundo Lazzari (1999), apesar de existir grande número de espécies de fungos 
produtoras de micotoxinas, são poucos os que apresentam importância econômica, por 
infectarem os grãos. Na Tabela 4 estão relacionadas algumas das principais espécies 
produtoras de toxinas. 
 
TABELA 4 - Principais fungos toxicogênicos que infectam grãos e seus derivados, com 
as toxinas produzidas 
 
Espécies de fungos Toxinas Grãos e produtos 
Aspergillus flavus Aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 
Aspergillus parasiticus Sementes de algodão, amendoim, arroz, aveia e cevada. 
Fusarium graminearum Zearalenona e vomitoxina Canola, milho, trigo e triticale. 
Fusarium moliniforme Fumonisinas Sorgo, soja, farelos (soja,milho e trigo) e tortas (algodão e amendoim). 
Fusarium roseum 
Fusarium tricinctum 
Penicillium viridicatum Ocratoxina A 
Fonte: Lazzari, (1999). 
 
 
Navarro et a. (2002) informam que para remover a umidade dos grãos com ar 
natural é necessário mais ar do que para fazer resfriamento. Afirmaram que no processo 
de aeração normal é utilizado entre 0,22 e 33 m3 de ar . min-1. t-1 para aerar, 
temporariamente produtos úmidos, enquanto que com o resfriamento será necessário 
aproximadamente0,11 m3 de ar . min-1. t-1 para resfriar ao ponto de inibir a atividade de 
fungos e ácaros. 
A Tabela 5 contém as indicações de temperaturas e umidades relativas mínimas 
ótimas e máximas para o desenvolvimento de algumas espécies fúngicas. 
 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 275
TABELA 5. Valores de umidade relativa, umidade de equilíbrio e de temperatura mínima,ótima e máxima para que ocorra o 
desenvolvimento de fungos 
 
Temperatura de desenvolvimento 
(°C) 
 
Espécies de fungo 
Umidade relativa mínima para 
germinação (%)a 
Umidade de equilíbrio 
(% b.u.)b 
Mínima Ótima Máxima 
Alternaria 91b 19 -3 20 36-40 
Aspergillus candidus(1) 75 15 10 28 44 
A. flavus(1) 82 16-17 6-8 36-38 44-46 
A. fumigatus(1) 82 16-17 12 37-40 50 
A. glaucus(1) 72 13,5-14,0 8 25 38 
A. restrictus(1) 71-72 13,5 - - - 
Cephalosporium acremonium 97 22 8 25 40 
Epicoccum 91 19 -3 25 28 
Fusarium moniliforme 91 19 4 28 36 
F. graminearum 94 20,5 4 25 32 
Mucor 91 19 -3 28 36 
Nigrospora oryzae 91 19 4 28 32 
Penicillium funiculosum 91 19 8 30 36 
P. oxalicum 86 17 8 30 36 
P. brevicompactum(1) 81 16 -2 23 30 
P. ciclopium(1) 81 16 -2 23 30 
P. viridicatum(1) 81 16 -2 23 36 
Nota: (1) se desenvolvem em baixo a moderado teor de água, as demais espécies, em alto teor de água. a Umidades relativas em que 5% ou mais de esporos podem germinar. b Umidade de equilíbrio à, 
aproximadamente, 25,5 °C que estabelecem as mínimas umidades relativas de germinação de fungos, propiciando aumento no teor de água dos grãos, permitindo a competitividade dos fungos (valores 
médios para milho e trigo). Fonte: Lacey et al, citados por NAVARRO et al. (2002). 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 276 
2.4. Preservar a Qualidade dos Grãos 
 A qualidade dos grãos armazenados pode ser definida em função de diferentes 
atributos, os quais devem atender a diferentes seguimentos de mercado, tais como, o 
sementeiro, o da indústria de concentrados para a alimentação humana e animal, e o da 
comercialização do produto “in natura”. Por isso, além da germinação, outros atributos 
são utilizados para avaliar a qualidade dos grãos armazenados, quais sejam o teor de água, 
o índices de impurezas, o envelhecimento acelerado, a condutividade elétrica, a infecção 
por microrganismos, a contaminação por toxinas, a acidez de óleos e a formação de 
peróxidos, índices de quebrados, trincados e danificados, infestação por insetos-praga, 
massa específica aparente. 
Grãos que possuem baixa viabilidade são mais vulneráveis à infecção por fungos 
e, portanto, susceptíveis ao processo de deterioração. As modificações químicas que 
ocorrem nos grãos, quando mantidos em baixa temperatura durantea armazenagem, são 
lentas e, às vezes, até insignificantes. A velocidade das reações químicas que ocorrem nos 
alimentos armazenados pode ser reduzida à metade quando a temperatura decresce em 10 
oC. 
Grãos armazenados a granel formam um ecossistema característico, em estado 
quase latente, em que todas as atividades bióticas são imperceptíveis (Figura 1), desde que 
sejam estabelecidas condições favoráveis para o estabelecimento desse estado de latência. 
Esta condição de aparente inatividade deve ser mantida durante maior tempo possível, 
desde que o processo não resulte em perdas de qualidade do produto armazenado, o que é 
alcançado por meio da redução de temperatura, do teor de água e do índice de impurezas 
dos grãos, principalmente. Acréscimo na temperatura e, ou na umidade relativa do ar 
intergranular poderá propiciar desequilíbrios em quaisquer dos fatores do sistema biótico, 
resultado em perdas parciais ou totais da massa de grãos. A introdução de uma massa de 
ar com temperatura baixa é uma técnica benéfica à conservação dos grãos, em estado de 
repouso, por período de tempo mais prolongado. 
 
