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Propriedades Operato´rias do Limite e Exerc´ıcios Pq Propriedades OPERATO´RIAS? Esta sessa˜o trata sobre o comportamento do Limite em relac¸a˜o a` soma, multiplicac¸a˜o e divisa˜o de func¸o˜es, ou seja, relac¸a˜o entre Limite e as operac¸o˜es entre func¸o˜es. Teorema: Sejam f e g func¸o˜es tais que lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M . As afirmac¸o˜es lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M equivalem a dizer que ∃ lim x→a f(x) e ∃ lim x→a g(x) Enta˜o: (a) lim x→a (f + g)(x) = lim x→a f(x) + g(x) = L+M (Leitura: limite da soma = soma dos limites); (b) lim x→a (fg)(x) = lim x→a f(x)g(x) = LM (Leitura: limite do produto = produto dos limites); (c) lim x→a ( f g ) (x) = lim x→a f(x) g(x) = L M , desde que M 6= 0 (Leitura: limite do quociente = quociente dos limi- tes). Encontra-se a demonstrac¸a˜o destes resultados em diversos textos de boa qualidade. Procure um bom material dida´tico e analise as respectivas demonstrac¸o˜es. Exerc´ıcios aplicando as propriedades anteriores Exerc´ıcio 1 Seja k uma constante real. Mostre que lim x→a k = k, para todo a ∈ R. (Leitura: Limite de constante = pro´pria constante) Soluc¸a˜o: Este exerc´ıcio sera´ abordado de duas formas, uma seguindo a definic¸a˜o formal de limite, e outra utilizando uma visa˜o mais gra´fica, explorando as propriedades geome´tricas do gra´fico de uma func¸a˜o tipicamente constante. Forma 1: Utilizando a definic¸a˜o formal de limite. De acordo com a definic¸a˜o matema´tica de limite, dado qualquer ε > 0, deve-se exibir δ > 0, tal que se x ∈ Dom(f) satisfaz 0 < |x− a| < δ =⇒ |f(x)− L| < ε. Nesta caso, considere a func¸a˜o f : R −→ R, dada por f(x) = k, ou seja, f(x) = k, para qualquer x ∈ R. Assim, devemos ‘trocar’ f(x) por k na definic¸a˜o, e tambe´m, trocar L por k na definic¸a˜o. Desta forma, |f(x)− L| = |k − k| = 0 < ε, para todo ε > 0. Logo, dado ε > 0, basta escolher qualquer nu´mero real maior que zero e denominar por δ, ou seja, δ e´ qualquer nu´mero real maior que zero. 1 Portanto, dado qualquer ε > 0, basta tomar (A palavra tomar aqui tem o significado de escolher. E´ isso mesmo. Cada um pode escolher um nu´mero real maior que zero como sendo o δ. Por exemplo, uma pessoa pode escolher δ = 1/2, outra pode tomar δ = 0, 1, e assim por diante) δ nu´mero real maior que zero (de acordo com a sua escolha). Logo, se x ∈ R e´ tal que, 0 < |x− a| < δ =⇒ |f(x)−L| = |k− k| = 0 < ε. Forma 2: Por meio de argumentos gra´ficos. O gra´fico de uma func¸a˜o f : R −→ R, tal que f(x) = k e´ uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto L = (0, k), como ilustra a figura a seguir VER LIMITE-FC¸-CONSTANTE NO GEOGEBRA Exerc´ıcio 2 Seja k uma constante real e f uma func¸a˜o tal que lim x→a f(x) = L. Mostre que lim x→a kf(x) = kL. (Leitura: Constante k vai para fora do limite, ou seja, lim x→a kf(x) = k lim x→a f(x) ) Soluc¸a˜o: Considere a func¸a˜o g, tal que Dom(g) = Dom(f), com g(x) = k, para todo x ∈ Dom(g). Neste caso, podemos fazer uma releitura de kf(x), ou seja, kf(x) = g(x)f(x). Note, tambe´m, que lim x→a g(x) g(x)=k === lim x→a k ver exerc. anterior ======== k. Portanto, lim x→a g(x) = k. (Isso significa que ∃ lim x→a g(x), e, enta˜o podemos aplicar as propriedades ope- rato´rias do limite). Temos que, lim x→a k f(x) g(x)=k === lim x→a g(x) f(x) item (b) do teorema anterior ============ lim x→a g(x) lim x→a f(x) = kL. 2 Exerc´ıcio 3 Seja n um nu´mero natural na˜o nulo e f uma func¸a˜o tal que lim x→a f(x) = L. Mostre que lim x→a [f(x)]n = Ln. (Leitura: lim x→a [f(x)]n = [ lim x→a f(x) ]n = Ln) Soluc¸a˜o: Temos que [f(x)]n = f(x) f(x) . . . f(x)︸ ︷︷ ︸ f(x) vezes f(x), n vezes . Assim, lim x→a [f(x)]n = lim x→a [f(x) f(x) . . . f(x)︸ ︷︷ ︸ f(x) vezes f(x), n vezes ] item (b) do teorema anterior ============ [ lim x→a f(x) ] [ lim x→a f(x) ] . . . [ lim x→a f(x) ] ︸ ︷︷ ︸ lim f(x) vezes lim f(x), n vezes = = LL . . . L︸ ︷︷ ︸ L vezes L, n vezes = Ln. Exerc´ıcio 4 Seja p(x) um polinoˆmio de grau n. Mostre que lim x→x0 p(x) = p(x0). (Leitura: Para calcular lim x→x0 p(x) basta substituir x por x0 no polinoˆmio e finalizar a conta) Soluc¸a˜o: Sendo p(x) um pilonoˆmio de grau n, enta˜o p(x) e´ da forma p(x) = a0 + a1 x + a2 x 2 + . . . + an x n, em que a0, a1, a2, . . . , an sa˜o constantes, que neste caso, recebem o nome de coeficientes do polinoˆmio p(x). E mais, para que o grau do polinoˆmio seja n, o termo dominante, an, tem que ser na˜o nulo, isto e´, an 6= 0. Neste caso an recebe o nome de termo dominante, pois e´ o coeficiente que acompanha o x elevado ao maior expoente. Por exemplo, no caso do polinoˆmio p(x) = 2x7− 3x5 + x− 1 o termo dominante e´ o coeficiente que acompanha x7, ou seja, o termo dominante e´ o nu´mero 2. Enta˜o, lim x→x0 p(x) = lim x→x0 [a0 + a1 x+ a2 x 2 + . . . + an x n] = lim x→x0 [a0.1 + a1 x+ a2 x 2 + . . . + an x n] item (a) do teorema ========= = [ lim x→x0 a0.1 ] + [ lim x→x0 a1 x ] + [ lim x→x0 a2 x 2 ] + . . . + [ lim x→x0 an x n ] exerc. 2: constante vai para fora do limite ================== = a0 [ lim x→x0 1 ] + a1 [ lim x→x0 x ] + a2 [ lim x→x0 x2 ] + . . . + an [ lim x→x0 xn ] exerc. anterior ======= = a0 [ lim x→x0 1 ] + a1 [ lim x→x0 x ] + a2 [ lim x→x0 x ]2 + . . . + an [ lim x→x0 x ]n ver janela de explicac¸o˜es =========== = a0 [1] + a1 [x0] + a2 [x0] 2 + . . . + an [x0] n = a0 + a1 x0 + a2 (x0) 2 + . . . + an (x0) n = p(x0) 3 JANELA DE EXPLICAC¸O˜ES No caso de lim x→x0 1, temos que lim x→x0 1 exerc. 1: limite de const. = pro´pria const. ================== 1. Logo, lim x→x0 1 = 1. Com relac¸a˜o ao limite lim x→x0 x, basta utilizar um exerc´ıcio discutido anteriormente, no qual fica determinado que lim x→x0 a x+ b = a x0 + b. Tomando a = 1 e b = 0, teremos lim x→x0 1x+ 0 = 1x0 + 0, ou seja, lim x→x0 x = x0. Portanto, lim x→x0 x = x0. Pergunta interessante: De acordo com a definic¸a˜o de limite, temos que, lim x→a f(x) = L, se dado qualquer ε > 0, existe δ > 0, tal que, 0 < |x− a| < δ =⇒ |f(x)− L| < ε. Desta forma, pode-se ter a impressa˜o que o valor do limite L podera´ depender dos valores tomados para ε (e do correspondente valor de δ), ou seja, se uma pessoa escolhe um valor ε0, ira´ encontrar um correspondente δ0, que conduzira´ a` conclusa˜o de que lim x→a f(x) = L0. Se uma outra pessoa escolhe um um valor ε1, ira´ encontrar um correspondente δ1, que conduzira´ a` conclusa˜o de que lim x→a f(x) = L1. Enta˜o, cada um encontrara´ um valor do Limite?! Ou seja, o Limite na˜o e´ u´nico?! Resposta: O Limite e´ U´NICO sim. O que garante isso e´ o teorema a seguir, que fala exatamente sobre a unicidade do limite. Teorema: (Unicidade do Limite) Seja f uma func¸a˜o bem definida em qualquer intervalo aberto I, contendo o ponto a, exceto, possivelmente, no ponto a. Se lim x→a f(x) = L0 e lim x→a f(x) = L1. Enta˜o, L0 = L1. Em poucas palavras: Qualquer um que calcular o Limite da forma correta encontrara´ um u´nico valor para o Limite, isto e´, na˜o existem dois, ou mais, valores distintos para o Limite. Em textos dida´tidos de boa qualidade encontra-se a demonstrac¸a˜o deste resultado. Procure um texto de boa qualidade e deˆ uma olhada na demonstrac¸a˜o. Caso voceˆ tenha algum tipo de du´vida ou dificuldade, procure o professor para sanar sua du´vida. Ok? Bons Estudos! 4
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