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NOÇÕES DE TAXONOMIA • Os animais, assim como as plantas, são popularmente conhecidos por nomes muito variáveis de um lugar para outro. • Numa tentativa de universalizar os nomes de animais e plantas, os cientistas têm, há muito, procurado criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos. INTRODUÇÃO HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS • Theophrastus (370 a.C) (“O pai da botânica”): classificou todas as plantas com base em seu hábito: árvores, arbustos, subarbustos e ervas; reconheceu a diferença na posição dos ovários das plantas. • Albertus Magnus (1193 – 1280): diferenciou Monocotiledôneas e Dicotiledôneas, com base na estrutura do caule. • Otto Brunfels (1464 – 1534): estudou propriedades medicinais de algumas plantas e iniciou os estudos científicos. • Jean Bauhin (1541 - 1631): primeiro botânico e distinguir categorias de gênero e espécie. Foi também um dos primeiros a utilizar a nomenclatura binária. • John Ray (1628 – 1705): propôs um sistema de classificação muito antes de Linneu. Primeiro a reconhecer a importância do embrião e a presença de cotilédones. • Carlus Linnaeus ou Carl Linné ou Lineu (1707 – 1778): foi o fundador da taxonomia moderna, pois desenvolveu o sistema de nomenclatura que hoje se utiliza (sistema binomial) e estabeleceu as grandes categorias que são usadas no sistema hierárquico de classificação biológica. • Michel Adanson (1727 – 1806): substituiu o sistema artificial por um sistema natural de classificação, com descrição de alguns táxons. • Jean B. A. P. M. de Lamarck (1744 – 1829): criou chaves de identificação de plantas e um sistema de classificação natural. • Em 1735, o sueco Carl von Linné, botânico e médico, conhecido simplesmente por Lineu, lançou seu livro Systema Naturae, no qual propôs regras para classificar e denominar animais e plantas. - Continha descrição de todas as plantas conhecidas até então. - Permitia uma fácil identificação das plantas, por colocar todos os gêneros em classes e ordens . - Utilizava uma nomenclatura binomial para cada planta listada, separando desta maneira a nomenclatura botânica da taxonomia. - Esta obra sofreu numerosas edições posteriores, expandindo a sua abrangência, mesmo após a morte do seu autor original. - Esta obra também marca o ponto de partida para o florescimento do interesse e popularidade da ciência, sendo uma das mais importantes publicações sobre biologia. • De Jussieu: Antoine (1686 – 1758): criou o primeiro sistema natural de classificação baseando-se o número de cotilédones, estrutura da semente, e uma série de caracteres vegetativos e reprodutivos. • Adolphe Theodor Brongniart (1801 – 1876): dividiu o Reino Vegetal em Phanerogamae e Cryptogamae. • John Lindley (1799 – 1911): propôs um sistema de classificação mais firme que seus antecessores. • August Wilhelm Eichler (1839 – 1887): propôs o primeiro esboço de classificação baseado nas relações genéticas das plantas. • Porém, foi somente na 10ª edição do seu livro, em 1758, que ele sugeriu uma nomenclatura mais simples, onde cada organismo seria conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. • Surgiu assim a Nomenclatura Binomial, a qual é ainda hoje utilizada. As regras para a denominação científica dos seres vivos foram firmadas posteriormente, no I Congresso Internacional de Nomenclatura Científica, em 1898. • O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos e sua classificação dentro de uma verdadeira hierarquia de grupamentos constitui a Sistemática ou Taxonomia. 1 SISTEMÁTICA VEGETAL: É o ramo da Botânica que tem por finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema. TAXONOMIA: É a ciência que elabora as leis da classificação. Baseado em características morfológicas, relações genéticas e suas afinidades A Sistemática compreende: Identificação Determinação de um táxon idêntico ou semelhante a um existente. Nomenclatura Emprego dos nomes corretos das plantas, obedecendo algumas regras. Classificação Ordenação das plantas em um táxon. TÁXON: Termo estabelecido pelo Código de Internacional de Nomenclatura Botânica para designar um unidade taxonômica de qualquer hierarquia (família, gênero, espécie etc...). • Identificar, dar nomes e descreve os organismos • Inventariar os organismos segundo grupos • Permitir a recuperação de informações • Organizar sistemas de classificação que mostrem os parentescos entre os organismos • Entender os processos evolutivos SISTEMÁTICA OU TAXONOMIA OBJETIVOS • Segundo Souza e Lorenzi (2005) os gregos tentaram reunir e organizar o material empírico acumulado, porém basearam-se apenas nos caracteres mais facilmente observados. • Ao longo do tempo, foram surgindo numerosos sistemas de classificação que consistiam em reunir um conjunto de unidades