 
Figura 1 – Composição do ecossistema da massa de grãos em um silo. 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 277
A Tabela 6 contém informações sobre o período máximo de armazenagem de 
milho, considerando-se a perda de matéria seca de até 0,5%, em diferentes condições de 
temperatura e teor de água. 
 
TABELA 6 – Estimativa do tempo possível de armazenagem de milho, em dias, com 
diferentes teores de água 
 
Teor de água (% b.u.) Temperatura 
(ºC) 15 16 17b 19b 21 23 25 
0 c c c 377 206 131 92 
4 c c 448 197 108 68 48 
10 491 265 155 69 39 26 21 
16 275 148 85 39 22 16 10 
21 154 83 49 22 12 8 5 
27b 86 47 28 12 7 4 3 
32 48 26 15 7 4 2 2 
38 27 15 9 4 3 1 1 
Notas: b aeração contínua, com fluxo de 30 a 60 m3 h-1 t-1, durante o período em que o milho foi mantido 
com 18% b.u. e, ou à temperatura de 27 ºC. 
 c mais que dois anos. 
Fonte: Steele et al.; Thompson; Friday, citados por Noyes & Navarro (2002). 
 
2.4. Uniformizar a Temperatura 
 Outro importante objetivo da aeração, principalmente nas regiões onde existem 
grandes amplitudes térmicas durante o dia, esta técnica pode ser utilizada para prevenir 
ou evitar a migração de umidade. Neste caso, não se busca o resfriamento efetivo da 
massa de grãos, mas mantê-la sob temperatura uniforme. Pelo fato de serem maus 
condutores de calor, variações nas temperaturas da massa de grãos, inferiores a 4 °C, 
são consideradas uniformes. 
 Gradientes elevados de temperatura poderão intensificar as correntes de 
convecções naturais do ar intergranular, resultando no fenômeno de migração de 
umidade, por propiciar a difusão de água. Por ocasião de tempo frio aparece uma 
corrente convectiva com o ar descendo pela camada de grãos mais frios, ao longo e 
próximos das paredes do silo, que sobe através das camadas de grãos, mais quente, no 
centro do silo. 
 À medida que o ar sobe pelo centro, irá sendo aquecido e terá sua capacidade de 
absorver umidade aumentada, retirando água dos grãos. Entretanto, quando o ar estiver 
próximo da superfície superior e fria ele resfriará, perdendo capacidade de absorver 
umidade e transferindo a umidade adquirida anteriormente para a camada superior de 
grãos. Isto criará uma região de grãos úmidos no topo central do silo com grande 
potencial para deterioração (Figura 2 a). 
 Por ocasião da estação mais quente, ocorrerá um fluxo de ar oposto (Figura 2b) 
por causa das temperaturas ambientais mais altas. A condensação com um potencial 
para deteriorarão acontecerá na região central no fundo do silo. 
Um dos maiores problemas decorrentes da migração de umidade, quando são 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 278 
criadas condições favoráveis para o desenvolvimento de fungos e de insetos, consiste na 
mistura das camadas contaminadas com as descontaminadas, quando ocorrer a descarga 
parcial ou total do produto armazenado. Dentre os danos causados, o mais preocupante é a 
contaminação por micotoxinas. 
A intensidade da migração de umidade poderá ser influenciada pela espessura da 
camada de grãos e pela variação da temperatura em diferentes pontos da massa. Em 
camadas muito espessas, observa-se aumento na velocidade das correntes naturais de 
convecção e, consequentemente, incrementa-se o transporte de umidade e, a combinação 
entre camadas de alta espessura com elevada diferença de temperatura, também, 
intensifica a quantidade de umidade transportada. 
 
 
 
(a) (b) 
Figura 2 – Pontos de possíveis danos à superfície da massa de grãos, em função do 
processo de migração de umidade. 
 
2.5. Prevenir o Aquecimento dos Grãos 
 Esta vantagem aplica-se freqüentemente à armazenagem em silo pulmão, com 
grãos úmidos, recém colhidos. Deve-se lembrar que, nessas condições, o produto deve 
passar por uma operação de pré-limpeza. Neste caso, a aeração permite aumentar o fluxo 
de entrada de produto úmido na unidade armazenadora, reduzindo nos investimentos ou 
no super dimensionamento de secadores. 
Existem limites máximos para teores de água e temperaturas dos produtos úmidos, 
em relação ao tempo de espera para a secagem. A Tabela 6 contém esses referenciais para 
milho. O operador deve estar atento e consultar a tabela sobre o tempo permissível para a 
armazenagem de grão sob diferentes condições de umidade e temperatura. Nesse caso, o 
sistema de aeração deve ser projetado para fornecer grandes volumes de ar, a fim de 
manter a qualidade original do produto úmido até o início da operação de secagem. Para 
as regiões tropicais, subtropicais e temperadas, o fluxo de ar aplicado em produtos úmidos 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 279
pode ser entre 10 e 15 vezes superior ao utilizado para fazer a aeração de equabilização ou 
de resfriamento. 
 
