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DMI/FAEF-UEM. 2021 Aula 2: Limite e continuidade de funções June 4, 2021 Docentes: Américo Matusse& Salvador Manjate Autor: A.Matusse & S. Manjate Contents 1 Noção do Limite de uma função 2 2 Teorema sobre limites 3 3 Primeiro limite notável 6 4 Limites Laterais 7 5 Limites Infinitos 9 6 Limites no Infinito 12 7 Segundo limite notável. Numero e 16 8 Continuidade de uma função 17 Introdução O conceito de limite de uma função é uma das ideias fundamentais que destinguem o cálculo de outras áreas da Matemática, como Álgebra e Geometria. Ela joga um papel importante na construção dos conceitos por exemplo, do cálculo diferencial e integral. As noções de derivadas e integrais nos tópicos a posterior são o suporte de toda a construção das variáveis físicas, além disso no cálculo de áreas e volumes. Objectivos No final desse tópico o estudante deve ser capaz de: • Expressar algebricamente a definição de limite de uma função de maneira intuitiva; • Aplicar os teoremas sobre limites na resolução de problemas; • Resolver exercícios de limites quando ocorrer um tipo de indeterminação; • Calcular limites infinitos e limites no infinito, bem como calcular limites através de limites notáveis; • Calcular limites laterais e dar sua interpretação; • Analisar a continuidade de uma função num ponto x = a; • Analisar os diferentes tipos de decontinuiade e saber classificar 1 1 Noção do Limite de uma função A ideia de conhecer os valores de f(x) de uma função f quando a variável x está muito próximo de um número a, mas não necessariamente igual a a aparece frequentemente no cálculo e suas aplicações. Na realidade, em muitos casos o número a não pertence ao domínio de f , ou seja, f(a) não é definido. Para darmos a noção intuitiva do limite de uma função, vamos começar por estudar o comportamento de uma dada função f(x) para valores de x próximos de um dado ponto a. Consideremos, por exemplo, a função f(x) = x + 1 e observemos como a função se comporta quando x toma valores próximos de 1, através da tabela que se segue. x > 1 x+ 1 x < 1 x+ 1 1, 5 2, 5 0, 5 1, 5 1, 1 2, 1 0, 9 1, 9 1, 01 2, 01 0, 99 1, 99 1, 001 2, 001 0, 999 1, 999 ↓ ↓ ↓ ↓ 1 2 1 2 Graficamente esta situação pode ser descrita como � � � � � � � � �� - 6 x1→ ← r2↓ ↑ r quando x tende a 1 f(x) tende a 2 f(x) = x+ 1 Da tabela acima, vemos que quando x estiver próximo de 1 (de qualquer lado de 1) f(x) estará próximo de 2. De fato, podemos tomar os valores de f(x) tão próximos de 2 quanto quisermos tomando x suficientemente próximo de 1. Expressamos isso dizendo que o limite da função f(x) = x+1 quando x tende a 1 é igual a 2. Definicão 1.1 (Intuitiva). Escrevemos lim x→a f(x) = L e dizemos o limite de f(x), quando x tende a a, é igual a L se pudermos tomar valores de f(x) arbitrari- amente próximos de L tomando x suficientemente próximo de a, mas não igual a a. 2 Observação: Ao procurar o limite quando x tende a a não consideramos x = a. Estamos interessados no que acontece próximo de a e a função f(x) nem precisa estar definida para x = a. Consideremos os seguintes exemplos. Exemplo 1.2. Encontre lim x→1 x2 − 1 x− 1 . Resolução: Observe que f(x) = x2 − 1 x− 1 não está definida quando x = 1. Temos que para x 6= 1, x2 − 1 x− 1 = (x− 1)(x+ 1) x− 1 = x+ 1. Como os valores das duas funções são iguais para x 6= 1, então os seus limites quando x tende a 1 também. Portanto, lim x→1 x2 − 1 x− 1 = 2. Exemplo 1.3. Encontre lim x→9 f(x), quando f(x) = x− 9√ x− 3 . Resolução: O número 9 não está no domínio de f , pois, o denominador √ x − 3 anula-se no ponto x = 9. Porém, escrevendo f(x) = ( √ x− 3)( √ x+ 3) ( √ x− 3) vemos que para valores não negativos de x, excepto x = 9, f(x) é dada por √ x + 3. Deste modo, quanto mais próximo o x está de 9 (mas x 6= 9), mais próximo está f(x) de √ 9 + 3, ou 6. Portanto, lim x→9 f(x) = lim x→9 x− 9√ x− 9 = 6. 