taxonômicas nas quais as plantas eram ordenadas, e por ordem cronológica esses sistemas costumam ser agrupados da seguinte forma: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Três tipos principais: Sistema Artificial Sistema Natural Sistema Filogenético • Sistema baseado no hábito – primeiro que se tem conhecimento. Criado por Theophrastus entre 380- 278 a.C., fez a classificação pelo hábito, ou seja, árvores, arbustos, ervas, cultivadas e selvagens. Também se destacam cientistas como Dioscórides, Albertus Magnus e Andrea Caesalpino (1519-1603), este último foi considerado o primeiro taxonomista vegetal. • Sistema baseado no hábito – primeiro que se tem conhecimento. Criado por Theophrastus entre 380-278 a.C., fez a classificação pelo hábito, ou seja, árvores, arbustos, ervas, cultivadas e selvagens. Também se destacam cientistas como Dioscórides, Albertus Magnus e Andrea Caesalpino (1519-1603), este último foi considerado o primeiro taxonomista vegetal. • Sistemas Naturais – classificação por semelhanças, ou seja, por compartilhar caracteres em comum. Um dos principais sistemas publicados neste período foi o de Antoine de Jussieu (1686-1758), que reconheceu 15 classes e 100 ordens. Esse autor sugeriu a classificação em Acotiledônea, Monocotiledônea e Dicotiledônea. Considerando a presença e ausência de pétalas e a soldadura destas reconheceu três grupos, denominando- os de Apetalae, Monopetalae e Polypetalae. Outro cientista importante foi Augustin P. de Candolle (1778- 1841), que em seu sistema fez a distinção entre plantas vascularizadas e talófitas, porém houve a inclusão de Pteridófitas como Monocotiledôneas. • Sistemas baseados em filogenia – baseados na teoria da evolução das espécies de Darwin (1859), relacionando- a com afinidades em relação à ancestralidade e descendência. Os sistemas gradistas mais conhecidos dentro da sistemática filogenética são os trabalhos de Engler (1964), Cronquist (1968, 1981 e 1988) e Dahglgren (1985). Já a sistemática filogenética ou cladismo criada por Willi Henning (1950), considera que a história evolutiva da relação ancestralidade-descendência dos organismos pode ser reconstruída e representada através de um cladograma, e que para a construção deste diagrama hipotético deve ser levada em consideração pelo menos uma característica monofilética. 1 UNIDADES SISTEMÁTICAS • De acordo com as relações entre as plantas, elas dever ser enquadradas em categorias que indique suas afinidades sistemáticas. • As unidades sistemáticas são estabelecidas pelo Código de Internacional de Nomenclatura Botânica. • Os nomes aplicados a todasas categorias são latinos ou latinizados. • São latinizados porque é o Idioma universal dos antigos sábios e cientistas europeus. • O latim → reconhecimento em todo o mundo. • Uma mesma espécie pode ter nomes populares diferentes no mesmo idioma. Representa um grupo de plantas, havendo categoria maiores e menores. • O REINO é a maior unidade usada em classificação biológica. Entre o nível do reino e do gênero, entretanto, Lineu e taxonomistas posteriores adicionaram diversas categorias (ou taxa). • Temos então, os gêneros agrupados em FAMÍLIAS, as famílias em ORDENS, as ordens em CLASSES e as classes em FILOS (ou divisão, para os botânicos), seguindo um padrão hierárquico. • Essas categorias podem ser subdivididas ou agregadas em várias outras, menos importantes, como, por exemplo, os subgêneros e as superfamílias. Grupos Taxonômicos REINO FILO CLASSE ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE Assim, hierarquicamente, temos: Categorias taxonômicas e suas terminações Reino Vegetal Divisão (-phyta) Subdivisão (-phytina) Classe (-ae, -opsidae, -atae) Subclasse (-idae) Ordem (-ales) Família (-aceae) Tribo (-inae) Gênero Subfamília (-oideae) Subordem (-ineae) Espécie O nome da família é formado pelo radical do nome de um de seus gêneros, acrescido da terminação ACEAE. Exceções feitas no Código de Nomenclatura e consagrados pelo uso, e que ainda coexistem, são: EXCEÇÃO NOME CINB Compositae Asteraceae Cruciferae Brassicaceae Gramineae Poaceae Guttiferae Clusiaceae Labiatae Lamiaceae Leguminosae Fabaceae Palmae Arecaceae Umbelliferae Apiaceae • Expressos por uma única palavra, um substantivo no plural ou adjetivo usado como substantivo; adotam-se para denominar taxons de categorias de Filo e Subtribo; são escritos com maiúscula e não são grifados. • Ex.: Coelenterata (Filo); Insecta (Classe); Ithomiidae (Família); Ibidionini (Tribo). • Para os Gêneros → com maiúscula e grifados. • Ex.: Malus; Prumus; Malus; Prumus UNINOMINAIS • Usados para táxons da categoria da espécie. • Nome do gênero no qual a espécie está classificada, seguido de um segundo termo, próprio da espécie. • Ex.: Actinidia deliciosa • Quando o nome genérico já foi mencionado anteriormente