2.6. Promover a Secagem Dentro de Certos Limites 
 Em geral, não se entende a aeração como processo de secagem, porém, em 
condições favoráveis, grãos úmidos (abaixo de 20% b.u.) são secados (secagem com ar 
natural) em silos com altas vazões de ar em operação contínua, desde que a temperatura 
do ar não atinja valores próximos de 0 oC. O fluxo de ar mínimo recomendado para 
secagem, dependendo das condições ambientais e, como dito anteriormente, o fluxo é 15 
a 25 vezes maior que o fluxo para a aeração de resfriamento. Por questões didáticas, a 
utilização da secagem em silos deve ser diferenciada da aeração de resfriamento. 
Remover os odores: em função da atividade biológica dos grãos e dos 
organismos que constituem o ecossistema da massa, odores não-desejáveis podem 
ocorrer. A aeração pode ser utilizada para remover, além desses odores, os gases 
resultantes do combate às pragas e devolver aos grãos o cheiro característico. 
 
3. SISTEMA DE AERAÇÃO 
 
Consiste de um conjunto de equipamentos necessários à perfeita realização da 
aeração. Basicamente, é composto por: 
Ventilador com motor – devem fornecer a quantidade de ar necessária ao 
resfriamento do produto e ser capaz de vencer a resistência oferecida à passagem deste ar 
pela massa de grãos armazenada. 
Dutos - permitem a insuflação ou a sucção de ar através da massa de grãos. 
Silos - armazenam a massa de grãos. 
Dispositivos para monitoramento - indicam as condições do ambiente interno e 
externo da massa de grãos e, em alguns casos, podem acionarou ligar o sistema de 
ventilação em função daquelas condições. 
Um sistema de aeração com ventilador fixo para cada unidade de armazenagem 
pode ser simples, versátil e eficiente sob o ponto de vista técnico. Entretanto, pode ser a 
opção mais cara, por exigir vários motores e vários ventiladores para produzir a mesma 
quantidade de ar. A utilização de um único ventilador e duto de distribuição para mais de 
uma unidade de armazenagem é uma alternativa satisfatória para o suprimento de ar. 
Neste caso, faz-se a aeração em vários silos sucessivamente. A adoção de um ou mais 
sistemas de ventilação deve ser baseada em um criterioso estudo técnico e econômico. A 
Figura 3 ilustra um sistema de aeração em um silo. 
Algumas definições importantes sobre os componentes e a operação de um 
sistema de aeração são dadas a seguir: 
Dutos para distribuição de ar - podem ser divididos em duto principal ou de 
suprimento e duto secundário ou de aeração (Figura 4). O primeiro tem a finalidade de 
conectar o ventilador a um ou mais dutos secundários e, estes, a de distribuir, o mais 
uniformemente possível, o ar através da massa de grãos. A diferença básica está no fato 
de que o duto principal não possui perfurações. 
 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 280 
 
Figura 3 – Componentes básicos de um sistema de aeração em silos. 
 
Os dutos podem ser circulares, semicirculares, retangulares, em forma de "U" ou 
de "V" invertidos. Silos com fundo falso, totalmente perfurado, são também utilizados. 
Nos dutos perfurados, a área de perfuração deve corresponder no mínimo a 15% da área 
total do duto, e cada furo deve ter dimensão e formas tais que não permitam a passagem 
de grãos. 
 
Figura 4 – Tipos de dutos de aeração. 
 
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Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 281
As principais dimensões de um sistema de dutos são: 
Tamanho - a seção transversal e a profundidade influenciarão a velocidade do ar 
dentro do duto e a uniformidade de distribuição do ar na massa de grãos. 
Área superficial - influenciará a pressão de saída de ar do duto para a massa de 
grãos. 
Espaçamento entre dutos - tem influência sobre a uniformidade de distribuição 
do ar na massa de grãos. 
Velocidade do ar dentro dos dutos - a velocidade admissível para o ar dentro do 
duto é 470 a 600 m.min-1, quando o seu comprimento é de no máximo 7,5 m, ou 300 a 
470 m.min-1, quando o comprimento varia de 7,5 a 18 m. 
A velocidade do ar ao deixar os furos dos dutos para a entrada na massa de grãos 
não pode exceder a 10 m.min-1, em silos horizontais (predominância do diâmetro ou da 
largura sobre a altura), e 15 m.min-1, em silos verticais. 
Ventilador: é a máquina utilizada para movimentar o ar através da massa de 
grãos. Essa movimentação é feita por meio de um rotor centrífugo ou axial, acionado por 
uma unidade motora (veja Capítulo 10). O ventilador deve ser dimensionado para: 
 
a) Fluxo de ar: deve-se fornecer uma determinada quantidade de ar, medida em 
unidade de volume por unidade de tempo e de massa ou de volume de grãos (m3 
de ar por minuto por m3 de grãos ou m3 de ar por minuto por tonelada de 
grãos). Adotam-se diferentes fluxos em função da variação na distribuição de ar, 
para diferentes tipos de armazéns. Para silos verticais, pode variar entre 0,05 e 0,1 
m3 min-1. t-1 de grãos, e para estruturas horizontais, entre 0,1 e 0,20 m3 min-1. t-1 de 
grãos. Apesar da possibilidade de existirem variações devido a condições 
atmosféricas, tipos de grãos, potência do motor, finalidade e tempo de aeração, a 
Tabela 7 fornece indicação de alguns fluxos de ar para aeração. 
 
b) Pressão estática: o ventilador deve vencer a resistência à passagem do fluxo de 
ar, isto é, ter pressão superior à pressão estática do sistema, que é medida em 
força por unidade de área e equivale à resistência que os grãos e o sistema de 
distribuição oferecem à passagem do ar. A pressão estática é um valor importante 
para o dimensionamento da potência do motor e o cálculo do ventilador. 
Normalmente este valor é dado em milímetros de coluna de água (mmca) ou 
Pascal (Pa). A pressão estática varia diretamente com a altura da camada de grãos 
e com a velocidade com que o ar atravessa esta camada. A Figura 6 mostra essa 
relação. 
 
