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Sistema sensorial somático

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O Sistema Sensorial Soma tico 
Introdução 
O sistema sensorial somático nos permite apreciar algumas das experiências mais agradáveis, como 
também algumas das mais desagradáveis. A sensação somática permite que o nosso corpo sinta o 
contato, a dor, o frio e que saiba reconhecer o que fazem as diferentes partes do corpo. O corpo é 
sensível a muitos tipos de estímulos: à pressão de objetos contra a pele, à posição das articulações e 
dos músculos, à distensão da bexiga e à temperatura dos membros e do próprio tecido neural. 
Quando os estímulos tornam-se tão intensos que podem ser lesivos, a sensação somática também é 
responsável por uma sensação desagradável, porém de vital importância, a dor. 
 O sistema sensorial somático difere de outros sistemas sensoriais de duas maneiras 
interessantes. Primeiro, seus receptores estão distribuídos por todo o corpo ao invés de estarem 
concentrados em locais restritos, especializados. Segundo, pelo fato de esse sistema responder a 
muitos diferentes tipos de estímulos, podemos considerá-lo como um grupo de, pelo menos, quatro 
sentidos, em vez de apenas um: os sentidos tátil, da temperatura, da dor e da posição do corpo. 
Esses quatro sentidos podem ser, por sua vez, subdivididos em muitos outros. O sistema sensorial 
somático é, de fato, um nome abrangente, uma categoria coletiva para todas as sensações que não 
sejam visão, audição, gustação, olfação e o sentido vestibular do equilíbrio. A concepção popular de 
que possuímos apenas cinco sentidos é, obviamente, muito simplória. 
 Se algo toca o seu dedo, você pode determinar com precisão o local, a pressão, a agudeza, a 
textura e a duração do toque. Se for um alfinete, não haverá como confundi-lo com um martelo. Se o 
toque se deslocar de sua mão para o punho e subir pelo braço até o ombro, você poderá 
acompanhar sua velocidade e posição. Se assumirmos que você não esteja olhando, essa informação 
deverá ser totalmente descrita pela atividade dos nervos sensoriais de seu braço. Um único receptor 
sensorial pode codificar as características do estímulo, como a intensidade, a duração, a posição e, 
algumas vezes, a direção. No entanto, um único estímulo ativa normalmente muitos receptores. O 
sistema nervoso central interpreta a atividade de um vasto conjunto de receptores e utiliza essas 
informações para gerar percepções coerentes. 
 
Apesar de cada um deles ter evoluído para ser a interface entre o sistema nervoso e formas 
diferentes de energia do ambiente, os sistemas são notoriamente similares em organização 
e funcionamento. Os diferentes tipos de informação sensorial somática são necessariamente 
mantidos segregados nos nervos espinhais, pois cada axônio está conectado a somente um 
tipo de terminação receptora sensorial. A segregação dos tipos sensoriais continua dentro 
da medula espinhal e é mantida na maior parte do caminho até o córtex cerebral. Dessa 
forma, o sistema sensorial somático repete um tema comum a todo o sistema nervoso: 
vários fluxos de informação relacionada, mas distinta, seguem em paralelo através de uma 
série de estruturas neurais. A mistura desses fluxos ao longo das vias ocorre apenas de 
maneira judiciosa, até alcançar os níveis superiores de processamento em paralelo da 
informação sensorial nos sentidos químicos, na visão e na audição. 
 Exatamente como os fluxos paralelos de informação sensorial são combinados para 
formar a percepção, imagens e ideias ainda continuam sendo como a busca do Santo Graal 
nas neurociências. Assim, a percepção de qualquer objeto manipulado envolve a 
coordenação sem falhas de todas as facetas da informação sensorial somática. A ave na mão 
é arredondada, morna, macia e leve quanto ao peso; seus batimentos cardíacos palpitam em 
seus dedos; suas garras arranham, e suas asas com uma textura particular roçam a sua 
palma. De alguma forma, seu cérebro sabe tratar-se de um pássaro, mesmo sem vê-lo ou 
ouvi-lo, e nunca será confundido com uma rã. 
Referência bibliográfica: BEAR, Mark F. et al. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2008. 896 p. 
 