2 Teorema sobre limites Nesta seção, enunciaremos, sem demonstrações os teoremas sobre limites de funções e suas aplicações na resolução de problemas, teoremas estes que desempenharão um papel importante ao longo de todo curso. Teorema 1. (Unicidade de limite) Se lim x→a f(x) = L e lim x→a f(x) =M então L =M. Teorema 2. Se f(x) = k para todo x real, então para qualquer número real a, tem-se lim x→a f(x) = lim x→a k = k, ou seja, o limite de uma constante é a própria constante. Teorema 3. Se lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) =M , então a) lim x→a (f(x)± g(x)) = lim x→a f(x)± lim x→a g(x) = L±M 3 b) Para qualquer número real k, tem-se lim x→a (k · f(x)) = k · lim x→a f(x) = k · L c) lim x→a (f(x) · g(x)) = lim x→a f(x) · lim x→a g(x) = L ·M. d) lim x→a f(x) g(x) = lim x→a f(x) lim x→a g(x) = L M , se M 6= 0. e) lim x→a (f(x))n = (lim x→a f(x))n = Ln. Teorema 4. Se lim x→a f(x) = b e lim x→b g(y) = L, com L = g(b) então lim x→a g(f(x)) = g( lim x→a f(x)). Teorema 5. Sejam b ∈ R, b 6= 1 e n ∈ N. Se lim x→a f(x) = L a) lim x→a (sin f(x)) = sin( lim x→a f(x)) = sinL b) lim x→a (cos f(x)) = cos( lim x→a f(x)) = cosL c) lim x→a bf(x) = b lim x→a f(x) = bL d) lim x→a (logb f(x)) = logb( limx→a f(x)) = logb L, L > 0 e) lim x→a n √ f(x) = n √ lim x→a f(x) = n √ L para todo n se L ≥ 0 e só para ímpar L < 0. Indeterminações. No cálculo de limites, serão consideradas as igualdades simbólicas, a seguir, envolvendo os símbolos de mais infinito (+∞) e menos infinito (−∞), que representam quantidades de módulo infinita- mente grande. É conveniente salientar que, o infinitamente grande, não é um número e, sim, uma tendência de uma variável, ou seja: a variável aumenta ou diminui, sem limite. Por outro lado, na resolução de exercícios sobre limites, é muito comum chegarmos a expressões inde- terminadas, o que significa que, para encontrarmos o valor do limite, teremos que levantar a indeterminação, usando as técnicas algébricas. Os principais símbolos de indeterminação, são: ||∞ −∞||, ||∞ · 0||, ||0 0 ||, ||∞ ∞ ||, ||∞0||, ||1∞||, ||00||, . . . Vamos agora calcular alguns limites utilizando artifícios algébricos para levantar a indeterminação... Exemplo 2.1. Calcule lim x→5 x− 5 x2 − 25 . Resolução: Subistituindo directamente x por 5 no limite dado obtemos lim x→ x− 5 x2 − 25 = ‖0 0 ‖. Neste caso, para levantar a indeterminação podemos factorizar o denominador x2 − 25 utilizando o caso notável a2 − b2 = (a− b)(a+ b), pelo que lim x→ x− 5 x2 − 25 = lim x→5 (x− 5) (x− 5)(x+ 5) = lim x→5 1 x+ 5 = 1 10 . 4 Exemplo 2.2. Calcule lim x→2 x3 − 5x2 + 6x x2 − 7x+ 10 . Resolução: Temos lim x→2 x3 − 5x2 + 6x x2 − 7x+ 10 = 8− 20 + 12 4− 14 + 10 = ‖0 0 ‖. Para levantar este tipo de indeterminação vamos utilizar a seguinte proposição “Um número a é raiz ou zero de um polinómio p(x), se e somente se, p(x) é divisível por x− a”. Como x − 2 é uma raiz do numerador ou do denominador podemos efectuar a divisão de ambos por (x− 2) utilizando o algoritmo da divisão ou pela regra de Rufini para obter x3 − 5x2 + 6x = x(x− 2)(x− 3) e x2 − 7x+ 10 = (x− 2)(x− 5). Logo, lim x→2 x3 − 5x2 + 6x x2 − 7x+ 10 = lim x→2 x(x− 3) (x− 2)(x− 5) = lim x→2 x(x− 2)(x− 3) (x− 5) = 2 3 . Exemplo 2.3. Calcule lim x→0 √ x+ 3− √ 3 x . Resolução: Temos lim x→0 √ x+ 3− √ 3 x = √ 3− √ 3 0 = ‖0 0 ‖. Para levantar esta indeterminação, vamos transformar a expressão de modo conveniente, mais precisamente racionalizar o