Unidade armazenadora: é a estrutura acondicionadora de grãos. Esta estrutura 
pode ser vertical ou horizontal e depende das características técnicas e da relação entre a 
altura e o diâmetro ou altura e largura da estrutura. 
 
 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 282 
 
Figura 6 – Variação entre a vazão do ar e a pressão estática, por metro de 
profundidade de coluna de grãos. 
 
TABELA 7- Recomendação de fluxos de ar para aeração 
 
Fluxo de ar (m3 min-1. t-1 de grãos) Tipo de unidade/finalidade Região fria Região quente 
Horizontal / grão seco 0,05 a 0,10 0,10 a 0,20 
Vertical / grão seco 0,02 a 0,05 0,03 a 0,10 
Pulmão / grãos úmidos 0,30 a 0,60 0,30 a 0,60 
Seca-aeração 0,50 a 1,00 0,50 a 1,00 
 
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4. OPERAÇÃO DO SISTEMA DE AERAÇÃO 
 
Antes de optar pelo uso de um sistema de aeração, deve-se avaliar as condições 
climáticas, para atender aos objetivos propostos, principalmente quando se trata dos 
aspectos de conservação dos grãos durante a armazenagem. 
Um diagrama que relaciona temperatura e umidade de um lote de grãos é usado 
para previsão das características de conservação da massa, durante o armazenamento. 
Pelo diagrama, pode-se prever a natureza dos riscos a que o produto ficará sujeito 
durante a operação de aeração (Figura 6). Neste diagrama, a melhor condição para 
armazenar os grãos é estabelecida pela delimitação da área no espaço inferior à linha A 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 283
e à esquerda da linha B. 
O diagrama apresentado na Figura 7 mostra outras variáveis que permitem uma 
análise técnica sobre o uso de aeração. 
Pelo diagrama, pode-se estabelecer as seguintes condições: 
a) Para umidade relativa superior a 90%, a aeração é recomendada somente no 
caso em que a diferença de temperatura entre os grãos e o ar for superior a 5 
oC. 
b) Para umidade relativa inferior ou igual a 60%, a aeração só é recomendada e 
aplicável em grãos úmidos ou que estejam aquecidos a uma temperatura muito 
superior à do ar, necessitando, portanto, de resfriamento. Em outra situação, 
poderá haver supersecagem da massa. 
c) Resfriamento inferior a 3 oC torna a aeração desnecessária. 
d) Resfriamento entre 3 e 5 oC torna a aeração recomendável. 
e) Resfriamento com gradiente de temperatura superior a 7oC torna a aeração 
possível, porém pode provocar condensação do vapor d'água na superfície da 
massa e nas paredes do silo. 
 
4.1. Como Resfriar ou Aquecer uma Massa de Grãos 
 O conceito de frente de resfriamento, assim como se entende o conceito de 
frente de secagem, é importante para se entender a técnica da aeração. O funcionamento 
do sistema de ventilação por umas poucas horas não irá resfriar toda a massa de grãos, a 
não ser que o silo esteja carregado com uma camada pequena do produto. Num silo 
cheio ou com carga de alguns metros de espessura, os grãos próximos da entrada de ar 
serão resfriados à temperatura do ar, enquanto a temperatura dos grãos nas camadas 
superiorespermanecerá praticamente nas condições iniciais, exceto em uma faixa onde 
está acontecendo o abaixamento de temperatura ou a frente de resfriamento (Figura 8). 
Assim, é necessário continuar a operação de aeração até que a frente de resfriamento 
tenha se movido através da massa de grãos e até que a camada superior tenha sido 
resfriada e atingido valor igual à temperatura do ar. 
Se o operador interromper a aeração, com a frente de resfriamento no interior da 
massa de grãos, as diferenças de temperatura entre as camadas resfriadas, as camadas 
em processo de resfriamento e as camadas em condições iniciais podem ser suficientes 
para que ocorra migração de umidade, além de acelerar o processo de deterioração do 
produto. Como foi dito, um dos objetivos da aeração é manter a temperatura da massa 
de grãos o mais uniforme possível e próxima da condição ambiental. Além do visto 
anteriormente, deve-se fazer aeração para evitar migração de umidade e promover o 
resfriamento da massa de grãos. Nesses casos, deve-se operar o ventilador sempre que a 
temperatura externa for 7oC inferior à temperatura dos grãos, levando-se em 
consideração a umidade relativa média do ar de resfriamento, que deve ser igual ou um 
pouco inferior à umidade relativa de equilíbrio do produto armazenado. Entretanto, a 
flutuação diária da umidade relativa permitirá, de modo geral, operar o sistema de 
aeração quando os valores de umidade relativa do ar estiverem 10% acima dos valores 
da umidade relativa de equilíbrio. 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 284 
 
Figura 6 - Diagrama indicativo de aeração. 
 
