Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula nº. 01 Direito do Trabalho Professor: Francisco Valdece Ferreira de Sousa valdece@fvadvogados.adv.br BIBLIOGRAFIA: - Curso de Direito do Trabalho José Cairo Júnior - CLT Consolidação das Leis do Trabalho - Constituição Federal O que é trabalho? O conceito de trabalho é formado por elemento teológico que teve influência no ocidente greco- romano-helenista chegando até os nossos dias. Como mostra o Livro do Gênesis (3, 17); depois de pecar o homem foi amaldiçoado, ficando condenado a extrair seu sustento do suor, do cansaço, do labor de seu trabalho: “comederes maledicta terra in opere tuo in laboribus comedes eam cunctis diebus vitae tuae”. A concepção de trabalho sempre esteve predominantemente ligada a uma visão negativa. Na Bíblia, Adão e Eva vivem felizes até que o pecado provoca sua expulsão do Paraíso e a condenação ao trabalho com o “suor do seu rosto”. A Eva coube também o “trabalho” do parto. Princípios e singularidades 01.-ETIMOLOGIA DA PALAVRA TRABALHO. Segundo Silveira Bueno, Antenor Nascentes e Antônio Geraldo Cunha, o vocábulo trabalho vem do latim – tripalium, designativo de um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes até munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores batiam as espigas de trigo ou de milho e também o linho para debulhar as espigas, rasgar ou esfiar o linho. Também é certo que tripalium era um instrumento romano de tortura, espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão, onde eram supliciados os escravos. " tri" (três) e " palus" (pau) - literalmente, "três paus". Daí o verbo tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturar alguém no tripalium. 02.-CONCEITO GERAL DE TRABALHO. A problemática do trabalho humano, seu sentido ético, seu significado social, seu valor, sua finalidade, a quem cumpre realizar tal e qual trabalho, etc., são questões que desde tempos imemoriais vêm rolando pelos corredores da história, suscitando estudos, pronunciamentos e reflexões de filósofos, religiosos, juristas, etc. Confira-se. a) O trabalho como fonte de libertação, porque fator de cultura, progresso, realização pessoal, instrumento de paz social, de bem-estar coletivo e dominação racional do universo. “ O trabalho não é castigo, é a santificação da criatura. Tudo o que se amontoa pelo trabalho é justo. Tudo o que se assenta no trabalho é útil. “ (RUY) “ O trabalho é dimensão fundamental da existência humana, pela qual é construída a cada dia a vida do homem, da qual esta recebe a própria dignidade específica.” (JOÃO PAULO II) b) O trabalho como penalidade, expiação, fardo ou castigo imposto ao homem decaído, como forma de puni-lo por seus erros e desobediências. “ Porque deste ouvido à voz de tua mulher e comeste da árvore que eu havia proibido comer, a terra será maldita por tua causa; com o trabalho penoso tirarás dela o alimento todos os dias de tua vida. Produzir-te-á abrolhos e espinhos e nutrir-te-ás com as ervas do campo; comerás o pão com o suor do teu rosto.” (JOÃO PAULO II) 03.- TRABALHO - CONCEITO ECONÔMICO. Em termos econômicos, o conceito de trabalho está intimamente ligado à idéia de utilidade do trabalho realizado, pelo que ele deverá prestar-se para satisfazer solicitações humanas. Segundo Francisco Nitti e P. Reboud, ambos citados por Evaristo de Moraes Filho, o trabalho, sob o ponto de vista econômico é toda energia humana empregada tendo em vista um escopo produtivo. E quando se fala em trabalho, não devemos nos limitar ao trabalho de manufatura, eis que as atividades terciárias de distribuição, circulação de bens e prestação de serviços se constituem formas de trabalho. 04.- TRABALHO - CONCEITO FILOSÓFICO. A filosofia conceitua o trabalho como sendo todo empenho de energia humana voltado para acudir a realização de um fim de interesse do homem. 05.- TRABALHO - CONCEITO JURÍDICO. Em termos jurídicos, trabalho é a atividade realizada de forma voluntária, consciente, colimando um fim socialmente útil. 06.- PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO. I - PRINCÍPIO BÁSICO - Pró operário. Donde surgiu a paremia: in dúbio pró mísero. Princípio da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador. II - PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS. – Exceto pela transação, e, ainda assim, de parcial eficácia. Tal princípio adquire força cogente a partir do preceito contido no Art. 9º. da CLT, que comina de nulidade os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar os preceitos legais. III - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO. – O Direito do Trabalho tem como objeto principal o trabalho prestado na forma de emprego, uma relação jurídica de débito permanente. O trabalhador X serviço. Empregador X salário. IV - PRINCÍPIO DO MAIOR RENDIMENTO. – Da tutela do empregador, resulta na obrigação que o empregado tem de despender suas energias em prol da empresa, prestando serviços de forma regular, disciplinada e funcionalmente. Aula nº. 02 Direito do Trabalho RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO 01.- RELAÇÃO DE TRABALHO É toda e qualquer relação jurídica (negócio jurídico), de natureza específica, distinta e ímpar, caracterizada por ter em sua prestação uma obrigação de fazer (obligatio faciendi), onde podemos enumerar: a) O trabalho autônomo Considera-se autônomo aquele que exerce, habitualmente e por conta própria, atividade profissional remunerada, explorando, assim, em proveito próprio, sua força de trabalho. Características O risco da prestação é do prestador do serviço (Trabalhador); Não há subordinação do trabalhador com o tomador do serviço. Trabalho autônomo sem o caráter de pessoalidade: Serviços de vigilância, consultoria, transportes, etc. Trabalho autônomo com o caráter de pessoalidade: Atuação do Médico, do advogado, do artista plástico, etc. Serviços contratados por empreitada: Roçagem de uma gleba, confecção de um armário, pintura de um apartamento, etc. b) O trabalho eventual É o trabalho prestado de forma pessoal e subordinada, revestindo-se todavia de caráter eventual. Características Critério do evento, Critério dos fins da empresa, Critério da descontinuidade, Critério da fixação jurídica ao tomador dos serviços. c) O trabalho avulso É o trabalho prestado por curtos períodos de tempo a distintos tomadores, através de entidade intermediária - Sindicato profissional respectivo ou por órgão gestor de mão de obra - OGMO. É um trabalho executado de forma subordinada, que, em sendo o trabalhador sindicalizado ou não, tem a concessão de direitos trabalhistas executada por intermédio da atividade sindical e ou de um OGMO. Características Intermediação do sindicato profissional ou OGMO, Curta duração dos serviços prestados ao mesmo tomador, Pagamento da remuneração do trabalhador através do sindicato da categoria, Trabalho executado por conta alheia, e de forma subordinada. d) Trabalho temporário É aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. (LEI 6.019/74, ARTº. 2º.) Características A prestação de serviço para uma mesma empresa terá a duração máxima de 03 (TRÊS) meses, a partir do que considerar-se-á desqualificada a relação excetuativa de trabalho temporário. Situação especial Estagiários - LEI 11.788 DE 25.09.2008. Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidadeprofissional da educação de jovens e adultos. § 1º O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o intinerário formativo do educando. § 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. Aspectos formais: Termo de Compromisso entre o estudante e a empresa concedente do estágio com a interveniência obrigatória da instituição de ensino; O encaminhamento do estagiário à empresa concedente far-se-á, necessária e obrigatoriamente, pela instituição de ensino; Limites temporais: - Ensino fundamental ou especial: máximo 4h diárias ou 20h semanais, - Ensino superior ou profissional: 6h diárias ou 30h semanais, - Tempo de duração: máximo de 02 anos. Sói possível para estudantes regularmente matriculado nas escolas profissionalizantes, de nível superior ou de segundo grau Obrigação da empresa concedente contratar um seguro em favor do estagiário. Garantido recesso anual de 30 dias, e em caso de estágio remunerado, o recesso será de igual forma remunerado; Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho; Incrementaram-se as exigências de acompanhamento do labor e desempenho do estudante pela instituição de ensino, como também, pela part concedente do estágio; Foi estabelecido um critério de cotas em benefício de estudantes portadores de deficiência, assegurando-lhes 10% das vagas oferecidas pela concedente do estágio. e) Trabalho voluntário - Considera-se voluntário o trabalho desenvolvido de forma espontânea e gratuita, onde o prestador do serviço não se compromete e não está obrigado a seguir quaisquer espécies de regras e ou determinações da(s) pessoa(s) beneficiada(s) pelo trabalho que desenvolve. f) Empregado CLT, Artº. 3º. - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. … Toda pessoa física – significa dizer que somente as pessoas físicas (exclui as pessoas jurídicas) poderão celebrar contratos de trabalho com vínculo empregatício ocupando a posição de empregados, mesmo porque, existe uma exigência legal da pessoalidade na prestação do serviço. Serviços de natureza não eventual – a prestação de serviço deverá ser contínua. CLT, Artº. 3º. - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. … Sob a dependência – o trabalho deve ser prestado de forma subordinada, ou seja, sob dependência técnica e econômica do tomador dos serviços. Mediante salário – o empregado deverá receber, como contraprestação do trabalho prestado, uma remuneração (salário). CARACTERÍSTICAS Como se vê, para que se estabeleça uma relação de emprego impõe-se a presença simultânea dos seguintes fatores: 1 - PESSOA FÍSICA . Que o prestador de serviço seja pessoa física; 2 – PESSOALIDADE. O serviço deverá ser prestado pessoalmente; 3 - NÃO EVENTUALIDADE. O serviço deverá ser continuo; 4 – SUBORDINAÇÃO. O serviço será prestado de forma subordinada; 5 - ONEROSIDADE - O serviço será prestado mediante salário. Aula nº. 03 01.- CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO. É um ramo da ciência do direito que tem por objeto o estudo, a interpretação e a aplicação do conjunto de princípios, normas e instituições atinentes às relações de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador. 02.- DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO. O Direito do Trabalho pode ser dividido em: I – Direito Internacional do Trabalho; II - Direito Individual do Trabalho; III - Direito Coletivo do Trabalho ou Direito Sindical; IV - Direito Processual do Trabalho; V - Direito Administrativo do Trabalho. 03.- AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO. A autonomia do Direito do Trabalho como ciência jurídica se torna evidente por ter... I - Desenvolvimento legal; II - Desenvolvimento doutrinário; III - Desenvolvimento didático; IV - Autonomia jurisdicional; V - Autonomia científica. 04.- Direito do Trabalho X Outros ramos do Direito. O Direito do Trabalho relaciona-se, como não poderia deixar de ser, com diversos outros ramos da ciência do Direito, quais sejam: I - Direito Constitucional; II - Direito Civil; III - Direito Comercial; IV - Direito Internacional; V - Direito Penal; VI - Direito Previdenciário; VII - Direito Administrativo; VIII - Direito Tributário; IX - Direito Econômico; X - Direito processual; XI - Direito Previdenciário. 05.- Direito do Trabalho X Outras Ciências. O Direito do Trabalho relaciona-se com várias outras ciências, a exemplo de... I - Sociologia; II - Biologia; III - Química; IV - Física; V - Economia, 06.- FONTES DO DIREITO DO TRABALHO. I - A Constituição; II - A legislação consolidada e as leis esparsas; III - Atos normativos do Poder Executivo; IV - Sentenças Normativas; V - CCT`s e ACT`s.; VI - Os contratos de trabalho; VII - Regulamentos de empresas; VIII - Usos e costumes. Aula nº. 04 • EMPREGADO. • EMPREGADOR. • EMPREGADO DOMÉSTICO. • ESTAGIÁRIOS. • OCUPANTE DE CARGO DE CONFIANÇA. • DIRETOR EMPREGADO. 01.- EMPREGADO. CLT, ARTº. 3º. – Toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. I - Pessoa física; II - Pessoalidade na prestação dos serviços; III - Prestação de serviço em caráter não eventual (contínuo); IV - Subordinação; V - Remuneração. 02.- EMPREGADOR. CLT, ARTº. 2º. – Considera-se empregador a empresa, individual (Pessoa física) ou coletiva (Pessoa jurídica), que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. § 1º. – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 03.- EMPREGADO DOMÉSTICO. É aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas. (LEI 5.859, ARTº. 1º.) I - Natureza contínua (Não confundir com caráter não eventual); II - Finalidade não lucrativa; III - Serviços prestados à pessoa ou à família; IV - Serviços prestados no âmbito residencial do empregador; V - Onerosidade da prestação de serviços. 04.- EMPREGADO DOMÉSTICO. Direitos Trabalhistas. a) Salário (Não inferior ao mínimo legal); b) Férias anuais (Salário + 1/3) a cada 12 meses de trabalho; c) Anotação na CTPS; d) Inscrição como Segurados Obrigatórios na Previdência Social; e) Repouso semanal remunerado; f) Licença gestante; g) Licença paternidade; h) Aviso prévio e multa rescisória; i) Aposentadoria; j) FGTS. 05.- EMPREGADO RURAL - CONCEITO. Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob dependência deste e mediante salário. O ponto nuclear para caracterização do empregado como rurícula está na natureza do serviço prestado. Só são rurículas os empregados que prestam serviços diretamente ligados aos objetivos da empresa agrária. 06.