numerador. Para tal vamos multiplicar o numerador e o denominador por √ x+ 3+ √ 3 que é o par conjugado de √ x+ 3+ √ 3 ou seja, √ x+ 3− √ 3 x · √ x+ 3 + √ 3 √ x+ 3 + √ 3 = x+ 3− 3 x( √ x+ 3 + √ 3) = 1 √ x+ 3 + √ 3 . Logo, lim x→0 √ x+ 3− √ 3 x = lim x→0 1 √ x+ 3 + √ 3 = 1 2 √ 3 . Observação: Ao calcular limites envolvendo expressões irracionais frequentemente aplicam-se um dos seguintes procedimentos: a) Translação da irracionalidade do numerador ou do denominador e vice-versa; b) Introdução de uma nova variável (sempre que possível) para obter uma expressão racional. Exemplo2.4. Calcular lim x→8 3 √ x− 2 x− 8 . Resolução: Temos uma indeterminação do tipo ‖0 0 ‖. Para levantar esse tipo de indeterminação, vamos introduzir uma nova variável x = u3. Deste modo, quando x tende a 8, u tende a 2 e assim passamos do limite irracional em x para limite racional em u, isto é, lim x→8 3 √ x− 2 x− 8 para lim u→2 u− 2 u3 − 8 . 5 Note que neste último, ainda temos uma indeterminação do tipo ‖00‖. Esta indeterminação é levantada dividindo o denominador u3 − 8 pelo numerador u− 2 cujo quociente é u2 + 2u+ 4. Então u3 − 8 = (u− 2)(u2 + 2u+ 4), logo, lim x→8 3 √ x− 2 x− 8 = lim u→2 u− 2 u3 − 8 = lim u→2 u− 2 (u− 2)(u2 + 2u+ 4) = lim u→2 1 u2 + 2u+ 4 = 1 12 . Exemplo 2.5. Calcule lim x→0 √ 1 + x− 1 3 √ 1 + x− 1 . Resolução: Temos uma indeterminação do tipo ‖0 0 ‖. Para levantar esse tipo de indeterminação, vamos introduzir uma nova variável. Supondo que 1 + x = y6, onde m.m.c(2, 3) = 6, e como x→ 0 então y → 1. Logo, lim x→0 √ 1 + x− 1 3 √ 1 + x− 1 = lim y→1 y3 − 1 y2 − 1 = lim y→1 (y − 1)(y2 + y + 1) (y − 1)(y + 1) = lim y→1 y2 + y + 1 y + 1 = 3 2 . Exercícios 1. Explique em palavras o que se pretende dizer pela equação lim x→2 f(x) = 5. É possível que esta afir- mação seja verdade e ainda f(2) = 3? 2. Determinar os valores dos seguintes limites: (a) lim x→5 x2 − 6x+ 5 x− 5 ; (b) lim x→−1 x2 − 4x x2 − 3x− 4 ; (c) lim h→0 (−5 + h)2 − 25 h (d) lim t→1 t4 − 1 t3 − 1 ; (e) lim x→4 √ 2x+ 1− 3 √ x− 2− √ 2 ; (f) lim x→−4 1 4 + 1 x 4 + x ; (g) lim x→−1 x2 + 2x+ 1 x4 − 1 ; (h) lim t→0 √ 1 + t− √ 1− t t ; (i) lim x→16 4− √ x 16x− x2 ; (j) lim x→1 ( 1 1− x − 3 1− x3 ) ; (k) lim h→0 (x+ h)3 − x3 h ; (l) lim h→0 1 (x+ h)2 − 1 x2 h (m) lim x→1 3 √ x− 2 3 √ x+ 1 (x− 1)2 ; (n) lim x→1 3 √ x− 1 4 √ x− 1 ; (o) lim x→64 √ x− 8 3 √ x− 4 . 3 Primeiro limite notável A técnica de cálculo de limites, consiste na maioria das vezes, em conduzir a questão até que se possa aplicar os limites fundamentais, facilitando assim, as soluções procuradas. Sem demonstrar, vamos definir o primeiro limite notável e mostrar como é aplicados em exercícios concretos: 6 Teorema 6 (O Primeiro Limite notável). lim x→0 sinx x = 1. Os exemplos a seguir mostram como aplicamos o primeiro limite notável na resolução de exercícios concretos. Exemplo 3.1. Calcule lim x→0 sen5x x . Resolução: lim x→0 sen5x x = 5 lim x→0 sen 5x 5x u=5x = 5 lim u→0 sen u u = 5. Exemplo 3.2. Calcule lim x→0 tan(2x) x . Resolução: lim x→0 tan(2x) x = lim x→0 sen(2x) 2x 2 cos(2x) = 2. Exemplo 3.3. Calcule lim x→0 1− cosx x2 . Resolução: lim x→0 1− cosx x2 = lim x→0 (1− cosx) x2 (1 + cosx) 1 + cosx = lim x→0 1− cos2 x x2 1 1 + cosx = lim x→0 sen2x x2 1 1 + cosx = 1 2 . Exercícios 1. Utilizando o primeiro limite notável, Ache o valor dos seguintes limites: (a) lim x→π sin 5x sin 2x (b) lim x→0 √ 1 + sinx− √ 1− sinx x (c) lim x→0 tanx− sinx sin3 x (d) lim x→0 1− √ cosx x2 (e) lim x→0 x− sin 2x x+ sin 3x (f) lim x→0 arctan 2x sin 3x (g) lim x→1 (1− x) tan πx 2 (h) lim x→−2 tanπx x+ 2 (i) lim x→π 1− sin x 2 x− π 4 Limites Laterais Considere a seguinte função f(x) = −1 , x < 0 1 , x ≥ 0 , cujo seu