 
Figura 7 – Diagrama de conservação de grãos. 
 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 285
 
 
Figura 8 - Detalhe das camadas de grãos durante pequeno período de resfriamento 
 
5. SUCÇÃO OU INSUFLAÇÃO DO AR 
 
A forma de passar o fluxo pela massa de grãos pode gerar algumas 
características muito importantes para o sistema de aeração. Quando o movimento de ar 
é ascendente e o ventilador encontra-se instalado na base do silo, o sistema é conhecido 
como insuflação ou ventilação positiva. Em sentido contrário, a ventilação é chamada 
de sucção ou negativa (Figura 9). Em ambos os casos, tem havido controvérsia quanto 
às vantagens da utilização de uma ou outra forma de ventilação. 
 Para se decidir sobre o uso de uma das opções, o operador da unidade 
armazenadora deve considerar alguns pontos importantes. Um deles é que a insuflação irá 
adicionar calor ao ar devido à ineficiência dos ventiladores. Em geral, os ventiladores e o 
próprio sistema de distribuição produzem acréscimos superiores a 3oC na temperatura do 
ar. Dessa forma, a escolha da insuflação poderá ser uma alternativa correta, se a umidade 
da massa de grãos estiver acima da ideal de comercialização. A adição de calor abaixará a 
umidade relativa do ar e poderá provocar secagem do produto, caso a umidade do grão 
esteja acima da umidade de equilíbrio com a nova umidade relativa do ar. 
Em se considerando o controle de pó, devido principalmente a problemas 
ambientais e de segurança, o uso da sucção ou ventilação negativa é a opção correta. 
Outro fator que pode ser considerado na adoção de ventilação positiva ou negativa é 
a posição do foco de aquecimento. Se o ventilador estiver instalado na base do silo e o 
foco quente estiver na parte superior da camada de grãos, a ventilação deve ser 
ascendente, e, caso o foco esteja nas camadas inferiores, o fluxo deve ser descendente. 
De modo geral, o operador deve considerar as seguintes vantagens: 
 
5.1. Ventilação Positiva 
a) facilita a avaliação da temperatura da massa de grão, em caso da inexistência do 
sistema de termometria; 
b) o calor gerado pela radiação solar no teto da unidade armazenadora não é 
incorporado à massa de grãos e sim eliminado imediatamente; e 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 286 
c) o ar ambiente pode ter sua umidade relativa reduzida pela elevação da 
temperatura, em sua passagem pelo sistema de aeração antes de entrar na massa 
de grãos, sem perigo de aumentar o teor de umidade do produto. 
 
5.2. Ventilação Negativa 
 a) existe menor probabilidade de que ocorra condensação na superfície da massa 
de grãos e no teto da unidade armazenadora; 
 b) os odores característicos que indicam a deterioração podem ser facilmente 
detectados na saída do ventilador; 
 c) o calor proveniente do ventilador e do sistema de distribuição de ar não é 
transferido para a massa de grãos e, neste caso, não afeta de maneira 
pronunciada a umidade do produto, quando a umidade relativa do ambiente 
estiver próxima à de equilíbrio com a umidade da massa de grãos; e 
 d) no caso de usar ventiladores axiais acionados por motores trifásicos, basta usar 
uma chave de reversão para mudar o sentido do fluxo de ar. 
 
 
(a) (b) 
Figura 9 - Fluxo de ar sendo impulsionado para cima (a) e succionado através da 
massa de grãos (b) 
 
6. ACONDICIONAMENTO DO PRODUTO 
 Material fino, sementes de erva daninha e outros materiais estranhos irão afetar 
negativamente a aeração, especialmente, se estes materiais estiverem concentrados em 
um determinado local que, de modo geral, ficam localizados nas projeções centrais do 
silo. Considerando que para aeração é usado pequenos fluxos de ar, qualquer aumento 
na resistência ao fluxo terá grandes efeitos na trajetória do fluxo. Além disso, o 
segmento cônico da carga, causado pelo ângulo de repouso do produto, quando 
espalhadores não são utilizados, faz com que as trajetórias do ar próximo às paredes, 
fiquem maiores do que nas regiões centrais do silo. Como resultado, será necessário 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 287
mais tempo deslocar a frente de aeração pelas regiões onde houver a concentração de 
finos ou maior altura de grãos (Figura 10). Para evitar os problemas, um ou mais dos 
seguintes procedimentos podem ser considerados pelo operador: 
a) Fazer uma limpeza correta do silo e do produto antes de carregá-lo; 
b) Evitar, ao máximo, que o produto caia com alta velocidade, produzindo 
grandes quantidades de quebrados e finos; 
c) Na impossibilidade de boa limpeza, distribuir, uniformemente, o produto 
(inclusive os materiais estranhos e finos) ao longo da altura do silo. A 
distribuição uniforme da "resistência" causará uma densidade global mais 
alta no silo. Entretanto, uniformiza a distribuição do fluxo de ar; 
d) Após o carregamento, tentar remover um pouco do produto do centro do 
silo. Esse procedimento ajudaria a eliminar parte do material "resistente" 
acumulado no centro do silo. O material central removido será, 
conseqüentemente, substituído por um produto mais limpo; e 
e) Certificar-se de que a frente de aeração tenha percorrido toda a massa de 
grãos. Ou seja: ventilar por tempo mais prolongado. 
 
 
Figura 10 - Caminhos, intensidade de fluxo e formas da frente de aeração; (a) 
insuflação (b) sucção. 
 
7. SISTEMA DE TERMOMETRIA 
 
Um fluxo contínuo de elétrons é estabelecido através de dois fios de metais 
diferentes (termopar) quando as suas junções são expostas a duas temperaturas 
diferentes, como é mostrado na Figura 11. 
Quando se aquece a junção 1 e seresfria a junção 2 (junção de referência), a 
corrente elétrica começa a fluir no sentido de 2 para 1, até a junção quente. Esta corrente 
gerada é chamada de corrente termelétrica e, devido à diferença de temperatura, a força 
eletromotriz existente entre as duas junções é chamada de termo-força eletromotriz. A 
f.e.m. gerada nos termopares é dada em mV e depende da temperatura da junção de 
trabalho, da resistência e do tipo do termopar empregado. 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 288 
 
Figura 11 – Circuito termelétrico de diferentes metais. 
 