- ESTAGIÁRIOS. LEI 11.788, DE 25.09.2008 ASPECTOS FORMAIS: a) Termo de Compromisso entre o estudante, a empresa concedente do estágio com a interveniência obrigatória da instituição de ensino; b) O encaminhamento do estagiário à empresa concedente far-se-á, necessária e obrigatoriamente pela instituição de ensino; c) O prazodo estágio (tempo de duração) deverá ser rigidamente observado; d) Sói possível para estudante regularmente matriculado em escolas profissionalizantes, sejam elas de segundo grau ou de nível superior; e) Obrigação da empresa concedente celebrar um seguro em favor do estagiário; f) Jornada de 04 horas para alunos do ensino médio e de no máximo 06 horas para alunos do ensino superior; g) Duração de no máximo 02 anos; h) O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório; i) É assegurado, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (Um) ano, período de recesso de 30 (Trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares; j) O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação. 07.- CARGO DE CONFIANÇA. São considerados como cargos de confiança aqueles em que os empregados, investidos de mandato, exerçam encargos de gestão (CLT, Art. 62). • Possam firmar compromissos e contrair dívidas em nome da empresa; • Possam fazer/autorizar pagamentos; • Possam admitir, escalar, punir e ou demitir empregados; • Desenvolvam atividades próprias de gestor ou administrador. 08.- DIRETOR EMPREGADO. Neste cenário, impõe-se que se faça, preliminarmente, a distinção entre “empregado-diretor” e “diretor-empregador”. Empregado-diretor, nas palavras de Francisco Antonio de Oliveira, em Comentários aos Enunciados do TST, “é aquele designado pelo empregador para o exercício de cargo de sua confiança”. O empregado de confiança, embora tenha poderes de mando e de gestão, não substitui o empregador na sua inteireza, motivo pelo qual não deixa de manter características de empregado, estando sujeito à subordinação jurídica. Desta forma, o empregado-diretor enquadra-se na definição prevista no art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, estando a relação que mantém com seu empregador sujeita às disposições de proteção previstas na legislação laboral. 09.- PRESCRIÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS. CONCEITO DE PRESCRIÇÃO - É a perda do direito de ação, pelo transcurso do tempo, em razão de seu titular não o ter exercido. • Inércia do titular do direito, • Decurso do tempo. OBSERVAÇÕES: • A prescrição pode ser suspensa ou interrompida. • A decadência não é suscetível de interrupção ou suspensão. CF/88, Artº. 7º. – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIX - ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de: - cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; Aula nº. 05 01.- EMPREGADOR - CONCEITO LEGAL CLT, ARTº. 2º. – Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. § 1º. – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 02.- EMPRESA - CONCEITO ECONÔMICO É a associação de pessoas e meios, aí incluídos capital e equipamentos, com vistas ao exercício de uma atividade econômica, industrial, mercantil ou de prestação de serviços, com fins lucrativos. 03.- ESTABELECIMENTO - CONCEITO ECONÔMICO É o local físico onde uma empresa desenvolve, de forma parcial ou integral, a sua atividade econômica. 04.- CONSÓRCIO DE EMPRESAS - CONCEITO ECONÔMICO É o conjunto de duas ou mais empresas, embora cada uma com personalidade jurídica própria, onde uma delas exerça o controle ou a administração das demais, constituindo um grupo industrial, comercial, financeiro ou de qualquer outra atividade. 05.- DA SOLIDARIEDADE EMPRESARIAL PARA EFEITOS TRABALHISTAS CLT, ARTº. 2º., § 2º. – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. 06.- PODER DE COMANDO. PODER – Do latim “potere”. Na Roma antiga, o escravo era regido pelo “pater familias”, que detinha o poder de vida e morte. Tal fato ocorria nos casos da “locatio operarum”, onde o “conductor” (CREDOR DO TRABALHO) imiscuia-se na vida do trabalhador mesmo quando fora do trabalho. No mundo moderno o poder de comando deriva do: DO CONTRATO – se funda no próprio contrato, na autonomia de vontade das partes. DA PROPRIEDADE PRIVADA – O fato de ser a empresa de propriedade do empregador. INSTITUCIONALISTA – a empresa é uma instituição e considera como fundamento do poder de comando o interesse social ou coletivo da empresa. 07.- DESPERSONALIZAÇÃO No Direito do Trabalho não importa a pessoa específica do empregador, mantendo-se os contratos, desde que mantido o estabelecimento empresarial. Somente a extinção desse estabelecimento é que pode produzir, por reflexo, a extinção dos vínculos empregatícios respectivos, jamais a transferência de titularidade. 08.- DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. É o instituto que permite ao julgador desconsiderar a pessoa jurídica para alcançar o patrimônio dos com vista a satisfazer os créditos dos empregados da empresa. A aplicação desses instituto deverá observar os limites previstos no artigo 50 do Código Civil. 09.- SUCESSÃO DE EMPREGADORES CLT ARTº. 10 – Qualquer alteração na estrutura da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. CLT ARTº. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos dos respectivos empregados. Fundamentos: Continuidade do trabalho, despersonalização do empregador e intangibilidade dos contratos firmados. Da responsabilidade jurídica sem vínculo empregatício São os caso de responsabilidade solidária, onde se pode apontar, como exemplo, as empresas tomadoras de serviços temporários. 10.- EMPREITADA É o contrato pelo qual uma das partes – o empreiteiro – que pode ser pessoa física ou jurídica, se obriga a executar determinada obra de trabalho, mediante preço único, com material próprio ou não, mas sem subordinação. 11.- A RESPONSABILIDADE DO EMPREITEIRO PRINCIPAL CLT Artº. 455- Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro. § único - Ao empreiteiro fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para garantia das obrigações previstas neste artigo. 12.- A RESPONSABILIDADE DO DONO DA OBRA O dono da obra é solidariamente responsável com o empreiteiro pelos créditos trabalhistas dos trabalhadores utilizados na obra. 13.- CONTRATO DE TRABALHO (Emprego). É um contrato bilateral, consensual, oneroso, da classe dos comutativos e de trato sucessivo. Tem por requisitos a pessoalidade, a onerosidade, a continuidade a subordinação, e, por vezes, a exclusividade. 14.- ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO (Emprego). Apresenta como pressupostos: a) o acordo de vontades (Tácito ou expresso); b) as prestações recíprocas (Serviço de um lado, salário do outro);c) a não eventualidade na prestação de serviços; d) a pessoalidade na prestação dos serviços; e) a subordinação. 15.- CLASSIFICAÇÃO DO CT (Emprego). I – CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO DETERMINADO: a) Contrato a Termo; b) Contrato a título de experiência; c) Contrato por obra certa d) Limites de tempo; e) Prorrogação; f) Extinção por decurso do prazo g) Rescisão antecipada LEGISLAÇÃO: CLT 443/445; 451, 452, 453; 479. II - CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO INDETERMINADO: Os contratos de trabalho (emprego) em geral. 