gráfico é 7 1 −1 - 6 x f(x) a q 0 Quando x tende a 0 pela esquerda, f(x) tende a −1. Quanto x tende a 0 pela direita, f(x) tende a 1. Não há um número único para o qual f(x) se aproxima quando x tende a 0. Portanto, lim x→0 f(x) não existe. Porém, nesta situação podemos definir os limites laterais. Definicão 4.1 (Intuitiva). • Escrevemos lim x→a− f(x) = L e dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p pela esquerda é igual a L se pudermos tomar os valores de f(x) arbitrariamente próximos de L, tomando x suficientemente próximo de p e x menor do que a. • Escrevemos lim x→a+ f(x) = L e dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p pela direita é igual a L se pudermos tomar os valores de f(x) arbitrariamente próximos de L, tomando x suficientemente próximo de p e x maior do que a. - 6 L p xx→ f(x) ↑ lim x→a− f(x) = L xp L f(x) ↓ f - 6 ← x lim x→a+ f(x) = L Exemplo 4.2. Calcule lim x→0+ |x| x e lim x→0− |x| x . 8 Resolução: Note que f(x) = |x| x não está definida em 0. Temos |x| x = 1 , x > 0 −1 , x < 0. Portanto lim x→0+ |x| x = lim x→0 1 = 1 e lim x→0− |x| x = lim x→0 −1 = −1. Segue das definições de limites laterais o seguinte teorema. Teorema 7. lim x→a f(x) = L ⇐⇒ lim x→a+ f(x) = lim x→a− f(x) = L. Corolário 1. Segue do Teorema 7 que • se f admite limites laterais em a, e lim x→a+ f(x) 6= lim x→a− f(x), então não existe lim x→a f(x); • se f não admite um dos limites laterais em a, então não existe lim x→a f(x). Exemplo 4.3. Verifique se o limite lim x→0 |x| x existe. Resolução: Pelo exemplo anterior (Exemplo 4.2), lim x→0+ |x| x = lim x→0 1 = 1 e lim x→0− |x| x = lim x→0 −1 = −1. Portanto, não existe lim x→0 |x| x . 5 Limites Infinitos Consideremos a função f(x) = 1 x2 . Quando x se aproxima de 0, x2 também se aproxima de 0 e 1 x2 fica muito grande. De fato, os valores de f(x) podem ficar arbitrariamente grandes se tomarmos valores de x próximos de 0. Para indicar este comportamento usamos a notação lim x→a f(x) = +∞. Definicão 5.1 (Intuitiva). Seja f uma função definida em ambos lados de a, exceto possivelmente no próprio a. 9 Figure 1: Quando x está próximo de zero, f(x) tende ao infinito. • lim x→a f(x) = +∞, significa que podemos tornar os valores de f(x) arbitrariamente grandes tomando os valores de x suficientemente próximos de a. • lim x→a f(x) = −∞, significa que podemos tornar os valores de f(x) arbitrariamente grandes, porém negativos, tomando valores de x suficientemente próximos de a. • Definições análogas no caso de limites laterais. Exemplo 5.2. lim x→0 ( − 1 x2 ) = −∞. Exemplo 5.3. Determine lim x→3+ 2 x− 3 e lim x→3− 2 x− 3 . Resolução: Para valores x > 3 próximos de 3, x − 3 é um número positivo muito pequeno, e 2 x− 3 é um número positivo grande. Então, intuitivamente lim x→3+ 2 x− 3 = +∞. Analogamente, vemos que lim x→3− 2 x− 3 = −∞. Definicão 5.4. A reta x = a chama-se de assímptota vertical da curva y = f(x) se pelo menos uma das seguintes condições é satisfeita: lim x→a f(x) = +∞, lim x→a+ f(x) = +∞, lim x→a− f(x) = +∞, lim x→a f(x) = −∞, lim x→a+ f(x) = −∞, lim x→a− f(x) = −∞. Exercício: Mostre que (a) lim x→0− 1 x = −∞; (b) lim x→0 1 |x| = +∞. Propriedades dos limites infinitos. Seja L um número real. Temos: 10 • { lim x→a f(x) = +∞ lim x→a g(x) = +∞ =⇒ { lim x→a (f + g)(x) = +∞ lim x→a (f · g)(x) = +∞ • { lim x→a f(x) = L lim x→a g(x) = +∞ =⇒ { lim x→a (f · g)(x) = +∞, L > 0 lim x→a (f · g)(x) = −∞, L < 0 • { lim x→a f(x) = −∞ lim x→a g(x) = +∞ =⇒ limx→a(f · g)(x) = −∞ • { lim x→a f(x) = L lim x→+a g(x) = +∞ =⇒ limx→a(f + g)(x) = +∞ • { lim x→a f(x) = L lim x→a g(x) = −∞ =⇒ limx→a(f + g)(x) = −∞ • { lim x→a f(x) = −∞ lim x→a g(x) = −∞ =⇒ { lim x→a (f + g)(x) = −∞ lim x→a (f · g)(x) = +∞ • { lim x→a f(x) = L lim x→a g(x) = −∞ =⇒ { lim x→a (f · g)(x) = −∞, L > 0 lim x→a (f · g)(x) = +∞, L < 0. Observação: As propriedades acima são válidas se, em lugar de x→ a, usarmos x→ a+ ou x→ a−. Observação: As propriedades acima sugerem como operar com os símbolos +∞ e −∞. Assim, por exemplo, +∞ · (−∞) = −∞ e L · (−∞) = +∞ se L < 0. Exemplo 5.5. Calcule lim x→0 cosx x2 . Resolução: lim x→0 cosx x2 = lim x→0 cosx 1 x2 = 1 · (+∞) = +∞. Exemplo 5.6. Calcule lim x→0 sen x2 x4 . Resolução: lim x→0 sen x2 x4 = lim x→0 sen x2 x2 1 x2 = 1 · (+∞) = +∞. Exemplo 5.7. Calcule os limites seguintes e interprete-os graficamente: lim x→1+ 1 x− 1 , lim x→1− 1 x− 1 , lim x→1 1 x− 1 . Resolução: Temos • lim x→1+ (x− 1) = 0 = lim x→1− (x− 1); 11 • se x > 1, então x− 1 > 0; • se x < 1, então x− 1 < 0. Portanto lim x→1+ 1 x− 1 = +∞; lim x→1− 1 x− 1 =−∞ e lim x→1 1 x− 1 não existe. Exemplo 5.8. Calcule lim x→2+ x2 + 3x x2 − 4 . Resolução: lim x→2+ x2 + 3x x2 − 4 = lim x→2+ x2 + 3x (x− 2)(x+ 2) = lim x→2+ 1 x− 2 x2 + 3x x+ 2 = +∞ · 5 2 = +∞. Exemplo 5.9. Calcule lim x→1− x3 − 1 x2 − 2x+ 1 . Resolução: Observe que x3 − 1 x2 − 2x+ 1 = (x− 1)(x2 + x+ 1) (x− 1)2 . Assim, lim x→1− x3 − 1 x2 − 2x+ 1 = lim x→1− 1 x− 1 (x2 + x+ 1) = −∞ · 3 = −∞. 6 Limites no Infinito Vamos analisar o comportamento de uma função f(x) quando os valores de x ficam arbitrariamente grandes. Consideremos a função f(x) = x2 − 1 x2 + 1 . Então f(x) assume os seguintes valores: x f(x) 0 −1 ±1 0 ±10 0, 98 ±100 0, 9998 ±1000 0, 99999 Observemos que, quando x for muito grande, então f(x) será aproximadamente igual a 1. Este fato pode ser escrito da seguinte forma lim x→+∞ f(x) = 1 e lim x→−∞ f(x) = 1. Definicão 6.1 (Intuitiva). • Seja f uma função definida em algum intervalo (a,+∞). Então, lim x→+∞ f(x) = L significa que os valores de f(x) podem ficar arbitrariamente próximos de L tomando x suficiente- mente grande. 12 • Seja f uma função definida em algum intervalo (−∞, a). Então, lim x→−∞ f(x) = L significa que os valores de f(x) podem ficar arbitrariamente próximos de L tomando x suficiente- mente grande em valor absoluto, mas negativo. Eis alguns limites especiais que ocorrem frequentemente. Seja k uma constante não nula 1. lim x→∞ k x = 0 k ∞ = 0; 2. lim x→∞ k · x =∞ k · ∞ =∞; 3. lim x→∞ x k =∞ ∞ k =∞; Observação: As propriedades do limite dadas na seção 2 são também válidas se x→ a for substituído por x→ +∞ ou x→ −∞. Exemplo 6.2. Calcule lim x→+∞ 1 xn onde n é um inteiro positivo. Resolução: lim x→+∞ 1 xn = lim x→+∞ (1 x )n = 0. Em geral, temos que lim x→±∞ 1 xr = 0 onde r é um número racional positivo. Exemplo 6.3. Prove que lim x→∞ 2x3 − 3x2 + 4 5x− x2 − 7x3 = −2 7 . Resolução: Dividimos o numerador e denominador por x3, a mais alta potência de x. Temos lim x→∞ 2x3 − 3x2 + 4 5x− x2 − 7x3 = lim x→∞ x3 ( 2− 3 x + 4 x3 ) x3 ( 5 x2 − 1 x − 7 ) = lim x→∞ 2− 3 x + 4 x3 5 x2 − 1 x − 7 . O limite de cada termo do numerador ou denominador contendo x é zero, ou seja lim x→∞ 2− 3 x + 4 x3 5 x2 − 1 x − 7 = −2 7 . Exemplo 6.4. Calcule lim x→+∞ x5 + x4 + 1 2x5 + x+ 1 . 13 Resolução: lim x→+∞ x5 + x4 + 1 2x5 + x+ 1 = lim x→+∞ x5 ( 1 + 1x + 1 x5 ) x5 ( 2 + 1 x4 + 1 x5 ) = lim x→+∞ 1 + 1x + 1 x5 2 + 1 x4 + 1 x5 = 1 + 0 + 0 2 + 0 + 0 = 1 2 . Um cálculo análogo mostra que o limite, quando x→ −∞, também é 1 2 . Observação: A estratégia para calcular limites no infinito de uma função racional consiste em colocar em evidência a mais alta potência de x no denominador e numerador. Exemplo 6.5. Calcule lim x→∞ ( √ x2 + 7− √ x2 − 7). Resolução: Substituindo x por infinito, obtemos uma indeterminação do tipo ‖∞ − ∞‖, que como no exemplo anterior