Os sentidos do corpo 
Estrutura e função do sistema somestésico 
 
Resumo 
A capacidade que as pessoas e os animais possuem de receber informações sobre as diferentes 
partes do seu corpo é a somestesia, uma modalidade sensorial constituída por diversas 
submodalidades, como o tato, a propriocepção, a termossensibilidade, a dor e outras. Quem realiza 
essa tarefa é o sistema somestésico, uma cadeia sequencial de neurônios, fibras nervosas e sinapses 
que traduzem, codificam e modificam as informações provenientes do corpo. Nem todas essas 
informações tornam-se conscientes, produzindo percepção; algumas são utilizadas 
inconscientemente para a coordenação da motricidade e do funcionamento dos órgãos internos. 
O sistema somestésico divide-se em um subsistema exteroceptivo, outro proprioceptivo e 
um terceiro interoceptivo. O primeiro é preciso, rápido, discriminativo e dotado de uma detalhada 
representação espacial da superfície corporal; o segundo também é rápido, sendo encarregado de 
informar o cérebro sobre os músculos e as articulações; e o terceiro é o que nos proporciona uma 
noção do estado funcional do corpo, criando uma sensação geral de bem-estar ou mal-estar. Além 
disso, as vias ascendentes que veiculam os três subsistemas são diferentes. O exteroceptivo tem 
como submodalidade principal o tato. Apresenta receptores especializados situados na pele e nas 
mucosas; neurônios primários situados em gânglios periféricos, neurônios de terceira ordem 
situados no giro pós-central do córtex cerebral. O subsistema proprioceptivo tem como função a 
localização espacial das partes do corpo, principalmente para orientar a ação dos sistemas motores. 
Suas vias envolvem receptores situados nas articulações e nos músculos. Os neurônios primários 
ficam também nos gânglios periféricos, mas os de segunda ordem ficam quase sempre na medula, de 
onde projetam ao tálamo e ao cerebelo. Uma parte da propriocepção é consciente, a outra é 
inconsciente, servindo para possibilitar ações motoras rápidas e eficazes. O subsistema interoceptivo 
reúne as informações dolorosas, térmicas e metabólicas de todos os tecidos e órgãos, que confluem 
para neurônios de segunda ordem situados na lâmina I da medula, cujos axônios cruzam e ascendem 
a uma cadeia de regiões em vários níveis da medula e do tronco encefálico, chegando ao tálamo e 
depois aos córtices insular e cingulado, relacionados com as emoções. 
A localização espacial dos estímulos somestésicos é permitida pela organização somatotópica 
das vias aferentes e das sinapses correspondentes, que implica um mapa ordenado de representação 
das diversas partes do corpo segundo a sua sequência natural na superfície corporal. Os mapas 
somatotópicos são precisos e detalhados nos sistemas exteroceptivo e proprioceptivo, mas são mais 
imprecisos e grosseiros no interoceptivo, já que este se destina a conferir ao indivíduo uma 
percepção geral de bem ou mal-estar. A discriminação dos estímulos que ativam o sistema 
somestésico (toque, pressão, temperatura, movimento e muitos outros) realiza-se no córtex, 
começando nas áreas que compõem o giro pós-central (3a, 3b, 1, 2 e S2), cada uma delas dotada de 
pelo menos um mapa somatotópico. 
Dentre as submodalidades somestésicas, a dor se particulariza pela sua importância para a 
proteção e a sobrevivência dos indivíduos. Embora todas as submodalidades apresentem sistemas de 
modulação, a da dor é especialmente elaborado, possibilitando o controle da transmissão sináptica 
na medula por meio de outras vias aferentes e de vias descendentes: são os mecanismos analgésicos 
endógenos. 
 