16.- O PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR. I – O PODER DE ORGANIZAÇÃO – Decorrente da propriedade. O empregador estabelecerá a atividade que será desenvolvida (Comércio, industria, etc.); a estrutura jurídica do empreendimento (Empresa individual, Ltda., S./A); o número de empregados, cargos, funções e local de trabalho. II - O PODER DE CONTROLE – O empregador tem o direito de fiscalizar e controlar as atividades de seus empregados, podendo, inclusive, submetê-los a revista no final do expediente (Revista moderada). III - O PODER DISCIPLINAR – O empregador pode estabelecer sanções objetivando instituir e manter a disciplina na empresa. O descumprimento das regras previamente estabelecidas, quer advindas da lei, do contrato de trabalho, dos acordos/convenções coletivas e ou do regulamento da empresa pelo empregado autoriza o empregador a aplicar punições, tais como, advertência, suspensão e dispensa. 17.- O REGULAMENTO DA EMPRESA. a) CONCEITO É o conjunto sistemático de regras, escritas ou não, estabelecidas pelo empregador, com ou sem a participação dos empregadores, para tratar de ordem técnica ou disciplinar no âmbito da empresa, organizando o trabalho e a produção. b) NATUREZA JURÍDICA O regulamento da empresa tem natureza jurídica mista – contratuais e institucionais. c) FINALIDADE Estabelecer normas disciplinares a respeito da organização do trabalho na empresa, especificando certas particularidades desta, além de fixar parâmetros e condições que deverão ser obedecidas quando da execução do trabalho. d) MODALIDADES, VALIDADE E VIGÊNCIA Unilateral ou bilateral, os regulamentos de empresa não dependem, em regra, para sua validade, de homologação por parte de órgão ou autoridade, podendo, ainda, viger por tempo determinado ou indeterminado, conforme estipulado pelo empregador. e) CONTEÚDO E INTERPRETAÇÃO Os regulamentos de empresas podem conter cláusulas de natureza contratual, funcionando como complemento ao contrato de trabalho e ou cláusulas disciplinares. f) LIMITES, APLICAÇÃO E ALTERAÇÃO Os regulamentos de empresas deverão obrigatoriamente, para sua validade, obedecer os limites legais – CF/88, CLT, Código Civil, etc., sendo aplicável à todas as pessoas no âmbito da empresa, inclusive pelo empregador. Uma vez instituído o regulamento não poderá ser modificado em prejuízo do trabalho, e, caso modificado, só terá validade para os empregados admitidos após a modificação. g) CONTROLE EXTERNO Poderá sofrer controle por parte dos sindicatos e ou do Poder Judiciário. Aula nº. 06 CONTRATOS AFINS 01.- PARCERIA. O contrato de parceria é de colaboração e de estrutura associativa. De colaboração enquanto esta classe de contratos vinculam vários indivíduos num empreendimento (empresa) comum, na qual cada um contribui com parte de seus bens e com suas aptidões e habilidades. É um contrato intermediário entre os de estrutura comutativa ou de troca e a sociedade. I - TIPOS DE CONTRATOS DE PARCERIA. Parceria agrícola, Parceria pecuária, Contrato a meia. II- ELEMENTOS DO CONTRATO DE PARCERIA. a) Igualdade de contribuições entre os contratantes; b) gastos de exploração em partes iguais; c) direção e administração do empreendimento em partes iguais; d) lucros divididos em partes iguais. 02.- Contrato de Representação Comercial. É o contrato pelo qual uma pessoa física ou jurídica exerce a representação comercial autônoma, sem relação de emprego, em caráter não eventual, por conta de uma ou mais pessoas, na mediação para realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-las aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. 03.- Contrato de Sociedade de Capital e Indústria. É o contrato de formação societária em que uns concorrem com o capital e outros com o trabalho. A sociedade é constituída mediante contrato escrito, por instrumento público ou particular, devendo, entre outros requisitos, conter a especificação das obrigações dos sócios que entram com o trabalho, assim como sua participação nos lucros sociais. 04.- Contrato de Prestação de Serviços. Também chamado, impropriamente de contrato de locação de serviços, expressão terminológica do direito romano, é o contrato bilateral, consensual, oneroso, comutativo e sucessivo, que tem por objeto a contratação de pessoa(s) para execução de trabalho. Distingue-se do contrato de emprego pela ausência de subordinação; eis que na locação ou prestação de serviços as tarefas são executadas com autonomia. É, pois, o contrato segundo o qual uma pessoa se obriga a prestar serviços à outra, eventualmente, em troca de determinada remuneração, executando-os com independência técnica e sem subordinação. 05.- Contrato de Trabalho Eventual. Entre os critérios mais utilizados para distingui-lo do contrato de emprego o mais seguro é o que o caracteriza pelos elementos necessidade e permanência. 06.- Contrato de Trabalho Desinteressado. Entende-se por contrato de trabalho desinteressado todo aquele que não implica na obrigação de salário. O trabalho das religiosas. 07.- Contrato de Empreitada. É a clássica locatio operis. É o contrato pelo qual uma das partes – o empreiteiro – que pode ser pessoa física ou jurídica, se obriga a executar determinada obra de trabalho, mediante preço único, com material próprio ou fornecido pela outra parte, de acordo com as instruções desta, mas sem subordinação. É um contrato bilateral, oneroso, simplesmente consensual, de execução única e eventualmente de duração. 08.- Contrato de Corretagem ou Mediação. Imóveis – Lei 4.116, de 27.08.62. – Artº. 7º. – Somente os corretores de imóveis e as pessoas jurídicas regularmente habilitadas poderão receber remuneração como mediadores, na venda, compra, permuta ou locação de imóveis. Trata-se de contrato bilateral, consensual, oneroso e aleatório, uma vez que o corretor corre riscos de nada receber, nem ao menos obter reembolso de despesas feitas em razão de evento incerto no momento da celebração. 09.- Contrato de Sociedade. É o contrato consensual em que duas ou mais partes combinam a conjugação de seus esforços/recursos, para obtenção de um fim comum. Configura o contrato de sociedade ante a presença dos seguintes elementos: a) o fim comum; b) a contribuição dos sócios; c) a afecto societatis. 10.- Contrato de Representação Comercial. É o contrato em que uma pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego, em caráter não eventual, exerce, por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios mercantis. (LEI 4.886/65, MODIFICADA PELA LEI 8.420/92). Observação: Somente os representantes comerciais, devidamente inscritos nos Conselhos Regionais de Representantes Comerciais (CORE`S), poderão exercer a atividade de representação comercial. 