para levantar precisamos racionalizar o numerador, então lim x→∞ ( √ x2 + 7− √ x2 − 7) = lim x→∞ ( √ x2 + 7− √ x2 − 7) · ( √ x2 + 7 + √ x2 − 7) ( √ x2 + 7 + √ x2 − 7) = lim x→∞ 14√ x2 + 7 + √ x2 − 7) = lim x→∞ 14 x (√ 1− 7 x2 + √ 1 + 7 x2 ) = lim x→∞ 14 x = 0. Definicão 6.6. A reta y = L chama-se assímptota horizontal da curva y = f(x) se lim x→+∞ f(x) = L ou lim x→−∞ f(x) = L. Exemplo 6.7. Ache as assímptotas horizontais de f(x) = √ 2x2 + 1 3x+ 5 . Resolução: Consideremos x→ +∞, então x > 0. lim x→+∞ √ 2x2 + 1 3x+ 5 = lim x→+∞ √ x2(2 + 1 x2 ) x(3 + 5x) = lim x→+∞ |x| √ 2 + 1 x2 x(3 + 5x) = lim x→+∞ √ 2 + 1 x2 3 + 5x = √ 2 3 . Agora, consideramos x→ −∞, então x < 0. lim x→−∞ √ 2x2 + 1 3x+ 5 = lim x→−∞ |x| √ 2 + 1 x2 x(3 + 5x) = lim x→−∞ − √ 2 + 1 x2 3 + 5x = − √ 2 3 . Logo, a reta y = √ 2 3 é assímptota para x→ +∞ e y = − √ 2 3 é assímptota para x→ −∞. Exercícios 1. Explique o que significa dizer que lim x→1− f(x) = 3 e lim x→1+ f(x) = 1? Nesta situação é possível que exista o limite lim x→1 f(x)? Explique. 2. Para a função f cujo gráfico é dado, ache o valor de cada quantidade, se este existir. Caso não exista explique porquê. 14 (a) lim x→1 f(x); (b) lim x→3− f(x); (c) lim x→3+ f(x); (d) f(2); (e) lim x→4 f(x); (f) f(4). 3. Esboce o gráfico da função f(x) = 1 + sinx, x < 0 cosx, 0 ≤ x ≤ π sinx, x > π e use este para determinar os valores de a para os quais lim x→a f(x) existe. 4. Desenhe o gráfico de um exemplo de uma função f que satisfaz todas as condições dadas. (a) lim x→0− f(x) = −1, lim x→0+ f(x) = 2, f(0) = 1; (b) lim x→0− f(x) = 1, lim x→3− f(x) = −2, lim 3+ f(x) = 2, f(0) = −1, f(3) = 1; (c) lim x→0− f(x) = 2, lim x→0+ f(x) = 0, lim 4− f(x) = 3, lim 4+ f(x) = 0, f(0) = 2, f(4) = 1. 5. Encontre o limite, se este existir, se o limite não existir, explique porquê. (a) lim x→3 (2x+ |x− 3|); (b) lim x→0.5− 2x− 1 |2x3 − x2| ; (c) lim x→−2 2− |x| 2 + x ; (d) lim x→0− ( 1 x − 1 |x| ) ; (e) lim x→0+ ( 1 x − 1 |x| ) . 6. Demonstre que se Pn(x) = a0xn+a1xn−1+ · · ·+an−1x+am e Qm(x) = b0xm+ b1xm−1+ · · ·+ bm−1x+ bm, então: lim x→∞ Pn(x) Qm(x) = 0 , se n < m, a0 b0 , se n = m, ∞ , se n > m. 7. Ache o valor dos seguintes limites no infinito (a) lim x→∞ (2x+ 3)3(3x− 2)2 x5 + 5 (b) lim x→∞ 2x2 − x+ 3 x3 − 8x+ 5 (c) lim x→∞ 2x2 − 3x− 4√ x4 + 1 (d) lim x→∞ 3 √ x2 + 1 x+ 1 (e) lim x→∞ x2 10 + x √ x ; (f) lim x→∞ √ x√ x+ √ x+ √ x . 15 8. Determine os limites infinitos (a) lim x→π− cotx; (b) lim x→2π− x cscx; (c) lim x→2− x2 − 2x x2 − 4x+ 4 ; (d) lim x→2+ x2 − 2x− 8 x2 − 5x+ 6 . 7 Seja f(x) uma função definada por f(x) = x2 + 1 3x− 2x2 . Encontre as assímptotas verticais e horizontais da função, e confirme a sua resposta de esboçando o gráfico. 7 Segundo limite notável. Numero e Definimos o número e como o segundo limite notável, assumindo que ele existe Teorema 8 (O segundo limite notável). e = lim x→∞ ( 1 + 1 x )x . Observação: O segundo limite notável também é definido no menos infinito, isto é, lim x→−∞ ( 1 + 1 x )x = e. De facto, fazendo x = −(t+ 1), com t > 0, temos( 1 + 1 x )x = ( 1− 1 1 + t )−t−1 = ( 1 + 1 t )t( t+ 1 t ) . Para x→ −∞, t→ +∞, assim lim x→−∞ ( 1 + 1 x )x = lim t→+∞ ( 1 + 1 t )t( t+ 1 t ) = e. Observação: O número e também pode ser definido como um número tal que satisfaz o seguinte limite notável lim x→0 ( 1 + x ) 1 x = e. Observação: O número e também pode ser definido também tomando o logaritmo natural em ambos mem- bros deste último limite notável lembrando que ln e = 1 e deduzirmos que lim x→0 ln(1 + x) x = 1 e por conseguinte lim x→0 ex − 1 x = 1. Exemplo 7.1. Demonstre que lim x→0 log(1+x)a x = 1 ln a , para a > 0, a 6= 1 16 Resolução: Escrevemos log(1+x)a x = log(1+x) 1/x a . Da continuidade de limite da função logarítmica, temos lim x→0 log (1+x) a x = loga lim x→0 (1 + x)1/x, e de acordo com a identidade e = lim x→∞ ( 1 + 1x )x , temos lim x→0 log(1+x)a x = logea = 1 ln a .