Durante a maior partede nossa existência não nos damos conta de nosso corpo. Muita coisa 
acontece com ele minuto a minuto, mas só as mais significativas são registradas pela 
consciência, porque geralmente nossa atenção está voltada para outros aspectos do 
ambiente, e o nosso corpo passa despercebido. No entanto, embora a consciência não 
registre tudo, o sistema nervoso recebe e processa continuamente todas as informações 
sobre a posição e o movimento das partes do corpo e do corpo como um todo, sobre o 
estado de nossas vísceras, sobre a textura, a forma e a temperatura dos objetos que 
tocamos e sobre a integridade de nossos tecidos. Essas informações são selecionadas, 
filtradas e encaminhadas a diferentes regiões neurais, que as vão utilizar de diversas 
maneiras. A parte que atingirá a consciência servirá para orientar o comportamento e o 
raciocínio, podendo ser armazenada na memória para utilização posterior. A parte 
inconsciente servirá para gerar um estado global de bem-estar (ou mal-estar) que influi 
bastante sobre nossas emoções e o humor, bem como para coordenar os nossos 
movimentos de modo a manter a postura e o equilíbrio corporal, e para ajustar o 
funcionamento dos órgãos e das vísceras de acordo com as necessidades fisiológicas. 
Esse amplo conjunto de informações sobre o corpo compõe a modalidade sensorial 
que conhecemos por somestesia (do latim soma, que quer dizer corpo, e aesthesia, que 
significa sensibilidade). A somestesia não é uma modalidade sensorial uniforme, mas sim 
constituída por várias submodalidades, dentre as quais as mais importantes são as 
seguintes: o tato, que corresponde à percepção das características dos objetos que tocam a 
pele; a propriocepção, que consiste na capacidade de distinguir a posição estática e dinâmica 
do corpo e suas partes; a termossensibilidade, que nos permite perceber a temperatura dos 
objetos e do ar que nos envolve; e a dor, que é a capacidade de identificar estímulos muito 
fortes, potenciais ou reais causadores de lesões nos nossos tecidos. Como veremos adiante, 
cada uma dessas submodalidades também poderia ser subdividida ainda mais, já que da 
nossa própria experiência e das observações dos neurologistas podemos identificar uma 
sensibilidade ao frio e outra ao calor, um tato fino, preciso, e outro mais grosseiro e 
impreciso, vários tipos diferentes de dor e ainda sensações difíceis de classificar, como a 
ardência e a coceira. 
Plano geral do sistema somestésico 
Podemos compreender a organização estrutural do sistema somestésico imaginando-o 
como um conjunto sequencial de neurônios, fibras nervosas e sinapses, capaz primeiro de 
representar por meio de potenciais bioelétricos os estímulos ambientais que atingem o 
corpo, em seguida modificar esse código de potenciais a cada estágio sináptico e, por fim, 
conduzi-los a regiões cerebrais superiores para que sejam transformados em percepção e 
emoção, e eventualmente utilizados na modulação do comportamento. 
O primeiro estágio dessa cadeia sequencial é o dos receptores. Os receptores 
sensoriais são estruturas especializadas em traduzir as diversas formas de energia que 
incidem sobre o nosso corpo, transformando-as em potenciais receptores e potenciais de 
ação. Há receptores somestésicos em praticamente todas as partes do corpo. Uma exceção 
curiosa é o próprio sistema nervoso, cujo parênquima não possui receptores. Por essa razão 
o cérebro não dói, e é possível realizar cirurgias para a remoção de tecido neural doente em 
pacientes submetidos apenas a anestesia local que bloqueie a sensibilidade do crânio, das 
meninges e dos vasos sanguíneos. 
Existem receptores sensoriais em todos os órgãos do corpo, embora a pele seja o 
“órgão somestésico" por excelência. Esses receptores são estruturas histológicas 
especializadas para detectar melhor os diferentes estímulos que incidem sobre o organismo 
(por fora ou por dentro), compostos pela extremidade de um fibra nervosa, que pode estar 
livre ou então associada a células não neurais, formando um “miniórgão”. As fibras que 
emergem desses miniórgãos podem ser mielinizadas ou não, e vão-se juntando em filetes 
nervosos e nervos periféricos até, por fim, penetrar no SNC através das raízes dorsais da 
medula espinhal ou através de alguns nervos cranianos diretamente no encéfalo. Os corpos 
celulares que dão origem a essas fibras ficam localizados nos gânglios espinhais e no gânglio 
trigêmeo: são eles os neurônios primários do sistema somestésico. 
 