7.1. Instalação do Sistema de Termometria 
Na escolha do termopar devem-se levar em consideração o custo, a finalidade ou 
faixa de temperatura a ser medida, as condições ambientais, o esforço físico a que será 
submetido e a precisão da medida. Na prática, o termopar “cobre-constantan” é o mais 
utilizado para monitorar temperaturas nos sistemas de aeração. 
 A instalação do sistema é feita com fixação dos cabos em pontos estratégicos na 
massa de grãos. O espaçamento entre os cabos e entre os pontos é determinado por 
critérios técnicos e econômicos, estabelecendo-se uma distância máxima de 6,0 m entre 
cabos e 2,0 a 2,5 m entre os pontos de cada cabo (Figura 12). 
Além dos fios condutores, o sistema é composto por cabos de aço com capacidade 
para suportar esforços de tração provenientes do escoamento dos grãos durante a descarga 
(Figura 13). 
O sistema de leitura pode ser feito por instrumentos (potenciômetros) portáteis, 
próprios para pequenas instalações, ou mesas computadorizadas, próprias para grandes 
unidades armazenadoras, cujos pontos de medição são identificados em quadros 
sinópticos (Figura 14). Nestas mesas, as temperaturas dos pontos são determinadas por 
meio de cabos termelétricos que possuem uma série de fios de cobre em volta de um fio 
de constantan, suportado por um cabo de aço (Figura 13). 
 
7.2. Monitoramento do Produto Armazenado 
 Para manejar corretamente o produto, o operador deve estar apto a determinar as 
temperaturas da massa de grãos em vários pontos do silo, obedecendo corretamente os 
manuais dos fabricantes dos equipamentos e as normas da unidade armazenadora. 
Especial atenção deve ser dada na obtenção das temperaturas das últimas partes a serem 
atingidas pela frente de aeração. Em silos pequenos, pode-se trabalhar, razoavelmente, 
com sondas simples, porém, em silos com grandes dimensões, um sistema de 
termometria eficiente é altamente recomendado. 
Caso seja necessária a entrada do operador no silo, para o monitoramento das 
condições do produto, devem ser usadas medidas de segurança adequadas como: 
a) nunca entrar no silo durante a descarga; 
b) se parte do produto já foi retirada da célula, fique atento. Uma camada de 
grãos compactada pode esconder uma cavidade que pode desmoronar 
facilmente, com sérios danos para a célula ou para o operador. 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 289
c) escadas especiais devem ser instaladas nas paredes do silo para permitir 
acesso fácil e seguro. Uma corda de segurança, bem ajustada, deve ser usada 
se houver necessidade sair da escada de liberar uma das mãos; e 
d) mesmo usando equipamentos de segurança e com iluminação adequada, 
nunca entre em um silo sem estar acompanhado de um auxiliar. 
 
Figura 12 – Posicionamento dos cabos termométricos 
 
 
Figura 13 – Segmento de um cabo de termometria. 
 
 
 
Figura 14 – Sistema para controle de temperatura em silos 
 
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 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 290 
8. CÁLCULO DE UM SISTEMA DE AERAÇÃO 
 
O exemplo a seguir fornece o memorial de cálculos para o dimensionamento de 
um sistema de aeração e para o tempo provável de resfriamento da massa de grãos. 
Exemplo: dimensionar um sistema de aeração por dutos, para um silo de fundo 
plano com 10,0 m de diâmetro e 12,0 m de coluna de grãos. 
 
Dados: 
- massa específica do produto: 750 kg.m-3; 
- silo localizado em uma região quente; e 
- eficiência do sistema de ventilação (n): 60%. 
 
O dimensionamento de um sistema de aeração consiste em calcular a vazão de ar e 
pressão estática do ventilador, a potência do motor, a área de perfurações, o número de 
dutos, o espaçamento entre os dutos e o tempo provável de resfriamento da massa de 
grãos. Para maior facilidade, o problema será equacionado obedecendo-se à solução passo 
a passo. 
Primeiro passo - cálculo da capacidade do silo (Ca): 
 
Ca = A . H. Me eq.1 
em que 
 A - área da base do silo, m2; 
 H - espessura da camada de grãos, m; e 
 Me - massa específica do produto, kg.m-3. 
 
 Ca = 78,5 x 12,0 x 750 = 706.500 kg ou 942,0 m3 
Segundo passo - cálculo de vazão de ar (Q, em m3.min-1): 
Da Tabela 1 obtém-se o fluxo de ar (F), indicado para unidades verticais, em 
regiões quentes. O valor 0,05 m3/min.t é o mais indicado. 
 
Q = F . Ca eq. 2 
 
Q = 0,05 . 706,5 = 35,3 m3 de ar . min-1 
 
Terceiro passo: cálculo da pressão estática (Pe, em cmca): 
A Figura 5 fornece a variação entre a vazão específica de ar e a pressão estática, 
por metro de camada de grãos, para diferentes produtos. Para efeito de cálculo, sugere-se 
a utilização de valores obtidos na curva do produto que oferecer a maior resistência à 
passagem do ar. Neste caso, faz-se a opção pelo trigo. 
 