� Exemplo 7.2. Demostre que lim x−0 ax − 1 x = ln a, para a > 0, a 6= 1. Resolução: Vamos introduzir a substituição y = ax− 1. Então, x = log(1+y)a e se x→ 0, então y → 0. Por isso, lim x→0 ax − 1 x = lim y→0 y loga(1 + y) = 1 lim y→0 loga(1 + y) y = ln a.� Exercícios 2. Utilizando o segundo limite notável e sua consequências, determine o valor dos seguintes limites (a) lim x→∞ ( 1 + 2 x )x (b) lim x→∞ ( x− 2 x+ 3 )x (c) lim x→∞ ( x2 + 2 2x2 + 1 )x2 (d) lim x→0 (1 + sinx) 1 x (e) lim x→0 (cosx) 1 x2 (f) lim x→0 ( 1 x ln √ 1 + x 1− x ) (g) lim x→0 lg(1 + 10x) x (h) lim x→0 eax − ebx x 8 Continuidade de uma função As funções cujo limite, quando x aproxima-se do ponto a, pode ser encontrado caulculando simplismente o valor da função no ponto a chamam-se funções contínuas no ponto a. Definicão 8.1. A função f é contínua no ponto a se lim x→a f(x) = f(a). A definição 8.1, implicitamente, exige três condições para que f seja contínua no ponto a : •f(a) esteja definida (isto é, a está no domínio de f ); • Existe lim x→a f(x) (ou seja, lim x→a− f(x) = lim x→a+ f(x)); • lim x→a f(x) = f(a). Se f está definida na vizinhança de a, diremos que f é descontínua no ponto a (ou f tem descontinuidade no ponto a) se f não é contínua no ponto a. Exemplo 8.2. Em que pontos as seguintes funções são contínuas 17 Figure 2: Exemplo de função contínua (a) f(x) = x2 − 5x+ 6 x− 2 ; (b) g(x) = − 1 x2 , x 6= 0 2, x = 0 ; (c) h(x) = x2 − 5x+ 6 x− 2 , x 6= 2 2, x = 2 ; (d) k(x) = { −x2 − 1, x ≤ 0 x2 + 1, x > 0 . Resolução: (a) f(2) não está definida, então f é descontínua no ponto x = 2. (b) g(0) = 2 mas lim x→0 − 1 x2 não existe. (c) h(2) está definida e lim x→2 h(x) = lim x→2 x2 − 5x+ 6 x− 2 = lim x→2 (x− 2)(x− 3) x− 2 = lim x→2 (x− 3) = −1, existe mas lim x→2 h(x) 6= 2. Então, h(x) é descontínua no ponto x = 2. (d) A função k é descontínua no ponto x = 0, pois lim x→0 k(x) não existe. Figure 3: (a) Função f(x). Figure 4: (b) Função g(x). 18 Figure 5: (c) Função h(x). Figure 6: (d) Função k(x). (a) e (c) chama-se descontinuidade removível porque podemos remover a descontinuidade redefinindo a função. (b) chama-se descontinuidade infinita e (d) descontinuidade tipo salto porque temos um salto no ponto de descontinuidade de um ponto para o outro. Definicão 8.3. A função f é continua à direita no ponto a se lim x→a+ f(x) = f(a) e f é contínua à esquerda do ponto a se lim x→a− f(x) = f(a). Exemplo 8.4. No ponto x = 0 a função k(x) = { −x2 − 1, x ≤ 0 x2 + 1, x > 0 é contínua à esquerda pois lim x→0− f(x) = lim x→0+ (−x2 − 1) = −1 = f(0) mas limx→ 0+f(x) = limx→ 0+(x2 + 1) = 1 6= f(0). Definicão 8.5. A função f é contínua num intervalo se esta é contínua em cada ponto desse intervalo (se f está definida apenas num lado de uma das extremidades do intervalo, assumimos continuidade na extremidade como sendo continuidade à direita ou continuidade à esquerda.) Exemplo 8.6. Mostre que f(x) = 2 √ 3− x é contínua no intervalo (−∞; 3]. Resolução: Se −∞ < a < 3, então da definição de limite, temos lim x→a f(x) = lim x→a 2 √ 3− x = 2 lim x→a √ 3− x = 2 √ lim x→a (3− x) = √ 3− lim x→a x = 2 √ 3− a = f(a). Então, por definição, f é contínua no ponto a. Similarmente, para x = 3, temos lim x→3− f(x) = lim x→3− 2 √ 3− x = 2 √ 3− 3− = 0. Logo, f é contínua à esquerda de 3. Da definição, concluímos que f é continua no intervalo (−∞; 3]. 19 Figure 7: f(x) = 2 √ 3− x Teorema 9. Se f e g são contínuas no ponto a e c é uma constante, então as seguintes funções são contínuas no ponto a. (a) f ± g; (b) cf ; (c) f · g; (d) f g se g(a) 6= 0. Teorema 10. 