11.- Contrato de Trabalho com vínculo de emprego. Forma e prova. O contrato de trabalho com vínculo empregatício não exige forma própria, devendo, contudo, obrigatoriamente, ser anotado na CPTSdo empregado, particularmente a qualificação da empresa (Empregador), a data de admissão, função e salário do empregado. O registro e as demais anotações constantes da CTPS são, via de regra, prova bastante da existência do contrato de trabalho. Destarte, na hipótese do empregador não assinar a CTPS, o que não raras vezes acontece, pode o empregado, se e quando necessário, em juízo, fazer prova da existência de do contrato de trabalho através de testemunhas. Cumpre anotar que o contrato de trabalho pode, ainda, ser celebrado através de instrumento escrito, merecendo, todavia, obrigatoriamente, ser registrado na CTPS do empregado, noticiando- se, inclusive, a existência do instrumento escrito. Os contratos por tempo determinado, inclusive de experiência, ainda que formalizado através de instrumento escrito, só serão reconhecidos se anotados na CTPS do empregado, e, ainda assim, fazendo-se referência à condição de contrato por prazo determinado. 12.- A Carteira de Trabalho - CTPS. Carteira de Trabalho, Carteira Profissional, Libretto de Lavoro ou CTPS. ORIGEM E HISTÓRIA: França, século XII, nas Corporações de Ofício com o objetivo de reduzir o número de Mestres ao quantum da produção de cada pequena fábrica, assegurando, assim, o monopólio da atividade e o preço dos produtos. Livret d`ouvrier, livreto ou caderneta do operário. Após a guerra de 1939, o legislador francês instituiu uma Carteira Profissional obrigatória para todos os empregados, na qual se permite, mediante o cumprimento de certas formalidades, anotar o motivo de saída do empregado, o que transforma a carteira em instrumento de devassa da vida profissional do trabalhador. NO BRASIL a CTPS foi instituída para a tutela do trabalhador, destinada a servir-lhe como prova do contrato de trabalho, prova de identidade, prova previdenciária e de outros interesses profissionais. Decreto 1.150, de 1904. a) OBRIGATORIEDADE. CLT ARTº. 13. A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada. b) FINALIDADE. Tutelar o trabalhador permitindo-lhe utilizá-la como prova do contrato de trabalho, sem considerar sua utilização como elemento estatístico e de cadastro, sendo também o instrumento de qualificação profissional do trabalhador. c) EXPEDIÇÃO DA CTPS. CLT, ARTº. 14. Delegacias Regionais do Trabalho, ou, mediante convênio, por órgãos federais, estaduais e municipais, e até mesmo sindicatos. d) ANOTAÇÕES NA CTPS. Na relação de emprego pelo empregador, ou, se omisso, pela autoridade competente. No exercício por conta própria de atividade profissional remunerada, pelo sindicato da categoria profissional ou pelo representante legal da cooperativa do trabalhador. e) ANOTAÇÕES A CARGO DO EMPREGADOR. Data de admissão, natureza do contrato (por tempo determinado ou indeterminado), remuneração e forma de pagamento, eventuais alterações contratuais, o gozo de férias e as interrupções eventualmente ocorridas, o número a data e o código de cadastramento do empregado no PIS, e, por fim, na cessação do contrato de trabalho o empregador anotará a data de saída. f) ANOTAÇÕES A CARGO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. As anotações relativas à identificação e à qualificação profissionais são de competência do órgão emissor. As anotações relativas a alterações no estado civil, dependentes, suspensão do contrato de trabalho em função de benefício previdenciário ficam a cargo da Previdência Social. g) ANOTAÇÕES A CARGA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA. No processo trabalhista, constatada a falta de anotações na CTPS, deve o Juiz determinar, de imediato, que se procedam as anotações sobre as quais não há controvérsia, e, após a decisão, as anotações controversas, uma falha que na recusa do empregador será suprida pela secretaria da junta. 13.- O Registro do Empregado. Por determinação legal, todo empregador constituído na forma de pessoa jurídica está obrigado a manter, em livro próprio ou através de fichas cujo modelo será fornecido ou aprovado pelo Ministério do Trabalho, o registro sistematizado de seus empregados, não só em relação à qualificação do empregado, como também anotações outras tais como aquisição pagamento e gozo de férias; alterações salariais; transferências e promoções, etc.. O não cumprimento da exigência ensejará a aplicação, através de prepostos do Ministério do Trabalho, de multa administrativa. 14.- Alteração no Contrato de Trabalho. a) CONCEITO: É a modificação, unilateral ou consensual, das condições previstas no contrato de trabalho. b) VALIDADE: Ressalvadas as exceções previstas em lei, o contrato de trabalho só pode ser alterado por mútuo consentimento, e, ainda assim, se de tais modificações não resultar prejuízos para o empregado. C) CONTROLE DAS ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE TRABALHO As eventuais modificações no contrato de trabalho são fiscalizadas e controladas pelos seguintes órgãos: I - Sindicatos dos empregados – Controle Sindical II - Ministério do Trabalho – Controle Administrativo III - Poder Judiciário / Justiça do Trabalho – Controle Judicial Aula nº. 07 I - SALÁRIO MÍNIMO II - NORMAS LEGAIS III - SALÁRIO PROFISSIONAL IV - DIREITO ADQUIRIDO V - IRREDUTIBILIDADE SALARIAL VI – REMUNERAÇÃO VII – SALÁRIO VIII - TEMPO E LUGAR DO PAGAMENTO IX - VALE TRANSPORTE X - SALÁRIO POR UNIDADE DE TEMPO XI - SALÁRIO POR PEÇA/TAREFA XII - SALÁRIO POR OBRA ETC. XIII - 13º. SALÁRIO XIV - DA PROTEÇÃO (Intangibilidade) AO SALÁRIO I - Salário Mínimo. História. Origem – França, Tratado de Versalhes. Objetivo - Estabelecer uma remuneração mínima capaz de atender as necessidades básicas e vitais do trabalhador. Evolução – A idéia foi reiterada em convenções e recomendações da OIT No Brasil – A idéia foi adotada e aplicada no Brasil através da Constituição de 1934 (Artº. 121, § lº, b), mais recentemente na CF/88, Artº. 7º., IV, com a seguinte redação: “Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.” II - Salário Mínimo. Normas Legais I - O salário mínimo só pode ser fixado por lei. Revogou-se o ARTº. 116 da CLT; II - O salário mínimo foi nacionalmente unificado. Revogou-se os ARTºS. 