 
Apesar da diversidade dos receptores e suas fibras, no SNC eles podem ser reunidos 
em subsistemas somestésicos diferentes, de acordo com a sua natureza funcional e a 
organização morfológica correspondente. Classicamente, um desses subsistemas reuniria a 
maioria das fibras que veiculam a submodalidade do tato e as fibras proprioceptivas: seria o 
(sub) sistema epicrítico, com grande capacidade discriminativa e alta precisão sensorial 
(acuidade). O segundo seria o (sub) sistema protopático, que reuniria uma parte das fibras 
que veiculam a termossensibilidade e a dor, além de certas fibras táteis de sensibilidade 
mais grosseira: é pouco discriminativo e menos preciso. Essa subdivisão clássica foi 
recentemente revista, propondo-se de certa forma um retorno a uma proposta antiga do 
fisiologista inglês Charles Sherrinton (1857-1952), prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia 
em 1932. De acordo com essa proposta retomada, seriam considerados três subsistemas: 
um exteroceptivo, que incluiria a sensibilidade tátil discriminativa proveniente da pele; um 
segundo, proprioceptivo, que incluiria a sensibilidade proveniente dos músculos e 
articulações, servindo essencialmente à coordenação motora; e um terceiro, interoceptivo, 
que reuniria grande diversidade de receptores situados em todo o organismo, encarregados 
de monitorar dinamicamente sensações subjetivas, emoções, e um certo sentido de 
conhecimento global do nosso próprio corpo. Nesses três subsistemas, o neurônio primário 
estabelece contato sináptico com o neurônio secundário em algum nível do SNC (na medula 
ou no tronco encefálico), e o axônio deste geralmente cruza a linha média antes de 
estabelecer contato com o neurônio de terceira ordem. Desse modo, a representação 
somestésica do SNC é quase sempre contralateral: o hemisfério cerebral esquerdo recebe 
informações do lado direito do corpo e vice-versa. A informação codificada dos estímulos 
ambientais, então, pode ser conduzida ao tálamo, onde estão os neurônios de terceira 
ordem, cujos axônios projetam diretamente às regiões somestésicas do córtex cerebral. 
Muitas fibras proprioceptivas secundárias seguem outro caminho: mantêm-se do mesmo 
lado, projetando diretamente ao cerebelo, onde se encontram os neurônios de terceira 
ordem. Neste caso, os neurônios de terceira ordem formam circuitos intracerebelares e não 
projetam às regiões somestésicas do córtex cerebral. Além disso, muitas fibras nociceptivas 
de segunda ordem estabelecem contato com neurônios do tronco encefálico, e estes iniciam 
uma sequência numerosa de sinapses que dirigem a informação dolorosa a diversas regiões 
cerebrais. 
Referência bibliográfica: LENT, Roberto; Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de 
neurociência. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. 646 p. 
 
 
 
 
 
Sistema sensorial soma tico 
Visão geral 
O sistema somatossensorial, ou sensorial somático, pode ser considerado o mais variado dos 
sistemas sensoriais, mediando um amplo espectro de sensações – tato, pressão, vibração, posição 
dos membros, calor, frio e dor – que são transduzidas por receptores localizados dentro da pele ou 
dos músculos e retransmitidas para uma variedade de alvos no sistema nervoso central. Não é de 
surpreender,portanto, que essa complexa maquinaria biológica possa ser dividida em subsistemas 
funcionalmente distintos, com diferentes conjuntos de receptores periféricos e vias centrais. Um 
subsistema transmite informações de mecanorrecpetores cutâneos e medeia a sensação de tato 
fino, vibração e pressão. Outro subsistema origina-se em receptores especializados associados aos 
músculos, aos tendões e às articulações e é responsável pela propriocepção – nossa capacidade de 
perceber as posições dos membros e de outras partes do corpo no espaço. Um terceiro subsistema 
provém de receptores que fornecem informações acerca de estímulos dolorosos e de alterações na 
temperatura, assim como do tato mais grosseiro. 
Referência bibliográfica: PURVES, Dale et al. Neurociências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 912 p.

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