A vazão de ar (Q) por metro quadrado de piso é 
35,3 / 78,5 = 0,45 m3 de ar. min-1. m-2 de piso 
Da Figura 5 obtém-se a pressão estática (Pe): 
 
Pe = 0,25 cmca . m-1 de camada de grãos. 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 291
A pressão estática total será obtida somando-se a pressão equivalente à altura total 
da camada de grãos, a perda de carga devido a tubulações, válvulas, registros, curvas, etc., 
que é estimada em 20% da resistência oferecida pelos grãos. Considera-se, ainda, um 
fator de compactação da massa de grãos igual a 60% em relação à pressão na camada de 
grãos. 
A pressão estática total (Pet) será: 
Pet = Pe + (Pe . 0,2) + (Pe . 0,6) 
Pet = 0,25 . 12 + (12 . 0,2) + (12 . 0,6) = 5,4 cmca. 
 
Quarto passo - potência necessária ao sistema (Pot): 
 
Pot (CV) = Q x Pet / 450 . n eq. 3 
 
 Pot = (35,3 . 5,4) / (450 . 0,6) 
 Pot = 0.71 ⇒1,0 CV 
 
Quinto passo - cálculo da superfície perfurada (SP): 
No cálculo da superfície perfurada, toma-se como referência a velocidade do ar 
admissível na saída dos dutos para a massa. Neste exemplo, considera-se a velocidade 
máxima do ar igual a 10 m/min, o que implicará menor queda de pressão. 
SP = Q (m3./min-1) / V (m.min-1) eq. 4 
 SP= 35,3 /10 
 SP = 3,5 m2 
 
 Sexto passo - cálculo da seção transversal do duto principal (ST): 
A área da seção transversal do duto principal é função da máxima velocidade do 
ar admitida. Este exemplo considera a máxima velocidade do ar igual a 350 m/min: 
 
 ST=Q(m3.min-1) / V (m.min-1)eq. 5 
 
 ST =35,3 / 350= 0,10 m2 
 
Sétimo passo: cálculo da largura (l) e da altura (h) do duto principal: 
Extraindo a raiz quadrada do valor de ST calculado, podem-se obter os lados do 
duto principal, admitindo uma seção quadrada. Entretanto, se for admitida uma seção 
retangular, pode-se chegar a valores, para cada um dos seus lados (l), iguais a: 
 
 l = 0,30 m e h = 0,35 m 
 
Estas dimensões devem ser preferidas, considerando-se os aspectos de construção. 
 
Oitavo passo - cálculo do comprimento dos dutos perfurados (c): 
Considerando que a altura dos dutos com área perfurada será igual à altura (h) do 
duto principal, o comprimento do duto perfurado será: 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 292 
C=SP / h eq. 6 
 
C=3,5 / 0,35 = 10 m de dutos 
 
Nono passo: espaçamento dos dutos: 
Na maioria dos casos, não é possível ter um duto único no silo para suprir o ar 
necessário à massa de grãos. Portanto, torna-se necessário dividir o duto perfurado em 
vários segmentos, que sejam adequadamente posicionados no fundo dos silos, para uma 
perfeita distribuição do ar. Após o estabelecimento do posicionamento dos dutos e a 
definição do posicionamento (Figura 4), deve-se dimensionar o espaçamento. Este 
espaçamento é definido a partir da relação entre a maior distância (L) e a menor distância 
(H) que o ar irá percorrer através da massa de grãos (Figura 15). 
A relação ideal de L/H é 1,5. No entanto, variações entre 1,2 e 1,7 são toleradas. 
L = H + X 
em que X é o afastamento do duto, em m. 
 
Assim: 
 L / H = 1,5 
(H + X) / H = 1,5 
X = 6,0 m 
 
O valor de 1,5 não é uma relação desejável para dois dutos. O resultado sugere 
uma relação de menor valor, por exemplo, 1,2. 
 L / H = 1,2 
(H + X) / H = 1,2 
X = 2,4m 
 
O valor de X = 2,4 pode ser aproximado para 2,5 m, o que coloca os dutos 
eqüidistantes do centro do silo, sem prejudicar a operação de descarga (Figura 16). 
Outra maneira que pode ser usada para localização de dutos em um silo retangular 
é usando o diagrama mostrado na Figura 17, adaptado de Hilborn (1976) 
 
 
Figura 15 – Relação de distâncias para a distribuição dos dutos. 
 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 293
Décimo passo - cálculo da largura (l) dos dutos perfurados: 
Foi definido anteriormente (sétimo e oitavo passos) que as alturas dos dutos 
principais e perfurados terão o mesmo valor. 
 
Considerando que há dois dutos perfurados e que os dois receberão a mesma 
quantidade (Qi) de ar, tem-se: 
Qi = Q/2 
em que 
Qi = vazão de ar na saída em cada duto perfurado, em m3.min-1. 
 
No oitavo passo foi definido um comprimento total de 10,0 m para o duto 
perfurado. Nestas condições, cada duto deverá ter comprimento (C1) igual a 5,0 m. 
Com base nessas informações, obtém-se a largura (l) do duto perfurado. 
A área total da seção perfurada (SP) é igual a 3,5 m2. Para cada duto, a área 
perfurada (SP1) será: 
 
SP1 = SP / 2 = 3,5 / 2 = 1,75 m2 
 L1 = SP1 / C = 1,8 / 5 = 0,36 = 0,40 m 
 
 
 
Figura 16 – Localização dos dutos em relação ao centro do fundo do silo 
 
Décimo primeiro passo. 
cálculo do tempo provável de resfriamento: 
O tempo provável para o resfriamento de uma massa de grãos em um silo, como 
neste exemplo, pode ser determinado pela equação 7: 
 
t = (16,6 mg Cg) / Qt Da Ca eq. 7 
em que 
t: tempo, horas; 
mg : massa total de grãos, t; 
Cg : calor específico do grão, kJ.kg-1 oC-1; 
Qt : fluxo de ar total, m3.min-1.; 
Da : densidade do ar, kg.m-3; e 
Ca : calor específico do ar, kJ.kg-1oC-1. 
 Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
 Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 294 
 