84 e 86 da CLT; III - A CF/88 aumentou o número das necessidades básicas (Antes 5, agora 9) que deverão ser atendidas pelo salário mínimo ( Vide Artº. 76 da CLT); IV - Foi vedada a vinculação do salário mínimo para qualquer fim; V - Foi assegurado, ainda, através do ARTº. 7º., VII da CF/88, uma garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os profissionais que percebem remuneração variável; VI - O salário pago em dinheiro não poderá ser inferior a 30% do salário mínimo, permitindo-se, com isso, que até 70% do salário possam ser pagos em utilidades; VII - Não terá validade o contrato de trabalho que estipule valor inferior ao salário mínimo – CLT, ARTº. 117 III – Salário profissional Consoante estabelece o ARTº. 7º., V da CF/88, fica assegurado um piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho, o que significa, em última análise, a criação de um salário mínimo profissional. Podemos dizer que o salário profissional é o mínimo que uma pessoa pode receber a título de salário em determinada categoria profissional, como ocorre, por exemplo, com os técnicos em radiologia. IV - Direito adquirido. § 2º. da LICC – Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável a arbítrio de outrem. V – Irredutibilidade do salário CF/88, ARTº. 7º., VI – assegura a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. “A irredutibilidade do salário é um princípio de fundamental importância na legislação trabalhista. Tal importância se traduz na certeza dada ao trabalhador de que seu salário, que é a sua fonte de sustento assim como de sua família, não poderá ser reduzido por seu empregador, enquanto perdurar a relação de emprego, garantindo assim uma estabilidade econômica mínima ao empregado.” VI - Remuneração VERBETE: REMUNERAÇÃO [DO LAT. REMUNERATIONE.] S. F. 1. Ato ou efeito de remunerar. 2. Recompensa, prêmio. 3. Gratificação em pagamento de serviço prestado. 4. Salário; honorários, soldada, soldo, ordenado. CONCEITO É o conjunto de contribuições recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do Contrato de Trabalho. VII – Salário Salário: é a retribuição pelo trabalho prestado paga diretamente pelo empregador. Conceito básico, traduz o que é salário no ordenamento jurídico brasileiro, e suas principais características: só é salário aquilo que é pago pelo empregador e só aquilo que corresponda a uma contribuição que represente um acréscimo patrimonial por uma prestação de serviço. Características: a) habitualidade; b) periodicidade; c) quantificação; d) reciprocidade. VIII – Remuneração Remuneração é a soma do salário previsto em contrato com outras vantagens e adicionais percebidos pelo trabalhador em decorrência do seu trabalho. REMUNERAÇÃO É IGUAL À SOMA DAS SEGUINTES PARCELAS SALÁRIO BASE + COMISSÕES + HORAS EXTRAS + ADICIONAL INSALUBRIDADE OU ADICIONAL DE PERICULOSIDADE + ADICIONAL NOTURNO + ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO + PRÊMIO POR COBERTURA DE COTA + GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO + GORJETA + DSR +… IX - Classificação da Remuneração EM RELAÇÃO AO MODO DE AFERIÇÃO a) por unidade de tempo (SALÁRIO HORA, DIA, SEMANA, QUINZENA, MÊS); b) por produção (VALOR RECEBIDO OU PAGO POR PEÇA, COMISSÃO SOBRE VENDAS, ETC.); c) por tarefa a ser executada a cada jornada (FINDO A TAREFA PODE O EMPREGADO SE RETIRAR DA EMPRESA). QUANTO A NATUREZA DO PAGAMENTO a) em dinheiro; b) em utilidades (O Artº. 458 da CLT permite o pagamento de parte do salário em utilidades(até 70%), proibindo, entretanto, que tal parcela se componha de bebidas alcoólicas e ou drogas nocivas à saúde.) EXCEÇÕES: O vale transporte, a alimentação fornecida através do PAT e, no caso de zelador de edifício ou empregado rural, a moradia. X – Parcelas da Remuneração a) salário base ou o salário propriamente dito; b) abono - iniciativa da empresa – decisão de governo; c) abono pecuniário referente a 1/3 das férias (10 dias); d) horas extraordinárias + adicional horas extraordinárias; e) adicional noturno (20%); f) adicional de insalubridade (10%, 20% e 40% s/ salário mínimo); g) adicional de periculosidade (30% sobre o salário base); h) adicional de transferência; i) adicional por tempo de serviço (Anuênios, Triênios, Quinquênios); j) ajuda de custo (não se integram ao salário) k) comissões; l) diárias (Não se integram ao salário se igual ou inferior a 50% do salário base, quando não sujeitas a prestação de contas); m) gorjetas (incluída nas contas –integra o salário - e expontâneas, têm caráter de doação) n) gratificações, inclusive gratificação de função (se habituais, integram o salário para todos os efeitos, exceto para o RSR) o) reflexos no RSR; p) 13º. Salário ou Gratificação Natalina ( – Composição, proporcionalidade, forma e época do pagamento, inclusive antecipação); q) prêmios; r) salário família (Valor pago pela Previdência social); s) quebra de caixa (Não existe previsão legal, surgem das normas coletivas); t) salário maternidade (Obrigação do Governo através de Previdência Social); u) participação nos lucros; v) salário utilidade (Ticket refeição, cesta básica, PAT) XI – Descontos na Remuneração ARTº. 462 DA CLT – PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE DO SALÁRIO. a) contribuição previdenciária; b) IRRF - Colocar tabela atual, inclusive abatimentos; c) Contribuição sindical (anual = salário de 01 dia); d) pensão alimentícia determinada por juiz competente; e) desconto previamente autorizado, por escrito, pelo próprio empregado. Desconto de eventual prejuízo provocado pelo empregado, isto na hipótese de culpa ou dolo, conforme previsto no ARTº. 482 da CLT. XII – Da proteção à remuneração a) em face do empregador (deve ser pago ao próprio empregado ou a seu procurador devidamente habilitado, mediante recibo, não se admitindo, assim, a prova de pagamento através de testemunhas, devendo ser feito em períodos de no máximo 30 dias, à exceção de comissões, percentagens ou gratificação); b) em face de credores do empregado – os salários são impenho-ráveis, pelo que só se admite como válidos os descontos impostos por lei, por decisão judicial (pensão alimentícia) e ou se previamente autorizados, por escrito, pelo próprio empregado; b) em face de eventual falência do empregador - os direitos trabalhistas subsistem mesmo em face de falência e ou concordata do empregador, pois, em tais casos, os créditos resultantes de contrato de trabalho são privilegiados. Aula nº. 08 Jornada de Trabalho Duração normal do trabalho – Limites Constitucionais Regra geral Constituição Federal, artº. 7º 8h diárias ou 44h semanais. Bancários CLT, artº. 224 6h diárias ou 30h/ semanais. Técnico Radiologia Lei nº. 7.394, art. 14 4h diárias ou 24h semanais. Telefonistas CLT, artº. 227 6h diárias ou 30 h semanais Trabalho Extraordinário – CF/88 O ARTº. 7º, XVI, DA CF/88, Estipula acréscimo mínimo de 50% As horas excedentes serão computadas como horas extraordi-nárias, e, salvo disposição em normas coletivas, serão pagas com o acréscimo de 50% em relação ao valor da hora normal. TRABALHO NOTURNO CLT Artigo 73 Trabalhador Urbano = 22:00 h / 5:00 h Agrícola = 21:00 h / 5:00 h Pecuária = 20:00 h / 4:00 h Os trabalhadores que desenvolverem atividades durando os intervalos acima transcritos receberão um pagamento adicional correspondente 20%, além do que, a cada 52`30`` será computado uma hora de trabalho (Redução ficta da hora). Intervalo entre Jornadas – CLT Art. 66 Estabelece que os trabalhadores gozarão de um intervalo entre uma e outra jornada de no mínimo 11h00m. Hora do X Hora do Almoço