1. Qualquer polinómio é contínuo em todos pontos, i.e, é contínuo em R; 2. Qualquer função racional é contínua em todos pontos onde esta está definida,i.e, contínua no seu domínio. Exemplo 8.7. Encontre lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x . Resolução: A função f(x) = x3 + 2x2 − 1 5− 3x é racional, então pelo Teorema 10, é contínua no seu domínio que é { x ∈ R : x 6= 53 } . Deste modo, lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x = f(−2) = − 1 11 . Teorema 11. As seguintes funções são contínuas no seu domínio (a) Polinómios; (b) Função racional; (c) Funções radicais; (d) Funções trigonométricas. Teorema 12. Se f é contínua em b e lim x→a g(x) = b, então lim x→a f (g(x)) = f(b). Isto é, lim x→a f (g(x)) = f ( lim x→a g(x) ) . Teorema 13. Se g é contínua em a e f é contínua em g(a), então a composição de funções f ◦ g dada por (f ◦ g) (x) = f (g(x)) é contínua em a Exemplo 8.8. Indique o conjunto de valores onde a função F (x) = 1√ x2 + 7− 4 é contínua. 20 Resolução: A função F pode ser escrita como composição de quatro funções contínuas: F = f ◦ g ◦ h ◦ k ou F (x) = f (g (h (k(x)))) , onde f(x) = 1 x , g(x) = x− 4, h(x) = √ x, k(x) = x2 + 7. Sabemos que cada uma dessas funções é contínua no seu domínio (Teoremas 10 e 11. Então, pelo Teorema 13, F é contínua no seu domínio que é{ x ∈ R : √ x2 + 7 6= 4 } = {x ∈ R : x 6= ±3} = (−∞,−3) ∪ (−3, 3) ∪ (3,∞) Uma propriedade importante de funções contínuas é expressa através do teorema que se segue. Teorema 14. (Teorema do valor intermediário) Suponhamos que f é contínua num intervalo fechado [a; b] e seja N qualquer número entre f(a) e f(b), onde f(a) 6= f(b). Então, existe um número c em (a, b) tal que f(c) = N. O teorema do valor intermediário diz-nos que uma função contínua toma todos valores intermediários entre os valores da função f(a) e f(b). Exercícios 1. Considere o gráfico uma função f dado por (a) Indique os valores nos quais a função f é discontínua e explique porquê. (b) Para cada um dos valores na alínea (a), determine se f é contínua a esquerda, a direita ou em nenhum dos casos. 2. Suponhamos que f e g são funções contínuas tais que g(2) = 6 e lim x→2 [3f(x) + f(x)g(x)] = 36. Encontre f(2). 3. Expique porque a função é discontínua no ponto a dado. Esboce o gráfico da função (a) f(x) = 1 x+ 1 , a = −1 (b) f(x) = 1− x 2, x < 1 1 x , x ≥ 1 , a = 1 21 (c) f(x) = cosx, x < 0 0, x = 0 1− x2, x > 0 , a = 0 4. Como é que "removeria a discontinuidade" de f? Em outras palavras, como é que você definiria f(2) de modo a tornar a função f contínua no ponto 2? (a) f(x) = x2 − x− 2 x− 2 (b) f(x) = x3 − 8 x2 − 4 5. Encontre os pontos nos quais a função f é descontínua. Em quais desses pontos f é contínua da esquerda, da direita ou em nenhum dos casos? Esboce o gráfico de f (a) f(x) = 1 + x2, x ≤ 0 2− x, 0 < x ≤ 2 (x− 2)2, x > 2 (b) f(x) = √ 2− x, x ≤ 1 1 x , 1 < x < 3 x+ 1, x ≥ 3 6. Quais das seguintes funções f tem discontinuidade removível no ponto a? Se a discontinuidade é removível, encontre a função g que coincide com g para x 6= a e é contínua no ponto a. (a) f(x) = x4 − 1 x− 1 , a = 1 (b) f(x) = x3 − x2 − 2x x− 2 , a = 2 7. Determine os valores dos parâmetros a e b de modo que as função dadas se tornem contínuas em todos os pontos: (a) f(x) = x2 − 4 x− 2 , x < 2 ax2 − bx+ 3, 2 ≤ x < 3 2x− a+ b, x ≥ 3 (b) f(x) = ax+ 1 , x ≤ π 2 , sinx+ b , x > π 2 ; (c) f(x) = x2 + x− 2 x3 + 8 , x < −2, a− b , x = −2 x2 − ax+ 2x− 2a x+ 2 , x > −2; (d) f(x) = x2 − 4 x− 2 , x 6= 2, a , x = 2; . 22
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