Considerando a densidade do ar como 1,15 kg/m3 e o calor específico do grão e do 
ar como 1,67 e 1,00 kJ.kg-1oC-1, respectivamente, tem-se: 
 
t = (16,6 x 706,5 x 1,16) / (35,3 x 1,15 x 1,00) 
t = 482 horas 
 
 
Figura 17 – Espaçamento entre dutos para silos retangulares. 
 Adaptado de Hilborn (1976) 
 
Clique para acessar: Aplicativo 1 
 
9. LITERATURA CONSULTADA 
 
1. ARAÚJO, J.M.A. Oxidação de lipídios em alimentos. In: ARAÚJO, J.M.A. 
Química de alimentos: teoria e prática. Viçosa, MG: Editora UFV, 2004. p.1-
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2. HALL, C.W. Drying Farm Crops. Edwards Brothers, Inc., Ann Arbor, Michigan, 
1957. 336p. 
3. HOLMAN, L.E. Aeration of Grain in Commercial Storages, Marketing Research 
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4. HILBORN, D. Grain Aeration, March,1976 (disponível em: 
Capítulo 11 Aeração de Grãos Armazenados 
Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas 295
http://www.omafra.gov.on.ca/english/engineer/facts/85-003.htm 
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5. KEPLER, WEBER S.A. Aeração, Seca-Aeração, Termometria, Grafosul, Porto 
Alegre, R.S., 1973. 34p. 
6. LASSERAN, J.C. Aeração de Grãos, Série CENTREINAR, Nº 2, Artes Gráficas 
Formato S.A., Belo Horizonte, M.G., 1981. 131p. 
7. LAZZARI, F. A. Comunicação pessoal. 2007 
8. LAZZARI, F.A. Controle de micotoxinas no armazenamento de grãos e 
subprodutos. In: MOLIN, R.; VALENTINI, M.L. Simpósio sobre 
micotoxinas em grãos. São Paulo: Fundação Cargill. 1999. p. 81-106. 
9. MAIZTEGUI, A.P. & SABATO, J.A. Física, Vol. 2, Editora Globo, Porto Alegre, 
R.S. 1973. 557p. 
10. MESQUITA, A.L.S., GUIMARÃES, F.A. & NEFUSSI, N. Engenharia de 
Ventilação Industrial, Editora Edgard Blucher Ltda, São Paulo, S.P., 1977. 
442p. 
11. NAVARRO, S. & CALDERON, M. Aeration Of Grain in Subtropical climates, 
FAO - Agricultural Services Bulletin, Nº 52, 1982. 119p. 
12. NAVARRO, S.; NOYES, R.; ARMITAGE, D.; MAIER, D.E. Objectives of 
aeration. In: NAVARRO, S.; NOYES, R. The mechanics and physics of 
modern grain aeration management. New York: CRC Press, 2002. p. 1-34. 
13. NOYES, r.; NAVARRO, S. Operating aeration systems. In: NAVARRO, S.; 
NOYES, R. The mechanics and physics of modern grain aeration 
management. New York: CRC Press, 2002. p. 315-412. 
14. PREOBRAZHENSKY, V. Measurements & Instrumentation in Heat 
Engineering, Vol. 1, Mir Publishers, Moscow, 1980. 352p. 
15. SIMPSON, J.B. & PETTIBONE, C.A. Temperature. In: Instrumentation and 
Measurement for Environmental Sciences, American Society of Agricultural 
Engineering, St. Joseph, Michigan, 6.01-6.15. 1975. 
 
	AERAÇÃO DE GRÃOS ARMAZENADOS
	1. INTRODUÇÃO
	2. OBJETIVOS DA AERAÇÃO
	2.1. Resfriar a Massa de Grãos
	2.2. Inibir a Atividade de Insetos-praga e Ácaros
	2.3. Inibir o Desenvolvimento da Microflora
	2.4. Preservar a Qualidade dos Grãos
	2.4. Uniformizar a Temperatura
	2.5. Prevenir o Aquecimento dos Grãos
	2.6. Promover a Secagem Dentro de Certos Limites
	3. SISTEMA DE AERAÇÃO
	Figura 4 – Tipos de dutos de aeração.
	4. OPERAÇÃO DO SISTEMA DE AERAÇÃO
	4.1. Como Resfriar ou Aquecer uma Massa de Grãos
	5. SUCÇÃO OU INSUFLAÇÃO DO AR
	5.1. Ventilação Positiva
	5.2. Ventilação Negativa
	6. ACONDICIONAMENTO DO PRODUTO
	7. SISTEMA DE TERMOMETRIA
	7.1. Instalação do Sistema de Termometria
	7.2. Monitoramento do Produto Armazenado
	8. CÁLCULO DE UM SISTEMA DE AERAÇÃO
	
	
	
	
	
	
	Ca = A . H. Me eq.1
	Q = F . Caeq. 2
	Q = 0,05 . 706,5 = 35,3 m3 de ar . min-1
	
	
	
	Pot (CV) = Q x Pet / 450 . n eq. 3
	Pot = 0.71 (1,0 CV
	
	
	
	SP = Q (m3./min-1) / V (m.min-1) eq. 4
	ST =35,3 / 350= 0,10 m2
	
	
	C=SP / h eq. 6
	L = H + X
	9. LITERATURA CONSULTADA

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