Jantar Intervalos intrajornadas – CLT artº. 71. Estabelece que no trabalho cuja duração exceda a 6h00m diárias, o empregado gozará de um intervalo de no mínimo 1h00m e no máximo 2h00m, salvo acordo coletivo em contrário. Repouso remunerado Repouso Semanal Remunerado A Lei 605/49, regulada pelo Decreto 27.048/49, estabelece que os trabalhadores terão, além dos feriados e dos dias santificados, a cada semana, preferencialmente aos domingos, um dia para repouso, os quais, domingos, feriados e santificados, serão denominados “dias de repouso remunerado”. Os empregados que recebem salário mensal, quinzenal ou semanal, fixo, já têm a remuneração desses dias incluídas nos salários, entretanto, aqueles que trabalham por hora, por peça, mediante comissão, ou que, por qualquer outra forma, tenham remuneração composta de parcelas variáveis, deverão ter um acréscimo na remuneração proveniente do reflexo de tais parcelas (variáveis) na remuneração dos dias de repouso. SUSPENSÃO E OU INTERRUPÇÃO NO CONTRATO E DE TRABALHO A interrupção e a suspensão contratualsão duas anormalidades na relação de emprego. Em ambos os casos, o contrato de trabalho continua vigente, sem perda de direitos aos trabalhadores - eles simplesmente são suspensos, total ou parcialmente. Na interrupção, o empregado continua recebendo a remuneração, ao passo que na suspensão a necessidade de pagamento do salário deixa de existir”. EFEITOS DA SUSPENSÃO / INTERRUPÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO SUSPENSÃO: Suspende-se a prestação de serviço e, concomitantemente, o pagamento de salários. INTERRUPÇÃO: Suspende-se a prestação de serviços mantendo-se, todavia, o pagamento dos salários. CLASSIFICAÇÃO DAS INTERRUPÇÕES/SUSPENSÕES OCORRIDAS NO CONTRATO DE TRABALHO ABSOLUTA – SEM TRABALHO, SEM SALÁRIO. RELATIVA – Sem trabalho, Com salário. INDIVIDUAL – DE UM OU POUCOS EMPREGADOS. COLETIVA – De grandes grupos, da maioria ou de todos os empregados. COM JUSTA CAUSA – SEM JUSTA CAUSA - EXEMPLOS DE SUSPENSÃO Suspensão disciplinar (por decisão do empregador), serviço militar, licença não remunerada, etc. EXEMPLOS DE INTERRUPÇÃO Falta justificada, férias, repouso semanal remunerado, doença (até o 15º. dia), acidente no trabalho (até o 15º. dia), empregado afastado do trabalho por conta de doença ou acidente no trabalho, estando em gozo de benefício previdenciário, licença remunerada.; Aula nº. 09 Férias 01.- ETIMOLOGIA DA PALAVRA: VERBETE: férias [Do lat. ferias.] S. f. pl. 1. … 2. Certo número de dias consecutivos destinados ao descanso de funcionários, empregados, estudantes, etc., após um período anual ou semestral de trabalho ou atividades. O repouso anual remunerado (FÉRIAS) é uma reivindicação social relativamente nova, tendo surgido a partir do início deste século. A princípio, era concedido como liberalidade do empregador, tendo assumido o caráter obrigatório, segundo historiadores, a partir de 1909/1910, na Islândia e na Áustria 02.- Forma de aquisição e extensão. CLT, ARTº. 129 – Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. CLT, Artº. 130 - Após cada período de 12 (DOZE) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção. I - 30 (TRINTA) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (CINCO) vezes; II - 24 (VINTE E QUATRO) dias corridos, quando houver tido de 6 (SEIS) a 14 (QUATORZE) faltas; III - 18 (DEZOITO) dias corridos, quando houver tido de 15 (QUINZE) a 23 (VINTE E TRÊS) faltas; IV - 12 (DOZE) dias corridos, quando houver tido de 24 (VINTE E QUATRO) a 32 (TRINTA E DUAS) faltas. § 1º. - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. § 2º. - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (INCLUÍDO PELA MP Nº. 2.164, DE 2001). I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; 03.- Da perda do direito às férias. CLT, ARTº. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: I - deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 (SESSENTA) dias subsequentes à sua saída; II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (TRINTA) dias; III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (TRINTA) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio- doença por mais de 6 (SEIS) meses, embora descontínuos. CLT, ARTº. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: I - ... § 1º.- A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. § 2º.- Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço. § 3º.- Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de quinze dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho. 04.- Da concessão. Período de gozo. Fracionamento. CLT, ART.134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (Doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1º. - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 02 (Dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (Dez) dias corridos. § 2º. - Aos menores de 18 (Dezoito) anos e aos maiores de 50 (Cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. CLT, ART.135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (Trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. § 1º.- O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua CTPS, para que nela seja anotada a respectiva concessão. § 2º.- A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. CLT, Art.136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º.- Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º.- O empregado estudante, menor de 18 (Dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. 05.- Da remuneração no período de férias. Data do pagamento. Os trabalhadores, rurais e urbanos, inclusive domésticos, receberão, quando do período de férias, a título de remuneração, o valor correspondente à remuneração de um período normal de trabalho acrescida de 1/3. Fundamento jurídico CF/88, ART.7º., XVII; CLT, ARTº. 142 E 145. 06.- Do atraso na concessão. Penalidade para o empregador. CLT, Artº. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o Art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º.- Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. § 2º.- A sentença cominará pena diária de 5% (CINCO POR CENTO) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. § 3º.- Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. 07.- Da concessão de férias coletivas. CLT, Artº. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. § 1º.- As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. § 2º.- Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas deinício e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. § 3º.- Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho. CLT, ART.140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo. 08.- Da conversão das férias em dinheiro. CLT, ARTº. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. § 1º.- O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. § 2º.- Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono. 09.