no texto de um trabalho, não há necessidade de citá-lo por extenso, sempre que apareça; basta usar a letra inicial seguida de ponto. Deste modo, num estudo sobre o gênero Actinidia, após uma primeira citação, as espécies poderão ser mencionadas: A. deliciosa. BINOMINAIS • Adotam-se em 2 casos: 1. Táxons de categoria de Subgênero 2. Táxons de categoria de Subespécie TRINOMINAIS Nomenclatura Botânica A. Nomes comuns X nomes científicos Arnica Arnica montana L. Asteraceae (Compositae) Margarida comum Bellis perennis L. Asteraceae (Compositae) Capim-limão ou erva-cidreira Cymbopogon citratus Stapf Camomila Matricaria chamomilla L. syn.: Chamomilla recutita Rausch. Asteraceae (Compositae) Certas espécies constituem em duas ou mais subespécies ou variedades. Como resultado os nomes de algumas plantas podem constituir em três partes: Prunus persica var. persica Os nomes das plantas devem ser escritos, seguidos do (s) nome (s) do (s) autor (es). Brassica oleracea var. capitata L. CASOS ESPECIAIS – PLANTAS CULTIVADAS Emprego do termo Cultivar Phaseolus vulgaris L. cv. Carioca ou Phaseolus vulgaris L. ‘Carioca’ • Independentes de sua origem, os nomes dos táxons são tratados como nomes latinos • Gênero e espécie não tem terminações fixas • O nome de uma planta é uma combinação de dois nomes (binária), sendo o primeiro o nome do gênero e o segundo o epíteto específico (espécie). • Todo nome deve ser acompanhado pelo nome do autor da espécie, e deve aparecer destacado do texto (itálico). • Ex.: Caesalpinia echinata L. (Pau-brasil) CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Caesalpinia echinata a. nome do gênero b. epíteto específico EXEMPLO Caesalpinia echinata L. a. nome do gênero b. epíteto específico c. autoria • Os nomes genéricos têm forma substantivas (masculinas e femininas ou neutras) e se escrevem com iniciais maiúsculas, seguidos do nome abreviado do autor. • Exemplos: - Coffea L. - Zea L. - Oryzea L. - Myrciaria Berg. • Nomenclatura da espécie é uma nomenclatura binária (dois nomes). É composta do primeiro nome genérico, seguido um segundo, o epíteto específico, geralmente um adjetivo e que exprime uma qualidade da planta ou nome do seu descobridor, ou ainda uma homenagem a alguma pessoa. • Exemplos: - Avena sativa L. - Triticum sativum Lam. (Lamark) - Coffea arabica L. - Eucalyptus saligna Smith. - Zea mays L. • Quando uma espécie muda de gênero, o nome do autor do basiônimo (primeiro nome dado a uma espécie) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que fez a nova combinação. • Ex.: basiônimo : Tecoma alba Cham – MUDOU O GÊNERO FICANDO Tabebuia alba (Cham.) Sadw.; ATENÇÃO TIPIFICAÇÃO • Chama-se de typus é o espécime conservado num herbário, do qual se faz uma diagnose original. São eles: Holotypus (Holótipo): Exemplar escolhido pelo autor como modelo para a descrição da espécie e mencionado por ele na descrição original. Paratypus (Parátipo): Qualquer exemplar citado ao lado do holotypus numa descrição original, mas que não seja da mesma série dele (número do coletor diferente). Isotypus (Isótipo): Duplicatas do holotypus (mesmo número do coletor). Syntypus (Síntipo): Qualquer exemplar de uma série de exemplares citados pelo autor, sem especificação de um holotypus. Lectotypus (Lectótipo): Syntypus escolhido como holotypus, quando o autor deixou de mencionar o holotypus, ou quando este se perdeu ou foi destruído. Publicações de nomes científicos • As publicações que encerram novos nomes científicos ou outras informações que afetem a nomenclatura, devem satisfazer algumas exigências: 1. os trabalhos devem ser de domínio público; 2. impressos em papel e com tinta que garantam sua preservação em numerosas cópias idênticas, possíveis de serem obtidas por compra, doação ou permuta; 3. a simples menção de um nome científico não determina sua validade. O Código determina as condições a serem satisfeitas no que tange à publicação onde o nome foi mencionado; a língua em que foi escrito (latino ou latinizado) e a forma (binomial); 4. nome de nova entidade (Gênero novo, Espécie nova, etc...) é publicado, logo após → indicação clara, abreviada, da categoria a qual pertence “sp. n.”, “gen. n.” • Data da publicação: é a data onde o trabalho apareceu pela 1a vez. - Ex.: Sphaerion Newman, 1832 → o nome foi publicado pela primeira vez por Newman em 1832. • Citação de nomes de dois autores: - Ex.: Bisaltes adustus (Thomson) Lima → a espécie B. adustus de Thomson encontrava-se em outro gênero e foi transferida para Bisaltes por Lima. • Nomes de autores entre colchetes: - Indica que o nome foi publicado anonimamente e o nome do autor descoberto “a posteriori”. - Ex.: Smodicum americanus [ Rossi ]. Após 1950, contudo, um novo nome publicado anonimamente não tem validade.
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