- Dos efeitos da cessação do contrato de trabalho em relação às férias. CLT, ARTº.146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido § ÚNICO. - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. CLT, ARTº. 147 – O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (Doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior. CLT, ART. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449.. 10.- Da prescrição do direito de reclamar. CLT, Artº. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. 11.- Das penalidades. CLT, Artº. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo serão punidas com a multas de valor igual a 160 BTN por empregado em situação irregular. § único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro. Aula nº. 10 Estabilidade 01.- Estabilidade VERBETE: es-ta-bi-li-da-de S. f. [F.: Do lat. stabilitas,atis. Ideia de 'estabilidade': -stase.] 1 Característica, qualidade ou condição do que é ou está estável: A estabilidade do clima é afetada pelo aquecimento global. 2 Firmeza, equilíbrio: a estabilidade de um andaime. 3 Solidez, segurança (estabilidade familiar). 4 Jur. Situação profissional segura, sem risco de demissão [Garantia apenas para o funcionário público concursado, depois de dois anos em cargo efetivo, demissível só por sentença judicial ou processo administrativo.] 5 Condição econômica (de um setor, de um país etc.) na qual nao há muitas oscilações ou mudanças drásticas de parâmetros em função de ocorrências transitórias ou cíclicas 02.- Origem. A estabilidade, segundo SÉRGIO PINTO MARTINS, tem origem no serviço público, cujo registro inicial pode ser visto no Artigo 149 da Constituição de 1824. Os servidores públicos passaram a ter estabilidade a partir da Lei 2.924, de 1915, que proibia a despedida, desde que tivessem 10 (Dez) anos de serviço. No setor privado, a estabilidade teve início com o Decreto 4.682, de 24.01.1923, também chamado de lei Eloy Chaves, cujo artigo 42 declarava que: “ depois de 10 anos de serviço efetivos, o empregado das empresas a que se refere esta lei só poderá ser demitido no caso de falta grave constatada em inquérito administrativo presidido por um engenheiro da Inspetoria e Fiscalização das Estradas de Ferro.; 03.- Estabilidades provisórias. Conceito. Estabilidade provisória é o período em que o empregado tem seu emprego garantido, não podendo ser dispensado por vontade do empregador, salvo por justa causa ou força maior. Estabilidade do cipista. De acordo com o artigo 10, inciso II, alínea "a" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/88, o empregado eleito para o cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato, não pode ser dispensado arbitrariamente ou sem justa causa. Estabilidade da gestante. O artigo 10, II, "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/88 confere à empregada gestante a estabilidade provisória, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Estabilidade do dirigente sindical. De acordo com o artigo 543, parágrafo 3º da CLT, e artigo 8º da Constituição Federal, não pode ser dispensado do emprego o empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação, de entidade sindical ou associação profissional, até um ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos da legislação. Estabilidade do dirigente de cooperativa. A Lei nº 5.764/71, art. 55, prevê que “os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas por eles mesmos criadas gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art. 543 da CLT” – ou seja, desde o registro da candidatura até um ano após o término de seu mandato. Estabilidade do empregado vítima de acidente no trabalho. De acordo com o artigo 118 da Lei nº 8.213/91, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de 12 meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independente de percepção de auxílio-acidente. Significa dizer que tem garantido o emprego o empregado que recebeu alta médica, após o retorno do benefício previdenciário. Estabilidades previstas em ACT e ou CCT. Os sindicatos, com a intenção de assegurar aos empregados garantia de emprego e salário, determinam em Acordos e Convenções algumas estabilidades, tais como: - Garantia ao Empregado em Vias de Aposentadoria, - Aviso Prévio, - Complementação de Auxílio-Doença, - Estabilidade da Gestante Da indenização 04.- Origem. Prevê o Artº. 7º., I da CF/88, como direito do trabalhador urbano e rural, “ relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos.” Observa-se, aí, um fator impeditivo, de cunho social, e o de reparação econômica, que prevê o pagamento de um valor pecuniário ao trabalhador despedido. 05.- Conceito. No Direito Civil a indenização corresponde ao ressarcimento feito por uma pessoa em virtude de dano ou prejuízo causado a outrem. A indenização trabalhista também vem a ser um pagamento realizado pelo empregador ao empregado quando este é demitido sem justa causa, visando recompensá-lo da perda do emprego e devendo corresponder ao tempo de serviço prestado ao empregador. 06.- Da natureza jurídica. Várias teorias tentam explicar a natureza jurídicada indenização, quais sejam: Teoria do Abuso do Direito; Teoria do Crédito; Teoria do Risco; Teoria do Salário Diferido; Teoria do Prêmio; Teoria da Pena, etc. 07.- INDENIZAÇÃO NOS CONTRATOS POR TEMPO DETERMINADO. ARTIGO 479 DA CLT. O empregado dispensado antes do decurso do prazo receberá, a título de indenização, metade do valor correspondente ao total dos salários do tempo restante. visando recompensá-lo da perda do emprego e devendo corresponder ao tempo de serviço prestado ao empregador. Lei nº. 12.506, de 11.10.2011 – Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências. Art. 1º. O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da CLT, aprovada pelo Decreto Lei nº. 5.452, de 1º. de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 08.- Indenização nos contratos por tempo indeterminado. Indenização integral nos limites do que dispõe o Artigo 477 da CLT. 09.- Indenização nos casos de culpa recíproca. Por metade, conforme prevê o Artº. 484 da CLT. 10.- a cessação do CT por motivo de força maior. EMPREGADO BENEFICIADO POR ESTABILIDADE PROVISÓRIA - Se o empregador não deu causa, a indenização será simples, nos termos dos artigos 477 e 478 da CLT. EMPREGADO NÃO BENEFICIADO POR ESTABILIDADE PROVISÓRIA – O empregado terá direito a indenização por metade. 11.- Da aposentadoria. A PEDIDO DO EMPREGADO – Por força de decisão prolatada pelo STF, o empregador pagará a indenização quando do efetivo término do contrato de trabalho, eis que o trabalhador pode entrar em gozo do benefício e continuar no emprego. POR DECISÃO DO EMPREGADOR – Quando o empregado (a) completa 70/65 anos, a empresa responde pela indenização 12.- Indenização adicional. NO TRINTÍDIO ANTERIOR À DATA BASE - Ao empregado que for demitido no trintídio anterior à data base da categoria, de valor igual ao seu respectivo salário.
Compartilhar